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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO FATEC-SP Guilherme Lopes de Carvalho Mecânica de Precisão – 3º semestre Turma - 133 RELATÓRIO DA EXPERIÊNCIA Nº 4 Hidrodinâmica Poá 2021 FATEC - SP Pá giná 1 Figura 1: Reservatório com água e um pequeno orifício na extremidade inferior. Experiência: Hidrodinâmica Objetivo Comprovar a equação de Bernoulli, da Continuidade e de Torricelli para a hidrodinâmica a partir do movimento parabólico de um jato de água. Introdução Seja um fluido escoando através de um tubo que não é horizontal. A pressão mudará em cada ponto do tubo, e será necessário efetuar trabalho para o fluido elevar-se. Se a seção reta do tubo não for constante, a velocidade de escoamento também não o será, assim como a pressão. A equação que relaciona pressão, velocidade do fluxo e altura foi obtida em 1738 por Daniel Bernoulli e é conhecida como a equação de Bernoulli para o escoamento não viscoso (sem atrito interno) de um fluido incompressível, sem turbulência. Tal equação representa o teorema da energia cinética para o movimento dos fluidos. Considere um reservatório cheio de líquido aberto à temperatura ambiente e com um pequeno orifício na extremidade inferior, por onde a água escoa, conforme mostra a Figura 1. Usando a equação de Bernoulli para os níveis 1 e 2 obtemos: 𝑝1 + ρν1 2 2 + 𝜌gy 1 = 𝑝2 + ρν2 2 2 + 𝜌gy 2 (1) onde ρ é a densidade do líquido, p1 e p2 são as pressões do líquido nos níveis 1 e 2 e v1 e v2 representam as velocidades do líquido em 1 e 2 respectivamente. Como o produto da área pela velocidade é constante no escoamento de um fluido incompressível, podemos usar a equação da continuidade, A1v1 = A2v2, e dela isolar a velocidade v1: 𝜈1 = 𝐴2𝜈2 𝐴1 (2) FATEC - SP Pá giná 2 Figura 2: Movimento parabólico do jato de água que escoa da extremidade inferior do reservatório. Na equação anterior, A1 representa a área superior do reservatório e A2 a área do orifício situado na extremidade inferior (Figura 1). Substituindo v1 na equação de Bernoulli e considerando que os níveis 1 e 2 estão em contato com a atmosfera, e portanto p1 = p2 = patm, obtemos: 𝑣2 2(1 − 𝐴2 2 𝐴1 2⁄ ) = 2𝑔(𝑦1 − 𝑦2) (3) Considerando que a área superior é muito maior do que a inferior (A1 >> A2), o termo A2 2 /A1 2 pode ser desprezado e portanto obtemos para a velocidade de saída do reservatório a equação: 𝜌 𝑣2 2 2 = 𝜌𝑔(𝑦1 − 𝑦2) ⇒ 𝑣2 = √2gH (4) Esta é a equação de Torricelli para a Hidrodinâmica, onde H = y1 - y2. O filete (ou jato) de água que sai horizontalmente do recipiente (Figura 2), a partir de uma altura h tem um dado alcance (A). Como o movimento realizado é análogo ao de um projétil lançado horizontalmente, a velocidade de escape do líquido (v2) é dada por: 𝜈2 = 𝐴√ 𝑔 2ℎ (5) FATEC - SP Pá giná 3 Procedimento Experimental Utilizando um paquímetro, meça o diâmetro do orifício de saída de água do reservatório, depois feche o mesmo com fita crepe. Anote o valor do diâmetro e calcule a área A2 Diâmetro ( mm ) Área A2 ( m 2 ) 8,35 ± 0,01 0,00005 ± 0,00001 No interior do reservatório, determine qual será o nível de água (faça uma marca com fita crepe). Meça a altura H, a partir do orifício situado na extremidade inferior do reservatório até a marca correspondente ao nível de água, conforme Figura 2 que corresponde à marca 1 da tabela. Faça 10 marcas na fita crepe de 2 cm em 2 cm a partir da altura H, indo em direção ao orifício. Posicione o reservatório sobre a base e, abaixo desta, a canaleta, conforme a Figura 1, e coloque água até o nível determinado. Meça a altura h, que é altura de lançamento do jato de água, a partir da bancada até o centro do orifício, conforme a figura 2. h = (0,276225 ± 0,001588) m Retire a fita crepe que mantém fechado o orifício de área A2, permitindo assim a saída do jato de água. Nesta hora, comece a filmar a lâmina de água no interior da caixa e o jato de água na calha, a fim de medir o alcance. No filme, instale um cronômetro, tendo como início ( t0 = 0 ) o instante em que abrir o orifício. Assistindo ao Filme da Experiência medir: o alcance ( A ) , a altura da coluna de água ( H ) e o respectivo tempo ( t ). Anote os valores, quando a coluna de água estiver alinhada aos traços da fita crepe no interior da caixa de água. FATEC - SP Pá giná 4 Preencha a Tabela 1, com estes dados. Tabela 1: Dados Coletados e a velocidade do jato d’ água marca A ( m ) H ( m ) t ( s ) v2 TEO ( m / s ) v2 EXP ( m / s ) 1 / 0,26 0,000 0 0 2 / 0,24 16,986 2,17 / 3 / 0,22 35,185 2,08 / 4 / 0,20 51,184 1,98 / 5 0,41 0,18 72,015 1,88 1,73 6 0,39 0,16 90,262 1,77 1,64 7 0,37 0,14 110,626 1,66 1,56 8 0,34 0,12 131,478 1,53 1,43 9 0,31 0,10 154,480 1,40 1,31 10 0,28 0,08 179,468 1,25 1,18 Calcule os valores da velocidade de escape teórica através da equação (4) e preencha a tabela 1. Calcule a velocidade de escape experimental (v2) através da equação (5) e preencha a tabela 1. A partir da tabela 1: Faça um gráfico da altura da coluna de água ( H ) versus o tempo ( t ). FATEC - SP Pá giná 5 Faça um gráfico do alcance do jato de água ( A ) versus o tempo ( t ). Faça um gráfico do quadrado do alcance ( A2 ) versus a altura da coluna de água ( H ). Ajuste uma Reta Média aos pontos experimentais. Compare a inclinação desta reta com o valor de 4.h Igualando as equações 4 e 5, obtenha a relação: 𝐴2 = 4 ∙ ℎ ∙ 𝐻 y = -0,001x + 0,255 R² = 0,9965 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 A lt u ra d a c o lu n a d e a g u a ( m ) Tempo de Escoamento (s) Exp. Hidrodinâmica - Altura coluna d' agua x Tempo y = -0,0012x + 0,501 R² = 0,9974 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 A lc a n ce d o j a to d e á g u a ( m ) Tempo de escoamento (s) Exp. Hidrodinâmica - Alcance x Tempo FATEC - SP Pá giná 6 Através do gráfico, obtivemos a equação do gráfico y = 1,095x − 0,0063. Sabendo que y é a altura da coluna e x é o alcance do jato ao quadrado, temos: H = 1,095 ∗ A2 − 0,0063 H A2 = 1,095 − 0,0063 H A2 = 1,0887 Esta razão que encontramos, também pode ser encontrada na relação: 𝐴2 = 4 ∙ ℎ ∙ 𝐻. Sabemos que h = 0,276225, então: 𝐴2 𝐻 = 4 ∗ 0,276225 𝐴2 𝐻 = 1,1049 Elevando ambos os lados da igualdade por -1, temos: H A2 = 1 1,1049 H A2 = 0,9051 Ao compararmos os resultados, temos um erro percentual de 20,29%. Determine os erros percentuais entre as velocidades de escape teórica e experimental, então, preencha a Tabela 2 com estes valores. Tabela 2: Erro percentual entre a velocidade experimental (v2 EXP) e teórica (v2 TEO) y = 1,0945x - 0,0063 R² = 0,9972 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,0000 0,0200 0,0400 0,0600 0,0800 0,1000 0,1200 0,1400 0,1600 0,1800 A lt u ra d ' C o lu n a d e a g u a (Alcance d' Jato de agua)2 Exp. Hidrodinâmica - Alcance2 x Altura coluna d' agua FATEC - SP Pá giná 7 Marcas E% 1 0% 2 N/A 3 N/A 4 N/A 5 8,67% 6 7,93% 7 6,41% 8 6,99% 9 6,87% 10 5,93% Conclusão Após realizar a experiência de Hidrodinâmica, concluímos que o escoamento do jato de água tem maior alcance e velocidade conforme a altura da coluna de água que exerce uma pressão para o escoamento, o escoamento da água foi turbulento observando o gráfico vemos que em ambas as velocidades teórica e experimental o fluido teve variações uniformes conforme o tempo decorrido. Alcançamosbons resultados na tabela de dados e os erros de percentual entre as velocidades teórica e experimental foram satisfatórios, levando em conta a dificuldade da coleta de dados. O único fator do relatório que não foi de satisfação, foi a comparação entre a relação às equações 4 e 5, e a equação do gráfico. Mas esse erro pode ter sido por conta do arredondamento do Excel (Ferramenta que foi utilizada para a plotagem do gráfico) e da incerteza das medidas. FATEC - SP Pá giná 8 Referências CARRERO, J. C. B. Tratamento de Dados Experimentais.pdf, São Paulo, ano 25, 12 ago. 2020. Disponível em: <https://iscic.webnode.com/programas/>. Acesso em: 25 de Maio de 2021.
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