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APOSTILA DE FUNDAMENTOS DO DESIGN

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FUNDAMENTOS DO DESIGN 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Shirlei Miranda Camargo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta disciplina você terá contato com os principais conceitos, 
nomenclaturas e características, além de uma visão da situação atual do design 
no mundo e no Brasil. 
Alguns desses conteúdos você verá de maneira mais aprofundada em 
outras disciplinas. Por isso, o nosso foco aqui é fornecer para você uma ideia 
geral sobre o design, uma espécie de “menu degustação”. 
Especificamente nesta aula, vamos definir o que é o design, conhecer 
também um pouco de sua história e saber o que fazem os diferentes tipos de 
designers. 
CONTEXTUALIZANDO 
O design é uma atividade social. Isso porque os designers raramente 
trabalham sozinhos, isolados. Sempre estão respondendo a clientes, 
instituições, colaboradores, publicitários etc. Enquanto seu trabalho é exposto 
publicamente, muitas vezes eles permanecem anônimos (Armstrong, 2009). 
Isso quer dizer que, obviamente, tirando os grandes nomes do design, a 
maioria dos designers permanecem praticamente anônimos. No entanto, as suas 
obras não. Estão ao nosso redor, nos acompanhando, nos ajudando, nos 
divertindo o tempo todo. Duvida? 
Olhe em volta nesse momento. Praticamente tudo que você vê foi 
pensado por um designer: o seu smartphone ou computador; o sofá ou banco de 
ônibus em que você está sentando; o tênis que você está calçando; até esta aula 
que você está lendo tem o trabalho de um designer, que escolheu as cores, as 
fontes das letras, a capa etc. 
São praticamente infinitos os produtos/serviços que um designer pode 
criar. Viu como você fez uma boa escolha ao optar por esse curso? O design é 
um campo muito diversificado e em franca expansão. 
Antes de qualquer coisa, apesar de parecer meio óbvio, vamos “começar 
pelo começo”. Você realmente sabe o que é design? 
TEMA 1 – O QUE É DESIGN? 
Caro aluno, você precisa ter muito claro em sua mente o que é design. 
Afirmamos isso porque muitas pessoas confundem dois termos que são 
 
 
3 
relacionados, mas que têm significados completamente diferentes. Observe o 
anúncio da Figura 1. 
Figura 1 – Uso incorreto do termo design e designer em anúncio 
 
Fonte: Adaptado de WCinco, 2019. 
Observe a frase: “Parabéns design gráfico”. Ela está errada! Na verdade, 
o nome correto do profissional não é “design”, mas sim “designer”, assim como 
outros tipos de profissionais que têm a origem de seu nome no inglês e 
geralmente terminam com as letras “-er”: personal trainER, personal shoppER, 
personal organizER etc. 
Portanto, por exemplo, nunca fale: 
• Adoro o designer daquele carro. 
• Estou estudando designer na faculdade. 
Mas sim: 
• Adoro o design daquele carro. 
• Estou estudando design na faculdade. 
Uma explicação para essa confusão é que o termo “design” foi importado 
para o Brasil há relativamente pouco tempo, na década de 1960 (Cardoso, 2008). 
Com a confusão desfeita, vamos conhecer um pouquinho mais sobre a origem 
dessa palavra. 
Geralmente, no senso comum, quando alguém fala que algo tem design 
(e não faz a confusão mencionada anteriormente), a pessoa quer dizer que se 
 
 
4 
trata de algo bonito, atraente, moderno. No entanto, como Borges (2002) alerta, 
design é muito mais que isso: 
Não é uma maquiagem superficial, nem um enfeite que se acrescenta 
quando o produto está pronto, o chantilly ou a cereja em cima do bolo. 
Design tem a ver com o bolo todo: a farinha que será usada, o jeito de 
juntar e mexer os ingredientes, o tempo e a temperatura do forno, o 
sabor, quantos e quais recheios serão usados, e como ele será 
montado e decorado ao final. É, portanto, um processo de concepção 
integral dos produtos. 
Complementando, Cardoso (2008, p. 1) ensina que “design refere-se à 
concepção e à elaboração de projetos”. 
Esse mesmo autor ainda afirma que, apesar de ser uma palavra inglesa, 
sua origem está no latim designare, palavra que resulta em outras duas palavras: 
“desenhar” e “designar”. Veja que interessante: o trabalho do designer é 
justamente representar conceitos por meio de algum código de expressão visual 
(desenhar) e de conjugar processos capazes de dar forma a estruturas e 
relações (designar) (Cardoso, 2008). 
Como comentado anteriormente, pelo fato de essa palavra ser 
“importada”, obviamente tentaram traduzi-la para “desenho” aqui no Brasil, mas 
agora que você já conhece o conceito de design, perceba que não é uma 
tradução correta. Tanto é que, no espanhol, existem palavras diferentes para os 
profissionais dessa área: dibujador para “ilustrador” e diseñador para “designer”. 
Segundo o dicionário Oxford, a palavra design foi utilizada pela primeira 
vez no ano de 1588. O termo era definido como um plano desenvolvido pelo ser 
humano ou um esquema que podia ser utilizado; o primeiro projeto gráfico de 
uma obra de arte; ou um objeto das artes aplicadas ou que seria útil para a 
construção de outras obras (Bürdek, 2010). 
Atualmente, Hsuan-an (2018) define design como “uma atividade 
profissional que envolve toda a criação e o desenvolvimento de produtos a fim 
de atender às necessidades da população em favor de uma vida melhor e mais 
prazerosa”. Ou seja, o design sempre é ligado a algo útil. 
Sabendo bem agora o que é design, você já percebe que ele realmente 
está em todos os lugares? Que ele nos “persegue”? Como diria Bürdek (2010): 
“A vida das pessoas não é mais imaginável sem o design”. 
 
 
5 
TEMA 2 – BREVE HISTÓRIA DO DESIGN 
Nesta aula vamos ter uma “pincelada” sobre a história do design, apenas 
para você ir se ambientando, já que esse assunto será abordado também em 
outras disciplinas. 
Leia a frase a seguir: “Toda construção deve obedecer a três categorias: 
a solidez, a utilidade e a beleza”. Você sabe de quem é essa frase? De que ano 
ela é? É uma frase muito coerente, que pode ser relacionada ao design e bem 
atual, certo? Certo em partes, pois essa afirmação, por incrível que pareça, foi 
feita por Vitruvius, que viveu entre 80-10 a.C., ou seja, há mais de dois mil anos! 
Ele era um engenheiro/construtor que escreveu os primeiros e mais 
completos trabalhos sobre regras do projeto e da construção de que se têm 
notícia. O nome de sua obra é Dez livros sobre a arte da construção. 
Portanto, apesar de não ser sobre design, esse livro traz os fundamentos 
do funcionalismo, que veio a ressurgir pelas “mãos” do design apenas no século 
XX (Bürdek, 2010). Isso demonstra que o ser humano sempre se preocupou em 
fazer coisas úteis, mas bonitas também. 
Porém, o design como conhecemos hoje deu seus primeiros passos 
somente na Revolução Industrial, na metade do século XIX. 
Vídeo 
Se você não sabe ou não se lembra bem do que se tratou essa Revolução 
que mudou o mundo, assista ao vídeo a seguir. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Y1S7_OD9Viw>. 
Contudo, para entender melhor o surgimento do design propriamente dito, 
vamos dar alguns “passos” para trás, até a Revolução Industrial. Na época do 
movimento renascentista (movimento cultural surgido na Itália no século XIV que 
enfatizava o antropocentrismo, ou seja, a valorização do ser humano), havia uma 
diferenciação muito clara entre arte e artesanato (assunto que também veremos 
com mais detalhes em breve). 
Para os renascentistas, o artista era um intelectual, ao contrário do 
artesão, que era visto com certo desprezo. Porém, esse pensamento foi muito 
criticado anos depois pela arte moderna (outro movimento cultural que começou 
no final do século XIX). Nessa época, na Inglaterra, teóricos e artistas se 
reuniram e fundaram um movimento chamado de arts and crafts (“artes e 
ofícios”). 
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo355/arte-moderna
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo4986/arts-and-crafts
 
 
6 
Com a liderança de John Ruskin e William Morris, eles enfatizavam a 
importância do trabalho artesanaldiante da mecanização industrial e da 
produção em massa que a Revolução Industrial havia trazido. Eles produziam 
tecidos tingidos e estampados à mão, móveis, livros etc. Inclusive os padrões de 
Morris para papéis de parede são muito conhecidos e comercializados até hoje 
(Figura 2) (Enciclopédia Itaú, 2019). 
Figura 2 – Padrão de papel de parede de William Morris 
 
Crédito: Natata/Shutterstock. 
Mais tarde, surgiu outro movimento: a art nouveau (“arte nova”) que se 
caracterizava pelas formas orgânicas (observadas na natureza), femininas e 
ricas em detalhes. Esse movimento se desenvolveu entre 1890 e 1918 e, apesar 
de valorizar também os trabalhos manuais, utilizava-se da indústria ao fazer uso 
dos novos materiais que a Revolução Industrial trouxe, como ferro, vidro e 
cimento. 
Ou seja, ela integrou arte, lógica industrial e sociedade de massas, indo 
contra os princípios básicos da produção em série em uma época em que se 
pregava o uso de materiais baratos e com design inferior. A arquitetura, os 
móveis, os objetos e as ilustrações foram altamente influenciados por esse 
movimento, como você pode ver na Figura 3, que apresenta um objeto de vidro 
de Émile Gallé. O objetivo dos artistas e designers dessa época era colocar a 
beleza ao alcance de todos. 
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo909/art-nouveau
 
 
7 
Figura 3 – Vaso em vidro 
 
Crédito: Jules2000/Shutterstock. 
Outro evento que marcou o design foi o surgimento da escola Bauhaus, 
na Alemanha, em 1919, que teve como um dos seus principais nomes Walter 
Gropius. Esse movimento fortaleceu a ligação entre arte e indústria. A principal 
ideia tida pela Bauhaus era de que a forma artística deveria se originar na 
solução de algum problema, reforçando o pensamento de que forma e função 
devem “andar” juntos. Esse movimento também influenciou vários produtos, 
como mobiliários, tapeçarias, luminárias etc. 
Nomes como Marcel Breuer e Michael Thonet se destacaram e suas 
criações se tornaram clássicos utilizados até os dias de hoje. Por exemplo, a 
cadeira conhecida como modelo 214, criada por Thonet, em 1859, foi a primeira 
cadeira produzida em massa, e, devido ao seu design simples e funcional, 
continua na moda (Figura 4). 
https://www.shutterstock.com/pt/g/jules
 
 
8 
Figura 4 – Cadeira modelo 214, criada por Michael Thonet (1859) 
 
Crédito: Dr. Norbert Lange/Shutterstock. 
Outro exemplo é a cadeira Wassily (Figura 5), desenvolvida em 1925 por 
Marcel Breuer, que se tornou um ícone do design e é comercializada até hoje. 
Figura 5 – Cadeira Wassily, de Marcel Breuer (1925) 
 
Crédito: CC/DP. 
Enfim, como dito no início deste tema, você verá com mais profundidade 
a história do design em outras disciplinas; portanto, a ideia aqui era apresentar 
um panorama geral. 
 
 
9 
TEMA 3 – DESIGN DE PRODUTOS E DESIGN DE INTERIORES 
Como vimos no tema anterior, os movimentos que originaram o design 
eram amplos e acabavam por influenciar as concepções de móveis, objetos, 
ilustrações e arquitetura de sua época. O mesmo continuou acontecendo nos 
dias de hoje. Charlotte e Perter Fiell (1999, p. 6, grifo nosso) comentam sobre 
essa “amplitude” do design ao defini-lo como “[...] a concepção e planejamento 
de todos os produtos feito pelo homem [...]”. 
Se pensarmos em todos os produtos, percebemos que existe uma 
infinidade de áreas que criam produtos. Tal fato acaba por tornar o campo do 
design cada vez mais fracionado em muitas especialidades ditadas pelo 
mercado: design de produtos, de interiores, gráfico, editorial, de animação e de 
games, entre muitos outros. 
Neste tema, vamos abordar o design de produto e o design de interiores. 
3.1 Design de produtos 
Segundo Gomes Filho (2006), o design de produto é a especialidade que 
se preocupa em conceber, elaborar, desenvolver e fabricar um produto de 
configuração física geralmente tridimensional. 
Figura 6 – Design de produto 
 
Crédito: RAWPIXEL.COM/Shutterstock. 
Como você pode imaginar, existe uma enormidade de desdobramentos, 
como mostra o Quadro 1, em que na primeira coluna vemos o termo original em 
inglês e na segunda seu equivalente aqui no Brasil. 
 
 
 
10 
Quadro 1 – Especialidades/áreas de atuação do Design de produto 
Contexto 
internacional 
Equivalência aproximada Contexto nacional 
Industrial Design Design industrial 
Design de produto 
Object Design Design de objeto 
Public Design Design de equipamento urbano 
Furniture Design Design de mobiliário 
Automobile Design Design automobilístico 
Computer Design Design de computador 
Hardware Design Design de máquinas e equipamentos 
Packaging Design Design de embalagem 
Food Design Design de alimento 
Jewelery Design Design de joias 
Sound Design Design de sistemas de som 
Lighting Design Design de sistemas de iluminação 
Textile Design Design têxtil 
Fonte: Gomes Filho, 2006 p. 14. 
No entanto, podem-se agrupar essas especialidades em quatro grandes 
grupos: 
1. Produtos de uso (veículos, utensílios domésticos, eletrônicos, calçados, 
joias, embalagens etc.); 
2. Máquinas e equipamentos em geral (instrumentos, dispositivos, 
maquinário etc.); 
3. Produtos de componentes de ambiente em geral (produtos que compõem 
postos de trabalhos, posto de atividades etc.); 
4. Artigos do lar (cortinas, tapetes, roupas de cama etc.; possui grande 
interface com o design têxtil). 
Realmente, a área de design de produtos é enorme. Tem para todos os 
gostos. E você, já se identificou com alguma? Não tenha pressa, pois agora 
vamos aprender um pouco sobre o design de interiores. 
3.2 Design de interiores 
Gomes Filho (2006, p. 21) define design de interiores, chamado também 
de design de ambientes, como: “especialidade ou área de atuação que envolve 
a concepção de ambientes em geral: planejamento, organização, decoração e 
especificação de produtos (mobiliário, equipamentos, obras de arte e objetos em 
geral)”. 
Portanto é uma área que se preocupa com o layout espacial, ou seja, a 
distribuição de elementos em espaços, privados ou públicos, como residências, 
 
 
11 
comércios, indústrias, áreas de lazer, automóveis, navios etc. (Gomes Filho, 
2006). 
O design de interiores é tão antigo quanto a própria humanidade. Os 
antigos egípcios, mesmo os mais simples, já decoravam suas cabanas com 
mobiliário e enfeitavam as paredes com pinturas, esculturas e vasos. Os mais 
ricos usavam ornamentos de ouro luxuosos, demonstrando ostentação, domínio 
e poder sobre a demais população do antigo Império Egípcio (Portal Educação, 
2019). 
Como você deve ter percebido ao aprender o conceito de design de 
interiores, este acaba se sobrepondo a outras profissões, tanto é que muitas 
vezes é confundido com decoração ou arquitetura. 
O decorador é o profissional cuja função restringe-se à escolha de 
acessórios, móveis ou cores sem alterar fisicamente a obra. Por sua vez, o 
designer de interiores, além de poder fazer o trabalho do decorador, tem a função 
de distribuir adequadamente objetos em espaços internos seguindo normas 
técnicas de ergonomia, acústica, térmica e luminotécnica. Porém, não podem 
realizar qualquer alteração estrutural do ambiente, o que é atribuição do 
arquiteto ou engenheiro civil (Rizzo, 2013). 
Finalizando, atualmente vemos uma popularização do design de 
ambientes por dois motivos: o avanço da tecnologia, que trouxe um 
barateamento do preço dos materiais e também a automatização da fabricação 
de móveis. Ou seja, o design de interiores não está reservado somente para 
classes mais altas, pois ele está cada vez mais acessível (Portal Educação, 
2019). Assim sendo, é um campo que está a “todo vapor” e que oferece muitas 
oportunidades. 
TEMA 4 – DESIGN GRÁFICO E DESIGN DE EDITORIAL 
Agora vamos abordar mais dois diferentes tipos de design: design gráfico 
e design editorial. Você os conhece? Sabe a diferença? 
4.1 Design gráfico 
A palavra “gráfico” vem do grego graphein, quesignifica “escrever”, 
“descrever”, “desenhar”, e está ligada a outras palavras como grafar, grafismo, 
grafite, grafologia. Seu uso também está relacionado à tipografia, que surgiu com 
 
 
12 
a invenção da prensa para imprimir com tipos móveis, no século XV. Assim 
sendo, o termo gráfico é associado a vários processos de impressão, como 
gravura em madeira, metal, litografia, serigrafia, offset, entre outros métodos 
(Cardoso, 2008). 
Saiba mais 
Você conhece a história do surgimento da prensa móvel? Até ela ser 
inventada, o Oriente era muito mais avançado que o Ocidente. Contudo, depois 
da criação de Gutemberg, que foi seu inventor, isso mudou. Assista ao vídeo e 
conheça essa incrível história. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=qz_pQpG056I>. 
De acordo com Gomes Filho (2006, p. 21), design gráfico é uma 
especialidade do design que envolve a concepção, elaboração, desenvolvimento 
do projeto e execução de sistemas visuais de configuração formal (física ou 
virtual) geralmente bidimensional. Ou ainda, é uma área de atuação que tem por 
objetivo criar produtos visuais para resolução de problemas de comunicação que 
podem envolver tanto aspectos práticos como simbólicos. Para isso, trabalha-se 
tanto com elementos verbais como não verbais, que são veiculados em materiais 
impressos ou suportes digitais (Mazzarotto, 2018). 
No entanto, muitas pessoas confundem design gráfico com publicidade – 
e com razão – porque são áreas que se relacionam fortemente e acabam por se 
sobrepor. Contudo, existe uma divisão teórica: a publicidade planeja a 
mensagem, o conteúdo, as estratégias de comunicação. Já o designer gráfico 
dá forma visual a essa mensagem, utilizando cores, composições, tipografia. Se 
uma única pessoa – seja ela designer, seja publicitária – cria um anúncio, ela 
está fazendo os papéis das duas áreas, o que é bem comum (Mazzarotto, 2018). 
Resumidamente, design gráfico é o conjunto de atividades voltadas para 
a criação e a produção de objetos de comunicação visual impressos ou virtuais. 
O designer gráfico realiza essas atividades utilizando um suporte (papel ou 
espaço virtual), a tipografia (o visual das letras, números, caracteres) e os 
elementos visuais (imagens, traços, sombras, cores). As principais atividades 
desse designer são planejar, diagramar e ilustrar (Cardoso, 2008). 
O site Guia da Carreira (2019) traz alguns exemplos das atividades de um 
designer gráfico: 
a. Criação e produção de animações para o meio digital; 
 
 
13 
b. Criação de logotipos, marcas e embalagens; 
c. Definição da aparência e formato de páginas de jornais e revistas (cores, 
formatos, tamanhos e tipos de letras e de papel); 
d. Criação visual de sites, blogs, banners para a internet; 
e. Planejamento e desenvolvimento de anúncios, panfletos, cartazes e 
vinhetas para a TV. 
Contudo, como já foi comentando, o mercado foi “pedindo” que algumas 
atividades realizadas por designers fossem se tornando mais especializadas, e 
assim surgiram outras subáreas, como design de animação e design editorial, 
que vamos abordar na sequência. 
4.2 Design editorial 
Apfelbaum e Cezzar (2014) ensinam que design editorial é uma disciplina 
do design de comunicação (conhecido também por design de comunicação 
visual ou design gráfico) (Gomes Filho, 2006). 
Figura 7 – Design editorial 
 
Crédito: emka74/Shutterstock. 
Logo, ele é uma especialidade do design gráfico que realiza o projeto 
visual de uma edição (edição = planejamento de textos e imagens que compõem 
uma publicação) (Anderson, 2017). No entanto, apesar de ser “um braço” do 
design gráfico, é o setor que mais emprega os designers (Design your way, 
2019). Isso porque se trata de um campo interessante que combina composições 
inteligentes, layout e tipografia criativa resultando em uma solução harmoniosa 
(Design your way , 2019). 
 
 
14 
Os produtos realizados por um designer editorial são publicações 
periódicas como livros, revistas, jornais, agendas, cadernos, inclusive e-books 
(Anderson, 2017; Gomes Filho, 2006). Ou seja, o designer editorial, atualmente, 
não trabalha apenas com o “papel”. Logo, criar revistas, livros e jornais que serão 
veiculados tanto no papel como na tela de celulares e computadores está se 
tornando um grande desafio (Design your way, 2019). Isso leva os designers de 
editorial a se aprimorarem e entenderem de outras tecnologias e conhecimentos 
(por exemplo, design de experiência) (Gomes Filho, 2006). 
Figura 8 – Design editorial 
 
Crédito: ESTUDIO MAIA/Shutterstock. 
Além disso, o designer de editorial precisa ter um bom relacionamento 
interpessoal, pois é um profissional que se relacionará com fotógrafos, 
jornalistas, redatores, ilustradores, além de manter contato com gráficas e 
setores de acabamento (Anderson, 2017). 
Enfim, o designer de editorial desempenha um papel muito importante na 
forma como a informação é compartilhada, apresentada e compreendida. 
Especialmente, dada a última função, essa área pode realmente trazer alguma 
mudança importante à sociedade (Design your way , 2019). 
TEMA 5 – DESIGN DE ANIMAÇÃO E DE GAMES 
Agora, vamos falar dos “irmãos mais novos” do design: design de 
animação e de games, especialidades atuais e em alta no mercado. 
 
 
15 
5.1 Design de animação 
De acordo com Mogadouro (2013), animar significa “dar alma”. Logo, 
fazer uma animação é dar vida a algo, no caso um desenho, que não tem vida 
própria. O desenho de animação, portanto, é marcado pelo movimento: na 
representação de deslocamentos, ações, coreografias, com a função de 
demonstrar ideias, emoções (Wells; Quinn; Mills, 2012). 
Apesar de atualmente ser vinculada à tecnologia, a animação é bem mais 
antiga do que parece. Já na época das cavernas, os homens pré-históricos 
faziam seus desenhos estáticos parecerem estar em movimento ao desenhar 
animais com patas a mais, dando a sensação de que eles estavam correndo 
(Mogadouro, 2013), como você pode observar na Figura 9 feita na caverna de 
Altamira, na Espanha, um importante sítio arqueológico. 
Figura 9 – Pintura rupestre 
 
Crédito: NSP-RF/ Alamy/ Fotoarena. 
Porém, foi após o desenvolvimento da ótica e do surgimento da fotografia 
e do cinema que as primeiras técnicas de animação surgiram no final do século 
XIX (Mogadouro, 2013). 
Nos dias de hoje, o designer de animação é aquele que planeja e cria 
animações fazendo uso de técnicas tanto 2D (bidimensional) como 3D 
(tridimensional), além do stop motion (disposição em sequência de fotos 
diferentes de algo inanimado para simular movimento). É um profissional que 
 
 
16 
desenvolve produtos para diferentes finalidades e aplicações como cinema, 
televisão, publicidade, games e até ensino (Matias, 2017). 
No cinema, ele vai fazer curtas e longas metragens; na TV, criar vinhetas 
e aberturas de programas; na publicidade, elaborar comercias, e na educação, 
realizar animações para cursos de educação à distância, por exemplo (Matias, 
2017). 
No Brasil, o cenário para designers de animação tem sido promissor. Isso 
porque as animações brasileiras têm feito sucesso, logo, o número desse tipo de 
produção vem aumentando nas últimas duas décadas (Saga, 2018). 
O primeiro longa-metragem totalmente animado no computador aqui no 
Brasil, em 1996, foi Cassiopeia; desde então, a animação brasileira vem 
acumulando conquistas. Por exemplo, a animação O menino e o mundo escrito 
e dirigido por Alê Abreu, além de ter sido premiado no Festival de Annecy, 
principal evento de animações do mundo, foi também indicado ao Oscar no ano 
2016 como melhor animação (Saga, 2018). 
Vídeo 
Você já assistiu O menino e o mundo? Veja este trailer e, caso goste, você 
vai encontrar facilmente a versão completa na internet. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=6lFP8FVUwK8>. 
5.2 Design de games 
O mercado de games no Brasil é promissor também. O faturamento dos 
jogos virtuaisno país (considerando só video games e computadores) deverá 
subir de R$ 2,2 bilhões, em 2017, para R$ 3,2 bilhões em 2022, com uma taxa 
média de crescimento de 8,9% ao ano (Marques, 2018). 
Obviamente, esse mercado em expansão necessita de uma série de 
profissionais. Um desses profissionais é o designer de games, que é a pessoa 
que vai criar, planejar e desenvolver jogos em diferentes plataformas: 
computador, tablet, smartphone e video game (Rocha, 2019). 
Ou seja, como Salem, Tekinbaş e Zimmerman (2004) já ensinavam, um 
designer de game é um tipo específico de designer, muito parecido com outros 
tipos de designer, como o gráfico ou industrial, porém, não se trata de um 
programador ou gerente de projeto, apesar de muitas vezes assumir esses 
papéis na criação de um game. Seu foco é projetar o jogo, criando regras e 
 
 
17 
estruturas que resultarão em uma experiência para os jogadores. Enfim, um 
game designer não cria tecnologia, ele cria experiências. 
Complementando, Arruda (2014) afirma que design de games é o 
processo de construção e elaboração de jogos, ou seja, é decidir como um jogo 
vai ser. Isso envolve uma série de decisões: qual é a história do jogo, as 
personagens, as regras, as plataformas em que o jogo vai rodar, entre outras. 
Portanto, para “dar conta do recado”, é preciso criatividade, capacidade de 
inovação, organização e conhecimento da área. 
Além disso, como Fullerton (2014) afirma, tornar-se um game designer é 
um processo vitalício, que nunca termina, pois é uma área altamente tecnológica 
e que está em constante mudança, obrigando o profissional a estar 
continuamente se atualizando. 
Assim sendo, como alerta Arruda (2014) citando Chandler (2012), ser 
jogador é essencial para saber o que é bom é o que não é; o que dá certo ou 
não; mas é necessário também ter um grande domínio da área. 
Então, se você é um ótimo jogador e quer ser um designer de games, já 
está um passo à frente. No entanto, só isso não é suficiente. Você vai precisar 
estudar e estar sempre atualizado, mas pode ter certeza que isso compensa. 
Vídeo 
Assista a esta reportagem sobre o mercado de games no Brasil para ter 
uma ideia da dimensão desse mercado. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=C43rBRkBDDw>. 
TROCANDO IDEIAS 
Nesta aula vimos um grande número de especialidades do design: gráfico, 
de interiores, de games, animação, editorial. No entanto, existem muitas outras. 
Vamos pesquisar? Quais outras você encontrou? Qual delas lhe causou mais 
estranheza? 
NA PRÁTICA 
Aprendemos neste encontro que existem profissionais atuando em 
diversas especialidades do design. Mas como será que é ser um designer? 
Quais os pontos negativos e positivos? Leia o artigo “No dia do Design, 
profissional conta as dificuldades da profissão”, de Wellington Márcio de Lima, 
 
 
18 
disponível no link a seguir, faça uma reflexão e depois escreva, com base nesse 
texto e em sua opinião, os pontos positivos e negativos de ser um designer. 
Disponível em: <http://www.douranews.com.br/dourados/item/68974-no-dia-do-
design-profissio 
nal-conta-as-dificuldades-da-profiss%C3%A3o>. 
FINALIZANDO 
Então, gostou desta aula? Aprendeu coisas novas? Apostamos que você 
não sabia que os homens das cavernas já tentavam fazer animação em suas 
pinturas rupestres ou que cadeiras com um design de mais de 90 anos ainda 
fazem sucesso. 
Esperamos também que, além da evolução histórica do design, você 
tenha entendido bem o conceito de design e percebido que ele é muito mais 
amplo que apenas “um produto bonito”. Portanto, ser designer envolve resolver 
problemas, planejar, projetar. Além disso, você descobriu que existe um mundo 
de possibilidades para um designer trabalhar: em gráficas, fábricas, escritórios, 
cinema etc. Enfim, a ideia era abrir um “portal” para você dar uma “espiadinha” 
e conhecer esse mundo maravilhoso do design. 
 
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, F. S.; FIALHO, F. A. Conceito em construção: considerações sobre a 
definição oficial de design gráfico ao longo dos anos. Projetica, v. 8, n. 2, p. 83-
96, 2017. 
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<https://en.calameo.com/read/00539735858709aa3f0d4>. Acesso em: 14 ago. 
2019. 
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print, web, and mobile. Beverly: Rockport Publishers, 2014. 
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Francisco: Chronicle Books, 2009. 
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tekne. São Paulo: Bookman, 2014. 
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Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/ 
termo3179/design>. Acesso em: 14 ago. 2019. 
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em: 14 ago. 2019. 
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em: <https://www.designyourway.net/blog/design/editorial-design/>. Acesso em: 
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innovative games. Natick: AK Peters/CRC Press, 2014. 
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Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR, 12 mar. 2013. 
Disponível em: <http://www.caupi.gov.br/?p=3217>. Acesso em: 14 ago. 2019. 
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ciencia/mercado-de-games-no-brasil-deve-faturar-us-803-milhoes-em-2022-2109 
2018>. Acesso em: 14 ago. 2019. 
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2017. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/blog/pordentrodas 
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remuneração. G1, São Paulo, 7 jan. 2019. Disponível em: 
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WELLS, P.; QUINN, J; MILLS, L. Desenho de animação. São Paulo: Bookman, 
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WCINCO. [Peça publicitária]. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-
Cw7vMCjUXQs/VFotscs6_TI/AAAAAAAAYNs/ktrm6CaIjNY/s1600/05.11%20-
%20WCINCO%5B3%5D.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DO DESIGN 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Shirlei Miranda Camargo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Futuro designer,nesta aula, você terá uma visão ampla do design, no 
Brasil e no Mudo. Começaremos falando sobre a globalização que influenciou 
profundamente o design; seguimos conhecendo os países que se destacam em 
relação ao design (os mais premiados) e finalizamos com os maiores nomes da 
atualidade: internacionais e nacionais. Espero que você se inspire, se dedique 
bastante ao longo do curso para, quem sabe, em breve, ver seu nome em uma 
destas listas! 
CONTEXTUALIZANDO 
O design passa por um grande momento! Muitas empresas estão 
contratando diretores de design e investindo em centros de design e inovação. 
Além disso, várias escolas de negócios e design de alto nível estão utilizando 
programas interdisciplinares para ajudar os executivos alunos de MBA a 
pensarem mais como designers e vice-versa. Isso porque, como Chandler et al. 
(2017) ensinam: “Os negócios quase sempre são melhores por conta do design”. 
TEMA 1 – DESIGN NO MUNDO E NO BRASIL 
Vivemos em um momento de constante evolução e mudança, em que as 
tecnologias estão cada vez mais abundantes, a sociedade mais complexa e as 
empresas tentando sobreviver. Nesse cenário, o design, como as demais 
profissões, também vem mudando suas características e metodologias, 
deixando de focar apenas no produto, para olhar, também, um horizonte bem 
mais amplo (Vogt, 2017). 
De acordo com Bürdek (2018), o termo produto evoluiu e hoje pode ser 
considerado, por exemplo, um serviço ou até um evento. Atualmente, as 
organizações no mundo todo reconhecem o valor estratégico do design (Bürdek, 
2018). 
Boa parte disto pode ser atribuída à globalização. Globalização foi o 
fenômeno que fez aumentar as relações entre os países intensificadas 
principalmente pelo avanço tecnológico. Os reflexos da globalização, no Brasil, 
aconteceram em meados da década de 1990 repercutindo também no design. 
Como o designer brasileiro De Moraes em 1997 já afirmava, a grande mudança 
http://fortune.com/author/clay-chandler/
 
 
3 
foi que, com a globalização, os mesmos produtos tinham que ser 
comercializados em diversos países ao mesmo tempo. 
Conforme o referido autor, isso levou os designers a deixarem de lado 
referências unicamente regionais, tornando-as mais sutis, discretas, a fim de que 
seus produtos pudessem competir globalmente e serem utilizados por pessoas 
de diversos lugares. Porém, isso não significou o extermínio de produtos 
regionais, os quais continuaram em forma de artesanato ou com suas 
características “diluídas”. 
As empresas começaram a reconhecer o design como uma forma para 
alcançar esse novo público internacional e, assim, se diferenciar dos demais 
obtendo uma vantagem competitiva (Landim, 2010). Portanto, com a 
globalização, o design também passou a ser um fenômeno mundial (Landim, 
2010) e criar os produtos globais se tornou um grande desafio para os designers 
(De Moraes, 1997). 
Landim (2010) ainda comenta que, no Brasil, as poucas empresas que 
investem em design se destacam, mas a grande maioria ainda não o faz. A 
autora afirma que, mesmo 40 anos depois da fundação dos primeiros cursos de 
design no Brasil, a área ainda é pouco conhecida por grande parte da população 
brasileira. E para aquela pequena parte da elite que já a conhece, o design é 
pouco explorado. 
Isso leva a existência de problemas crônicos de design no dia a dia do 
brasileiro: nos transportes, na saúde, nos equipamentos urbanos em geral 
(Landim, 2010). O que é um absurdo, já que o design possui uma variedade de 
campos e métodos justamente para auxiliar na resolução de muitos problemas 
(Vogt, 2017). A autora Vogt (2017) acredita que isso é por que, no Brasil, ainda 
termos uma visão focada em produto, na qual o designer tem um papel de “criar 
a forma das coisas”, nada mais que isso. 
De acordo com ela, esse conhecimento superficial do design pode ser 
consequência, em partes, da época em que o design foi implementado no Brasil 
e de como foi e é trabalhado nas empresas. No nosso país, a melhor oferta e o 
melhor preço garantem uma boa fatia do mercado. Dessa maneira, o design é 
relegado, quando existe na empresa, como um auxiliar do departamento de 
marketing, não sendo utilizado estrategicamente. Isso faz com que o designer 
se torne uma ferramenta braçal, sem questionar ou ser questionado se aquela 
solução é a melhor para a resolução de algum problema ou ainda, se realmente 
 
 
4 
existe um problema a ser solucionado, se há uma necessidade real de nosso 
cliente (Vogt, 2017). 
Mas, como nos vimos, o papel do designer vai muito, pois ele resolve 
problemas, cria soluções e não apenas serve para deixar “as coisas bonitas”. 
TEMA 2 – PAÍSES QUE SE DESTACAM EM DESIGN 
Anualmente, é divulgado o ranking mundial de design: World Design 
Rankings (WDR). O WDR tem como objetivo fornecer dados e informações a 
jornalistas e economistas sobre a indústria do design, destacando os bons 
profissionais e seus trabalhos em cada país. O ranking é feito por meio da 
colocação (acumulativa desde 2010) dos projetos individuais dos designers de 
cada país no A’Design: um renomado prêmio internacional. Os trabalhos são 
pontuados entre Platinum, Ouro, Prata, Bronze e Ferro (Mattos, 2016). 
Figura 1 – Ranking Mundial do Design 
 
Fonte: World..., 2018. 
Como podemos ver na Figura 1, o Brasil ficou com a 11ª posição em 2018, 
uma pequena melhora em relação a 2017, em que estava na 12ª posição. 
Contudo, ele já esteve em posições melhores, como em 2016 e 2015, quando 
ocupou, respectivamente, a 9ª e a 8ª posição (Mattos, 2016; 2017; 2018; 2019). 
 
 
5 
Por que será que o Brasil está nessa posição? Vamos analisar os primeiros 
colocados e tentar entender? 
Estados Unidos 
Uma possível justificativa para os Estados Unidos estarem em primeiro 
lugar nesse ranking pode ser o consumismo exacerbado que insaciavelmente 
exige novidades. E tal visão tem uma origem histórica. 
O impulso do design nos EUA ocorreu por conta da crise econômica de 
1929 que arruinou as finanças do país. Para superar a crise, o governo tentou 
estimular o consumo utilizando o design para tornar os produtos mais atrativos. 
Surgia o movimento chamado de Styling, focado principalmente na estética, o 
qual se diferenciava do design europeu que possuía aspectos mais 
funcionalistas (Andrioli; Galafassi, 2015). 
Depois da Segunda Guerra, surgiu o American Way of Life (modo de vida 
americano) que incentivou o consumo em massa em todas as classes sociais. 
Nesse contexto, a televisão recém-chegada teve papel fundamental. Esse 
consumismo espalhou-se pelo globo e tornou-se um jeito de viver não só dos 
americanos, mas do mundo todo (Andrioli; Galafassi, 2015). 
Esse histórico se refletiu na nossa atualidade. De acordo com Flinchum 
(2008), o design americano se preocupa em fornecer soluções práticas de curto 
prazo, ao contrário dos europeus que dão ênfase a tradição. Segundo o autor, 
parte disso está na visão otimista de que o futuro fornecerá melhores soluções 
(novos materiais, processos e conhecimentos). 
Obviamente a desvantagem disto é uma negligência com o meio ambiente 
e uma sensação que tudo está disponível e que a cada ano se podem mudar as 
coisas (ex.: renovar os eletrodomésticos da casa, trocar de carro, de celular etc. 
A vantagem foi uma explosão de design livre da tradição e uma crença de que 
algo popular não é necessariamente “ruim” (FLINCHUM, 2008). Isso porque, 
para se “dar conta” dessa renovação constante, o design tradicional tem que dar 
lugar a um design popular, com custos menores. 
Como Flinchum (2008) comenta, dessa “descartabilidade” e 
“popularidade”: “a cultura americana é, em geral, popular”. Se, por vezes, algo é 
“um pouco vulgar, um pouco malfeito, derivado, ou banal – não se preocupe 
alguma coisa acontecerá a qualquer momento”. 
 
 
6 
Figura 2 – 1959 Cadillac Coupe de Ville, modelo que representa o ponto alto do 
design e luxo dos carros americanos.Crédito: James R. Martin/Shutterstock 
China 
Assim como a sua economia, o design da China está ganhando 
proporções mundiais (Globalizado..., 2014). A China tem passado por uma 
terceira abertura para o mundo relacionada ao grande desenvolvimento que a 
tornou a segunda economia mundial. Além disso, os estrangeiros estão “de olho” 
na China em busca de seu imenso mercado consumidor (a população da China 
representa 22% da população mundial). 
Por outro lado, a China também quer exportar seus produtos Designed 
(não apenas Made) in China para o mundo. Isso leva a uma necessidade de que 
os profissionais locais se tornem versáteis também nos padrões internacionais 
do design (Porto, 2011). 
Nesse cenário, o design acabou virando algo estratégico para o governo 
Chinês. De acordo com Buso (2016), a CIDA (China Industrial Design 
Association) possui um orçamento de aproximadamente 150 milhões de dólares 
para promover seu design. Além disso, o governo Chinês insere o design nas 
ações de políticas públicas em todo o país, ou seja, os investimentos em design 
são pesados. 
Em 2006, a revista Macau já sinalizava o tsunami Chinês: 
Uma revolução silenciosa toma corpo no mundo do design da China[...] 
É nas escolas de design da China, de onde saem todos os anos cerca 
de dez mil designers de “canudo” na mão, que está a geração que vai 
mudar tudo [...] Para reforçar, o designer australiano Ken Cato, com 
larga experiência no mercado chinês, aposta nos jovens formados no 
estrangeiro que estão a regressar à China: “Eles farão a diferença! 
(Design..., 2006). 
 
 
7 
Ou seja, “um mar” de designers sendo formados fora e dentro do país e 
os investimentos pesados do governo no design que é considerado estratégico 
levaram a China a estar na segunda posição do ranking global de design. 
Figura 3 – Modern Chinese Ming Chair 
 
Crédito: Dandesign86/Shutterstock 
Japão 
Como Foes (2006) afirma “os designers japoneses projetam hoje para 
atender as necessidades mundiais de amanhã. ” No entanto, nem sempre foi 
assim. Antigamente os japoneses copiavam e exportavam o design ocidental. 
Mas graças a um constante incentivo do governo e a grande competitividade das 
empresas privadas japonesas, o design japonês evoluiu. E foi essa competição 
que tornou os produtos japoneses extremamente competitivos no mercado 
internacional, ajudando o país a se reerguer depois da Segunda Guerra Mundial 
(Foes, 2006). 
Mais recentemente, o objetivo das empresas japonesas era criar produtos 
que proporcionassem prazer, alegria e se adaptassem à sensibilidade do 
consumidor. Pensando nisso, as empresas investiram pesadamente em 
pesquisas para entender melhor esses consumidores. Foram dessas pesquisas 
que surgiram objetos icônicos como walkman, filmadoras portáteis, tec toys, disc 
laser, entre outros (De Moraes, 1997). 
Atualmente, os japoneses produzem produtos compactos, simples, de 
qualidade e duráveis utilizando meios de produção extremamente eficientes 
(Foes, 2006). E a qualidade é um marco importante, pois, em 1957, foi criado 
um selo que atesta a qualidade do design japonês: o GMark que existe até os 
dias de hoje (Albano, 2013). 
 
 
8 
Contudo, o designer japonês tem grandes desafios. Quase que 
diariamente são lançados novos produtos no Japão, assim, o descarte e o 
reaproveitamento dos produtos é um grande desafio. Outro problema é a falta 
de espaço e de recursos naturais já que o Japão é um país muito pequeno, 
fazendo com que os designers pensem em produtos com o melhor arranjo e 
compactação. Tais fatos são as bases da miniaturização e da nanotecnologia. 
Ou seja, a tendência e o desafio dos designers japoneses é criar produtos 
compactos, precisos e simples que sejam úteis no futuro e não interfiram no meio 
ambiente (Foes, 2006). 
Figura 4 – Carro compacto, elétrico e futurista da Toyota 
 
Crédito: Borka Kiss/Shutterstock 
Itália 
Os Italianos são conhecidos mundialmente por sua preocupação estética. 
Um reflexo disso, por exemplo, é sua moda e seus automóveis, muito valorizados 
pelo seu design (Veiga, 2015). Ainda segundo Veiga (2015), na Itália “[...] existe 
toda uma estrutura que privilegia o experimento e o desenvolvimento dos novos 
talentos. ” 
Nenhum outro país teve tantos designers de destaque internacional. Além 
disso, há na Itália um grande número de publicações sobre o assunto que 
promove uma eterna e renovada discussão sobre o tema. Como o designer 
Andrea Branzi afirmou: “para história do design italiano, é uma sorte não ter 
havido um museu, mas as trienais; não ter havido uma escola, mas tantas 
faculdades; não ter havido uma história, mas muitos livros e revistas” (De 
Moraes, 1997). 
 
 
9 
De acordo com o teórico Atillio Marcollini, são três as características mais 
marcantes do design industrial italiano: é um design de “protagonistas”; não 
querem ser normativos, mas sim icônicos; as empresas lá valorizam o design de 
forma estratégica (De Moraes, 1997). 
Em relação a sua evolução, o design italiano passou por diversas fases. 
Na primeira fase (1945 -1950), o foco eram objetos do cotidiano: rádios e 
telefones, com formas simples. 
A segunda fase iniciou nos anos 1960, quando se buscava mais 
qualidade, levando as empresas a valorizar um desenho mais sofisticado, por 
exemplo, principalmente nos artigos domésticos. Aqui ganham destaque as 
famosas máquinas de calcular e de escrever da Olivetti que surgiram com um 
design bastante ousado para sua época. 
Já nos anos 1980, os produtos italianos ficaram conhecidos mundialmente 
e, dos anos 1990 para cá, os objetos italianos se caracterizaram pelo uso mais 
agressivo de formas e cores. Por exemplo, é nessa época que surge a banqueta 
Bombo de Stefano Giovannoni com um design inconfundível e cores fortes 
(Figura 5). Já as características dos anos 2000 no design italiano, além da 
“leveza nos objetos, foi seu uso não só em casas e carros, mas outros contextos 
como em navios, por exemplo. Outro foco deles é fazer um produto global, com 
linguagem local (A História..., 2002). 
Figura 5 – Banqueta Bombo de Stefano Giovannoni 
 
Crédito: Tinxi/Shutterstock 
TEMA 3 – EMPRESAS QUE SE DESTACAM EM DESIGN 
A tecnologia e a globalização estão nos levando a mudanças cada vez 
maiores e mais rápidas. As empresas, para ficar à frente de seus concorrentes, 
 
 
10 
estão se voltando para o design, a fim de se conectar melhor com os clientes e 
conseguir uma vantagem competitiva. A Revista Fortune fez uma pesquisa com 
a comunidade do design, executivos e pesquisadores para listar as empresas 
mais bem-sucedidas em design (de vários setores) (Chandler et al., 2017). A 
seguir comentaremos algumas delas. 
Apple 
Por criar uma geração de produtos inigualáveis, a Apple tornou-se a 
empresa mais valiosa do mundo. E mesmo após a morte de Steve Jobs, seu 
principal nome por muitos anos, contrariando os pessimistas, ela continua sendo 
um sucesso. 
Dyson 
Criada pelo desenhista industrial britânico James Dyson, que tinha como 
foco a tecnologia disruptiva e o minimalismo, a empresa queria transformar 
eletrodomésticos comuns (aspiradores de pó, ventiladores e secadores de 
cabelo) em produtos a serem cultuados pelas pessoas. Por exemplo, o secador 
de cabelo Dyson supersônico (Figura 6), que possui um motor digital com 
metade do peso e oito vezes a velocidade de um secador tradicional e ainda é 
silencioso. 
Figura 6 – Secador de cabelo Dyson 
 
Crédito: Papin Lab/Shutterstock 
Google 
Como acontece com muitas empresas de tecnologia – Apple, Yahoo e até 
Amazon –, a linguagem de design do Google já percorreu um longo caminho e 
mudou muito. Contudo, a maioria dos colegas do Google perdeu suas 
 
 
11 
peculiaridades e tornou-se mais minimalista, com cores mais discretas (ex.: 
Apple). Já a Google manteve a personalidade de sua juventude por meio de um 
sofisticado design industrial que usa formas diferenciadas,novos materiais e 
botões de cores brilhantes. 
Figura 7 – Celular Google 
 
Crédito: Framesira/Shutterstock 
Samsung 
Há algum tempo, a Samsung foi aos tribunais defender sua criatividade 
contra a Apple que a acusava de plágio. Mas o tempo passou e hoje a Samsung 
é a empresa que mais investe em pesquisa e desenvolvimento, refletindo na 
criação de TVs, telefones e eletrodomésticos cobiçados por todos. 
Amazon 
O bom design não se limita somente a estética, ele é também é função. E 
a Amazon, com suas lojas que vendem de tudo e com um foco fortíssimo no 
cliente, são extremamente funcionais. 
As demais empresas da lista são: Huawei, Microsoft, IBM, Airbnb, 
Musical.ly, Snap, Meitu, Instagram, Tesla, Ford, Audi, Hyundai, Starbucks, Ikea, 
PepsiCo, Capital One, Uniqlo, Nike, Zalando, Philips. Se quiser mais 
informações, acesse o link: <http://fortune.com/2017/12/22/business-design-
apple-airbnb-tesla/>. 
TEMA 4 – DESIGNERS IMPORTANTES NO MUNDO 
A revista on-line de arquitetura, interiores e design, Dezeen, depois de 
uma pesquisa com mais de 100 milhões de visualizações de páginas e centenas 
de milhares de retornos de pesquisa de 1 de julho de 2015 a 30 de junho de 
 
 
12 
2016, elaborou uma lista com os 53 tops designers da atualidade. Na Figura 8, 
você consegue ver os 10 primeiros colocados (DESIGNERS...2016): 
Figura 8 – Lista dos 10 nomes principais do design mundial 
Position Name Tag 
1 Oki Sato/Nendo Nendo 
2 Thomas Heatherwick Thomas Heatherwick 
3 Ronan and Erwan Bouroullec Ronan & Erwan 
Bouroullec 
4 Tom Dixon Tom Dixon 
5 Jasper Morrison Jasper Morrison 
6 Naoto Fukasawa Naoto Fukasawa 
7 Benjamin Hubert/Layer Benjamin Hubert 
8 Barber and Osgerby Barber and Osgerby 
9 Marc Newson Marc Newson 
10 Patricia Urquiola Patricia Urquiola 
Fonte: Designers..., 2016. 
Vamos conhecer o primeiro nome da lista? 
Oki Sato 
Um dos designers mais influentes do mundo, o canadense Oki Sato, do 
estúdio Nendo, desenvolve produtos que tragam pequenos momentos 
prazerosos, de alegria para as pessoas: “Buscamos reconstituir o dia a dia, 
coletando insights simples e transformando-os em criações que sejam fáceis de 
compreender, quase intuitivas” (Müller, 2013). 
Como você deve ter percebido aluno, a lista é composta por uma única 
mulher. É algo a se pensar... por isso, vou contar um pouco mais sobre essa 
designer. 
Patricia Urquiola 
A designer espanhola radicada na Itália Patricia Urquiola, de 57 anos, é 
tão eclética quanto bem-sucedida. Fez o projeto do hotel cinco estrelas Il Sereno 
no Lago de Como, na Itália, um cesto de couro da coleção Mades, da Louis 
Vuitton e uma reedição da cadeira Lilo. Sobre o fato de ser uma das poucas 
mulheres que estão entre os designers mais renomados, ela comenta: “Acho um 
absurdo eu ainda ser uma das poucas representantes na área do sexo feminino. 
Faço networking com companheiras do mundo inteiro para emplacar ideias 
novas”. Suas peças são sedutoras e brincam com cores e formas (Di Pilla, 2018). 
 
 
13 
Figura 9 – Tapete Slinkie e Patrícia Urquiola 
 
Créditos: Tapete Double Slinkie Desenhado Por Patricia Urquiola Para Cc-Tapis. Marco Craig 
 
Para ver a lista completa com os 50 designers clique no link: 
<https://www.dezeen.com/dezeenhotlist/2016/designers-hot-list/>. 
Especificamente falando de designers gráficos, a lista de nomes 
importantes dessa área também é enorme e não há um consenso de quais 
seriam os melhores. Contudo, dois nomes chamam a atenção, portanto, vamos 
aprender um pouco sobre eles. 
David Carson 
David Carson é um ex-surfista e premiado designer gráfico que nasceu 
em 1956 nos Estados Unidos. Ele é conhecido mundialmente por seu trabalho 
inovador. A característica principal de seu trabalho é dar a impressão de 
desorganização, irracionalidade e falta de coerência. Ele não se preocupa com 
legibilidade, padrões e grids. Contudo, os elementos presentes em suas obras 
apresentam uma intensa relação. 
 
 
14 
Carson usa letras invertidas, recortes, tipos distorcidos, quebrados, 
sujeira, rabiscos e sobreposições que dão ao trabalho características únicas e 
além de liberdade de interpretação por parte do público. 
Paula Scher 
Paula Scher é uma das designers gráficas mais influentes do mundo. 
Scher abrange a linha entre a cultura pop e a arte no seu trabalho. Icônica, 
inteligente e acessível, suas imagens entraram para a história americana como, 
por exemplo, a logo do CityBank (Figura 12) (Paula..., 2019). 
Figura 10 – Logotipo do CityBank criado por Paula Scher 
 
Crédito: Ken Wolte/Shutterstock 
Similarmente, no design de interiores, não há consenso nas listas de 
melhores designers, porém, dois nomes costumam a se repetir e serão 
apresentados na sequência. 
Kelly Wearstler 
Conhecida como a "a grande dama do design de interiores da Costa 
Oeste", ela possui clientes famosos como Gwen Stefani e Gavin Rossdale 
(Oliveira, 2018). Possui um estilo que mistura o cru com refinado, sofisticação 
com espontaneidade e reúne móveis dos mais variados períodos. Seu portfólio 
inclui hotéis de luxo e grandes residências em Beverly Hills, Caribe ou em 
diferentes lugares do mundo (World’s..., 2019). 
Kelly Hoppen 
Kelly Hoppen é uma designer de interiores inglesa considerada uma das 
melhores do mundo. Sua ascendência judaica e irlandesa influencia seus 
 
 
15 
projetos que incluem não somente residências, mas também iates de luxo, 
restaurantes, escritórios e até aeronaves (Oliveira, 2018). 
Figura 11 – Designer de Interiores Kelly Hoppen 
 
Crédito: Featureflash Photo Agency/Shutterstock 
Agora, falando sobre animação e games, podem-se citar os nomes de 
John Lasseter e Hideo Kojima como designers renomados. 
John Lasseter 
Com o avanço da computação gráfica, John Lasseter ganhou destaque. 
Ele começou trabalhando nos estúdios da Disney e pregava que as animações 
deveriam ser feitas em computador, o que levou a sua demissão. Então, John 
foi trabalhar na Lucas Films, onde iria atuar no sistema de animação criado pela 
empresa, a Pixar Image Computer. No ano de 1986, a Pixar se tornou um estúdio 
independente e foi comprada por Steve Jobs. Lá, John foi responsável por obras 
incríveis como Toy Story 1 e 2, Vida de Inseto, Monstros S.A, Os Incríveis, entre 
outros. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Figura 12 – Designer de animação John Lasseter e suas criações 
 
Crédito: S_Bukley/Shutterstock 
Quando a Disney comprou a Pixar, em 2006, ele retornou para a mesma 
empresa que há 22 anos tinha o demitido, contudo, nesse momento, ele foi 
recebido com aclamação pelos funcionários e até hoje é diretor criativo 
(Aristides, 2017). 
Hideo Kojima 
O japonês Hideo Kojima é um nome certo entre os melhores game 
designers do mundo e trabalha na área há mais de duas décadas. Interessante 
que no início de sua carreira os jogos eram apenas um hobby, pois Kojima se 
interessava mesmo por cinema. Pode ser que daí vem sua grande capacidade 
de contar histórias complexas e fascinantes nos seus jogos. Isso o levou a criar 
o Metal Gear Solid, considerado o melhor jogo já criado em 1988 e vem 
evoluindo ao longo das décadas estando disponível até os dias de hoje (The 5 
Most..., 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Figura 13 – Game Designer Hideo Kojima e o jogo The New Metal Gear Solid 5 
 
Créditos: Charnsitr/Shutterstock - Joe Seer/Shutterstock 
TEMA 5 – DESIGNERS IMPORTANTES NO BRASIL 
Conforme o ranking da World Design Rankings (WDR) que vimos no 
tema 2, para conhecermos os países mais premiados em design, os dez maiores 
designers brasileiros estão listados a seguir. 
Figura 14 – Melhores Designers Brasileiros 
 
Fonte: World..., 2019. 
Fernanda Marques 
Arquiteta premiada internacionalmente, formada pela USP, sua a carreira 
segue a mesma linha conceitual que caracterizou sua formação: o exercício 
integrado das várias disciplinas. Arquitetura, interiores, design de produto,http://www.worlddesignrankings.com/
 
 
18 
comunicação visual e paisagismo são as áreas que atua sempre com um estilo 
limpo e contemporâneo, em sintonia com o melhor da arte e do design 
internacionais. 
Figura 15 – Fernanda Marques e o Banco Infinito 
 
Créditos: Demian Golovaty 
Brazil e Murgel 
Os designers Fabio Brazil e Henrique Murgel trabalham com design de 
joias usando a natureza como inspiração, além de explorar tudo aquilo que os 
materiais podem oferecer. “Valorizamos as propriedades de cada matéria-prima 
e, assim, exploramos a elasticidade do ouro, o verde da turmalina, o brilho do 
diamante negro” (Designers, 2019). 
Um exemplo dessa aplicação foram as pulseiras Cypris que refletem “a 
natureza imprevisível do mar, com seus movimentos, formas e reflexos”. Este 
produto inclusive ganhou a categoria Gold no A’ Design Award (Brasileiros..., 
2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 16 – Brazil e Murgel e as Pulseiras Cypris 
 
Créditos: B&M Divulgação (1) / Erica Vighi(2) 
Studio MK 27 
Esse estúdio possui uma equipe de 30 designers e foi fundando no final 
dos anos 1970 por Márcio Kogan, que ainda hoje é autor de todos os projetos 
que saem do estúdio. Como características marcantes, são grandes 
admiradores do modernismo brasileiro, valorizam a simplicidade formal e dão 
muita atenção a detalhes e acabamentos. De 2002 para cá já ganharam mais de 
250 prêmios nacionais e internacionais (Studio MK27, 2019). 
Figura 17 – Sofá Quadrado e Marcio Kogan 
 
 
Créditos: Victor Affaro; Minotti 
 
 
20 
Mula Preta Design 
“O design da Mula Preta só faz ganhar altura... 
A Mula é bem-humorada, é uma peça, uma figura...” 
Fernando Serapião 
Por essa frase escrita no site do estúdio por Sergio Serapião, crítico de 
arquitetura e editor da revista Monolito, já se percebe que a principal 
característica do estúdio de design é a irreverência. 
Fundado em 2012 por Felipe Bezerra e André Gurgel em Natal, o nome 
do estúdio é inspirado na música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga “que foi uma 
das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular 
brasileira. Ela representa a cultura Nordestina, traço marcado pela irreverência 
do desenho criativo do estúdio”. 
Ou seja, desde o nome do estúdio até os seus produtos, os traços 
marcantes são a irreverência, a criatividade e a cultura nordestina, 
características que os levaram a ganhar inúmeros prêmios, nacionais e 
internacionais. 
Figura 19 – Felipe Bezerra e André Gurgel e a Poltrona Basquete 
 
Créditos: Humberto Lopes 
Marcelo Lopes 
Marcelo Lopes é um designer que ganhou mais de 50 prêmios nacionais 
e internacionais e sócio fundador da agência Merchan-Design. As obras de 
Marcelo ganha destaque “graças ao seu processo criativo que resulta em peças 
lúdicas, interativas e sensoriais, a fim de promover uma experiência positiva no 
cotidiano das pessoas”. 
 
 
21 
Abro um parêntese aqui e saliento algo que falamos na nossa primeira 
aula, que o design não é feito de forma isolada e Marcelo reafirma isso ao falar: 
“O design é uma atividade coletiva e colaborativa” (Designer..., 2016). 
Além desses nomes, não se pode deixar de falar nos irmãos Campana 
(Humberto e Fernando), referência máxima no design de mobiliário brasileiro. 
Eles são reconhecidos internacionalmente por transforar o ordinário em 
extraordinário e possuem inclusive obras no MoMA, em Nova York. Criaram 
obras icônicas como a cadeira Favela e a poltrona Vermelha (Inspire-se..., 2018). 
TROCANDO IDEIAS 
Como você percebeu, nas listas de designers, tanto internacionais quanto 
nacionais, existem poucas mulheres. Pesquise mais algumas designers de 
destaque para conhecer melhor seus trabalhos, sua história e discuta com seus 
colegas por que essa situação acontece e o que pode ser feito para que seja 
mudada. 
NA PRÁTICA 
Vimos, nesta aula, vários designers e suas obras maravilhosas. Você 
prestou atenção na banqueta Bombo (Figura 5) de Stefano Giovannoni? Creio 
que você já deve ter visto essa banqueta em vários lugares, até pode ter uma 
em sua casa! Então, procure referências de design (nos objetos, ou na 
comunicação visual) que tenham tido como inspiração estilos ou designers 
consagrados. 
FINALIZANDO 
Caro aluno, nesta aula, você teve uma visão geral do design no mundo e 
no Brasil. Acredito que você percebeu que os países melhor sucedidos no 
ranking do design são aqueles em que há investimento do governo, onde o 
design é visto tanto pela esfera pública quanto pela privada como ferramenta 
estratégica. 
Podemos nos espelhar no caso da China que, por décadas, ficou 
vinculada a um país que só copiava e, agora, em decorrência principalmente da 
educação, está se tornando um grande expoente do design. O Brasil, apesar de 
 
 
22 
apresentar designers de renome, muito premiados, está ainda aquém de seu 
real potencial. 
Vimos, também, que as mulheres, infelizmente, são ainda minoria nessa 
área, tanto no Brasil, quanto em outros países. 
Portanto, deixo a você, futuro designer e seus colegas, a missão de tentar 
mudar essa situação. É possível sim! 
Pense nisso... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
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americano do século XX, para o mundo contemporâneo. Simpósio Científico 
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FUNDAMENTOS DO DESIGN 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Shirlei Miranda Camargo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula você vai aprender sobre conceitos importantes que um 
designer, independentemente da área de atuação, precisa conhecer. Por 
exemplo, você sabia que a simples escolha equivocada de uma fonte ou cor para 
um produto ou peça gráfica pode levá-los ao fracasso? E já ouviu falar em 
ergonomia e usabilidade? Elas justificam a necessidade de um designer 
conhecer o ser humano e projetar produtos e ambientes, virtuais ou reais, 
adequados que tragam conforto e segurança para sociedade. E falando em 
sociedade, está mais do que na hora de nos preocuparmos com os quase 24% 
da população brasileira que apresentam algum tipo de deficiência e, portanto, 
clamam pela acessibilidade. Está nas nossas mãos mudar esse triste cenário. 
CONTEXTUALIZANDO 
Rio de Janeiro – Há mais de 80 anos no mercado brasileiro, Leite de 
Rosas é passado de geração em geração [...]. A revolucionária e 
chamativa embalagem rosa ganhou as gôndolas na década de 1960, 
quando o braço direito do fundador, Henrique Ribas, assumiu a 
empresa e optou pelo uso de plástico. Assim, mais barato, o produto 
se tornou acessível a todas as regiões do Brasil [...]. Apesar de focada 
apenas no Brasil, Leite de Rosas ganhou mais do que consumidores. 
Ganhou admiradores e seguidores. De maneira discreta e eficiente a 
marca ocupa quase todos os estabelecimentos comerciais de produtos 
de beleza e é presença garantida no banheiro da vovó. Já de sua cor 
não se pode dizer o mesmo. Nada discreta e, ao contrário, muito 
impactante, o objetivo de Henrique Ribas era destacar a embalagem 
de Leite de Rosas nas prateleiras ocupadas, em grande maioria, pelos 
comuns e sem graça frascos brancos (Terra, 2010) 
Mesmo assim, recentemente a companhia abandonou a sua principal 
característica física em nome da inovação. E se arrependeu. A 
demanda por embalagens modernas e o consequente 
acompanhamento mercadológico da marca não demorou a iniciar a 
produção das embalagens roll-on. Porém, a companhia cometeu um 
grave erro que imediatamente mostrou-se percebido por seus 
consumidores: o fracasso do produto em embalagem branca. “Quando 
lançamos o roll-on na cor branca, tivemos vendas entre 15 e 30 mil 
unidades no mês. Ao mudarmos a cor para o característico rosa, 
atingimos 100 mil produtos vendidos”, diz Juliana (Terra, 2010) 
Perceba a importância da cor, pois uma única mudança na embalagem 
fez com que as vendas da empresa aumentassem de 30 mil unidades/mês para 
100 mil unidades/mês! E, assim como a cor, outros aspectos precisam ser 
considerados no desenvolvimento de um produto, como a ergonomia, a 
usabilidade, a acessibilidade e até a tipografia, a qual será o primeiro tema desta 
aula. 
 
 
3 
 
TEMA 1 – TIPOGRAFIA 
Segundo Mazzarotto (2018), tipografia se relaciona tanto ao ato de 
desenhar uma fonte como a fonte em si, e também aos estudos sobre como 
utilizar essa fonte de forma correta. O autor ainda complementa afirmando que 
a tipografia é “a evolução do processo milenar da escrita, proveniente da 
invenção da prensa de tipos móveis – que possibilitou a produção em larga 
escala” (Mazzarotto, 2018, p. 11). 
Saiba mais 
Você deve saber que a prensa móvel foi uma invenção do alemão 
Gutemberg, no século XV, que mudou o mundo. Saiba mais assistindo ao vídeo 
a seguir. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v= 
qz_pQpG056I>. 
No entanto, a história da tipografia é bem mais antiga. Iniciou quando o 
homem inventou sinais para traduzir os sons que emitia e mudou o destino da 
humanidade. Atualmente, as letras estão em todo lugar e seu uso deve ser bem 
planejado porque pode afetar o resultado final de um material. Veja o exemplo 
da Figura 1 (a) e (b). 
Figura 1 – Exemplo de uso de fontes 
(a) 
 
 
4 
 (b) 
Crédito: Stocker Top/Shutterstock; adaptado de Stocker Top/Shutterstock. 
Qual dos exemplos anteriores você acha que o uso da fonte está mais 
adequado? No segundo exemplo (b), a fonte parece antiquada, difícil de ler, e 
não combina com o restante da composição. Ou seja, com esse simplesexemplo 
é possível notar que a tipografia realmente faz toda a diferença no trabalho final. 
No entanto, antes de aprender sobre tipografia, é preciso conhecer as 
estruturas de uma letra, que é formada por ápice, trave, haste, base e serifa 
(Figura 2). 
Figura 2 – Estrutura de uma letra 
 
Além disso, uma mesma fonte deve apresentar diversas variações em 
relação a inclinações, largura, tonalidade e uso ortográfico (Collaro, 2007). 
a. Inclinações: as fontes sem inclinações são chamadas de redondas, e as 
inclinadas, de itálicas ou grifos. 
Software & app 
development 
 
 
5 
b. Larguras: as fontes são classificadas em normais (médias), largas 
(expandidas) ou estreitas (condensadas). Quanto mais estreita ou mais 
larga, menor a legibilidade. 
c. Tonalidade: está ligada à forca da letra e à relação entre a espessura da 
haste e o espaço interno em branco. A tonalidade normal é chamada de 
normal (regular) e existe a bold (negrito) com variações extra bold, 
semibold para os mais espessos e light ou extra light para os mais finos. 
d. Uso ortográfico: são a caixa-alta (maiúscula) e caixa-baixa (minúsculas), 
e as versaletes (letras maiúsculas, mas com altura das minúsculas). 
Saiba mais 
Você sabe por que se usam esses termos caixa-alta ou caixa-baixa? 
Acesse o link a seguir e descubra. Disponível em: 
<http://www.formacerta.com.br/blog/qual-e-a-origem-do-termo-caixa-alta-e-
caixa-baixa/> 
Agora que você aprendeu sobre a estrutura das letras e suas variações, 
que tal aprender sobre sua origem? Na verdade, a arte influencia fortemente a 
tipografia de seu tempo, ou seja, a arte influencia o desenho das letras também 
de determinada época. 
De acordo com Collaro (2007), para entender a evolução das artes e sua 
influência nas letras, pode-se utilizar a arquitetura como parâmetro. Veja, de 
forma resumida, os principais estilos arquitetônicos. 
• Estilo clássico: predominante na Antiguidade Greco-romana; 
• Estilo bizantino: inspirado na antiga Constantinopla (Bizâncio); 
• Estilo românico: dominou a Europa nos séculos XI e XII; 
• Estilo gótico: prevaleceu na Europa no final da Idade Média (XIII, XIV e 
XV); 
• Estilo renascentista: inicia-se no século XV e retoma o uso de elementos 
do estilo clássico (Barroco). 
Mais tarde, surgiram outros como o estilo floreal ou liberty, cubista e 
funcional. Enfim, toda essa evolução estética foi acompanhada pelo desenho 
das letras também, como veremos a seguir (Collaro, 2007). 
 
 
6 
1.1 Estilos clássicos 
1.1.1 Gótico 
Com a invenção da impressa, o principal estilo utilizado foi o gótico e suas 
diversas versões, pois era esse o modelo predominante nos manuscritos da 
época e a tipografia, recém-criada, precisava fixar-se como meio de reprodução. 
Logo, tentava imitar os textos feitos à mão. 
Contudo, a legibilidade dos tipos góticos sempre foi contestada, o que 
ainda era piorado por meio de adornos que dificultavam ainda mais a leitura das 
páginas. Atualmente, esse estilo de letra ficou restrito a impressos que remontam 
ao clássico, como diplomas, mensagens e logos que queiram inspirar confiança 
e tradição (Collaro, 2007). 
1.1.2 Românico 
Esse estilo pode ser subdividido em dois momentos. O românico antigo 
foi herdeiro da arte romana, criou fontes baseadas nas inscrições das ruínas 
romanas, com as serifas arredondadas. Ao longo de 200 anos, foram se 
desenvolvendo e se espalhando até darem origem às fontes conhecidas como 
Romanas de Transição (Gaspar, 2015) que são fontes serifadas tanto na versão 
de caixa-alta como em caixa-baixa. A sua principal característica é que, na 
junção da haste com a serifa, há um angulo arredondado. A diferença de 
espessura entre hastes também é pouco acentuada (Gaspar, 2015). 
1.1.3 Egípcio 
As fontes criadas por designers italianos a pedido dos ingleses para 
diferenciar seus produtos na Revolução Industrial foram baseadas no estilo das 
inscrições egípcias (hieróglifos), que eram esculpidas em pedra (Collaro, 2007). 
1.1.4 Lapidário 
Conhecido pela simplicidade e visibilidade, foram inspirados na escrita 
fenícia (cuneiforme), que era formada por hastes, sem maiores rebuscamentos 
(Collaro, 2007). 
 
 
7 
1.1.5 Romântico 
Este estilo começou a utilizar elementos decorativos e flores. Eram muito 
focados na estética, mas apresentavam pouca legibilidade. Dele se originou o 
estilo Floreal (Art Noveau) que tinha inspiração na natureza, nas flores, e 
também o estilo Liberty, uma estilização do gótico, com formas menos 
rebuscadas. 
Contundo, em contrapartida aos exageros desse estilo, surgiram o 
cubismo e o futurismo, estilos que pregavam a simplificação das formas e 
romperam em definitivo com os estilos clássicos (Collaro, 2007). 
1.2 Nova tipografia 
Os movimentos cubistas e futuristas trouxeram uma simplificação das 
formas, rompendo com o desenho clássico das letras. Esses movimentos 
influenciaram a tipografia, geometrizando suas formas, valorizando as 
proporções e os espaços em branco. Com isso, surgiu a tipografia, dividida em: 
• Elementar, que queria romper com o óbvio; 
• Funcional, que atendia às necessidades do projeto (função); 
• Moderna, que uniu o avanço tecnológico com mudanças sociais. 
Resumindo, a fontes estão em todo lugar e seu uso deve ser bem 
planejado pelos profissionais porque ela será a “voz” de seu trabalho. 
TEMA 2 – ERGONOMIA 
É comum já ter se deparado com objetos nada “ergonômicos” no dia a dia. 
Pense naquela cadeira desconfortável que lhe causa dores nas costas, ou 
aquela embalagem de suco que derruba seu conteúdo quando está cheia e você 
vai servir o copo. 
A ergonomia, conhecida também como “fatores humanos”, se preocupa 
em conhecer o ser humano para fazer adaptações às suas capacidades e 
limitações (IIDA, 2018). Ela é uma ciência recente e surgiu como resultado de 
um trabalho multidisciplinar envolvendo engenheiros, fisiologistas e psicólogos 
durante a Segunda Guerra (IIDA, 2018). Segundo Falzon (2018), ela foi 
oficializada em 1957 com a fundação da Associação Internacional de Ergonomia, 
 
 
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na Holanda, que tinha como foco a adaptação do ambiente, do trabalho e das 
máquinas ao ser humano. 
No Brasil, temos a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo), criada 
na década de 1980, que adota a seguinte definição para ergonomia: 
É uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações 
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação 
de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o 
bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Os 
ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação 
de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de 
modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e 
limitações das pessoas. (Abergo, 2019) 
Ergonomia é formalmente definido como o estudo da adaptação do 
trabalho ao ser humano, em que se entende por trabalho qualquer interação 
entre o ser humano e uma atividade produtiva de bens ou serviços (IIDA, 2018). 
Geralmente é associada ao mobiliário e aos objetos chamados de “ergonômicos” 
(por exemplo, mouses, cadeira) ou doenças do trabalho, como lesão por 
esforços repetitivos (LER) (Abrahão et al., 2009). 
No entanto, a ergonomia é muito mais abrangente e pode ser dividida em 
ergonomia física, cognitiva e organizacional. 
A ergonomia física estuda a anatomia humana, a antropometria, a 
fisiologia e a biomecânica. Ela analisa a postura no trabalho, o manuseio de 
materiais, os movimentos repetitivos, os distúrbios musculoesqueléticos 
relacionados ao trabalho, a elaboração de projetos de postos de trabalhos, entre 
outros (Abrahão et al., 2009). 
No entanto, com a disseminação da informática na década de 1980, 
surgiram postos de trabalho informatizados e máquinas programáveis, levando 
a ergonomia a se preocupar com os aspectos cognitivos das atividades (IIDA, 
2018). 
Por isso, a

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