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atualidades-mundo aula 02

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SISTEMA DE ENSINO
ATUALIDADES
Atualidades Mundo
Livro Eletrônico
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Luis Felipe Sampaio Ferreira
Atualidades Mundo
ATUALIDADES
Apresentação e Aspectos da Aula ..................................................................................4
Atualidades Mundo .........................................................................................................6
Introdução ......................................................................................................................6
População Global: Aspectos Globais em 2020 ...............................................................6
1. Atualidades América Latina e EUA ............................................................................. 11
1.1. A América Latina: Conceito Cultural e Geográfico e um pouco de História ............... 11
1.2. A Esquerdização na América Latina na Década Passada e o Atual Momento 
Político e suas Diferenças (2019) ................................................................................. 12
O Chile e os Protestos de Outubro de 2019 .................................................................. 16
Evo Morales e a Coca ................................................................................................... 19
1.3. Atualidades e Questões mais críticas na América Latina (em especial na Pobre 
América Central) ..........................................................................................................23
1.3.4. A Diáspora na América Central ...........................................................................27
1.4. A Una Sul X Pró-Sul ...............................................................................................33
1.5. O Mercosul .............................................................................................................35
Acordo Entre UE e Mercosul é Iminente, Dizem Bolsonaro e Macri .............................. 40
1.6. A Venezuela ...........................................................................................................43
Venezuela fecha fronteira com o Brasil ........................................................................47
1.7. O Estados Unidos Hoje .......................................................................................... 50
O Conflito EUA x Irã na Alvorada de 2020 ....................................................................59
Trump e o Impeachment .............................................................................................. 60
“Negociação para Encerrar Guerra Comercial com China está Indo Muito Bem”, 
diz Trump .....................................................................................................................62
Guerra travada por EUA e China não é só comercial: ela é tecnológica ........................63
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Luis Felipe Sampaio Ferreira
Atualidades Mundo
ATUALIDADES
George Floyd e o #Blacklivesmatter ........................................................................... 69
O conservadorismo de direita no mundo em 2019/2020: ............................................72
2. Atualidades Europa, Or. Médio Rússia e China...........................................................74
2.1. A Europa, União Europeia e seus Contextos Atuais mais Importantes ....................74
2.2. A Guerra na Síria e o Contexto Geopolítico no Oriente .......................................... 80
Entenda as diferenças e divergências entre sunitas e xiitas .........................................83
Análise: Trump abre nova zona de guerra na Síria ........................................................93
2.3. Rússia ................................................................................................................. 109
O ambicioso plano da Rússia para combater o encolhimento da população ................ 113
As 5 principais diferenças da vida em Hong Kong e na China ...................................... 122
Covid-19: Seis Meses (15/07/2020) ............................................................................ 128
3. Temas Globais Atualidades ..................................................................................... 132
3.1. Tecnologia ............................................................................................................ 132
O Trabalho na Atualidade ........................................................................................... 132
As Criptomoedas em 2019 ......................................................................................... 136
A China e o 5G ............................................................................................................ 139
Conheça 6 aplicações da internet das coisas que já estão tornando o mundo melhor 142
3.2. O Aquecimento Global ......................................................................................... 146
42 bilhões de dólares no caminho do aquecimento global.......................................... 157
3.3. A Questão do Ártico ............................................................................................ 164
Os Plásticos e os Oceanos: Uma Nova Batalha Ambiental .......................................... 166
Direitos Humanos e Atualidades ..................................................................................173
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Luis Felipe Sampaio Ferreira
Atualidades Mundo
ATUALIDADES
ApresentAção e Aspectos dA AulA
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo 
à conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar: me chamo Luís Felipe Ziriba. Sou formado em Geogra-
fia desde 2004, pela Universidade de Brasília, e também servidor do INCRA – SEDE, desde 
2008 – cargo: Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro aulas para concur-
sos desde 2001. Comecei aos 20 anos de idade em sala em Pré-Vestibulares, tendo seguido 
para concursos de admissão à carreira militar, como EsPcex, EsA, entre outros, nas discipli-
nas Geografia Geral e do Brasil. Lecionei também em preparatórios (matéria Geografia Geral 
e do Brasil) para cursos de admissão à carreira diplomática – o Instituto Rio Branco para, já 
no início desta década passa (2010), partir também rumo ao desafio de lecionar as matérias 
Atualidades do Brasil e Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão mais de 18 anos prepa-
rando alunos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do 
Brasil em Geografia e Atualidades.
Bom, vamos ao que realmente importa a você, e obrigado pela atenção, pois o tempo urge!
Com vistas a auxiliá-lo(a) em nossa aula e na preparação para concursos, dividi este nos-
so interessante material de Atualidades Mundo em 5 partes, ok?
Então, vamos a elas:
• INTRODUÇÃO - A População Mundial
• PARTE 1 - ATUALIDADES: AMÉRICA LATINA e EUA,
• PARTE 2 - ATUALIDADES: EUROPA, ORIENTE MÉDIO, RÚSSIA e CHINA
• PARTE 3 - ATUALIDADES: TEMAS GLOBAIS/Tecnologia e Meio Ambiente
• COMPLEMENTO - ONU e os G’s
Destaco por fim, caro(a) aluno(a), ser extremamente necessário que realizea leitura inte-
gral dos temas abaixo - e seus respectivos textos complementares, mesmo que haja em edi-
tais recortes balizando períodos específicos, tal como pode (e costuma) acontecer. Tenha em 
mente que apenas promovendo a leitura retórica acerca dos temas, desde seu início até o fim, 
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
que tornar-se-á possível, portanto, a clarificação dos contextos mais recentes de atualidades. 
Juro que não há como fugir disso! Pode confiar nessa informação. A disciplina de Atualidades 
não está restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s) estipula-
do(s) pelos editais.… Em Atualidades existem contextos que devem ser percebidos enquanto 
seus espaços geográficos, agentes, ocasiões e antecedentes sobretudo, para que possamos, 
portanto, atingir o nível necessário de conhecimentos pedidos pelas bancas em concursos.
Então, vamos começar. Peço, por favor, que faça o caderno de exercícios apresentado 
como fixação de conteúdo e acréscimo didático e avalie meu curso em nossa plataforma. 
Obrigado!
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
ATUALIDADES MUNDO
Introdução
populAção GlobAl: Aspectos GlobAIs em 2020
Pirâmide Etária Global em 2020
A população global em 2019 é de 7,7 bilhões de habitantes, e  continuará a aumentar. 
As previsões para 2030 são de 8,5 bilhões (aumento de 10%); 9,7 milhões em 2050; e 10,9 
milhões em 2100.
Maiores países (2018):
• 1. China: 1.384.688.986*
• 2. Índia: 1.296.834.042
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
• 3. Estados Unidos: 329.256.465
• 4. Indonésia: 262.787.403
• 5. Brasil: 208.846.892
• 6. Paquistão: 207.862.518*
• 7. Nigéria: 195.300.340
• 8. Bangladesh: 159.453.001
• 9. Rússia: 142.122.776
• 10. Japão: 126.168.156
*Por volta de 2027 a população da Índia deve ultrapassar a da China.
*Provavelmente em 2019 a população do Paquistão ultrapassa a do Brasil.
Veja abaixo a dança das cadeiras dos contingentes populacionais globais, com dados da 
ONU e intervalos entre 1990 ATÉ 2100:
O bônus demográfico:
Em alguns países em desenvolvimento, o alto crescimento populacional em décadas an-
teriores promove agora oportunidades econômicas à medida que estas nações (e o Brasil 
incluso) passaram a possuir grande contingente populacional de adultos; ou seja - de força 
de trabalho ou PEA – População Economicamente Ativa. Sendo assim, é dever dos governos 
locais saberem como promover a seu favor esse tal “bônus demográfico”, com vistas a cana-
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
lizar tal abundância de mão de obra na produção de valor econômico com políticas concisas 
de ofertas de empregos.
O Brasil é um dos países com maior quantidade de adultos, proporcionalmente, com qua-
se 60 % da população na PEA.
As taxas de fecundidade:
A taxa de fecundidade – ou seja, o número médio de filhos por mulher em idade reprodu-
tiva é um indicador que revela bastante sobre a fase demográfica que determinada sociedade 
se encontra. Globalmente, as mulheres vem tendo menos bebês, mas as taxas de fecundidade 
(o número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva) ainda permanecem elevadas em 
algumas partes do globo. Hoje, cerca de metade da população global reside em áreas onde a 
taxa de fecundidade é menor que 2 filhos por mulher (taxa do tipo não repositiva), incluindo 
o Brasil. A maior média de filhos por mulher no Planeta ocorre na ÁFRICA Sub Saariana, com 
4.6. Em Níger, este indicador chega a 7 filhos por mulher, em média.
Em termos globais, a fecundidade caiu de 3,2 filhos por mulher em média, em 1990, para 
2,5, em 2019.
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ATUALIDADES
A expectativa de vida:
A expectativa de vida no mundo subiu de 64,2 anos, em 1990, para 72,6 anos, em 2019.
Envelhecimento populacional:
A população mundial está a envelhecer, sendo que o grupo etário que mais cresce no Pla-
neta é de pessoas acima de 65 anos. Atualmente, 9% da população global possui mais de 65 
(em média parecido com a brasileira), sendo que em 2050, essa taxa será de 16%. Na Europa, 
este indicador deve ser, em 2050, em alguns países (e também no Japão), na casa dos 35-40%.
A depressão populacional:
Um número crescente de países experimenta uma redução no tamanho da população. 
Desde 2010, 27 países ou áreas sofreram uma redução de um por cento na dimensão das 
suas populações. Isto é causado por baixos níveis de fertilidade e, em alguns lugares, altas 
taxas de emigração.
Entre 2019 e 2050, projeta-se que as populações diminuam em um por cento ou mais em 
55 países ou áreas, dos quais 26 podem ver uma redução de pelo menos dez por cento.
Na China, por exemplo, prevê-se que a população diminua em 31,4 milhões, ou 2,2 por 
cento, entre 2019 e 2050.
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
O contexto migratório:
Entre 2010 e 2020, 14 países ou áreas terão uma entrada líquida de mais de 1 milhão de mi-
grantes, ao passo que dez países terão uma saída líquida de migrantes de dimensões similares. 
Algumas das maiores saídas de migrantes são impulsionadas pela demanda por trabalhado-
res migrantes (Bangladesh, Nepal e Filipinas) ou pela violência, insegurança e conflito armado 
(Mianmar, Síria e Venezuela). Belarus, Estônia, Alemanha, Hungria, Itália, Japão, Rússia, Sérvia e 
Ucrânia terão uma entrada líquida de migrantes ao longo da década — o que ajudará a compen-
sar perdas populacionais causadas por um excesso de mortes em relação aos nascimentos.
“Esses dados constituem uma parte crítica da base de evidências necessárias para moni-
torar o progresso global rumo ao cumprimento dos Objetivos de DesenvolvimentoSustentá-
vel até 2030”, afirmou o diretor da Divisão de População do Departamento das Nações Unidas 
de Assuntos Econômicos e Sociais, John Wilmoth.
“Mais de um terço dos indicadores aprovados para uso como parte do monitoramento global 
dos ODS confiam em dados do Perspectivas Mundiais de População”, acrescentou o especialista.
Expectativas de crescimento populacional 2020-2025:
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ATUALIDADES
1. AtuAlIdAdes AmérIcA lAtInA e euA
1.1. A AmérIcA lAtInA: conceIto culturAl e GeoGráfIco e um pouco de 
HIstórIA
O conceito (termo) América Latina atende a um viés cultural que se encontra relaciona-
do aos países que possuem línguas latinas (no caso português, castelhano e francês) como 
sendo as línguas oficiais.
A região em tela engloba 20 países (em azul no mapa acima): Argentina, Bolívia, BRASIL, 
Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, 
México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Vale 
destacar que no subcontinente da América do Sul não constam dentro desta divisão dois pa-
íses: o Suriname, e a Guiana.
No caso do subcontinente da América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México - ape-
nas este último é considerado como sendo um país latino-americano.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Argentina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bolívia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colômbia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Costa_Rica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cuba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equador
https://pt.wikipedia.org/wiki/El_Salvador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haiti
https://pt.wikipedia.org/wiki/Honduras
https://pt.wikipedia.org/wiki/México
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicarágua
https://pt.wikipedia.org/wiki/Panamá
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguai
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru
https://pt.wikipedia.org/wiki/República_Dominicana
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
Não é necessário decorar o nome de todos os países da América Latina, mas é fundamental 
que entendamos que o contexto linguístico-cultural ata tais países dentro desta importante 
regionalização.
Considera-se que o termo “América Latina” foi utilizado pela primeira vez no ano de 1856 
pelo filósofo chileno Francisco Biloba e, no mesmo ano, também pelo escritor colombiano 
José María Torres Caicedo, sendo expressão aproveitada pelo imperador francês Napoleão 
III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir assim 
os anglo-saxões — entre os países com influência na América, citando também a Indochina 
como área de expansão da França na segunda metade do século 19. Devemos também ob-
servar que em mesma época foi criado o conceito de Europa Latina, que englobaria as regiões 
de predomínio de línguas românicas. Michel Chevalier, político e economista liberal francês 
que mencionou o termo “América Latina” em 1836, durante uma missão diplomática feita aos 
Estados Unidos e ao México, o fez com o mesmo objetivo de Napoleão III: ou seja, atrair para 
o seio da França os países em descolonização na América.
1.2. A esquerdIzAção nA AmérIcA lAtInA nA décAdA pAssAdA e o AtuAl 
momento polítIco e suAs dIferençAs (2019)
Um processo político de extrema relevância observado na América Latina dera-se pela da 
entrada de uma série de governos de esquerda no poder, ao longo da década passada (2000-
2010), em inúmeros países. Foi um período de apogeu na ascensão de governos de esquer-
da eleitos democraticamente e que tem seu início em 1999, quando o Presidente venezuelano 
Hugo Chávez toma posse pela primeira vez e declara que seu país, a partir de então, seria uma 
“República Bolivariana”. Essa mesma retórica de Chavez também foi utilizada pelos presidentes 
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
Rafael Correa, do Equador, e Evo Morales, da Bolívia, todos inspirados por Cuba (República so-
cialista desde o ano de 1959), comandada pelos ditadores Fidel Castro e seu irmão Raul Castro.
Cuba, em 2018, passa o bastão da presidência para o engenheiro Miguel Canel, após quase 60 
anos sob o governo dos irmãos de Fidel e Raul Castro.
É importante salientar que dentro da assepsia da palavra, a associação entre bolivaria-
nismo e socialismo é questionável, à medida que esse “bolivarianismo” instituído por Chávez 
na Venezuela foi inspirado nos ideais de Simon Bolívar, tais como o combate a injustiças e a 
defesa do esclarecimento popular e da liberdade. Mas a apropriação de seu nome por Chávez 
e outros mandatários latinos pode ser entendida como distorcida, pois Bolívar não era socia-
lista de forma alguma (sendo em certos momentos um ditador de direita, inclusive). Porém, 
as práticas nestes países então adotadas, visando ao assistencialismo, as quais buscam dia-
logar com as necessidades dos extratos mais pobres de suas sociedades e vinculadas a Cuba 
(e sempre crítica aos Estados unidos) se encontra enviesada, sem dúvidas, por um pensa-
mento tipicamente qualificado como sendo de esquerda.
O mapa abaixo mostra como estavam divididos os governos na América Latina, mais es-
pecificamente a América do Sul, em 2009-2010. Note que a imensa maioria dos países (em 
vermelho) era comandada por governos de esquerda.
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
Atualmente, este cenário acima, com governos de esquerda à frente de uma imensa maio-
ria dos países sul-americanos mudou, e bastante. Então vamos analisar como houve tal cam-
bio no comandos para, assim, chegarmos ao atual momento político-ideológico em 2019/20:
• Brasil: Michel Temer (direita) sucede a Dilma Rouseff (esquerda) em 2016, sendo se-
guido pela eleição de Jair Bolsonaro (direita mais radical) em fins de 2018.
• Argentina: Maurício Macri (presidente de direita) se torna mandatário em 2016, com 
mandato até fins de 2019, substituindo Cristina Kischner (política declaradamente de 
esquerda).
Assim, aproveitando o ensejo, é importante analisarmos alguns contextos abaixo recentes 
e atinentes ao cenário da Argentina em 2019, considerados os mais importantes em nosso 
país vizinho:
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Atualidades Mundo
ATUALIDADES
Inicialmente, vale destacar que o Presidente Maurício Macri assume (2016) sem grande 
apoio popular e buscando realizar reformas estruturais, tais quais a previdenciária, com cor-
tes em salários e combate ao déficit orçamentário. Como resultado, após 3 anos completos 
de governo, Macri vivencia em seu último ano de mandato (2019) um cenário de enorme in-
satisfação popular - e os números não nos deixariam mentir. Em 2019, o nosso vizinho mais 
importante vive mais um ano de aguda crise econômica.
• Em 2018, a economia regrediu (queda no PIB) em torno de - 2%. A mesma previsão, ou 
seja, regressão do PIB também na casa dos - 2% é esperada para 2019.
• A inflação de 2018 foi uma das 5 mais altas no Mundo, atingindo o índice de 48%a.a. 
Para 2019 a expectativa gira em torno de 40% de inflação.
• Em 2018, o peso argentino sofreu a incrível desvalorização de 115% em relação ao dólar.
• Outros indicadores econômicos/sociais vão muito mal na Argentina. O  desemprego 
atinge taxa de mais de 10 por cento, sendo que a pobreza já se instalou em 32% da 
população total do país.
• Com vistas a respirar um pouco mais aliviada em meio à crise, em 2018 a Argentina 
solicitou ao FMI a maior ajuda já paga pelo Fundo, recebendo 57 bilhões.
Em fins de Out/2019 Mauricio Macri perde as eleições presidenciais na ARGENTINA. O grupo 
de Cristina Kischner (ex-presidente de esquerda) volta ao poder, após 4 anos fora, capitanea-
do pelo candidato de centro-esquerda Alberto Fernandéz.
• Paraguai: Fernando Lugo, o único presidente de esquerda do Paraguai em todos tem-
pos, foi impeachmado em 2012. O atual mandatário local se chama Mario Benitez e 
tomou posse em 2018 pertencendo aos quadros da direita – radical paraguaia, sendo 
o seu pai ajudante de primeira ordem do ditador Alfredo Strossner.
• Peru: Pedro Pablo Kuczynski toma posse em 2018 (presidente de direita), sucedendo 
Olantu Humalla (presidente de esquerda), sendo, contudo, preso por corrupção fins de 
2018 ao longo do mandato. Seu antecessor de esquerda, Ollanto Umalla, também está 
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preso. Em 17 de Abril de 2019 uma tragédia se sucede no país, quando o ex-presiden-
te Alan Garcia (centro-direita e 2 mandatos entre 2005-2011), acusado de corrupção, 
prestes a também ser preso se suicida com um tiro na cabeça ao perceber a chegada 
da polícia em sua residência para cumprimento de mandato de prisão. Todos estes 
presidentes peruanos são acusados de corrupção envolvendo, entre outras empresas, 
principalmente a construtora brasileira Odebrecht.
• Chile: Sebastian Pinera (presidente de direita) toma posse em mar/2018 para assumir 
o lugar de Michelle Bachelet (presidente de esquerda). Vale destacar que há 15 anos 
o Chile vem alternando por vias democráticas governos de esquerda e de direita com 
estes dois personagens citados sempre ao centro.
E assim, caro(a) aluno(a), para efeitos de provas de Atualidades, podemos afirmar que 
hoje em dia a América do Sul não vivencia mais uma onda esquerdizante, sendo tal movimen-
to uma realidade da década de 2000-2010, mas ainda ocorrem rachas, tal qual nas relações 
em 2020 entre o Brasil (direita) e Argentina (esquerda), ou mais drásticas, como a do Brasil 
com a Venezuela.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Chile e os Protestos de Outubro de 2019
Adaptado de. https://teoriaedebate.org.br/2019/10/23/%ef%bb%bfchile-nova-agenda-economica-ou-mu-
danca-politica/
Por: Prof. Luís Felipe Ziriba
Em Out/2019, imediatamente após a ocorrência de protestos populares no Equador 
contra o fim dos subsídios governamentais aos combustíveis que, em função da mobi-
lização coordenada por sindicatos e organizações indígenas por lá, foram revogados, 
o que se seguiu foi a chegada de manifestações tomando as ruas do Chile.
Os protestos começaram após o presidente de direita, Sebastián Piñera, anunciar 
aumento de 30 pesos no preço da passagem de metrô em horário de pico (cerca de R$ 
0,20) na capital Santiago.
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A partir disso, o  movimento estudantil convocou aquilo que se convencionou 
chamar como sendo “pula-catracas” nas estações. Com o alastramento das mani-
festações se alastrando na sociedade e por todo o país, formaram-se barricadas em 
vários pontos de Santiago, ônibus e vagões de metrô foram incendiados, bem como 
o prédio da empresa de distribuição de energia, a Enel. Vinte mortes foram confirma-
das e milhares de pessoas foram detidas. A resposta inicial de Piñera foi aumentar a 
repressão contra os manifestantes. No dia 19 de outubro foi declarado estado de emer-
gência, e as Forças Armadas foram para a rua. Há denúncias de violações de direitos 
humanos por parte da polícia e do Exército, a exemplo da utilização de uma estação 
desativada de metrô como centro de tortura, assédio e violência sexual. O governo 
recuou da decisão de aumentar o preço da passagem ainda no dia 19, mas os protes-
tos já tinham tomado outra proporção e se dirigiram contra a austeridade pública e o 
domínio do mercado que imperam no país desde a ditadura de Augusto Pinochet, pois 
mesmo que essa tenha acabado em 1990 a Constituição não foi modificada. Desde 
então houve vários governos progressistas.
Particularmente, a ex-presidenta Michelle Bachelet em seus dois mandatos (2006-
2010; 2014-2018) tentou promover reformas, mas não tinha maioria parlamentar para 
implementá-las. Educação e a saúde, por exemplo, continuam privadas, e  a previ-
dência não consegue dar uma vida digna para os aposentados que, em sua maioria, 
ganham menos que um salário mínimo. Piñera, ao se ver encurralado, pediu perdão à 
população e anunciou uma série de medidas com cunho social para tentar acalmar 
os protestos, abarcando a previdência, o salário mínimo e as tarifas de água e energia 
elétrica. Novamente não surtiu efeito, e no dia 25 ocorreu a maior manifestação desde 
a redemocratização do país, quando um quinto da população de Santiago foi às ruas.
O que começou como um protesto pacífico de estudantes contra a alta dos preços 
das passagens de metrô transformou-se rapidamente numa explosão social de dimen-
sões inimagináveis, unindo moradores dos bairros populares à população de classe 
média e média alta da parte alta de Santiago.
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Diante da magnitude dos protestos, o governo Piñera tem oscilado entre a nego-
ciação e a repressão mais violenta. De um lado, ele anunciou a suspensão doaumen-
to das passagens, sinalizando um recuo político; já na outra ponta, decretou o toque 
de recolher e pôs o Exército nas ruas, alegando que o país está em guerra contra um 
inimigo invisível. Nem o comandante das tropas militares parece que lhe deu ouvidos, 
e declarou que não estava em guerra contra ninguém.
Vale destacar que desde a ditadura, as Forças Armadas são repelidas por amplos 
setores da sociedade chilena, principalmente por parte dos familiares daqueles que foram 
vítimas dos crimes praticados contra os direitos humanos durante o governo Pinochet e, 
ao que tudo indica, colocar o Exército na rua é apagar o incêndio com gasolina.
Onze manifestantes morreram e a espiral de violência ainda não diminuiu ao longo 
de todo o mês de Outubro. Quando se iniciaram os protestos, ocorreram saques nos 
supermercados e incêndios nas estações de metrô, em ônibus, trens e automóveis. 
Pelo menos dois manifestantes foram mortos por disparos de armas de fogo em cir-
cunstâncias ainda não esclarecidas.
A situação foi caótica, segundo informaram os principais meios de comunicação. 
A perplexidade é geral e parece que todos foram pegos de surpresa, a começar pelo 
governo, os partidos tradicionais e os movimentos sociais.
Os protestos que começaram em Santiago se estenderam a Valparaíso, sede do 
Parlamento chileno, e à cidade de Concepción, ao sul do país. Na verdade, os protestos 
contra o modelo chileno vinham acontecendo de tempos em tempos. Há muito tempo 
os estudantes lutam pelo ensino gratuito; os aposentados denunciam as iniquidades 
do sistema de capitalização; os trabalhadores reivindicam o direito de organização 
sindical e o respeito à negociação coletiva. Entra e sai governo, seja de direita ou de 
esquerda, e as mudanças estruturais nunca são feitas. E com isso, o Chile se tornou um 
dos países mais injustos e desiguais da América do Sul, perdendo apenas para o Brasil.
A Constituição em vigor é a de 1980, imposta em uma das fases mais repressivas 
do regime militar. Durante vinte anos os partidos da Concertación se revezaram no 
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poder. A DC e o PS foram os grandes beneficiários políticos da transição e da conso-
lidação democrática chilenas. Mas a condição imposta por Pinochet para a volta aos 
quartéis foi a perpetuação do modelo neoliberal. É contra esse modelo que se insur-
gem os manifestantes. E dessa vez, ao que tudo indica pela intensidade dos protestos, 
de forma definitiva. A partir de agora, as  inadiáveis mudanças na agenda econômi-
ca, orientadas para a superação do neoliberalismo, terão que ser acompanhadas por 
transformações do pacto político e dos partidos políticos tradicionais. Após um mês 
de conflitos e protestos, o governo central chileno anuncia a realização de plebiscito 
para 2020 com vistas a alterar a Constituição.
Antes dos protestos, o  aumento do poder de compra dos assalariados, o  incre-
mento das aposentadorias e a gratuidade do sistema público de saúde e educação 
tenderiam, possivelmente, a mitigar a situação. Agora, em face da contundência das 
manifestações, parece que essas medidas já não são suficientes. Os chilenos, a partir 
dessa atual onda de protestos, terão de rever o pacto político que deu sustentação 
ao país depois da transição e reinventar as suas instituições econômicas e sociais. 
Espera-se que façam isso em democracia, neutralizando os setores autoritários, civis 
e militares, que nunca se conformaram com a redemocratização do país.
TEXTO COMPLEMENTAR
Evo Morales e a Coca
Evo Morales, Presidente da Bolívia, renuncia ao fim de seu terceiro mandato em 10 
de novembro de 2019. Sob pressão popular e ameaçado por um golpe militar, a saída 
de Evo – com o seu consequente exílio no México - abre uma lacuna de poder no país 
vizinho andino.
A renúncia de Evo foi acompanhada da saída de todos os políticos na linha suces-
sória previstos na Constituição que poderiam substituí-lo.
Quem renunciou: Evo Morales, presidente da Bolívia.
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Álvaro García Linera, vice-presidente.
Adriana Salvatierra, presidente do Senado.
Rubén Medinaceli Ortiz, vice-presidente do Senado.
Victor Borda, presidente da Câmara dos Deputados.
O texto constitucional de 2006 diz apenas que, em caso de “impedimento ou ausên-
cia definitiva da presidenta ou do presidente, [esta ou este] será substituída ou substi-
tuído no cargo pela vice-presidenta ou vice-presidente e, na falta deste, pela presiden-
ta ou o presidente do Senado, e na falta desta ou deste, pela presidenta ou o presidente 
da Câmara de Deputados. Nesse último caso, serão convocadas novas eleições em 
um prazo máximo de 90 dias”.
Evo Morales tem sua origem no seio das camadas populares bolivianas ligadas a 
atividade de cocaleiros. Embora seja considerada proibida a feitura (e seu uso e tráfi-
co) de cocaína no país, é liberado o uso da folha de coca, sendo este, inclusive um dos 
estandartes socioculturais locais. Sua proibição e as posições contrárias à legitima-
ção do uso e cultivo da coca, por parte de autoridades políticas mundo afora, colocam 
em xeque as raízes socioculturais dos povos amazônicos e andinos.
A coca é conhecida desde os primórdios da colonização. Sua popularização se deu 
mesmo sob proibição da igreja. Os colonizadores brancos faziam vista grossa e enten-
diam que o trabalho dos indígenas ficava mais dinâmico com o uso da folha. Somente 
em 1860 quando o químico alemão pelo químico alemão Albert Niemann, a folha de 
coca e o mais novo e milagroso alcaloide tomavam lugar de destaque nas ciências 
médicas da época. Entretanto, as percepções sobre a cocaína sofreram transforma-
ções ao longo de mais de um século, tornando-se uma droga ilícita e alvo de ações 
internacionais proibicionistas.
A relação entre o movimento cocaleiro e o narcotráfico constitui um forte ponto de 
tensão no país vizinho. Estão em jogo uma enorme gama de tradições, de costumes, 
desdobramentos com consequências sociais, políticas e econômicas. Considerado 
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um movimento social na assepsia da palavra, o movimento cocaleiro é um exemplo 
vigente de um povo que luta pelo reconhecimento de seus ideais e costumes. Envol-
vem-se, nesse movimento, países como Bolívia, Peru e Colômbia.
O movimento cocaleiro na Bolívia assume, nessa seção, caráter representativo. 
Essa ideia é sustentada por compreender que se trata de um dos maiores movimentos 
sociais da América Latina, por apresentar repercussões em nível global, e por ser mais 
bem estruturado se comparado a outros movimentos cocaleiros, no Peru e na Colôm-
bia, por exemplo.
A organização do Movimento Cocaleiro se deu por volta do final dos anos 1980 e 
surgiu, inicialmente, em contexto sociopolítico,com a demissão em massa de minei-
ros bolivianos. Os camponeses quíchuas deslocaram-se até o Chapare, ao norte de 
Cochabamba, para encontrar uma alternativa de sobrevivência. A situação de pobre-
za em que a população boliviana vivia fez com que outros grupos migrassem para a 
mesma região do Chapare. Esses grupos apoiaram-se no plantio da folha de coca para 
sobreviver. Além de garantir a subsistência de milhares de bolivianos, a coca é símbolo 
de uma milenar atuação cultural entre os povos andinos e amazônicos.
O Movimento ao Socialismo (MAS), partido boliviano que abrigou Evo, surgiu duran-
te o processo de reabertura política do período pós-ditadura militar (1964-1982) e 
ganhou força no cenário internacional ao conseguir eleger, pela primeira vez na histó-
ria da América Latina, um índio para o cargo de presidente da República, Evo Morales. 
Esse movimento político marca, então, a mudança de um discurso campesino para 
um reconhecido movimento indígena em favor da defesa da folha de coca, a partir da 
década de 1990.
O MAS está diretamente ligado ao Movimento Cocaleiro e vem atuando desde a 
década de 1970. Composto por membros reconhecidamente indígenas e demais 
defensores da causa, o MAS luta pelo reconhecimento dos direitos de manifestação 
da cultura andina. O combate desses grupos pela despenalização da coca torna-se 
visivelmente um combate por suas identidades (Maciel, Pinheiro, 2008). O Seminário 
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Internacional para Despenalização da Coca, ocorrido em 2005, cujo tema foi “Coca no 
es cocaína - es medicina, alimento y cultura”, foi exemplo de uma mobilização interna-
cional em torno dessa causa.
Esses movimentos são justificados pela preservação de um hábito indígena mile-
nar - parte integrante da identidade dos povos andinos e amazônicos que já utilizavam 
a coca muito antes do aparecimento dos espanhóis. A censura e repressão ao uso 
da coca têm suas origens históricas. Essas atitudes, encontradas até hoje na políti-
ca dos EUA com o plano ‘Dignidade’, por exemplo, põe em risco a expressão cultural 
dos povos ancestrais da região. Não devem ser penalizadas as antigas tradições por 
causa de utilizações desvirtuadas do uso da planta da coca.
Foi em resposta aos grupos ligados ao narcotráfico que os Estados Unidos lança-
ram uma política para combater o plantio de coca com os planos Dignidade, Colômbia 
e Panamá. A ação norte-americana se deu, principalmente, como um meio de interven-
ção na América Latina, criminalizando os integrantes desses movimentos, na tentativa 
de ‘desmoralizá-los’ - na maioria dos casos, os cocaleiros são configurados como ter-
roristas ou narcotraficantes - a fim de interferir econômica e politicamente nos países. 
Contudo, a iniciativa não obteve o sucesso pretendido. As comunidades que aceitaram 
substituir a cultura tradicional da coca por outras vivenciaram dificuldades, como a 
falta de mercados para comercializar seus produtos, vias de comunicação precárias 
para escoar a produção, créditos insuficientes e os efeitos nocivos à saúde causados 
pelos produtos herbicidas utilizados na erradicação da coca.
Os fazendeiros da região de Cochabamba, na Bolívia, decidiram manter o cultivo da 
planta porque, além de a coca ser uma planta mais robusta que outras, necessitando de 
menos cuidados, menos agrotóxicos, sacolas plásticas etc., a técnica de cultivo já era 
bastante familiar aos povos da região. Os investimentos são quatro vezes mais baratos 
em relação ao cultivo da banana e custam vinte vezes menos que os relativos a pimen-
tas. Além disso, a despesa envolvendo uma nova plantação só aparece após quaren-
ta ou sessenta anos, e aquela relativa às ferramentas, apenas depois de três ou cinco 
anos, vantagens significativas para os fazendeiros que têm pouco capital disponível.
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Os 12 mil hectares reservados por lei à plantação legal de coca na Bolívia (desti-
nados à mastigação, indústria farmacêutica, chás etc.) contrastam com cerca de 30 
mil hectares efetivamente cultivados. A maior parte da coca plantada é destinada a 
abastecer o mercado ilegal da cocaína. As medidas de combate ao cultivo excedente 
de coca na Bolívia, embora tenham sido mais significativas nos últimos anos, ainda 
são insuficientes para conter o tráfico ilícito da planta. Essa realidade configura clara-
mente o conflito existente entre a cultura e o tráfico.
Por outro lado, a possível erradicação da folha de coca nas regiões andinas e ama-
zônicas pode ter consequências graves, não só por se tratar de uma forma de agres-
são às práticas culturais tradicionais, mas também por eliminar a possibilidade de 
subsistência de muitas famílias que dependem do cultivo da folha de coca.
Permanece no contexto político sul-americano com governo de esquerda apenas a Vene-
zuela (com Nicolas Maduro, dando sequência ao chavismo mesmo que a duríssimas penas). 
O Uruguai elegeu um presidente de direita (em novembro, no mesmo mês em que Evo Mo-
rales (presidente de esquerda da Bolívia) pediu exílio no México após vencer pela 4a vez as 
eleições locais.
1.3. AtuAlIdAdes e questões mAIs crítIcAs nA AmérIcA lAtInA (em 
especIAl nA pobre AmérIcA centrAl)
• A Questão da Miséria;
• As Economias Frágeis;
• O Aquecimento Global;
• Novas Tecnologias e Perdas de Postos de Trabalho;
• A Nova Diáspora Migratória;
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1.3.1. A Questão da Miséria e das Fragilidades Econômicas
Segundo a CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe, braço da ONU 
que promove estudos econômicos e sociais para a região, estima-se que em 2018 29% dos 
latino-americanos viviam na pobreza e 10% na pobreza extrema, uma porcentagem quase 
idêntica à de anos anteriores. São 184 milhões de pessoas, dos quais 62 milhões vivem na 
indigência, no limite da subsistência, situado em dois dólares por dia. Estes indicadores, ou 
seja, de queda na pobreza ao longo das duas últimas décadas foram bastante positivos, ou 
seja, houve de fato uma forte retirada de pessoas da pobreza na América Latina, mas atual-
mente considera-se que em grande parte do continente os Governos perderam a força em 
manter o ritmo de retirada de população da pobreza e da miséria.
Elucidando melhor tal questão destaco matéria do portal do Jornal O Globo de 15/01/2019. 
Em: https://oglobo.globo.com/economia/taxa-de-pobreza-atinge-184-milhoes-de-pesso-
as-na-america-latina-revela-cepal-23374086
Taxa de pobreza atinge 184 milhões de pessoas na América Latina, revela Cepal
Relatório mostra ainda que 62 milhões de latino-americanos vivem em condições de ex-
trema pobreza
SANTIAGO - A pobreza extrema afetou mais de 10% da população da América Latina (AL) 
em 2017, estimou na terça-feira umrelatório da Comissão Econômica para a América Latina 
e o Caribe (Cepal). São os piores dados desde 2008, e resultam do fraco desempenho das 
economias regionais.
A taxa de pobreza extrema passou de 9,9% em 2016 para 10,2% da população em 2017, 
o equivalente a 62 milhões de latino-americanos, enquanto a taxa de pobreza — medida pela ren-
da — permaneceu estável em 30%, ou 2% da população, equivalente a 184 milhões de pessoas.
“A proporção de pessoas vivendo em extrema pobreza continuou a crescer, seguindo a 
tendência observada desde 2015”, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e 
o Caribe (Cepal) ao apresentar seu relatório anual “Panorama Social da América Latina” na 
capital chilena.
— Embora a região tenha alcançado avanços importantes entre a década passada e a me-
tade da década atual, houve contratempos desde 2015, especialmente em termos de extrema 
pobreza — disse Alicia Bárcenas, secretária executiva da Cepal, em entrevista coletiva.
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De acordo com as projeções da entidade, em 2018 a pobreza cairá para 29,6% da popula-
ção, o que equivale a 182 milhões de pessoas (dois milhões a menos que em 2017), enquanto 
a taxa de pobreza extrema permanecerá em 10,2%.
O Uruguai é o país com o menor percentual de pobreza, com 2,7% de sua população viven-
do nessa condição — enquanto o governo do próprio país aumenta esse número para 7,9%, 
como resultado de pensões e transferências recebidas por famílias de baixa renda. O mesmo 
ocorre em países como Costa Rica (15,1%) e do Panamá (16,7%).
Ele é seguido pelo Chile, com 10,7% (contra 8,6% da medição oficial). Esta redução foi as-
sociada ao aumento da renda do trabalho em domicílios com menos recursos
O Brasil, que sai de uma recessão, atingiu uma taxa de pobreza de 19,9%, segundo as es-
timativas da Cepal, que não fornecem dados sobre a Venezuela
Associa-se a este fato também o fato de que nos últimos 10 anos, mais ou menos, as eco-
nomias na América Latina perderam ritmo de crescimento, com grandes países como a Ar-
gentina vivendo sempre em rota de crise (e o Brasil em menor escala). Para se ter uma ideia, 
estima-se que apenas em 2017 (em cenário que se seguiu pior ainda em 2018), o PIB – Produ-
to Interno Bruto venezuelano tenha regredido em 15 por cento, com uma inflação de mais de 
2.000% ao ano. No caso brasileiro, somando as perdas das Crises de 2015 e 2016, experimen-
tamos uma perda de quase 8 por cento no PIB, isto em apenas 2 anos, nesta que pode ser con-
siderada como a nossa pior crise em termos numéricos de perdas no PIB em todos os tempos 
- e sobre tal assunto veremos de forma esmiuçada em nossa aula de Atualidades do Brasil.
No fundo, a América Latina sempre foi a região com as economias mais voláteis do mun-
do, isto hoje é um fato consumado. Há períodos de expansão e prosperidade que são subita-
mente substituídos por outros de estancamento, miséria e piora em índices socais.
Esses ciclos de ápice e queda costumam ser determinados pelos preços internacionais 
das matérias primas que a região exporta, e pela disponibilidade de empréstimos e investi-
mentos que vêm de fora. Quando os preços do petróleo, cobre, café, soja etc., sobem no mer-
cado mundial, a América Latina prospera. Quando caem, empobrece. Esta é atônica de nossa 
dependência em commodities*, sendo que tais produtos encontram-se em franca queda em 
seus preços ao longo dos últimos anos. O mesmo ocorre com bancos e empresas estrangei-
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ras que quando investem e abrem crédito, fazem as economias latino-americanas melhora-
rem. Já quando os empréstimos e investimentos estrangeiros cessam (e isso acontece com 
frequência ao mesmo tempo em que os preços das exportações baixam) vem uma derrocada: 
desvalorização, inflação, desemprego, suspensão de programas sociais e quebras de ban-
cos e empresas. Naturalmente, os Governos latino-americanos também são responsáveis por 
não fazer com que suas economias sejam menos vulneráveis às oscilações internacionais. 
Mas é justo reconhecer que não é fácil neutralizar o impacto de um enorme choque econômi-
co externo.
* COMMODITIES: Produtos primários minerais e agrícolas, tais como soja, milho, petróleo e 
ferro (sem qualquer nível de manufatura) de uso global e que são taxados em bolsas de valo-
res específicas, tais como a de Seul, Amsterdã e Chicago
1.3.2. A Mudança Climática
É fato que, muito provavelmente por ser uma intempere global, nenhuma região escapará 
dos efeitos do aquecimento global, mas segundo a Organização das Nações Unidas, a Améri-
ca Latina é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças do clima, as quais continuarão au-
mentando em frequência, força, fatalidades e custos. As razões dessa alta vulnerabilidade do 
território vão da geografia às condições socioeconômicas e a demografia. A América Latina 
é a região mais urbanizada do planeta: 80% de seus habitantes vivem em cidades, onde a po-
breza é uma realidade gritante que se traduz em casas muito precárias e estruturas urbanas 
as quais qualquer tipo de intempere forma o caos. A corrupção também aumenta a fragilidade 
da região diante da mudança climática – sendo frequente, por exemplo, que funcionários in-
cumbidos de fiscalizar as estruturas locais autorizem construções inadequadas e façam vista 
grossa às violações de leis urbanísticas em troca de propinas.
A mudança climática trará muito provavelmente os choques externos mais transformado-
res que a América Latina já viveu. Mudarão onde e de que vivem os latino-americanos, o que 
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produzem e o que gastam. E quais serão os conflitos domésticos e internacionais que preci-
sarão enfrentar.
1.3.3. A Revolução Digital e o Emprego
Tais pressupostos do mundo moderno: inteligência artificial, big data, robótica, block-
chain, computação quântica e redes neurais são os campos onde as revoluções tecnológicas 
mudam o mundo hoje em dia de forma impactante.
As possibilidades que essas novas tecnologias abrem são maravilhosas. Mas os pro-
blemas que apresentam também são enormes. Importante efeito indesejável da revolução 
digital é a possibilidade de destruir muitos postos de trabalho existentes, sem antes criar 
outros novos. Assim, na América Latina o impacto da automação sobre o mercado de trabalho 
deverá ser ainda mais forte. De acordo com a ONU, nas próximas décadas dois em cadatrês 
empregos formais na América Latina serão automatizados. O choque externo produzido pela 
revolução digital pode ser tão determinante como o da mudança climática.
1.3.4. A dIásporA nA AmérIcA centrAl
A associação a contextos de letargia econômica, desemprego, pobreza e violência, resultou 
em uma fuga contínua (que vem ocorrendo, bem verdade, desde a década de 1980, e que se es-
tende por 2019/2020 de forma ainda mais aguda) de população da América Central. População 
basicamente de países tais quais; Guatemala, Honduras, El Salvador, entre outros… que migra 
rumo aos Estados Unidos (e que em menor escala já atinge o México também). Destaca-se 
que uma eclosão de gangues urbanas e milícias rurais ao longo destas duas últimas décadas 
colocou os países da América Central no topo do ranking global de violência: El Salvador e 
Honduras se revezam na liderança desta carnificina em 2019, com média de número de homi-
cídios por grupo de 100.000 habitantes aproximadamente 3 vezes acima da média do Brasil.
Matéria extraída do New York Times, publicada na versão on-line do Jornal Gazeta do 
Povo, em 22/10/2018, demonstra a real dimensão deste cenário de fuga na América Central. 
Leia abaixo:
em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/america-central-ignora-campanha-contra-
-migracao-feita-pelos-estados-unidos-2ekdtlioj20c06qds1mnjk78y/
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América Central ignora campanha contra migração feita pelos Estados Unidos
Pobreza extrema, falta de oportunidades e violência de gangues levam moradores de El 
Salvador, Honduras e Nicarágua a tentar fazer a travessia rumo aos EUA
Seis meses atrás, o marido de Liset Juárez arrumou algumas roupas em uma pequena 
sacola, abraçou seus três filhos, despediu-se e partiu em uma viagem de mais de 1.900 quilô-
metros até os Estados Unidos. Foi sua sexta tentativa de tentar cruzar a fronteira ilegalmente 
para encontrar trabalho.
O casal pegou emprestado com um amigo o equivalente a quase US$13 mil para pagar 
um traficante de pessoas pela viagem. Juárez disse que seu marido estava ciente dos perigos 
– contrabandistas inescrupulosos, travessias perigosas pelo deserto e a possibilidade de ser 
sequestrado por cartéis de drogas mexicanos –, mas sentiu que tinha poucas alternativas na 
Guatemala, onde havia feito várias dívidas depois que seus negócios fracassaram.
“O que podemos fazer?”, perguntou Juárez no final de setembro, falando por meio de um 
tradutor. “Temos que alimentar nossos filhos.” Ela se recusou a dar o nome do marido, por 
medo de que ele fosse preso nos Estados Unidos por agentes de imigração e alfândega
O marido de Juárez está entre os milhares de guatemaltecos que vêm ignorando uma 
campanha com mensagens em outdoors e propagandas de rádio e TV feita pelos Estados 
Unidos e por governos da Guatemala que alertam contra a perigosa jornada para os EUA.
Milhares de pessoas, incluindo famílias inteiras, vindas das terras altas do oeste da Gua-
temala – uma área remota, rural e empobrecida, com uma população indígena de língua maia 
– fizeram a jornada rumo ao norte, em busca de trabalho e uma vida melhor.
No ano passado (2017), 42.757 guatemaltecos acabaram presos ou parados na fronteira 
dos Estados Unidos com o México, segundo dados do serviço de Alfândega e Proteção de 
Fronteiras. Eles foram responsáveis por quase metade de todos os migrantes que tentaram 
entrar nos Estados Unidos com seus parentes. E os números estão aumentando. Dois anos 
atrás, pouco menos de um terço das famílias paradas na fronteira eram guatemaltecas.
Entrevistas com dezenas de pessoas em Concepción Chiquirichapa, uma cidade de quase 
dez mil habitantes, com um mercado público vibrante, revelaram que quase todo mundo tem 
algum membro da família – ou conhece alguém com parentes – nos Estados Unidos.
A razão para a diáspora é simples, segundo os moradores: a extrema pobreza.
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Pobreza crônica
Cerca de 76% da população das terras altas do oeste da Guatemala está empobrecida e 
67% das crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição crônica, de acordo com a 
Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid).
Mais de um milhão de guatemaltecos nas áreas rurais da região não possuem eletrici-
dade. Muitos têm pouco ou nenhum lucro com o café, o milho, o  feijão e outros produtos 
agrícolas que cultivam, por causa do constante declínio dos preços. Somente a produção de 
café caiu seis por cento desde o ano passado, segundo o Departamento de Agricultura, e os 
pequenos agricultores não conseguem cobrir seus custos.
Além disso, os moradores citam o tráfico de drogas, a corrupção generalizada no governo 
local e a extorsão que sofrem de gangues como motivos para sua decisão de deixar cidades 
e vilas nas terras altas do oeste. “Temos que criar melhores oportunidades para as pessoas, 
para que possam ficar em casa”, afirma Víctor Manuel Asturias Cordón, que dirige o Programa 
Nacional de Competitividade (Pronacom), uma agência do governo guatemalteco que promo-
ve o desenvolvimento econômico.
América Central ignora campanha contra migração feita pelos Estados Unidos. Pobreza 
extrema, falta de oportunidades e violência de gangues levam moradores de El Salvador, Hon-
duras, Guatemala e Nicarágua a tentar fazer a travessia rumo aos EUA.
Seis meses atrás, o marido de Liset Juárez arrumou algumas roupas em uma pequena 
sacola, abraçou seus três filhos, despediu-se e partiu em uma viagem de mais de 1.900 quilô-
metros até os Estados Unidos. Foi sua sexta tentativa de tentar cruzar a fronteira ilegalmente 
para encontrar trabalho.
O casal pegou emprestado com um amigo o equivalente a quase US$13 mil para pagar 
um traficante de pessoas pela viagem. Juárez disse que seu marido estava ciente dos perigos 
– contrabandistas inescrupulosos, travessias perigosas pelo deserto e a possibilidade de ser 
sequestrado por cartéis de drogas mexicanos –, mas sentiu que tinha poucas alternativas na 
Guatemala, onde havia feito várias dívidas depois que seus negócios fracassaram.
“O que podemos fazer?”, perguntou Juárez no final de setembro, falando por meio de um 
tradutor. “Temos que alimentar nossos filhos.” Ela se recusou a dar o nome do marido, por 
medo de que ele fosse preso nos Estados Unidos por agentes de imigração e alfândega.
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O marido de Juárez está entre os milhares de guatemaltecos quevêm ignorando uma 
campanha com mensagens em outdoors e propagandas de rádio e TV feita pelos Estados 
Unidos e por governos da Guatemala que alertam contra a perigosa jornada para os EUA.
Milhares de pessoas, incluindo famílias inteiras, vindas das terras altas do oeste da Gua-
temala – uma área remota, rural e empobrecida, com uma população indígena de língua maia 
– fizeram a jornada rumo ao norte, em busca de trabalho e uma vida melhor.
No ano passado (2017), 42.757 guatemaltecos acabaram presos ou parados na fronteira 
dos Estados Unidos com o México, segundo dados do serviço de Alfândega e Proteção de 
Fronteiras. Eles foram responsáveis por quase metade de todos os migrantes que tentaram 
entrar nos Estados Unidos com seus parentes. E os números estão aumentando. Dois anos 
atrás, pouco menos de um terço das famílias paradas na fronteira eram guatemaltecas.
Entrevistas com dezenas de pessoas em Concepción Chiquirichapa, uma cidade de quase 
dez mil habitantes, com um mercado público vibrante, revelaram que quase todo mundo tem 
algum membro da família – ou conhece alguém com parentes – nos Estados Unidos. A razão 
para a diáspora é simples, segundo os moradores: a extrema pobreza.
EUA buscam alternativas
Alarmados com o influxo de milhares de guatemaltecos na fronteira, as autoridades dos 
Estados Unidos começaram a procurar formas mais eficazes de conter o fluxo de migrantes.
No final de setembro, Kevin K. McAleenan, comissário do serviço de Alfândega e Proteção 
de Fronteiras, viajou para a Guatemala, Honduras e El Salvador – os três países que compõem 
a maior parte dos migrantes detidos na fronteira sudoeste. Na Guatemala, ele se reuniu com 
funcionários do governo, líderes de empresas e comunidades indígenas.
Segundo ele, apenas a aplicação da lei não pode impedir a migração de dezenas de mi-
lhares de guatemaltecos que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos.”Estou aqui para 
ouvir e entender as questões que vocês estão enfrentando para que possamos trabalhar jun-
tos”, disse a um grupo de autoridades guatemaltecas em um centro para onde os migrantes 
retornam após serem deportados pelo serviço de Imigração e Controle de Alfândegas.
McAleenan também visitou vários projetos financiados pela Agência para o Desenvolvi-
mento Internacional, incluindo uma instalação de processamento de café na Cidade da Gua-
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temala e uma fazenda em Quetzaltenango, a maior cidade do planalto ocidental, onde novas 
variedades de milho e outros vegetais estão sendo cultivados.
Reunido com vários líderes indígenas em uma mesa redonda em Quetzaltenango, McA-
leenan disse que entendia que a maioria das pessoas que saíam da região estava tentando 
encontrar trabalho.
Ele lembrou, no entanto, que cruzar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos é crime e 
alertou sobre contrabandistas que enganam migrantes desesperados, garantindo que eles 
podem permanecer nos Estados Unidos se chegarem com as famílias.
“Não há possibilidade de permanecer nos Estados Unidos se você trouxer uma criança 
e nem de ficar se estiver grávida”, disse McAleenan. “Precisamos continuar a fornecer infor-
mações precisas para que eles não façam essa jornada perigosa, onde enfrentam agressões 
físicas e sexuais.”
Os Estados Unidos devem gastar mais de US$200 milhões em projetos nas terras altas 
do oeste nos próximos anos para criar empregos e reduzir a pobreza, disseram autoridades. 
E, este ano, têm procurado impedir a imigração ilegal reprimindo duramente que as pessoas 
cruzem a fronteira – inclusive com a prática, agora extinta e amplamente condenada, de se-
parar as crianças imigrantes de seus pais detidos e de outros parentes.
Mensagem americana é ignorada
A campanha de mensagens, no entanto, passou em grande parte despercebida. Nove ou-
tdoors na região montanhosa do oeste da Guatemala, pagos pelo governo dos Estados Uni-
dos, alertam os migrantes em potencial sobre os perigos da viagem ao norte. As autoridades 
disseram que também colocaram anúncios em rádio e televisão com avisos adicionais, a um 
custo total de cerca de US$750 mil.
Em toda a Guatemala, Honduras e El Salvador, o governo dos Estados Unidos está gastan-
do cerca de US$ 1,3 milhão na campanha.
Entrevistas com mais de uma dúzia de pessoas na maior cidade do planalto guatemalteco 
e em várias cidades pequenas, porém, mostraram que poucos moradores viram ou ouviram 
as advertências. Muitas das pessoas entrevistadas disseram que, de qualquer maneira, não 
seriam persuadidas a ficar.
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Uma campanha de mensagens paralela e muito mais poderosa feita pelos traficantes de 
pessoas está ressoando de boca em boca.
Moradores disseram que veem propagandas diárias dos contrabandistas, ou coiotes, que 
prometem levá-los aos Estados Unidos. Em pelo menos uma estação de rádio comunitária 
de Quetzaltenango, os traficantes oferecem regularmente transporte e ajuda para financiar as 
viagens dos migrantes para o norte.
Os contrabandistas também são bastante ativos nas mídias sociais. Alguns promovem 
seus serviços no Facebook, oferecendo-se para levar os migrantes para qualquer lugar da 
“união norte-americana”.
A pedido de autoridades dos Estados Unidos, o governo guatemalteco começou a ofere-
cer recompensas para pessoas que entregam contrabandistas. No entanto, levá-las a fazer 
isso tem sido uma luta “Ninguém os entrega, porque dentro da comunidade eles não são 
vistos como pessoas ruins”, explica Dora Alonzo, de 27 anos, que dirige uma organização em 
Quetzaltenango para impedir que crianças tentem migrar para os Estados Unidos. “Mas todo 
mundo sabe quem eles são.”
McAleenan, o comissário de Alfândega e Proteção de Fronteiras, disse que é cedo demais 
para julgar se a nova campanha de mensagens – em espanhol e línguas indígenas – funcio-
nou.”Temos que dar um tempo para ver se é eficaz para alcançar esse público e criar essa 
dissuasão”, afirmou ele.
Chegada confirmada
De volta a Concepción Chiquirichapa, Liset Juárez conta que seu marido finalmente che-
gou aos Estados Unidos depois de quase meia dúzia de tentativas. Ele planeja ficar três anos. 
Com o dinheiro que ganha como operário, ela explica que planejam pagar suas dívidas e eco-
nomizar para abrir outro negócio.
Perguntada se pretende se juntar ao marido nos Estados Unidos, ela balançou a cabeça 
negativamente. “Não posso abandonar meus filhos. Tenho três crianças que preciso susten-
tar aqui”.
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1.4. A unA sul X pró-sul
A UNA SUL: União das Nações Sul – Americanas (12 países, originalmente)
Embora não seja um bloco econômico, a UNA SUL origina-se basicamente da fusão dos 
países do Mercosul + CAN (Comunidade Andina das Nações), esteúltimo um bloco econômi-
co criado em 1969 pelo Protocolo de Cartagena.
A UNA Sul foi criada em 2008, em Brasília. Formou-se através da intenção de se forma-
lizar uma mútua de cooperação entre os países do subcontinente sul-americano com vistas 
a cooperações em setores como infraestrutura, energia, educação, transportes entre outros. 
Obteve êxito inicial à medida que havia um alinhamento entre quase todos países sul-ame-
ricanos em torno de governos de esquerda, isto entre o fim da década passada e também na 
entrada desta década.
Com o passar dos anos, contudo, uma série de países que tinham governos de esquerda 
mudaram os seus rumos político-ideológicos, indo novamente para a direita, tal qual o Brasil, 
a Argentina e o Chile. Sendo assim, a UnaSul se enfraquece, pois o seu propósito originário 
residia em torno de um alinhamento com base entre nações ideologicamente governadas pela 
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esquerda. Neste período, ocorre também o ocaso absoluto daquele que é considerado como 
sendo o país bastião das esquerdas na América do Sul: a Venezuela.
Por fim, para se discutir a crítica situação venezuelana, formou-se um fórum por parte de 
países de direita do continente - tais quais Brasil, Argentina, Colômbia (e até o Canadá se in-
cluiu, em um total de 14 participantes), denominado como Grupo de Lima: esta associação de 
países vem à luz no âmbito das relações internacionais regionais com vistas que por meio de 
uma agenda de reuniões e debates sejam buscados mecanismos que consigam dar solução 
ao drástico cenário de crise institucional e econômica que se arrasta faz anos na Venezuela. 
Visto isto, o Grupo de Lima origina também o embrião para a formação de um nova mútua dos 
países sul-americanos, a PRÓ-SUL, englobando apenas países com direcionamentos políti-
cos de direita.
Em Fevereiro de 2019, um acordo é formalizado no Chile com a presença do Presidente 
Jair Bolsonaro, resultando na formação do Pró-Sul, ou PronaSul. Consolida-se, por este, a di-
visão entre a Una-Sul e o Pro-Sul, sendo a primeira uma mútua mais antiga e agora esvaziada, 
a qual envolve os países ideologicamente à esquerda da América do Sul (atualmente apenas 
o Uruguai, a Bolívia e a Venezuela). Já a nova mútua, chamada PróSul (ou PronaSul), integra 
os países da direita, liderados pelo Brasil, Chile, Argentina* e Colômbia.
* Com a volta de um governo de esquerda na Argentina em 2020 (Presidente Aberto Fer-
nandez / vice Cristina Kischner), ocorre a possibilidade de que o país andino se volte à UNA-
-SUL.
Em suma:
Unasul (União de Nações Sul-Americanas): iniciado em 2008, reúne, além dos países do Mer-
cosul, Guiana e Suriname. Bolívia e Venezuela também são membros.
Pronasul (Foro para o Progresso da América do Sul): reúne Argentina*, Brasil, Chile, Paraguai, 
Peru, Colômbia, Equador e Guiana. Exclui Bolívia e Venezuela, governados por presidentes de 
esquerda.
* Com a volta de um governo de esquerda na Argentina em 2020 (Presidente Aberto Fernadez 
/ vice Cristina Kischner), ocorre a possibilidade de que o país se volte à UNA-SUL
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1.5. o mercosul
Formalizado pelo Tratado de Assunção de 1991, o Mercosul tem seu início conceitual um 
pouco antes disto, exatamente quando em meados da década de 1980, Brasil e Argentina ini-
ciam tratativas bilaterais frente à promoção de escalas mais liberalizadas de comércio entre 
ambos. Ou seja, a origem do Mercosul se deve à formação de uma Zona de Livre Comércio (ou 
ZLC) com base nos interesses bilaterais do Brasil e da Argentina.
Outro embrião importante do Mercosul se encontra na ALADI (Associação Latino-Ameri-
cana de Integração), um organismo intergovernamental criado em 1980, que deu continuidade 
ao que buscara pela Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), esta de 1960 
- ou seja, promover a expansão da integração da região com vistas a garantir seu desenvolvi-
mento econômico e social, tendo como ambiciosa meta finalística promover a criação de um 
mercado comum latino-americano.
• Membros do Mercosul:
Atualmente, o MERCOSUL possui 5 membros efetivos: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai 
e Venezuela.
Os 4 primeiros citados acima são os membros originais do bloco - que desde o Tratado 
de 1991 fazem parte efetivamente. Já a Venezuela, entrou no bloco em definitivo somente 
em 2012.
Há também os chamados membros associados - no caso Bolívia (desde 1996), Chile 
(1996), Peru (2003), Colômbia (2004), Equador (2004), Guiana (2013) e Suriname (2013).
Em dezembro de 2016, por infringir em torno de 75% dos tratados e 20% das normas de livre 
comércio, a VENEZUELA foi suspensa do bloco. Meses depois, em agosto de 2017, o país 
sofre nova medida SUSPENSIVA, dessa vez de cunho político, em função de se retalhar a for-
ma como o governo local e as forças oficiais trataram milhares de oposicionistas saídos às 
ruas da capital do país, Caracas, em protestos contra a formação da Assembleia Constituinte 
personificada por Nicolás Maduro. Mas, ainda assim, com DUAS SUSPENSÕES nas costas, 
segue a Venezuela como sendo um país membro efetivo do MERCOSUL, ok?
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• Os Estágios de Formação dos Blocos Econômicos
Para que entendamos a atual formatação do MERCOSUL, em conhecimento que servirá 
quando mais à frente falarmos sobre o contexto da UNIÃO EUROPEIA, vejamos como evoluem 
os blocos econômicos, as fases para a formação dessas modernas alianças e onde se encon-
tra em 2019 o Mercosul:
1ª Zona de Livre Comércio: é o primeiro estágio de um bloco. Ainda frágil, em termos de 
regras formais, mas revestido de protocolos de boa vontade acerca de se fomentar escalas 
liberalizadas de comércio entre os países. No caso do Mercosul, ocorre em fins da década de 
1980, entre Brasil e Argentina
2ª União Aduaneira (Tarifa Externa Comum): um avanço frente à Z.L.C. Regras mais rí-
gidas e formação de uma tarifa externa comum. Este é o estágio em que o MERCOSUL se 
encontra encaixado mais plenamente hoje em dia.
3ª Mercado Comum: Nessa fase deve ocorrer a integração de seus indivíduos, o que inclui 
a livre passagem, livre residência e completa queda de barreiras frente, por exemplo, ao livre 
ingresso nos mercados de trabalho. É interessante notar que o MERCOSUL ainda não con-
seguiu de forma plena ingressar nesta fase, pois, entre os países integrantes do bloco, ainda 
ocorrem barreiras burocráticas frente à plena liberalização do mercado de trabalho. Em ter-
mos de livre trânsito e residência, tais liberdades já se encontram garantidas (havendo, inclu-
sive, um passaporte único do MERCOSUL E PLACAS COMUNS DE CARRO ADOTADAS DESDE 
2019 em alguns estados do Brasil). Contudo, os entraves relativos a um mercado de trabalho

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