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Indaial – 2021 Harmonia e Contraponto Prof. Alexandre Gonçalves Profa. Marcela Rohsbacker Gonzalez Soldatelli Prof. Thales de Godoi Nunes 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Alexandre Gonçalves Profᵃ. Marcela Rohsbacker Gonzalez Soldatelli Prof. Thales de Godoi Nunes Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: G635h Gonçalves, Alexandre Harmonia e contraponto. / Alexandre Gonçalves; Marcela Rohsbacker Gonzalez Soldatelli; Thales de Godoi Nunes. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 190 p.; il. ISBN 978-65-5663-468-5 ISBN Digital 978-65-5663-469-2 1. Música - Instrução e estudo. - Brasil. I. Gonçalves, Alexandre. II. Soldatelli, Marcela Rohsbacker Gonzalez. III. Nunes, Thales de Godoi. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 781.42 apresentação Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina Harmonia e Contraponto! O estudo desses elementos é muito importante para a compreensão da sintaxe musical. Os conhecimentos adquiridos a partir desses conteúdos poderão ser aplicados em outras disciplinas, como Arranjo, Composição, Regência de Coro ou Orquestra etc. O estudo e a aplicação da Harmonia e do Contraponto se tornam ferramentas indispensáveis ao licenciado em Música, uma vez que servirão de apoio em muitas atividades pedagógicas, especialmente, em sala de aula. Você poderá perceber a importância e a aplicabilidade dos conceitos e das estruturas harmônicas e contrapontísticas quando estiver elaborando arranjos para as turmas, ou compondo atividades musicais específicas. Perceberá, ainda, como a Harmonia e o Contraponto funcionam na prática, quando realizar algum acompanhamento harmônico para alguma atividade tocada ou cantada pelos alunos. Este livro está organizado em três unidades. Na Unidade 1, abordaremos os conteúdos relacionados à harmonia. Estudaremos a construção/formação de acordes (tríades e tétrades, inversões, distribuição das vozes e os campos harmônicos maiores e menores), encadeamentos dos acordes, tonalidades, modulação, introdução à análise harmônica e harmonização de melodias. Na Unidade 2, estudaremos os fundamentos do contraponto, a origem, os principais conceitos e a evolução da escrita contrapontística. Observaremos escalas modais, cadências e transposição dos modos, além dos tipos de movimentos melódicos na prática do contraponto, e que geram qualidade da estrutura melódica. Na Unidade 3, aprenderemos o contraponto a duas e a três vozes. Estudaremos as cinco espécies do contraponto, uma metodologia que organiza o estudo do contraponto de forma gradativa. Veremos, também, um pouco do estilo imitativo, da invenção a três vozes e da fuga. Por fim, compreenderemos a aplicabilidade de conceitos-chave do contraponto na educação musical. Para ampliar o aprendizado, realize sempre os exercícios propostos. Eles serão acompanhados de um gabarito, para facilitar a compreensão e o consequente aprendizado. Bons estudos! Profa. Marcela Rohsbacker Gonzalez Soldatelli Prof. Thales de Godoi Nunes Prof. Alexandre Gonçalves Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — HARMONIA ............................................................................................................... 1 TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES ............... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 AS TRÍADES ......................................................................................................................................... 3 2.1 FORMAÇÃO DAS TRÍADES ........................................................................................................ 4 2.2 ACORDES TRÍADES: NOMENCLATURA E CIFRAGEM ....................................................... 6 2.3 INVERSÃO DAS TRÍADES ........................................................................................................... 8 3 DISTRIBUIÇÃO DAS VOZES ........................................................................................................ 10 3.1 DUPLICAÇÃO/DOBRAMENTO DE VOZES ......................................................................... 10 3.2 POSIÇÃO DAS VOZES DO ACORDE ..................................................................................... 11 4 TRÍADES DA ESCALA .................................................................................................................... 12 4.1 CAMPO HARMÔNICO MAIOR .............................................................................................. 12 4.2 CAMPO HARMÔNICO MENOR ............................................................................................. 13 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16 TÓPICO 2 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES ......................... 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19 2 AS TÉTRADES ................................................................................................................................... 19 2.1 FORMAÇÃO DOS ACORDES DE 4 SONS .............................................................................. 20 2.2 INVERSÃO DAS TÉTRADES .................................................................................................... 22 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ACORDES DE SÉTIMA .................................................................... 23 2.4ACORDE DE 7ª DA DOMINANTE .......................................................................................... 23 3 ENCADEAMENTOS ......................................................................................................................... 24 3.1 DE GRAUS DISJUNTOS ............................................................................................................. 26 3.2 DE GRAUS CONJUNTOS ........................................................................................................... 26 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 28 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 29 TÓPICO 3 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES ................ 31 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 31 2 TONALIDADES E CADÊNCIAS ................................................................................................... 31 2.1 FUNÇÕES TONAIS ...................................................................................................................... 32 2.2 ALTERAÇÕES ............................................................................................................................... 33 3 MODULAÇÃO ................................................................................................................................... 39 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 41 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42 TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO À ANÁLISE HARMÔNICA E HARMONIZAÇÃO DE MELODIAS ............................................................................................................ 43 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 43 2 REPRESENTAÇÃO DOS GRAUS DA ESCALA E CAMPO HARMÔNICO ........................ 43 2.1 CIFRAS ........................................................................................................................................... 45 2.2 PRINCIPAIS CADÊNCIAS .......................................................................................................... 46 3 NOTAS AUXILIARES ....................................................................................................................... 49 4 SOBRE ANÁLISE HARMÔNICA .................................................................................................. 53 5 HARMONIZANDO MELODIAS ................................................................................................... 54 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 56 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 60 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 61 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 63 UNIDADE 2 — ORIGEM E FUNDAMENTOS DO CONTRAPONTO .................................... 65 TÓPICO 1 — O CONTRAPONTO NA HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL .......................... 67 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67 2 O CONTRAPONTO NA HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL ......................................... 67 2.1 ORGANUM ................................................................................................................................... 69 2.1.1 Organum paralelo ................................................................................................................ 70 2.1.2 Organum livre ...................................................................................................................... 70 2.1.3 Organum melismático ......................................................................................................... 71 2.1.4 Organum em Notre Dame ................................................................................................... 72 2.2 ARS NOVA .................................................................................................................................... 74 2.3 O RENASCIMENTO ................................................................................................................... 76 2.4 OS PERÍODOS BARROCO, CLÁSSICO E ROMÂNTICO ...................................................... 79 2.5 SÉCULO XX ................................................................................................................................... 81 3 ELEMENTOS DO CONTRAPONTO MUSICAL ....................................................................... 82 3.1 CANTUS FIRMUS ......................................................................................................................... 82 3.2 VOX PRINCIPALIS E VOX ORGANALIS .................................................................................. 84 3.3 CONSONÂNCIAS E DISSONÂNCIAS .................................................................................... 85 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 87 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 88 TÓPICO 2 — MODOS ECLESIÁSTICOS ....................................................................................... 91 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 91 2 AS ESCALAS MODAIS ................................................................................................................... 91 2.1 AS SETE ESCALAS PRINCIPAIS .............................................................................................. 93 2.1.1 Jônio ...................................................................................................................................... 93 2.1.2 Dórico .................................................................................................................................... 94 2.1.3 Frígio ...................................................................................................................................... 94 2.1.4 Lídio ....................................................................................................................................... 94 2.1.5 Mixolídio ............................................................................................................................... 95 2.1.6 Eólio ....................................................................................................................................... 95 2.1.7 Lócrio ..................................................................................................................................... 96 2.2 CARACTERÍSTICAS DE CADA ESCALA MODAL ............................................................. 100 3 MÚSICA FICTA ............................................................................................................................... 103 3.1 CADÊNCIA ................................................................................................................................ 104 3.2 TRANSPOSIÇÃO ........................................................................................................................105 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 109 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 110 TÓPICO 3 — CONDUÇÃO MELÓDICA ...................................................................................... 113 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 113 2 CONDUÇÃO MELÓDICA ............................................................................................................ 113 2.1 MOVIMENTO PARALELO ...................................................................................................... 114 2.2 MOVIMENTO DIRETO ............................................................................................................. 114 2.3 MOVIMENTO CONTRÁRIO ................................................................................................... 115 2.4 MOVIMENTO OBLÍQUO ......................................................................................................... 115 3 TERMOS MAIS UTILIZADOS NA PRÁTICA DE CONTRAPONTO .................................... 115 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 118 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 123 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 124 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 126 UNIDADE 3 — CONTRAPONTO A DUAS E A TRÊS VOZES ............................................... 127 TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS ............................................................................... 129 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 129 2 CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................................... 130 3 O ESTUDO DO CONTRAPONTO POR ESPÉCIES ................................................................ 131 3.1 PRIMEIRA ESPÉCIE ................................................................................................................... 131 3.2 SEGUNDA ESPÉCIE ................................................................................................................. 131 3.3 TERCEIRA ESPÉCIE .................................................................................................................. 132 3.4 QUARTA ESPÉCIE ..................................................................................................................... 132 3.5 QUINTA ESPÉCIE ...................................................................................................................... 132 4 RECONHECENDO AS ESPÉCIES DE CONTRAPONTO ..................................................... 132 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 135 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 136 TÓPICO 2 — PRÁTICA DE CONTRAPONTO A DUAS VOZES ............................................ 139 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 139 2 PRIMEIRA ESPÉCIE ...................................................................................................................... 140 2.1 NORMAS ..................................................................................................................................... 140 2.2 EXERCÍCIOS ................................................................................................................................ 143 3 SEGUNDA ESPÉCIE ...................................................................................................................... 144 3.1 NORMAS .................................................................................................................................... 145 3.2 EXERCÍCIOS ............................................................................................................................... 147 4 TERCEIRA ESPÉCIE ...................................................................................................................... 149 4.1 NORMAS .................................................................................................................................... 149 4.2 EXERCÍCIOS ............................................................................................................................... 150 5 QUARTA ESPÉCIE ......................................................................................................................... 152 5.1 NORMAS .................................................................................................................................... 152 5.2 EXERCÍCIOS ................................................................................................................................ 153 6 QUINTA ESPÉCIE .......................................................................................................................... 155 6.1 NORMAS .................................................................................................................................... 155 6.2 EXERCÍCIOS ............................................................................................................................... 155 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 158 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 159 TÓPICO 3 — CONTRAPONTO A TRÊS VOZES ........................................................................ 161 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 161 2 OBRAS CURTAS A TRÊS VOZES .............................................................................................. 161 3 IMITAÇÃO ....................................................................................................................................... 164 4 INVENÇÃO A TRÊS VOZES ....................................................................................................... 165 5 FUGA ................................................................................................................................................. 166 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 169 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 170 TÓPICO 4 — ESTRATÉGIAS COMPOSICIONAIS NA EDUCAÇÃO MUSICAL .............. 173 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 173 2 CONCEITOS GERAIS APLICADOS À EDUCAÇÃO MUSICAL ........................................ 173 2.1 MONODIA .................................................................................................................................. 175 2.2 POLIFONIA ................................................................................................................................. 176 2.3 HOMOFONIA E SIMULTANEIDADE.................................................................................... 176 3 IMITAÇÃO E CÂNONE ................................................................................................................ 177 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 179 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 184 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 185 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 189 1 UNIDADE 1 — HARMONIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a formação dos acordes de três e de quatro sons, além das grafias; • analisar os acordes e as funções harmônicas dentro dos campos harmô- nicos maior e menor; • encadear acordes, utilizando inversões e as escrevendo a quatro vozes; • harmonizar melodias, utilizando acordes de dentro e de fora dos cam- pos harmônicos maior e menor. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES TÓPICO 2 – ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES TÓPICO 3 – ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES TÓPICO 4 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE HARMÔNICA E HARMONIZAÇÃO DE MELODIAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os conceitos e as estruturas que são a base para o entendimento e o estudo da Harmonia. Este tópico está dividido em três eixos: a formação de tríades (acordes de três sons), a distribuição das vozes (como escrevemos as notas dos acordes no pentagrama) e as tríades da escala (formação dos campos harmônicos maiores e menores). O primeiro eixo tratará da formação dos acordes de três sons e das inversões, além da maneira de cifragem (grafia sintetizada das notas de um acorde, utilizando letras ou números romanos) desses acordes. O segundo eixo tratará das possibilidades de duplicação/dobramento de notas de uma tríade quando escrevemos a harmonia em textura coral a quatro vozes e como posicionar as notas do acorde no pentagrama, escrevendo para a textura coral. O terceiro eixo tratará da construção dos campos harmônicos maior e menor, das características principais de cada campo e das formas de cifragem dos acordes. Após este estudo, estaremos aptos a compreender como ocorre a relação entre os acordes, encadeamento, criando estruturas maiores e relacionadas. 2 AS TRÍADES O estudo de harmonia que faremos estará embasado no sistema tonal, sistema este que está estruturado sobre as escalas maiores e as escalas menores. A escala pode ser entendida como uma sequência de sete notas musicais, dispostas por graus conjuntos, e que segue uma ordem de tons e de semitons específica. Sobre cada uma das notas da escala, também chamadas de graus da escala, podemos construir um acorde. O conjunto desses sete acordes, na mesma quantidade de notas/graus da escala, forma o campo harmônico dessa escala. Acorde é definido como o conjunto de três ou de mais notas, que podem ser executadas simultaneamente ou na forma arpejada (nota após nota). Um acorde de três sons é denominado de tríade, enquanto um acorde de quatro sons é denominado de tétrade, e assim sucessivamente. UNIDADE 1 — HARMONIA 4 2.1 FORMAÇÃO DAS TRÍADES As tríades podem ser consideradas a estrutura harmônica mais simples de um acorde. Vale lembrar que apenas duas notas não podem formar um acorde, uma vez que apenas duas notas formam um intervalo musical. Como vimos, para formar um acorde, é necessária a sobreposição de, no mínimo, três notas. Essas três notas devem estar em intervalos de terças. A nota mais grave é chamada de fundamental, a segunda nota é a terça do acorde, e a terceira nota é a quinta do acorde. De acordo com Schoenberg (1999), podemos obter quatro combinações possíveis: o acorde perfeito maior, o acorde perfeito menor, o acorde de quinta diminuta e o acorde de quinta aumentada. FIGURA 1 – ACORDES DE TRÊS SONS - TRÍADES Para construir um acorde, devemos lembrar que: a) precisamos de, no mínimo, três notas; b) essas notas devem estar sobrepostas, e em intervalos de terças; c) a distância entre a primeira e a terceira nota de um acorde maior ou menor forma um intervalo de 5a justa, conforme mostrará a figura a seguir. FONTE: O autor Existem outras disposições de acordes, além desse em terças sobrepostas, como os acordes de quartas, chamados de acordes de quarta ou quartais, ainda, uma sobreposição de segundas, que são chamadas de cluster (termo batizado no século XX pelo compositor Henry Cowell). Você pode conferir detalhamentos em https://www. descomplicandoamusica.com/harmonia-quartal/. DICAS https://www.descomplicandoamusica.com/harmonia-quartal/ https://www.descomplicandoamusica.com/harmonia-quartal/ TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 5 FIGURA 2 – SOBREPOSIÇÃO DE TERÇAS DA TRÍADE FONTE: O autor Um acorde é definido como maior ou menor de acordo com o primeiro intervalo de 3a, que forma o acorde, ou seja, para um acorde ser maior, o primeiro intervalo de terça deve ser maior; para um acorde ser menor, o primeiro intervalo de terça deve ser menor. Desse modo, temos: a) Um acorde MAIOR deve ter a seguinte estrutura de 3as: FIGURA 3 – SOBREPOSIÇÃO DE TERÇAS DA TRÍADE MAIOR FONTE: O autor b) Um acorde MENOR deve ter a seguinte estrutura de 3as: FIGURA 4 – SOBREPOSIÇÃO DE TERÇAS DA TRÍADE MENOR FONTE: O autor Os acordes do tipo aumentados ou diminutos são aqueles em que a distância entre a primeira nota do acorde (Fundamental) e a terceira nota (5a do acorde) forma intervalos de 5a aumentada (8 ST) ou de 5a diminuta (6 ST), respectivamente. Desse modo, podemos perceber que uma tríade aumentada é formada por duas 3as maiores sobrepostas, e que a tríade diminuta é formada por duas 3as menores sobrepostas. a) acorde Aumentado = 3ª M – 3ª M UNIDADE 1 — HARMONIA 6 FIGURA 5 – SOBREPOSIÇÃO DE TERÇAS DA TRÍADE AUMENTADA FONTE: O autor b) acorde Diminuto = 3ª m – 3ª m FIGURA 6 – SOBREPOSIÇÃO DE TERÇAS DA TRÍADE DIMINUTA FONTE: O autor 2.2 ACORDES TRÍADES: NOMENCLATURA E CIFRAGEM Para nomear um acorde de três sons, devemos observar se as notas que o formam estão dispostas em intervalos de 3as. Somente quando as notas do acorde estiverem nessa disposição, é possível nomear um acorde. Dessa forma, o nome do acorde é definido pelo nome da nota mais grave do acorde. Os acordes podem ser nomeados por meio de cifras, utilizando a letra que representa a nota mais grave do acorde, para nomeá-lo. FIGURA 7 – EXEMPLO DE CIFRAGEM DAS TRÍADES Dó Maior Dó menor Dó diminuto Dó aumentado FONTE: O autor TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 7 FIGURA 8 – CIFRAGEM DE DIFERENTES TRÍADES FONTE: O autor Os acordes aumentados e diminutos podem ser cifrados de diferentes formas. Os Acordes Aumentados podem ser cifrados como: FIGURA 9 – FORMAS DE CIFRAGEM DA TRÍADE AUMENTADA FONTE: O autor Os Acordes Diminutos podem ser cifrados como: FIGURA 10 – FORMAS DE CIFRAGEM DA TRÍADE DIMINUTA FONTE: O Autor C EM DM Só devemos indicar com a letra "m" (minúscula) os acordes que são menores. Acordes maiores não têm a sua qualidade, a letra M (maiúscula),descrita na cifra. Portanto: C = Dó Maior Dm = Ré menor NOTA UNIDADE 1 — HARMONIA 8 2.3 INVERSÃO DAS TRÍADES Um acorde está invertido quando a ordem das notas NÃO segue intervalos de 3a. A tríade de Dó maior, por exemplo, pode ter três posições diferentes. Cada uma dessas posições possui um nome específico. As tríades permitem dois tipos de inversão: a 1ª inversão, em que a terça do acorde é a nota mais grave; e a 2ª inversão, em que a quinta do acorde é a nota mais grave. Assis (2016) destaca que esses acordes também são conheci dos como acordes de sexta, “devido ao intervalo de sexta que se forma entre a fundamental e a terça que está no baixo (na primeira inversão) e entre a terça e a quinta (na segunda inversão)” (ASSIS, 2016, p. 29). FIGURA 11 – INVERSÃO DAS TRÍADES FONTE: O autor • Nomeando acordes invertidos Para NOMEAR um acorde invertido, precisamos, inicialmente, descobrir qual é a nota mais grave desse acorde, chamada de BAIXO. O segundo passo é reordenar as notas que estão invertidas, dispondo-as em intervalos de 3a no estado fundamental, para sabermos a posição original de formação desse acorde. Depois que as notas do acorde estiverem em intervalos de 3a, identificamos se esse acorde é maior ou menor, assim como a cifra, que corresponde a essa nota mais grave e que dá nome ao acorde. Posição das notas 1a Posição 2a Posição 3a Posição Nota mais grave Dó Mi Sol Nomenclatura Estado Fundamental E.F. 1 a Inversão 2a Inversão TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 9 O último passo para nomearmos o acorde invertido é unirmos a cifra identificada no estado fundamental reorganizado do acorde com a qualidade (maior, menor, por exemplo) e com a nota mais grave, que inicia a inversão. FIGURA 12 – INVERSÕES DAS TRÍADES E NOMENCLATURA FONTE: O autor • Cifrando acordes invertidos Para CIFRAR um acorde invertido, também precisamos identificar a nota mais grave, que é o BAIXO. Para isso, devemos reordenar as notas do acorde, dispondo-as em intervalos de 3a no estado Fundamental. Assim que as notas do acorde estiverem em intervalos de 3a, identificamos a cifra que corresponde a essa nota mais grave, e que, consequentemente, dá nome ao acorde. Para cifrarmos as inversões do acorde, basta escrevermos, ao lado da cifra que nomeia o acorde, a cifra correspondente à nota mais grave da inversão, separadas por uma barra. FIGURA 13 – CIFRAGEM DAS INVERSÕES DAS TRÍADES FONTE: O autor Posição das notas Fundamental 3 a do Acorde 5 a do Acorde Nota mais grave Dó (C) Mi (E) Sol (G) Nome Dó Maior Dó Maior com Mi no baixo Dó Maior com Sol no baixo Posição das notas Fundamental 3 a do Acorde 5 a do Acorde Nota mais grave Dó (C) Mi (E) Sol (G) Cifra C C/E C/G UNIDADE 1 — HARMONIA 10 3 DISTRIBUIÇÃO DAS VOZES Durante o estudo da Harmonia, realizamos os exercícios, distribuindo as notas dos acordes no pentagrama, como se estivéssemos escrevendo para um coral a quatro vozes. Com base nisso, conseguimos criar relações de distanciamento e de tessitura entre as notas do acorde (KOENTOPP, 2010). As vozes de um coral são: soprano (voz mais aguda feminina), contralto (voz mais grave feminina), tenor (voz aguda masculina) e baixo (voz mais grave masculina). As vozes femininas são escritas em clave de Sol, e as vozes masculinas em clave de Fá. As tessituras usadas para cada voz são: FIGURA 14 – TESSITURA MÉDIA DAS VOZES FONTE: Koentopp (2010, p. 17) Para a prática dos exercícios de Harmonia, usam-se sempre dois pentagramas, como se fosse uma pauta para piano. No pentagrama superior, na clave de Sol, escrevemos as notas das vozes de soprano e contralto, e, no pentagrama inferior, em clave de Fá, as notas das vozes de tenor e baixo. 3.1 DUPLICAÇÃO/DOBRAMENTO DE VOZES Quando escrevemos uma tríade em uma estrutura para quatro vozes, como a textura coral, precisamos dobrar (duplicar/dobrar) uma das notas da tríade. Acerca disso, Schönberg (2004) define as seguintes opções, por ordem de prioridade: Opção 1: dobrar a nota fundamental do acorde. Opção 2: dobrar a quinta do acorde. Opção 3: dobrar a terça do acorde. O autor fundamenta a ordenação em função da série harmônica, ou seja, a preferência da nota a ser duplicada segue o aparecimento dela na série harmônica. Contudo, dentro da série harmônica, as notas que mais aparecem são a fundamental, a quinta, e, por fim, a terça do acorde. Uma outra característica interessante é que a terça do acorde tem a função de determinar se um acorde é maior ou menor, e isso, por si só, já confere um destaque especial, não necessitando ser duplicada. Schöenberg (1999) ainda define que, no VII grau da escala maior, a quinta Diminuta do acorde não deve ser dobrada. TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 11 3.2 POSIÇÃO DAS VOZES DO ACORDE Um acorde qualquer pode ter as notas escritas de duas maneiras: com as notas próximas umas das outras (posição fechada), ou com as notas distantes umas das outras (posição aberta). Kostka & Payne (1984) apud Koentopp (2010) definem essas posições da seguinte forma: “Posição Fechada (Close Structure), quer dizer que entre soprano e tenor deve haver menos de uma oitava; Posição Aberta (Open Structure), que entre soprano e tenor haver ter uma oitava ou mais” (KOENTOPP, 2010, p. 33). Acerca das posições aberta e fechada, Koentopp (2010) destaca que, segundo Piston (1987), se “a voz do soprano estiver muito aguda, é melhor utilizar a posição aberta para que as outras vozes não fiquem numa região demasiada aguda” (KOENTOPP, 2010, p. 34). Para Koentopp (2010), é importante frisar que, entre as vozes de soprano e de contralto, e entre as vozes de contralto e tenor, não deve haver distância maior que uma oitava. Seguir essa orientação dá consistência sonora ao acorde, ou, como explica Schönberg (1999) apud Koentopp (2010), obtemos uma sonoridade homogênea. Para o Tenor e o Baixo, a distância entre as notas pode ser maior que uma oitava. Contudo, Piston (1987) apud Koentopp (2010) chama atenção para que não se ultrapasse duas oitavas. FIGURA 15 – POSIÇÕES DO ACORDE: SCHOENBERG, PISTON, KOSTKA & PAYNE FONTE: Koentopp (2010, p. 34) UNIDADE 1 — HARMONIA 12 Conforme explica Koentopp (2010), nos exercícios propostos de encadeamentos de acordes, podemos ser bem maleáveis quanto ao uso do espaçamento. Todavia, quando vamos aplicá-lo em um arranjo ou em uma composição, é muito importante que se escolha a disposição das notas a serem usadas, conforme o efetivo requerido. O autor complementa, ainda, informando que, quando formos escrever um acorde para coral, é importante que tenhamos conhecimento da tessitura real que os cantores do grupo conseguem alcançar. 4 TRÍADES DA ESCALA É importante destacar que, nos exercícios de encadeamento, progressão de acordes, utilizaremos os acordes construídos sobre cada grau de uma escala, seja ela maior ou menor harmônica, ou seja, os acordes do campo harmônico dessas escalas (ASSIS, 2016) Devemos ter em mente que cada grau da escala recebe um número romano, que indica a posição daquele acorde dentro da escala. Se o número romano for em letra maiúscula, representa os acordes maiores, e se for em letras minúsculas, representa acordes menores. Dessa forma, uma escala maior tem os seguintes graus: FIGURA 16 – TRÍADES FORMADAS SOBRE AS NOTAS DA ESCALA MAIOR FONTE: Assis (2016, p. 21) Fique atento para o sétimo grau da escala, que é uma tríade diminuta e, portanto, receba um símbolo diferenciado, VIIo, que pode ser representado em minúsculo porque a terça inferior é menor, acrescido do símbolo o, para indicar que é um acorde diminuto (ASSIS, 2016). 4.1 CAMPO HARMÔNICO MAIOR Campo harmônico é o conjunto de acordes formados sobre cada grau de uma escala, seja ela maior ou menor, exatamente como vimos no item anterior. Quando construímos os acordes sobre cada um dos graus de uma escala, surge o campo harmônico daquelaescala. TÓPICO 1 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS I – FORMAÇÃO DE ACORDES TRÍADES 13 FIGURA 17 – CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR FONTE: Assis (2016, p. 21) De forma resumida, segundo Assis (2016), há, no modo maior: • I, IV e V graus – acordes maiores. • II, III e VI graus – acordes menores. • VIIo grau – um acorde Diminuto. 4.2 CAMPO HARMÔNICO MENOR A tonalidade menor apresenta três possibilidades de escalas: a natural, a harmônica e a melódica. O campo harmônico da tonalidade menor utiliza, na prática, os acordes formados sobre a escala menor harmônica. Dessa forma, no modo menor, há o seguinte campo harmônico: FIGURA 18 – TRÍADES SOBRE AS NOTAS DA ESCALA MENOR HARMÔNICA FONTE: Assis (2016, p. 21) Para Assis (2016), é importante repararmos que, na escala menor harmônica, ocorre a alteração da sensível (que é elevada em um semitom), devendo estar presente nos acordes em que a sensível faz parte do acorde. Isso ocorre no V e no VIIo. Vale ressaltar, também, que o terceiro grau se torna um acorde aumentado (tipo de acorde em que as duas ter ças são maiores), recebendo a cifra III+. “O número romano deve ser maiúsculo porque a terça inferior que o constitui é maior, e o símbolo + para indicar que é uma tríade aumentada” (ASSIS, 2016, p. 21). Dessa forma, segundo Assis (2016), há, no modo menor: UNIDADE 1 — HARMONIA 14 • I e IV graus – acordes perfeitos menores. • V e VI graus – acordes perfeitos maiores. • II e VII os graus – acordes diminutos. • III+ grau – acorde aumentado. 15 Neste tópico, você aprendeu que: • Qualquer acorde é formado pela sobreposição de intervalos de 3ª, e é possível inverter a ordem das notas, gerando acordes invertidos. • Há quatro tipos de qualidades de acordes de três sons: maior, menor, aumentado e diminuto. • Os acordes devem ser escritos em textura coral, em duas pautas (uma em clave de Sol para as vozes de soprano e contralto, e outra em clave de Fá para as vozes de tenor e de baixo), respeitando a tessitura de cada voz. • O conjunto de acordes, formado sobre cada grau de uma escala, é chamado de campo harmônico, acordes principais disponíveis para harmonizar uma melodia naquela tonalidade. • Quando for necessário, devemos dar prioridade para duplicar notas do acorde quando forem a fundamental e/ou a quinta dos acordes. RESUMO DO TÓPICO 1 16 1 Um acorde é formado pela sobreposição de intervalos de 3ª (terças). Essa relação intervalar (terças) pode ser alterada de acordo com a posição das notas no pentagrama, denominadas de inversões. Acerca das inversões de acordes de três sons (tríades) e da relação intervalar entre as notas de um acorde, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Uma tríade em segunda inversão apresenta, entre as notas, os intervalos de 4ª, seguida de 3ª. b) ( ) Uma tríade em segunda inversão apresenta, entre as notas, os intervalos de 3ª, seguida de 4ª. c) ( ) Uma tríade em primeira inversão apresenta, entre as notas, os intervalos de 4ª, seguida de 3ª. d) ( ) Uma tríade em primeira inversão apresenta, entre as notas, os intervalos de 3ª, seguida de 3ª. 2 Existem quatro tipos de tríades: maior, menor, aumentada e diminuta. Cada um desses tipos de acorde apresenta, na formação, intervalos de 3ª (terça) de qualidades diferentes (maiores ou menores). Com base nas qualidades dos intervalos de 3ª (terça) que formam esses quatro tipos de tríades, analise as sentenças a seguir: I- Um acorde do tipo maior, em Estado Fundamental, apresenta, entre as notas, da mais grave para a mais aguda, os intervalos de 3ªM e de 3ªm. II- Um acorde do tipo diminuto, em Estado Fundamental, apresenta, entre as notas, da mais grave para a mais aguda, os intervalos de 3ªm e de 3ªM. III- Um acorde do tipo aumentado, em Estado Fundamental, apresenta, entre as notas, da mais grave para a mais aguda, os intervalos de 3ªM e de 3ªM. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 Os acordes podem ser grafado por cifras, por letras ou por números romanos. Quando ciframos um acorde somente com as letras, estamos observando o acorde de forma isolada. Quando ciframos o acorde com números romanos, estamos compreendendo esse acorde dentro de um campo harmônico (maior ou menor) e a função que esse acorde assume dentro desse campo. Considere o campo harmônico representado a seguir, e analise os acordes desse campo de acordo com os dois tipos de cifragem. Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: AUTOATIVIDADE 17 ( ) A cifra Am é o VI grau desse campo harmônico e representa o acorde de Lá menor. ( ) O acorde correspondente ao II grau desse campo harmônico é o Mi menor. ( ) A cifra Bdim ou Bo é o VIIo grau desse campo harmônico e representa o acorde de Si diminuto. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Quando estudamos Harmonia, temos, por tradição, e recurso pedagógico, escrever as notas dos acordes, distribuindo-as no pentagrama, utilizando duas pautas. Dessa forma, utilizamos a textura coral, e podemos visualizar a relação entre cada uma das notas de um acorde com o acorde seguinte. Disserte acerca dessa prática de escrita no estudo da Harmonia, destacando as vozes, as claves utilizadas, e quais notas do acorde podem ser dobradas quando usamos apenas acordes de três sons (tríades). 5 Um campo harmônico menor pode oferecer três conjuntos de acordes, de acordo com o tipo de escala menor utilizado. É sabido que há a escala menor natural, a harmônica e a melódica. Cada uma dessas escalas apresenta alterações (sustenidos ou bemóis) específicas. Nesse contexto, disserte acerca de que tipo de escala menor é mais utilizado no estudo de Harmonia, além do porquê. 19 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2, estudaremos os conceitos e as estruturas que conduzem o encadeamento dos acordes no estudo da Harmonia. Abordaremos os encadeamentos de acordes por graus conjuntos e por graus disjuntos. Observaremos a formação dos acordes de quatro sons, as tétrades, inversões e classificações. Dentro desse estudo, abordaremos a importância do acorde de 7ª da Dominante, um dos principais acordes dentro do sistema tonal. As normas de encadeamento que estudaremos servirão para a condução de acordes de quatro sons. Isso nos abreviará o entendimento das funções das tétrades dentro do campo harmônico tonal. 2 AS TÉTRADES Os acordes de quatro sons, chamados de tétrades, são formados pela sobreposição de três intervalos de 3a. A distância existente entre a primeira e a quarta nota de um acorde maior ou menor forma um intervalo de 7a maior, ou menor. FIGURA 19 – DISTÂNCIA ENTRE A FUNDAMENTAL E A SÉTIMA DO ACORDE FONTE: O autor Para os acordes maiores e menores, duas qualidades de intervalos de 7a são importantes: a 7a Maior (11 ST) e a 7a menor (10 ST). As notas que formam uma tétrade são: 20 UNIDADE 1 — HARMONIA FIGURA 20 – NOMES DAS NOTAS DE UMA TÉTRADE FONTE: O autor Sabendo disso, há os seguintes acordes de sétima em uma escala de Dó Maior e em uma escala de Lá menor: FIGURA 21 – EXEMPLO DE ACORDES DE SÉTIMA (TÉTRADES) DO MODO MAIOR FONTE: Assis (2016, p. 31) FIGURA 22 – EXEMPLO DE ACORDES DE SÉTIMA (TÉTRADES) DO MODO MENOR FONTE: Assis (2016, p. 31) 2.1 FORMAÇÃO DOS ACORDES DE 4 SONS O termo 7ª (sétima) se refere ao intervalo formado entre a nota que dá nome ao acorde (fundamental) e a sétima. Podemos classificar as sétimas em três tipos, basicamente: sétima maior, sétima menor e sétima diminuta. Relembrando: FIGURA 23 – INTERVALOS DE 7ª 7ª M 7ª m 7ª dim FONTE: O autor TÓPICO 2 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTODE ACORDES 21 Um acorde de C7M, por exemplo, é o acorde de Dó Maior (Dó-Mi-Sol), mais a 7ª nota a partir de Dó (sétima maior=11ST), Si. O acorde final tem as notas Dó-Mi-Sol-Si. FIGURA 24 – TÉTRADE COM 7M C + 7M = C7M FONTE: O autor Nessa mesma lógica, surgem as seguintes possibilidades de acordes com 7ª: FIGURA 25 – TÉTRADE COM 7ª MAIOR E 7ª MENOR C7M C7 Dó com 7ª Maior Dó com 7ª menor FONTE: O autor Acordes diminutos podem ter duas possibilidades, de acordo com o tipo de sétima que utilizam: a) Acorde Diminuto = tríade diminuta com 7a diminuta FIGURA 26 – TÉTRADE DIMINUTA FONTE: O autor b) Acorde Meio Diminuto = tríade diminuta com 7a menor 22 UNIDADE 1 — HARMONIA FIGURA 27 – TÉTRADE MEIO DIMINUTA FONTE: O autor 2.2 INVERSÃO DAS TÉTRADES As tétrades também podem ser invertidas. Como há quatro sons, há quatro posições possíveis para acordes desse tipo: Estado Fundamental (EF): quando a nota que dá nome ao acorde é a mais grave. 1ª Inversão: quando a 3ª do acorde é a mais grave. 2ª Inversão: quando a 5ª do acorde é a mais grave. 3ª Inversão: quando a 7ª do acorde é a mais grave. FIGURA 28 – INVERSÃO DAS TÉTRADES NO ACORDE DE C7 FONTE: O Autor O vídeo que segue contém dicas interessantes, tocadas no violão, acerca de como montar um acorde diminuto e um acorde meio diminuto, além da principal diferença entre esses dois tipos de acordes: https://www.youtube.com/watch?v=ZebtCzGf_Y8. DICAS https://www.youtube.com/watch?v=ZebtCzGf_Y8 TÓPICO 2 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES 23 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ACORDES DE SÉTIMA Os acordes de sétima já foram classificados diferente da forma que conhecemos atualmente. “Antigamente, os acordes de sétima eram classificados, de acordo com a estrutura, em sete espécies diferentes. Embora não seja mais utilizada, é interessante relembrar essa classificação para conhecermos melhor a estrutura dos acordes de sétima” (ASSIS, 2016, p. 31). Assim, o autor traz a definição de cada espécie, da seguinte maneira: 1) O acorde de sétima de primeira espécie (acorde perfeito maior com sétima menor) é o acorde de sétima de dominante. 2) O de segunda espécie (acorde perfeito menor com sétima menor) é conhecido como acorde de sétima menor, encontra-se no ii7, iii7, vi7 do modo maior e no iv7 do modo menor. 3) O de terceira espécie (acorde diminuto com sétima menor) é chamado de acorde de sétima de sensível, ou, mais popularmente conhecido, como acorde meio diminuto, e se encontra no viiø7 do modo maior e no iiø7 do modo menor. 4) O de quarta espécie (acorde perfeito maior com sétima maior) é chamado, simples mente, de acorde de sétima maior, e se encontra no I7 e no IV7 do modo maior e no VI7 do modo menor. 5) O de quinta espécie (perfeito menor com sétima maior) se encontra no i7 do modo menor. 6) O de sexta espécie (acorde aumentado com sétima maior) se encontra no III+ do modo menor. 7) O de sétima espécie (acorde diminuto com sétima diminuta) é conhecido como acorde de sétima diminuta e se encontra no viiº7 do modo menor (ASSIS, 2016, p. 31-32). 2.4 ACORDE DE 7ª DA DOMINANTE Um acorde que vale destacar é o de sétima dominante. “É muito importante no contexto tonal, devido à inten sa relação de atratividade que estabelece com a tônica” (ASSIS, 2016, p. 33), sendo uma característica importante, desse acorde, a presença do intervalo de quinta diminuta (trítono) entre a terça e a sétima do acorde. O autor acrescenta que, dentro de uma escala diatônica maior, as notas que formam o trítono contêm, entre si, os semitons da escala, que produzem a sensação de aproximação com as notas vizinhas. Por conta dessa atração, as notas que formam o trítono são denominadas de notas atrativas. Vejamos a figura a seguir, que apresentará as notas atra tivas da escala de Dó, nesse caso, as notas Fá e Si. 24 UNIDADE 1 — HARMONIA FIGURA 29 – NOTAS ATRATIVAS NA ESCALA DIATÔNICA MAIOR FONTE: Assis (2016, p. 33) 3 ENCADEAMENTOS O encadeamento acontece quando relacionamos os acordes entre si, por meio de uma sequência de acordes dentro de um campo harmônico. Estudaremos encadeamentos de acordes por meio de movimentos de graus disjuntos e de graus conjuntos e possíveis inversões. Para iniciarmos o estudo desses movimentos, aprenderemos, um pouco, a condução de vozes, ou condução de notas. Dentro dessa condução, surgem diferentes classificações de movimentos, como poderemos observar a seguir. • Condução de vozes Ao estudarmos a condução das notas de um acorde para outro, Assis (2016) explica que há três tipos de movimentação entre as vozes: a) Movimento direto ou paralelo: movimento que ocorre quando duas ou mais vozes se movem na mesma direção. FIGURA 30 – MOVIMENTO PARALELO DE VOZES FONTE: Assis (2016, p. 27) b) Movimento contrário: quando duas ou mais vozes se movimentam em direções opostas. TÓPICO 2 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES 25 FONTE: Assis (2016, p. 27) c) Movimento oblíquo: uma voz fica fixa, enquanto a outra se movimenta. FIGURA 32 – MOVIMENTO OBLÍQUO DE VOZES FONTE: Assis (2016, p. 28) Observando esses três tipos de movimento, Assis (2016) complementa que regras devem ser observadas na condução das notas: 1) Evitar a condução de duas vozes em uníssono ou em oitavas paralelas. FIGURA 33 – SALTOS DE OITAVA E UNÍSSONO PARALELOS FONTE: Assis (2016, p. 28) 2) Evitar a condução de vozes em quintas consecutivas. FIGURA 34 – SALTOS DE QUINTA PARALELA FONTE: Assis (2016, p. 28) FIGURA 31 – MOVIMENTO CONTRÁRIO DE VOZES 26 UNIDADE 1 — HARMONIA Com as regras de condução e os tipos de movimentos expostos, seguiremos com o estudo dos encadeamentos de graus conjuntos e disjuntos. 3.1 DE GRAUS DISJUNTOS Conforme destaca Assis (2016), o encadeamento de acordes por graus disjuntos pode ser realizado de forma simples, envolvendo quatro passos: 1) Escrevendo a progressão do baixo do primeiro para o segundo acorde. 2) Completando as notas do primeiro acorde. 3) Mantendo, no segundo acorde, a nota comum entre ambos. 4) Conduzindo as duas notas restantes do primeiro acorde para as notas mais próximas do segundo. FIGURA 35 – PROCEDIMENTO BÁSICO DE ENCADEAMENTOS DE ACORDES FONTE: Assis (2016, p. 28) 3.2 DE GRAUS CONJUNTOS Para encadearmos acordes de graus conjuntos, devemos notar que eles não possuem notas em comum, e que precisamos estar atentos para evitar os possíveis paralelismos de quintas e de oitavas. Para evitar esses paralelismos, Assis (2016) diz que devemos realizar o movimento contrário das vozes agudas em relação ao baixo, conduzindo as notas sempre pela menor distância entre elas. Assis (2016) traz um exemplo muito claro, quando apresenta a resolução de um encadeamento entre o V e o VI graus. Podemos perceber que o baixo realiza um movimento ascendente, enquanto as notas do segundo acorde realizam um movimento descendente e, por consequência, contrário ao movimento do baixo. TÓPICO 2 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS II – FORMAÇÃO DE ACORDES TÉTRADES E ENCADEAMENTO DE ACORDES 27 FIGURA 36 – ENCADEAMENTO ENTRE GRAUS CONJUNTOS - BAIXO ASCENDENTE FONTE: Assis (2016, p. 29) Na figura a seguir, veremos um exemplo em que o autor demonstra o movimento descendente do baixo, enquanto as notas agudas realizam um movimento ascendente e, portanto, contrário, para as notas mais próximas. FIGURA 37 – ENCADEAMENTO ENTRE GRAUS CONJUNTOS – BAIXO DESCENDENTE. FONTE: Assis (2016, p. 29) 28 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O encadeamento de acordes pode acontecer por graus conjuntos e disjuntos, respeitando normas específicas. • A 7ª da tétrade pode ser maior, menor e diminuta. • As tétrades têm 1ª, 2ª e 3ª de inversão, essa última, devido ao acréscimo da quarta nota (a 7ª). • Uma tétrade pode ser diminuta ou meio-diminuta,dependendo se a 7ª é menor ou diminuta. • O acorde de 7ª da dominante é de atração, e cada nota resolve em outra nota específica do acorde de tônica. 29 1 Os encadeamentos de acordes preveem a observância de movimentos específicos entre as notas (vozes) dos acordes. Esses movimentos podem ser eficazes ou não, conferindo qualidade sonora ao movimento harmônico, enriquecendo, dessa forma, a movimentação harmônica. Acerca das movimentações mais adequadas consideradas eficazes no encadeamento harmônico, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Os movimentos verticais e paralelos são considerados mais eficazes e de qualidade sonora ao encadeamento harmônico. b) ( ) Os movimentos paralelos e horizontais são considerados mais eficazes e de qualidade sonora ao encadeamento harmônico. c) ( ) Os movimentos oblíquos e contrário são considerados mais eficazes e de qualidade sonora ao encadeamento harmônico. d) ( ) Os movimentos laterais e paralelos são considerados mais eficazes e de qualidade sonora ao encadeamento harmônico. 2 As tétrades podem ser grafadas, utilizando letras, denominadas de cifras. As cifras representam várias características dos acordes, como as notas que formam o acorde, a qualidade do acorde (maior, menor, aumentado ou diminuto), e a ordem em que as notas estão dispostas. Com base nas características de uma cifra de acorde, analise as sentenças a seguir: I- A cifra correspondente ao acorde de Dó maior com sétima menor é C7. II- São cifras possíveis para o acorde de Ré diminuto: D, Dm. III- A cifra correspondente ao acorde de Si bemol maior é Bbm. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença I está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 A ordem em que as notas de um acorde se dispõem é estudada na Harmonia quando falamos da inversão de acordes. A inversão de acordes pode ser sinalizada na cifra, indicando qual a nota mais grave inicia o acorde. De acordo com os princípios da inversão de acordes, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: ( ) Uma tétrade que estiver na primeira inversão tem, como nota mais grave, a fundamental. ( ) Uma tétrade em Estado Fundamental tem, como nota mais grave, a 3ª do acorde. ( ) Uma tétrade que estiver na segunda inversão tem, como nota mais grave, a 5ª do acorde. AUTOATIVIDADE 30 Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Na figura a seguir, estarão representados quatro acordes. Escreva o nome do acorde, a qualidade (se é maior, menor, aumentado ou diminuto), a inversão (quando houver) e a cifra de cada acorde. 5 No pentagrama a seguir, devem ser encontrados cifrados oito acordes. Escreva, no pentagrama, as notas referentes a esses acordes. Atente-se para as inversões. 31 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos as estruturas harmônicas que conferem fluência ao texto musical. As tonalidades e as modulações são recursos que os compositores utilizam para contextualizar as ideias musicais. Podemos dizer que são campos sonoros em que as ideias musicais são desenvolvidas. Abordaremos as funções harmônicas tonais, as alterações possíveis nos acordes, e os tipos de procedimentos harmônicos utilizados para criar modulações. Essas alterações, unidas com encadeamentos harmônicos específicos (cadências), devem gerar uma modulação fluída. Dentro do estudo da Harmonia, compreenderemos as funções tonais (funções dos acordes dentro de uma tonalidade) com as cadências (sequências de acordes em um encadeamento específico), tornando-se de vital importância para a observação dos tipos de modulação. 2 TONALIDADES E CADÊNCIAS Tonalidade pode ser descrita como a relação entre notas ou acordes de uma escala, existindo um centro, uma nota ou acorde central, para o qual sempre se retorna ou repousa (a tônica). No fim da Renascença, ao agregar várias vozes simultaneamente, a técnica intervalar do contraponto polifônico produziu a maioria das tríades diatônicas maiores e menores e dos acordes de sexta (primeira e segunda inversões das tríades maiores e menores). Além disso, a dificuldade de se controlar as estruturas modais em contrapontos mais complexos acabou por diluir a individualidade dos modos, que se aglutinaram por afinidade em dois modos principais: o modo maior e o modo menor. Principalmente, a partir das fórmulas cadenciais, pela posição nos finais de frase, e pelo caráter fixo, estabeleceu-se um sentido de tonalidade. Gradualmen te, outros acordes passaram a se relacionar com o acorde final e uns com os ou tros, surgindo um senso de progressão e, em um sentido mais amplo, de relações tonais (ASSIS, 2016, p. 41). Dentro de uma tonalidade, três acordes assumem papel importante para configurar uma cadência e definir uma tonalidade: o acorde de tônica (T – I grau), 32 UNIDADE 1 — HARMONIA o acorde de subdominante (S – IV grau) e o acorde de dominante (D – V grau). Esses três acordes “desempenham as principais funções harmônicas, em torno das quais todo o discurso tonal se estrutura” (ASSIS, 2016, p. 41). Ao observarmos a relação entre os acordes de tônica – subdominante – dominante, podemos perceber que há um movimento de afastamento e de aproximação entre eles. Da tônica para a subdominante, ocorre um afastamento, e, o movimento da dominante para a tônica, a reaproximação. FIGURA 38 – RELAÇÕES DE AFASTAMENTO E APROXIMAÇÃO DAS FUNÇÕES HARMÔNICAS FONTE: Assis (2016, p. 43) Segundo Assis (2016), podemos destacar quatro tipos principais de cadências: • Cadência perfeita: quando o acorde de tônica é precedido pelo de dominante (V – I). • Cadência plagal: quando o acorde de tônica é precedido por qualquer acorde que não o de dominante, geralmente, subdominante (IV – I). • Cadência de engano: quando o acorde de dominante é se guido por qualquer acorde que não seja o de tônica. • Cadência à dominante: quando termina no acorde de dominante, e este pode ser precedido por qualquer outro acorde. Um tipo dessa cadência, muito recorrente nas tonalidades menores, é a “cadência frígia”, configurada pela progressão: iv6 – V. Existem mais tipos de cadências. Detalharemos mais no próximo tópico. Elas são chaves importantes para composição, análise e harmonização de obras musicais. 2.1 FUNÇÕES TONAIS As principais funções harmônicas estão relacionadas com os acordes de I, IV e V graus da escala, ou seja, tônica, subdominante e dominante, respectivamente. TÓPICO 3 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES 33 No entanto, dentro de um campo harmônico, ainda, há os acordes de II, III, VI e VII graus, que podem ser utilizados. Devido à familiaridade/proximidade das notas desses outros acordes com aqueles que estruturam as três funções principais, os acordes de II, III, VI e VII graus assumem a tendência de se relacionar com uma dessas funções principais: a) Acordes com Função de Dominante: “o V e o VII com as sétimas, sendo que a sétima de sensível é somente utilizada no modo maior “ (ASSIS, 2016, p. 43). b) Acordes com função de Subdominante: o IV e o II, com as sétimas. c) Acordes com Função de Tônica: I (ou I no modo menor) e Vi (ou VI no modo menor). A partir dessa classificação, é possível evidenciar o campo tonal, que se caracteriza pelas relações existentes entre os graus da escala diatônica com o centro tonal exercido pela tônica (ASSIS, 2016). 2.2 ALTERAÇÕES De forma objetiva, além dos acordes formados dentro do campo harmônico de uma escala, é possível incorporar alterações a esse campo. Como observa Assis (2016, p. 44), “mesmo que um compositor utilize toda a gama da escala cromática em uma composição no período da música tonal, essas alterações estão subordinadas às principaisrelações hierárqui cas do campo tonal”. Para o autor, toda e qualquer alteração diz respeito a notas usadas que não pertencem à tonalidade. As alterações podem surgir como recursos composicionais, utilizando estruturas emprestadas de outras regiões tonais, ainda, como forma de substituições cromáticas ou enarmônicas de notas do acorde. Para Assis (2016), as alterações podem ser agrupadas em simples e em complexas: • Alterações simples Quando o compositor utiliza empréstimos e alterações diatônicas ou cromáticas sem afe tar as relações intrínsecas da tonalidade. Isso ocorre quando A função dos acordes está relacionada à harmonia funcional e, na aula a seguir, poderemos ter mais detalhes das funções de tônica, subdominante e dominante. Assista até o fim do vídeo, que possui exemplos sonoros, e aproveite para ler a descrição, que resume, de forma simples, o conteúdo: https://www.youtube.com/watch?v=-Ms2XDHUKSM. DICAS https://www.youtube.com/watch?v=-Ms2XDHUKSM 34 UNIDADE 1 — HARMONIA há a utilização da escala menor melódica no modo menor; quando se utilizam graus da escala menor no modo maior homônimo (conhecido como “empréstimo modal”); utilizados os acordes de dominantes individuais, que são acordes que não pertencem à tonalidade, mas mantêm uma relação de dominantes com os graus próprios da escala; ou incorporadas alterações cromáticas, como quintas aumentadas ou diminutas (V7(#5); V7(b5)), sextas aumentadas ou acorde de sexta napolitano. • Escala menor melódica Na escala menor harmônica, a elevação do sétimo grau da escala em um semitom gera o III+ aumentado, e, consequentemente, um intervalo de segunda aumentada entre o sexto e o sétimo graus da escala. De forma geral, o III+ e a segunda aumentada são pouco utilizados pelos compositores. Por conta disso, é comum observar um grande uso, pelos compositores, da escala menor melódica, como uma forma de amenizar os efeitos do acorde e o intervalo de segunda aumentados da escala menor harmônica (ASSIS, 2016). A escala menor melódica apresenta alterações nos VI e VII graus quando está ascendente, elevados em um semitom. Essas alterações podem ser anuladas quando está descendente. FIGURA 39 – ESCALA MENOR MELÓDICA. FONTE: Assis (2016, p. 45) FIGURA 40 – EXEMPLO DE ACORDES DISPONÍVEIS A PARTIR DA ESCALA MENOR MELÓDICA FONTE: Assis (2016, p. 46) • Empréstimo modal Note que, quando falamos de escalas, sempre há dois modos: o modo maior e o modo menor. Os acordes de empréstimo modal são aqueles pertencentes a um modo diferente daquele utilizado como principal. Por exemplo: Dentro de uma composição em Dó Maior (modo maior), podemos utilizar o acorde de TÓPICO 3 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES 35 Fá menor (emprestado do campo harmônico de Dó menor – modo menor). Os acordes de empréstimo modal assumem a função de ornamentação harmônica dentro de uma composição, sem afetar a estrutura harmônica ou a identidade da escala principal (ASSIS, 2016). FIGURA 41 – ACORDES DE EMPRÉSTIMO MODAL NO MODO MAIOR FONTE: Assis (2016, p. 46) No exemplo, em Dó Maior, Assis (2016) chama a atenção para a presença da nota Láb (no primeiro compasso, formando o acorde de IV menor = Fá menor e, no segundo compasso, formando o acorde de VII diminuto na primeira inversão = Si diminuto com baixo em Ré). No caso, a presença da nota Lá bemol é um empréstimo do modo menor (escala de Dó menor), uma vez que essa nota não pertence ao modo maior. Consequentemente, os acordes formados com a utilização do Lá bemol geram acordes emprestados do modo menor. Esses empréstimos ocorrem entre tons homônimos, acordes dos modos maior e menor que possuem a mesma tônica, no caso do exemplo anterior, Dó maior e Dó menor. Dominantes individuais Relembrando as características principais de um acorde com função de dominante: • deve ser um acorde perfeito maior; • pode estar acompanhado da 7ª menor; • pode ser substituído pelo acorde meio-diminuto. Observe o quadro a seguir, com as possibilidades de Dominantes individuais para cada grau da escala de Dó maior: 36 UNIDADE 1 — HARMONIA QUADRO 1 – DOMINANTES INDIVIDUAIS DE II, III, IV, V E VI DE DÓ MAIOR FONTE: Adaptado de Assis (2016) DOMINANTES INDIVIDUAIS DO II GRAU DO MODO MAIOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO III GRAU DO MODO MAIOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO IV GRAU DO MODO MAIOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO V GRAU DO MODO MAIOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO VI GRAU DO MODO MAIOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO III GRAU DO MODO MENOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO IV GRAU DO MODO MENOR DOMINANTES INDIVIDUAIS DO VI GRAU DO MODO MENOR TÓPICO 3 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES 37 • Acordes de sextas aumentadas Acordes de sexta aumentada têm origem na cadência frígia (do modo menor), que apresenta a seguinte configuração: iv6 – V. É uma cadência à Dominante (ou semicadência), visto que não há resolução do V (ASSIS, 2016). FIGURA 42 – CADÊNCIA FRÍGIA FONTE: Assis (2016, p. 48) Todos os acordes de sexta, uma vez que antecedem um acorde de V grau (Dominante), assumem a função de subdominante. Segundo Assis (2016), os compositores, quando utilizavam os acordes de sexta, costumavam agregar, a eles, cromatismos na voz superior, com a finalidade de aproximar esses acordes. Como esse costume, os cromatismos foram incluídos na estrutura do acorde, sendo uma outra característica importante dos acordes com sexta. FIGURA 43 – CADÊNCIA FRÍGIA COM CROMATISMO FONTE: Assis (2016, p. 49) O acorde que resultou do acréscimo desse cromatismo ficou conhecido como sexta italiana. FIGURA 44 – ACORDE DE SEXTA ITALIANA FONTE: Assis (2016, p. 49) 38 UNIDADE 1 — HARMONIA • Acorde de sexta napolitana (IINap) O acorde de sexta napolitana é um acorde de IV grau, que tem a 5ª transformada por uma substituição cromá tica. Posteriormente, esse acorde foi compreendido como uma modificação do II grau, mantendo essa grafia até os dias atuais. A função do acorde de sexta napolitana também é de subdominante (ASSIS, 2016). Observe: QUADRO 2 – ALTERAÇÕES DE FORMAÇÃO DO ACORDE DE SEXTA NAPOLITANA – IINAP FONTE: Adaptado de Assis (2016) • Alterações complexas As alterações complexas ocorrem quando são realizadas substituições de notas dos acordes da escala devido à utilização de processos enarmônicos. Da mesma forma que podem existir tonalidades distantes umas das outras, ou seja, que diferem entre sim em muitos sustenidos ou muitos bemóis, as alterações podem ser consideradas complexas pelo mesmo motivo. A enarmonia, como substituição de uma nota do acorde, abre a possibilidade para conduzir os acordes a outras regiões tonais. “As alterações são consideradas complexas pelas relações distantes que possibilitam” (ASSIS, 2016, p. 5). Os acordes diminutos e os aumentados possibilitam essas alterações. Detalhando as alterações complexas: CADÊNCIA PERFEITA NO MODO MENOR SUBSTITUIÇÃO CROMÁTICA DA QUINTA DO IV GRAU CADÊNCIA PERFEITA COM O IINAP TÓPICO 3 — ESTRUTURAS HARMÔNICAS III – TONALIDADES E MODULAÇÕES 39 • Acordes diminutos Um acorde diminuto é aquele formado pela sobreposição de intervalos de terças menores. Como todos os intervalos são de terça menor, e se considerarmos as inversões e as possíveis substituições enarmônicas, concluímos que só existem três acordes diminutos: Cdim = Dó diminuto = C + Eb + Gb + Bbb (ou A) C#dim = Dó sustenido diminuto = C# + E + G + Bb Ddim = Ré diminuto = D + F + Ab + B Lembremos que o acorde diminuto também assume a função de Dominante e resolve, por semitom, em um acorde perfei to maior ou menor. Ao utilizarmos as substituições enarmônicas, observamos que cada acorde diminuto tem a possibilidade de resolver oito acordes diferentes. Uma vez que há três acordes diminutos diferentes, esses três acordes possibilitam cobrir as 24 tonalidades maiores e menores (ASSIS, 2016). • Acordes aumentados Acordes aumentados são aqueles com a estrutura formada pela sobreposição de intervalosde terças maiores. Aplicando-se o mesmo raciocínio dos acordes diminutos para os aumentados, chegamos à conclusão de que existem apenas quatro acordes aumentados. FIGURA 45 – ACORDES AUMENTADOS FONTE: Assis (2016, p. 51) Os acordes aumentados também assumem a função de resolução. Cada um dos acordes aumentados pode resolver seis acordes distintos, cobrindo, assim, como os diminutos, as 24 tonalidades maiores e menores. 3 MODULAÇÃO A modulação é o processo de transitarmos, ou seja, passarmos de uma tonalidade para a outra. Quando realizamos uma modulação, estamos nos servindo de acordes mais próximos da nova tonalidade que queremos alcançar. Em outras palavras, passamos a utilizar mais dos acordes da nova tonalidade, mas 40 UNIDADE 1 — HARMONIA que são comuns à tonalidade que estamos abandonando, até realizarmos uma cadência para a nova tonalidade. Por exemplo: utilizar acordes de empréstimo modal nos permite transitar entre o modo maior e o modo menor. Ao fazermos isso, estamos modulando do modo maior para o modo menor. Esse é o exemplo mais simples de modulação. Quando modulamos para tonalidades com menor afinidade, com o tom de origem (tonalidades distantes), essa modulação requer um trabalho harmônico mais cuidadoso, pois necessita de uma grande quantidade de acordes para realizar uma progressão harmônica que leve o novo tom de forma natural. Em outras palavras, serão necessários mais acordes, que permitam a transição de uma tonalidade para a outra. Quando compreendemos o processo de modulação, conseguimos tocar a mesma música em várias tonalidades diferentes. Se modulamos para outro tom dentro de uma mesma música, esse recurso oferece cores diferentes para o arranjo. A seguir, podemos conferir uma dica simples de como realizar essa modulação: https://www.youtube.com/ watch?v=U3ijvjI--BU. DICAS https://www.youtube.com/watch?v=U3ijvjI--BU https://www.youtube.com/watch?v=U3ijvjI--BU 41 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • As tonalidades geram os campos harmônicos. • A partir de uma tonalidade, é possível especificar a função que cada acorde do campo harmônico ocupa dentro da harmonia. • As cadências formam estruturas maiores, que pontuam o discurso musical, oferecendo oportunidades de resolução ou de seguimento do discurso musical. • As alterações, simples ou complexas, transformam um acorde em uma nova possibilidade harmônica, construindo uma linha melódica entre os acordes. • A modulação pode ser alcançada de forma mais natural, utilizando-se cromatismos criados entre os acordes com notas alteradas. 42 1 Uma cadência pode ser entendida como uma sequência de dois ou de mais acordes que completam uma ideia do compositor, conferindo fluxo para o discurso musical. As cadências são encontradas sempre que há um movimento harmônico em direção a um acorde de Tônica (primeiro grau de uma tonalidade). Acerca dos tipos de cadência, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A cadência plagal apresenta a sequência de acordes IV – I. b) ( ) A cadência à Dominante apresenta a sequência de acordes V – I. c) ( ) A cadência perfeita apresenta a sequência de acordes I – III. d) ( ) A cadência imperfeita apresenta a sequência de acordes I – II. 2 Acordes de um campo harmônico podem assumir funções específicas dentro de uma progressão harmônica, e são chamadas de funções harmônicas, ou funções tonais. Acordes diferentes do V grau da escala, por exemplo, podem assumir a função de Dominante (que é, originalmente, uma função do acorde formado sobre o V grau da escala). Acerca das funções harmônicas ou funções tonais, analise as sentenças a seguir: I- São acordes que podem assumir a função de Dominante: V e VIIO. II- São acordes que podem assumir a função de Subdominante: V e VII. III- São acordes que podem assumir a função de Subdominante: IV, II. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 Os acordes com sexta são aqueles que têm a sexta do acorde acrescentada na composição, e que desempenham, dentre outras, a função de facilitar a progressão de acordes. Dentre esses acordes, há o acorde de sexta napolitana. Disserte acerca da formação e da resolução das notas desse acorde. 4 Pode-se afirmar que existem três acordes diminutos. Pela característica estrutural, constituídos de três terças menores sobrepostas, os acordes diminutos podem estabelecer vá rias relações a partir de substituições enarmônicas. Explique quais são os três acordes diminutos, que função eles assumem dentro de uma progressão harmônica e quais as resoluções possíveis. AUTOATIVIDADE 43 TÓPICO 4 — UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE HARMÔNICA E HARMONIZAÇÃO DE MELODIAS 1 INTRODUÇÃO Neste último tópico, teremos contato com elementos que compõem as estruturas harmônicas presentes em muitas obras musicais, focando na leitura da simbologia musical tradicional, encontrada nas partituras. A expressão musical está conectada à organização da obra e aos princípios de composição, portanto, é necessário que o intérprete saiba decifrar os elementos e as estruturas musicais utilizados pelo compositor, para, assim, contextualizar e ampliar as possibilidades interpretativas. Saber analisar uma obra musical permite compreender como pensavam os compositores de diferentes épocas, além das influências que permeiam as composições atuais. Mesmo quando uma obra parece ser uma criação totalmente nova, se analisarmos acordes, frases melódicas, dentre outras estruturas musicais, perceberemos que existem padrões que podem ser combinados ou que até permanecem iguais quando comparadas diferentes obras. Este tópico pretende despertar o interesse e a necessidade de um estudo da análise harmônica, que faz parte da análise musical, oferecendo algumas ferramentas para a leitura de elementos que compõem uma música. Para isso, trilharemos caminhos de estudos pelos graus da escala e do campo harmônico, cifras, principais cadências, notas auxiliares, além da importância da análise harmônica e dos possíveis caminhos para a harmonização de melodias. A 2 REPRESENTAÇÃO DOS GRAUS DA ESCALA E CAMPO HARMÔNICO Como já explanado nos tópicos anteriores, o campo harmônico é o conjunto de acordes formados sobre cada nota de uma escala. Dessa forma, em uma escala maior, há: • Acordes maiores: sempre aqueles formados sobre I, IV e V graus da escala. • Acordes menores: sempre aqueles formados sobre II, III e VI graus da escala. • Acorde diminuto: sempre aquele formado sobre VII grau da escala. 44 UNIDADE 1 — HARMONIA Vamos nos aprofundar mais nesse assunto, por meio do estudo de Koentopp (2010), acerca da Harmonia e da Análise Harmônica. Destaca três autores, indicando que Schönberg (1999) e Piston (1987) usam algarismos romanos maiúsculos para representar todos os acordes, os maiores e os menores, diferente de Kostka & Payne (1984), que usam algarismos romanos maiúsculos para representar os acordes maiores e algarismos romanos minúsculos para os acordes menores. O “sinal (º) é usado com o algarismo minúsculo para o acorde diminuto, e o sinal (+) com o algarismo maiúsculo para o aumentado” (KOENTOPP, 2010, p. 31). FIGURA 46 – SIMBOLOGIA DA ESCALA MAIOR FONTE: Koentopp (2010, p. 31) Como vimos anteriormente, a escala menor pode se apresentar sob três formas diferentes: “a escala menor natural, a escala menor harmônica (com o sétimo grau elevado em meio tom) e a escala menor melódica (com o sexto e o sétimo graus elevados na forma ascendente e naturais na forma descendente)” (KOENTOPP, 2010, p. 31). Devido às alterações no sexto e sétimo graus da escala menor (formas harmônica e melódica), podem ocorrer duas versões para cada acorde do modo menor. FIGURA 47 – POSSIBILIDADES DE ACORDES NAS ESCALAS MENORES FONTE: Koentopp (2010, p. 32) TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO À ANÁLISE HARMÔNICA
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