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Aula 3 - GINECO - Prolapsos Genitais

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O que eu quero passar para vocês nessa aula é a questão do reconhecimento diagnóstico e a correta 
indicação do tratamento cirúrgico ou as outras maneiras conservadoras não cirúrgicas (o tratamento 
seria sempre cirúrgico, mas nem todas pacientes podem ou querem, então temos que oferecer 
alternativas para melhorar a qualidade de vida). O diagnóstico é eminentemente clínico praticamente 
dispensa qualquer exame complementar.
Conceito:
O termo hérnia poderia ser utilizado no lugar de prolapso genital, porque não deixa de ser uma 
herniação de estruturas anatômicas. Existe também o sinônimo de distopias pélvicas, distopia quer 
dizer fora da topografia habitual. Mas a melhor definição é essa: “Processo no qual o conteúdo 
pélvico se hérnia através das paredes vaginais, devido a um defeito no sistema de suporte dos 
órgãos pélvicos.” - existe uma estática e uma dinâmica que mantém os órgãos pélvicos no seu 
devido lugar, e isso depende de um trofismo adequado, uma inervação e vascularização adequada, de 
modo que todos esses fatores isolados ou em conjunto podem interferir na topografia desses órgãos 
pélvicos, além da questão obstétrica, do estresse que a gravidez e o parto podem causar, mas 
também outras condições que aumentem a pressão intra abdominal. Então são questões físicas que 
podem levar ao deslocamento das estruturas anatômicas.
-
Introdução:
Pode resultar em mau funcionamento do aparelho reprodutor, do trato urinário e da porção final 
do tubo digestivo levando a deteriorização da imagem corporal - por isso é tão importante 
identificar essa patologia. Essas pacientes tem um prejuízo na qualidade de vida que temos que 
reconhecer e propor o melhor tratamento que promova a melhor qualidade de vida;
-
11% das mulheres com até 80 anos, nos EUA, são submetidas a correção cirúrgica de prolapso 
genital, sendo que, quase 1/3 dos procedimentos consiste em repetição (Olsen et al. 1997) - essa 
estatística é antiga, mas isso não mudou, pelo contrário isso aumentou com o aumento do tempo 
de expectativa de vida. É fato que a redução da paridade tem contribuído para uma diminuição da 
ocorrência dos casos, mas por outro lado o aumento da expectativa de vida (porque não é só fator 
obstétrico que interfere nisso) tem contribuído para o aumento nas últimas décadas. O ideal é 
sempre atuar no fator causal e saber indicar a melhor técnica cirúrgica para que beneficie mais a 
paciente, para que ela não precise de procedimentos de reeintervenções. 
-
Estática Pélvica: Vamos relembrar agora as estruturas anatômicas que constituem o aparelho de 
suspensão e o de sustentação dos órgãos pélvicos 
2 feixes anteriores - Ligamentos Pubo-vesico-uterinos;
2 feixes laterais - Ligamentos Cardinais;
2 feixes posteriores - Ligamentos Útero-sacros.
Aparelho de suspensão (Retináculo Uterino de Martin): o que que eleva as estruturas na pelve-
Raissa Novelli T.67 Aula 3
Prolapsos Genitais
quinta-feira, 13 de maio de 2021 13:00
 Página 1 de GINECOLOGIA 
Retináculo uterino: Os feixes anteriores (de amarelo) são os Ligamentos Pubo-vesico-uterinos. Os 
retináculos que são esses feixes, na verdade é tecido conjuntivo. Os feixes laterais (de azul), que 
fixam o útero nas paredes laterais da pelve, que são chamados de Ligamentos Cardinais. Os dois 
feixes posteriores (de verde) que são os Ligamentos Útero-sacros, que fixam o útero a região 
posterior da pelve, ao osso sacro. Esses feixes em conjunto são chamados de retináculo uterino, uma 
vez que todos eles relacionam o útero com demais estruturas da parede abdominal e pelve.
Nível 3: compreende o corpo perineal, músculos perineais e tecido fibromuscular => 
prolapsos de parede anterior e posterior da vagina, alargamento do introito vaginal e a 
própria rotura perineal. É o mais frequente pela questão da gravidade.
○
Os que faz a suspensão dos órgãos pélvicos são predominantemente estruturas ligamentares, 
estruturas conjuntivas. As estruturas que compõem o aparelho de sustentação desses órgãos 
pélvicos, que é chamado de assoalho pélvico em conjunto. Esse assoalho pélvico é constituído 
principalmente de estruturas musculares 
Músculo elevador do ânus; pubo-retais; pubo-coccígeos; íleo-coccígeos; Músculo coccígeo 
(ou ísquio-coccígeo).
○
Diafragma pélvico principal:
Aparelho de sustentação (assoalho pélvico):-
Bexiga
TGI
Nível 1: é dado pelos ligamentos Cardinais 
e Uterossacros (que fixam o útero a 
parede lateral e a parede posterior da 
pelve) => o comprometimento desse 
nível de sustentação vaginal vai levar aos 
chamados de defeitos apicais, do apice da 
cavidade vaginal;
○
Nível 2: ligamentos Paravaginais => os 
prolapsos resultantes de 
comprometimento desse nível são 
chamados de defeitos paravaginais;
○
Níveis de sustentação vaginal (DeLancey, 
1922): ninguém precisa decorar isso, é só 
para ficar mais fácil o entendimento da 
classificação

Bexiga
Púbis
Cavidade vaginal
Parede 
anterior
Parede 
posterior
 Página 2 de GINECOLOGIA 
Músculo transverso profundo do períneo; Músculo transverso superficial do períneo; 
Músculo bulbo-cavernoso; Músculo ísquio-cavernoso; Músculo esfíncter estriado do ânus. 
○
Diafragma urogenital: Chamado de urogenital por causa da interação que existe entre prolapso 
e incontinência (aula 4). 

Fáscia endopelvina: E tem um pouquinho de tecido conjuntivo no assoalho pélvico que é dado 
pela chamada fáscia endopelvina ou endopelvica, são estruturas ligamentares vésico-vaginais e 
reto-vaginais.

Obs.: o importante de guardar dessa parte é: que existe um aparelho de suspenção que é 
predominantemente conjuntivo que é dado por estruturas ligamentares, que é chamado de 
retináculo uterino, porque todas elas estão relacionadas a ligar o útero a alguma coisa; e existe o 
aparelho de sustentação que é predominantemente muscular, constituído de músculos que compõe 
estruturas em conjunto, chamadas de diafragmas (diafragma pélvico principal, diafragma urogenital) 
e um pouquinho de estruturas conjuntivas ligamentares, chamadas de fáscia endopelvina. 
Vascularização: não precisa gravar as artérias e os nervos, aqui é importante lembrar também que o 
Assoalho Pélvico: essa musculatura (de vermelho) envolvida 
que faz a sustentação dos órgãos pélvicos. todos eles estão 
relacionados a região perineal, que compõe o diafragma pélvico 
principal. 
Músculo elevador do Ânus: O músculo elevador do 
ânus é seccionado durante a episiotomia, que é um 
procedimento cirúrgico eletivo feito no momento 
da assistência ao parto. Essa incisão é feita na 
tentativa de facilitar o desprendimento do corpo 
fetal, mas também para proteger o aparelho de 
sustentação da mãe evitando prolapsos futuros.
O método mais comum de episiotomia é a médio 
lateral direita (de vermelho). 
Diafragma Urogenital: quase todo diafragma 
retovaginal está demonstrado nessa figura.
 Página 3 de GINECOLOGIA 
Vascularização: não precisa gravar as artérias e os nervos, aqui é importante lembrar também que o 
simples fato do envelhecimento e doenças vasculares que comprometam a vascularização e a 
drenagem dessas estruturas também podem estar envolvidas na etiologia. Por isso eu falei que é 
necessário o trofismo e o tônus dessa musculatura e das estruturas conjuntivas, que dependem da 
adequada vascularização. Então é para lembrar que essas estruturas dependem de um adequado 
aporte sanguíneo, um adequado aporte de fluxo de oxigênio, um adequado aporte hormonal para que 
elas se mantenham integras e competentes, para que elas possam suspender e sustentar esses 
órgãos pélvicos. Por isso que doenças vasculares independentemente do fator trauma obstétrico ou 
outras condições que aumentem a pressão intra abdominal também estão envolvidas na etiologia do 
problema, uma vez que elas são mais comuns em pacientes mais idosas. 
Artéria e veia Pudenda interna; Artéria e veia vaginal longa; Artéria e veia hemorroidária média; 
Artériae veia obturadora; Plexos pampiniforme, retro-púbico e vulvar; Formações cavernosas do 
bulbo do vestíbulo.
-
Inervação: Doenças neurológicas debilitantes/incapacitantes/restritivas da mobilidade também 
costumam estar associadas ao problema. 
Nervo Pudendo e seus respectivos ramos.-
Obs.: no caso de doenças cardiovasculares e doenças neurológicas debilitantes, o fator etiológico é 
mais difícil de ser tratado. Mesmo que possa ser feito uma correção cirúrgica, respeitando as 
indicações e contraindicações, a doença de base que muitas vezes já vem de lenta e longa evolução, e 
não adequadamente controlada e já muito avançada, limita o resultado do sucesso cirúrgico ou até 
mesmo contraindica dependendo da situação. Por isso que é importante entender a questão da 
vascularização e inervação.
Etiopatogenia:
Multifatorialculmina no Enfraquecimento do tecido conjuntivo e dos músculos do assoalho pélvico, 
além de lesão do nervo ou comprometimento cardiovascular.
-
Fatores de risco:
PARTO VAGINAL - a gravidez em si é considerada um fator de risco pelo aumento da pressão 
intra abdominal, e quanto mais gestações maior a exposição a esse fator de risco. O parto em 
si é considerado um fator de risco pelo aumento ainda maior da pressão abdominal que existe 
sobre o decurso do trabalho de parto. Por isso que assistência adequada ao parto é 
importante, porque ela minimiza esses fatores de risco; 

Macrossomia (muitas a cesariana está indicada como uma maneira de proteger o feto e a mãe 
no curto e longo prazo), período expulsivo prolongado (abreviar o período expulsivo, que não 
deve ser maior que 30 minutos. Períodos expulsivos muito prolongados, em que esteja 
acontecendo algum tipo de distocia no momento do parto são sim um fator de risco a longo 
prazo, naquele momento do parto são fator de risco para o feto e para vida da mãe), evitar 
a laceração de esfíncter anal, analgesia epidural?; 

Não indicar episiotomia, fórceps para encurtar período expulsivo ou cesariana com o propósito de 
prevenção - de maneira alguma existe indicação de cesariana como prevenção de prolapso 
genital. Saber acompanhar um trabalho de parto e saber indicar uma cesariana ou uma 
manobra extratora, como por exemplo quando corretamente indicado um fórceps ou outro 
procedimento, é uma maneira não só de preservar a saúde fetal e a vida materna naquele 

Relacionados à gestação: Existem vários fatores implicados na etiologia do problema, o mais 
obviamente associado são os fatores relacionados à gestação e ao parto.
-
 Página 4 de GINECOLOGIA 
procedimento, é uma maneira não só de preservar a saúde fetal e a vida materna naquele 
momento, mas também no médio e longo prazo para evitar a ocorrência do problema. A 
humanização do parto, que é bem vinda e nunca deveria ter deixado de acontecer, ela não 
implica em deixar de fazer os procedimentos médicos necessários quando tem a indicação, isso 
inclui a indicação e a realização da episiotomia de forma seletiva e por exemplo a aplicação de 
um fórceps de alivio, que é um instrumento salvador de vida. Deixar de fazer esses 
procedimentos quando indicado é negligencia, ainda que a consequência possa ser não só no 
curto prazo, mas a longo prazo também. 
Envelhecimento - leva a doença aterosclerótica e consequentemente compromete a 
vascularização, pode levar a doenças neurológicas degenerativas que compromete a 
inervação;
○
Hipoestrogenismo - na pós menopausa inevitavelmente o declínio do estrogênio 
compromete o trofismo dessas estruturas (todas as estruturas descritas anteriormente 
possuem receptores de estrogênio). Por isso que o prolapso genital é mais comumente 
observado em mulheres mais velhas, com aumento dos casos a medida que elas vão se 
distanciando da menopausa. Muitas vezes a reposição hormonal tópica ou sistêmica é um 
tratamento adjuvante ao tratamento principal que é o tratamento cirúrgico;
○
Idade:
33% na Síndrome de Marfan e 75% na Síndrome de Ehlers-Danlos.○
Doenças do colágeno:
Raça: hispânicas > brancas e asiáticas > negras - alguns fatores demográficos relacionados a 
conformação da pelve. Aqui existe um viés na interpretação que é a questão socioeconômica, 
devido a questão da melhor assistência ao parto. Mas existe fatores anatômicos genéticos 
envolvidos inegavelmente, classicamente as populações afrodescendentes tem a bacia mais 
ginecoides, e teoricamente, mais favoráveis a partos vaginais e menos distocicos e 
consequentemente uma menor ocorrência de prolapsos;

Obesidade (grande associação com prolapso), constipação crônica, tosse crônica (DPOC), 
levantamento de peso - aqui é importante lembrar que se não for corrigido o fator de 
base o resultado da cirurgia não será bem sucedido;
○
Aumento da pressão abdominal:
Neuropatias, espinha bífida, miopatias - as doenças neurológicas são mais complicadas uma vez 
que elas são progressivas e debilitantes, sendo mais difícil tratar o fator etiológico;

Histerectomia - fator de risco relacionado a fatores cirúrgicos prévios. A ocorrência de 
prolapsos em pacientes histerectomizadas é grande porque a técnica cirúrgica faz a fixação das 
estruturas;

Condições debilitantes em geral.
Outros: Não relacionados ao parto-
Fisiopatologia: Tudo isso culmina na lesão das estruturas musculares, vasculares, conjuntivas, 
nervosas. Os prolapsos se instalam lentamente, não ocorre da noite pro dia.
Lesão direta do músculo elevador do ânus;-
Lesão da inervação (nervo pudendo);-
Defeitos de distensão (centrais, com perda do 
Roturas da fáscia endopelvina: -
 Página 5 de GINECOLOGIA 
Grupos e Tipos de Prolapsos: Como eu disse, existe uma certa dificuldade de classificar 
objetivamente os graus e os tipos de prolapsos. Em geral levamos em consideração Pontos de 
referência para classificação: que são o Anel himenal e as paredes vaginais (anterior, posterior e 
laterais). O anel himenal, que a ISS considera como ponto 0, é a nível das carúnculas himenais. 
Baseado nisso eu descrevo nesse modelo de classificação os defeitos como: de parede anterior, 
posterior ou médias, que são os defeitos apicais.
1º grau - descenso do segmento retro-uretral durante o esforço - ou seja, tem que pedir 
para paciente durante o exame físico fazer uma manobra de valsava;
○
2º grau - descenso do trígono e colo vesical que se exteriorizam;○
3º grau - descenso do fundo, trígono e colo vesical, que se exteriorizam em repouso. ○
Colpocistocele: Dentre os defeitos da parede anterior, o mais comum deles é a colpocistocele, 
que são os prolapsos da vagina e da bexiga para o exterior. E de uma forma uma subjetiva, 
elas são classificadas em 1,2 e 3 grau (é subjetivo porque as vezes 2 examinadores diferentes 
não são concordantes no grau que está) 

Defeitos da parede anterior:-
1 - Defeito paravaginal; 2 - Defeito central: há uma diferença de trofismo entre a primeira e 
segunda foto, nessa provavelmente a mulher é mais idosa, ela já está menos estrogenizada. A cima 
da parede anterior, que não é possível ver na imagem, está a bexiga
Alta - atinge o terço médio da vagina;○
Baixa - atinge apenas o terço inferior da vagina.○
Retocele: são chamadas de retoceles porque envolve a parede vaginal posterior e o reto. 
Podem ser classificadas subjetivamente como:

Defeito da parede posterior:-
Lesão da inervação (nervo pudendo);-
Defeitos de distensão (centrais, com perda do 
pregueamento vaginal) e defeitos de deslocamento 
(laterais ou paravaginais, sem perda do pregueamento 
vaginal).

Roturas da fáscia endopelvina: -
Ou então as Anormalidades do tecido conjuntivo. -
 Página 6 de GINECOLOGIA 
Histerocele (prolapso uterino): é o mais comum
Defeitos do compartimento médio (defeitos apicais): existem vários prolapsos genitais relacionados a 
defeitos de compartimento médio
-
Nova classificação dos Prolapsos ICS - 1999: é quantificada objetivamente utilizando esses 9 pontos 
de reparo em relação a pontosde referência anatômica bem estabelecidos, e a onde está aquela 
estrutura que eu quero ver. 
-
Parede vaginal posterior (verde) e 
em baixo dela, não visível na 
imagem, está o reto.
1º grau - o colo não se exterioriza;○
2ºgrau - o colo se exterioriza;○
3º grau - o colo e o corpo ○
se exteriorizam - imagem: o útero está 
todo para fora, o tratamento mais adequado 
nesses casos é a histerectomia vaginal. 
Enterocele - o nível de comprometimento é mais alto, 
que hernia aqui é alça intestinal; O que diferencial é 
que a retocele é o comprometimento da parede 
vaginal posterior, já a enterocele é o 
comprometimento da parede apical, o problema está 
lá em cima. Diferencia vendo da onde está vindo o 
que no exame ginecológico, depende puramente de 
exame físico. A literatura descreve casos de 
encarceramento da alça intestinal;

Prolapso de cúpula vaginal pós-histerectomia - é 
um dos piores para se fazer a abordagem cirúrgica.

 Página 7 de GINECOLOGIA 
Os pontos de referência é o anel himenal, é o ponto 0, o que estiver para cima eu dou em 
números negativos, o que estiver para baixo positivo; Na parede vaginal anterior tem 2 pontos: 
ponto A e ponto B. Dois pontos na parede vaginal posterior, um ponto A e um ponto B. Um 
ponto relacionado ao colo uterino, o ponto C. Um ponto no fórnix vaginal posterior (fundo do saco 
de Douglas), o ponto D. Tem o que chamamos de hiato genital, que compreende desde o orifício 
uretral até a fúrcula perineal (diâmetro gh). Tem o corpo do períneo (diâmetro pb), que é tomado 
desde a fúrcula perineal até o ânus. E tem o comprimento transverso da vagina (tvl), que vai 
desde o anel himenal até o fundo do saco de douglas. Então esses 9 pontos que têm que ser 
considerados e quantificados, a onde as estruturas estão em relação ao ponto 0 de referência 
(hiato genital - gh). Por exemplo: -1 (ponto A estaria 1 cm acima do ponto de referência), -2 
(ponto B estaria 2 cm acima do ponto de referência), 0, +2, 0, -1, +3, +2, 0 --> esse exemplo 
foi aleatório, nem sei se existe, mas é só para demonstrar que eu vou localizando as estruturas e 
coloco números negativos ou positivos em relação ao 0 que é dado pelo anel himenal. Essa é a 
classificação objetiva proposta pela sociedade internacional de incontinência. Não precisa decorar isso, 
se eu for cobrar na prova vou dar os pontos de referência. Essa classificação permitiu criar o 
estadiamento. 
Estadiamento: Não precisa decorar isso
Estádio 0: ausência de prolapso. Os pontos Aa, Ap, Ba e Bp estão em -3 cm (estão no seu
lugar), e os pontos C e D estão entre o CVT e o CVT -2 cm - não tem prolapso nenhum;

Estádio I: ponto de maior prolapso está localizado até 1 cm para dentro do hímen (-1 cm); 
Estádio II: o ponto de maior prolapso está localizado entre -1 cm e +1 cm (entre 1 cm acima 
e 1 cm abaixo do hímen); 

Utilizando o sistema de avaliação descrito, os estádios de prolapsos dos órgãos pélvicos são definidos 
pelas posições de cada ponto, esses pontos são colocados em um diagrama 3 x 3, e a paciente é 
estadiada em graus I, II, III, IV. Cinco estádios de suporte de órgãos pélvicos podem ser definidos, 
como a seguir:
-
 Página 8 de GINECOLOGIA 
e 1 cm abaixo do hímen); 
Estádio III: o ponto de maior prolapso está a mais de 1 cm para fora do hímen, porém sem 
ocorrer eversão total;

Estádio IV: eversão total do órgão prolapsado. O ponto de maior prolapso fica, no mínimo, no 
comprimento vaginal menos 2 cm - forma mais grave de prolapso.

Quadro clínico:
Assintomáticas - normalmente são as formas mais leves de prolapso;-
Sensação de corpo estranho na vagina;-
Sensação de peso na pelve;-
Dor pélvica, lombar e dispareunia;-
Incontinência urinária - que pode ou não estar associada, e que se estiver muda a estratégia do 
tratamento;
-
Retenção urinária, alto volume residual => ITU;-
Dificuldade de evacuação => ordenha retal;-
Incontinência fecal;-
Por trauma pode ocorrer um Corrimento sanguinolento;-
Ulcerações e infecções secundárias do órgão prolapsado;-
Encarceramento uterino e de alça intestinal - que torna a cirurgia de emergência, ideal não deixar 
chegar nesse ponto.
-
Diagnóstico:
Eminentemente CLÍNICO - se houver incontinência urinária associada é diferente, se não houver 
apenas a clínica é capaz de fazer o diagnóstico;
-
Idade, paridade, via dos partos (como foram os partos, se foram difíceis, se houve necessidade 
de fazer manobras), idade da menopausa, cirurgias sobre os genitais, doenças pregressas 
(cardiovasculares, neurológicas e do tecido conjuntivo), tabagismo, uso de terapia de reposição 
hormonal. 

Anamnese:-
-
Inspeção dos genitais em litotomia, sentada, em ortostatismo;
Manobra de Valsalva;
O exame possibilita avaliar o Trofismo vaginal;
Toque vaginal e retal;
Histerometria;
Grau do prolapso;
Diagnóstico definitivo só com exame sob anestesia.
Exame físico: INDISPENSÁVEL o exame físico bem feito
Papel no planejamento terapêutico;
Ultrassom: Posição do colo vesical no repouso e esforço; Volume uterino.
Estudo urodinâmico: pacientes idosas com sintomas de incontinência mista e com prolapso da 
parede anterior que atinja a rima vulvar e na hipermobilidade uretral

Exames complementares: muito pouco necessário, vou deixar para falar do US e do estudo 
urodinâmico na aula de incontinência urinária, que são necessários de serem solicitados. 
-
Tratamento:
-
Eliminação de sintomas;
Existem várias formas de tratamento, e eles tem como Objetivo:
 Página 9 de GINECOLOGIA 
Eliminação de sintomas;
Restauração da anatomia e da função desses órgãos;
E principalmente Melhorar a qualidade de vida, por um longo prazo.
 Idade - se é mais jovem ou mais velha; se tem alguma doença concomitante; se tem Risco 
cirúrgico; Paridade; Desejo de concepção futura - deve ser levado em consideração quando 
acomete pacientes mais jovens, se ela ainda pretende ter filhos; Vida sexual do casal - o 
prolapso causa disfunções sexuais; o grau de Sintomatologia - as vezes a paciente não está 
sintomática, não necessitando de procedimentos invasivos e agressivos; Grau e tipo do prolapso; 
Doenças agravantes - se tem um DPOC mal controlado, obesidade, essas coisas tem que ser 
abordadas antes, para que o procedimento cirúrgico seja bem sucedido. 
Considerar:-
Paciente assintomática, com grau discreto de prolapso;
Cautela com queixas sexuais associadas ao prolapso - a sexualidade humana é muito complexa, 
existem muitos fatores, não só biológicos, mas também psicológicos, culturais e sociais 
envolvidos. As vezes a cirurgia não vai melhorar a queixa, as vezes tem outros fatores 
etiológicos envolvidos. "Não prometa para paciente aquilo que você não pode dar." 

Conduta expectante:-
-
Risco cirúrgico proibitivo; Recusa à cirurgia - aquela que não queira operar; eventualmente 
existem tratamentos não-cirúrgicos adjuvantes à cirurgia; vão ser propostos na conduta 
expectante, quando não for fazer a cirurgia.
○
Indicações: 

○ Fortalece musculatura do aparelho de sustentação; 20 a 30 contrações voluntárias, por 
3’’, duas a três vezes por dia; 1 ou 2 dedos na vagina - para avaliar melhor a eficácia 
das contrações; Evitar a contração de outros músculos: (retos abdominais, adutores da 
coxa e glúteos máximos).
Exercícios de Kegel: Quem mais contribui nesse caso é o fisioterapeuta, é um tratamento 
multidisciplinar 

○ Acrescenta um estímulo auditivo e/ou visual para identificar as contrações efetivas do 
assoalho pélvico; Provoca uma motivação extra na paciente.
Biofeedback: também é uma técnica fisioterápica, mas é mais cara

○ Estímulo elétrico nas estruturas neuro-musculares do assoalho pélvico; Nervo Pudendo: 
fortalecimento das fibras do m. elevador do ânus e da musculatura estriada peri-uretral; 
Corrente intermitente evita fadiga; Duração: 8 a 12 semanas.
Eletroestimulação:
Tratamento não-cirúrgico: o ideal seria sempre o tratamento cirúrgico,mas existem aquelas 
pacientes que não podem ou não querem ser operadas
 Cones Vaginais (Plevnik 1985): Existem também dispositivos que a paciente pode utilizar para 
permitir melhora da qualidade de vida. A paciente introduz o cone e tem que segurar, aqui a 
fisioterapia ajuda muito também. A paciente utiliza eles temporariamente. 
Obs.: são tratamentos dispendiosos, prolongados e nem todo mundo consegue fazer.
○ Cones com pesos graduados - 20 a 
70g; Cone passivo - contração 
involuntária gerada pela sensação de 
 Página 10 de GINECOLOGIA 

○ Treinamento vesical com micções em intervalos estabelecidos; Alteração da ingesta hídrica; 
Podem reduzir o número de episódios de incontinência.
Incontinência urinária: se ela tiver incontinência urinária e não tiver indicação para outro 
tratamento, existem outras intervenções que podem ser feitas. 

○ Várias formas, em geral anéis; Mantém as estruturas pélvicas elevadas; Uso diário ou 
profilático (antes de atividades de esforço) - é colocado pela paciente, tem que ensinar 
como fazer; Desejo futuro de concepção; Risco cirúrgico proibitivo.
Pessários: outro dispositivo
-
-
Sintomas ou interferência com atividades normais da paciente - para paciente que quer e 
pode operar. Existem dezenas de técnicas cirúrgicas, que eu não vou entrar em detalhe 
não. O que eu quero que vocês entendam é que existem muitos tipos, com indicação 
específica para cada tipo e grau de prolapso, e quando a indicação é correta a taxa de 
ssucesso é maior 
○
Indicações:

○ Uretropexia retro-púbica: Colpossuspensão à Burch; Cirurgia de Marshall-Marchetti-
Krantz;
○ Uretropexia via vaginal - Kelly 1887 - cirurgia muito executada, e simples de ser feita. 
Se corretamente indicada e realizada o sucesso dela é grande, se não a recorrência em 5 
anos é grande;
○ Coaptação uretral: Slings, TVT, Safire, IVS, Perigee; Injeção peri-uretral de substâncias 
(Teflon, gordura autóloga, colágeno bovino, silicone) - vou voltar a falar disso na 
incontinência urinária. O problema desse método é que as vezes precisa ser feito mais de 
uma injeção.
Defeito da parede anterior:

○ Retocele: Colpoperineoplastia posterior - excelente resultado;
○ Rotura perineal completa: Cirurgia de Lawson-Tait;
○ Enterocele: Via abdominal (Moschowitz); Via vaginal (MacCall).
Defeito da parede posterior:
Defeitos do compartimento médio:
Tratamento cirúrgico: Tratamento ideal
○ Cones com pesos graduados - 20 a 
70g; Cone passivo - contração 
involuntária gerada pela sensação de 
descida do cone; Cone ativo - 20 a 
30 contrações voluntárias, duas a 
três vezes por dia, por 90 dias.
 Página 11 de GINECOLOGIA 

○ Histeropexias – telas sintéticas - estão em desuso;
○ Prolapsos parciais, desejo futuro de concepção?: cirurgia de Manchester (Donald-Fotergill-
Shaw) - cirurgia mais conservadora;
○ Prolapsos de 3º grau: histerectomia vaginal;
○ Risco para procedimento de maior porte e sem vida sexual ativa - colpocleise (Le Fort) -
paciente mais idosa com condição cirúrgica razoável, não tem mais vida sexual ativa -> se 
faz a colpocleise, fecha a vagina;
○ Prolapso da cúpula vaginal pós-histerectomia: Via abdominal - dirigir o eixo 
posteriormente - via vaginal - colpopexia sacro-espinhosa.
Defeitos do compartimento médio:
Obs.: esses próximos slides são só para ilustrar pra vocês, quem tiver interesse..
Colpopexia sacroespinhosa:
Faixa sintética posterior:
Correção de defeito posterior:
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Faixa transobturatória para correção de cistocele:
Faixa transobturatória para correção de cistocele:
Faixa para correção de defeito posterior:
Sacrocolpopexia:
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Reparo de Prolapso Combinado:
Reparo Paravaginal:
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