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Adoção de Crianças e Adolescentes

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Material elaborado por Beatriz Araujo com bases no Estatuto da Criança e do Adolescente e jurisprudência que 
envolve a matéria. 
 
 Principais pontos: 
 
→ É medida excepcional e irrevogável. 
 
→ Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
Obs.: Contudo, o STJ já decidiu que, dadas as circunstâncias do caso concreto, 
a adoção conjunta por dois irmãos poderia ser considerada válida, tudo sob 
o primado do melhor interesse da criança/adolescente (Resp. 1217415/RS) 
→ O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o 
adotando. 
Obs.: segundo o STJ, a diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre 
adotante e adotado pode ser flexibilizada à luz do princípio da socio 
afetividade (Resp. 1.785.754-RS). 
Obs2: O registro civil de nascimento de pessoa adotada sob a égide do Código 
Civil/1916 não pode ser alterado para a inclusão dos nomes dos ascendentes 
dos pais adotivos (Resp. 1.232.387-MG). 
 
→ Será precedida preparação gradativa e acompanhamento posterior, 
realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da 
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela 
execução da política municipal de garantia do direito a convivência familiar. 
 
→ A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou 
adolescente, pelo PRAZO MÁXIMO DE 90 (NOVENTA) DIAS. 
 
→ O ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA poderá ser dispensado se o adotando já estiver 
sob a tutela ou guarda legal. A simples GUARDA DE FATO não autoriza, por si 
só, a dispensa da realização do estágio de convivência. 
 
→ Se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de 
comunidade remanescente de quilombo, e ainda obrigatório: 
I - Que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os 
seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam 
incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela 
Constituição Federal; 
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II - Que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua 
comunidade ou junto a membros da mesma etnia; 
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável 
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de 
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá 
acompanhar o caso. 
Obs.: O STJ entendeu, em 09/09/2020, que é obrigatória a intervenção da 
FUNAI em ação de destituição de poder familiar que envolva criança cujos 
pais possuem origem indígena (Resp. 1.698.635-MS). 
 
→ A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, 
somente admissível na modalidade de adoção. 
 
→ O CNJ editou a Resolução 289/2019, que dispõe sobre a implantação e 
funcionamento do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento – SNA, que traz 
a regra básica sobre o procedimento inicial da adoção (habilitação): 
 
- Inscrição dos pretendentes no SNA será efetuada em ordem cronológica, a 
partir da data da sentença de habilitação, observando-se, como critério de 
desempate, a data do ajuizamento do pedido. 
 
- O prazo de validade dessa habilitação, na adoção, é de 3 anos; 
 
- A colocação da criança ou do adolescente na situação “apta para adoção” 
deverá ocorrer após o trânsito em julgado da decisão do processo de 
destituição ou extinção do poder familiar, ou ainda quando a criança ou o 
adolescente for órfão ou tiver ambos os genitores desconhecidos; 
 
- O juiz poderá, no melhor interesse da criança ou do adolescente, determinar 
a inclusão cautelar na situação “apta para adoção” antes do trânsito em 
julgado da decisão. 
 
→ A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do 
adotando. 
 
→ O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos 
pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. 
 
→ O ADOTANDO MAIOR DE 12 ANOS: precisa consentir. 
 
→ Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção da mesma família 
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra 
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situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, 
procurando-se, em qualquer caso, EVITAR O ROMPIMENTO DEFINITIVO DOS 
VÍNCULOS FRATERNAIS. 
 
→ Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os 
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação (PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE OS 
FILHOS). 
 
→ A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença 
constitutiva. 
 
→ ANTES de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção 
internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional. 
 
→ O adotado tem direito de conhecer sua ORIGEM BIOLÓGICA, bem como de 
obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus 
eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. O acesso ao 
processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 
anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e 
psicológica. 
 
→ A morte dos adotantes NÃO restabelece o poder familiar dos pais naturais.

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