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4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Fisiologia UCXII Sistema Motor Visceral Sistema nervoso periférico → nervos motores (somático e visceral/autônomo) + nervos sensitivos (somático e visceral) Sistema nervoso autônomo ou neurovegetativo se divide em simpático e parassimpático Neurotransmissores As terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas secretam neurotransmissores. Os neurônios que secretam acetilcolina são chamados neurônios colinérgicos, e os que secretam noradrenalina são denominados neurônios adrenérgicos. Estes últimos são assim chamados porque inicialmente pensava-se que liberassem adrenalina. Todos os neurônios pré-ganglionares simpáticos e parassimpáticos são colinérgicos. Além disso, praticamente todos os neurônios pós-ganglionares da divisão simpática são adrenérgicos, com exceção de uns poucos neurônios que inervam as glândulas sudoríparas, os quais são colinérgicos. Receptores Receptores colinérgicos Ligam-se á acetilcolina e são classificados em receptores nicotínicos ou receptores muscarínicos Receptores nicotínicos: estão localizados nas membranas plasmáticas de todos os neurônios pós- ganglionares nos gânglios autônomos e na membrana das células musculares esqueléticas o Localizados nos corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares das divisões simpática e parassimpática nos gânglios autônomos. o A ligação da ACh aos receptores nicotínicos tem efeito excitatório Receptores muscarínicos: estão localizados nas células dos efetores que respondem à acetilcolina liberada pelas fibras pós-ganglionares o Localizados nas células de todos os efetores parassimpáticos e de alguns simpáticos, como as glândulas sudoríparas. o A ligação da ACh aos receptores muscarínicos pode ser excitatória ou inibidora, dependendo do efetor em questão Receptores adrenérgicos Ligam-se a adrenalina ou à noradrenalina. Estão localizados na membrana plasmática dos efetores inervados pela divisão simpática Estão localizados na maioria dos efetores simpáticos. A ligação da NA aos receptores adrenérgicos pode ser excitatória ou inibitória Sistema nervoso autônomo simpático Durante estresses físicos ou emocionais, a parte simpática domina a parte parassimpática. Um tônus simpático elevado favorece funções corporais que permitem a realização de atividades físicas vigorosas e a produção rápida de ATP. Ao mesmo tempo, a parte simpática diminui a atividade das funções corporais relacionadas com o armazenamento de energia. Além do exercício físico, várias emoções – como o medo, a vergonha ou a raiva – estimulam a parte simpática. A visualização das mudanças corporais que acontecem durante as “situações E”, como exercício, emergência, excitação e embaraço, ajuda a lembrar da maioria das respostas simpáticas. A ativação da parte simpática e a liberação de hormônios pelas medulas das glândulas suprarrenais promovem uma série de respostas fisiológicas conhecidas como resposta de luta ou fuga, que inclui os efeitos: Dilatação das pupilas 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Aumento da FC, força de contração do músculo cardíaco e da PA As vias respiratórias se dilatam, permitindo um movimento mais rápido do ar para dentro e para fora dos pulmões Constrição dos vasos sanguíneos que irrigam os rins e o TGI, diminuindo o fluxo sanguíneo para estes tecidos. Isto resulta em diminuição da produção de urina e das atividades digestórias, que não são importantes durante a prática de exercícios físicos Dilatação de vasos sanguíneos que irrigam órgãos acionados durante um exercício ou uma fuga – músculos esqueléticos, músculo cardíaco, fígado e tecido adiposo – possibilitando maior fluxo sanguíneo para estes tecidos Estimulação da glicogenólise (glicogênio → glicose) no fígado e da lipólise (triglicerídeos → ácidos graxos e glicerol) nas células do tecido adiposo Liberação de glicose pelo fígado, aumentando seus níveis sanguíneos Inibição dos processos que não são essenciais durante o enfrentamento de uma situação estressora, como movimentos da musculatura do TGI e produção de secreções digestórias Características: Nervos torácicos e lombares Neurônio pré-ganglionar libera acetilcolina (ACh) em receptores colinérgicos nicotínicos situados nas células pós-ganglionares A maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos secreta noradrenalina em receptores adrenérgicos situados nas células-alvo NEUROTRANSMISSOR: noradrenalina (neurônios adrenérgicos) RECEPTOR DO NEUROTRANSMISSOR: adrenérgico ACh em receptores nicotícos → NA em receptores adrenérgicos A cocaína é um agonista indireto que bloqueia a receptação da noradrenalina nos terminais nervosos adrenérgicos, prolongando assim o efeito excitatório da noradrenalina na célula-alvo. Sistema nervoso autônomo parassimpático Ao contrário da resposta de luta ou fuga da parte simpática, a parte parassimpática estimula as respostas de repouso e digestão. As respostas parassimpáticas permitem que as funções corporais conservem e restaurem energia durante períodos de descanso ou recuperação. Nos intervalos entre períodos de exercício, os impulsos parassimpáticos que estimulam as glândulas digestivas e os músculos lisos do sistema digestório superam os impulsos simpáticos. Ao mesmo tempo, as respostas parassimpáticas diminuem as funções corporais relacionadas com a atividade física. Cuinco atividades estimuladas principalmente pela parte parassimpática são: Salivação Lacrimejamento Micção Digestão Defecação Além dessas atividades, existem 3 respostas conhecidas como as “3 diminuições”: da FC, do diâmetro das vias respiratórias (broncoconstrição) e do diâmetro das pupilas (miose) Características: Nervos cranianos e sacrais Neurônio pré-ganglionar libera acetilcolina (ACh) em receptores colinérgicos nicotínicos situados nas células pós-ganglionares A maioria dos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos secretam acetilcolina em receptores colinérgicos muscarínicos situados nas células-alvo NEUROTRANSMISSOR: ACh (neurônios colinérgicos) RECEPTOR DO NEUROTRANSMISSOR: muscarínico ACh em receptores nicotícos → ACh em receptores muscarínicos 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 O controle antagonista é uma característica da divisão autônoma: a maior parte dos órgãos internos está sob controle antagonista, no qual uma subdivisão anatômica é excitatória e outra é inibitória. Exemplo: simpático aumenta a FC e o paras- simpático diminui a FC; parassimpática estimula a secreção no TGI e o simpático inibe Quando uma única estrutura é inervada pelas duas divisões autônomas = antagonismo O SNA é capaz de aumentar ou reduzir a atividade de uma estruturas Algumas poucas ações das duas divisões não são claramente antagônicas, como a salivação, que é estimulada pelos dois sistemas, porém de formas diferentes Efeitos cooperativos: uma única divisão autônoma pode coordenar as atividades de diferentes estruturas. O parassimpático estimula o pâncreas a liberar enzimas digestivas no intestino delgado e estimula também a sua contração pra facilitar a mistura do alimento às enzimas. Essas respostas favorecem a digestão e a absorção de nutrientes. As duas divisões do SNA podem atuar conjuntamente para coordenar as atividades de diferentes estruturas. o No homem: PSMP inicia a ereção do pênis e o SMP estimula a ejaculação. Efeitos gerais versus efeitos locais: A divisão simpática tem efeito mais geral do que a parassimpática, pois sua ativação frequentemente desencadeia a liberação de adrenalina e noradrenalina pela medula da adrenal. Esses hormônios movimentam-se pela circulação sanguínea e ativam receptores em diversas regiões do corpo. Como eles permanecem circulantes por alguns minutos antes de serem degradados,também podem exercer seus efeitos por um tempo maior do que o decorrente da liberação de noradrenalina pelos neurônios pós- ganglionares nas sinapses. A divisão simpática também diverge mais do que a divisão parassimpática. Cada neurônio pré-ganglionar simpático comunica-se com vários neurônios pós- ganglionares, enquanto cada neurônio pré-ganglionar parassimpático comunica-se com cerca de 2 neurônios pós-ganglionares. Como consequência, a estimulação dos neurônios pré-ganglionares simpáticos tem efeito maior sobre os efetores. A estimulação simpática frequentemente ativa vários efetores diferentes ao mesmo tempo, como resultado da estimulação pelo SNC ou da liberação de adrenalina e noradrenalina da medula das glândulas suprarrenais. O SNC, entretanto, pode ativar seletivamente os efetores. Por exemplo, a constrição dos vasos sanguíneos cutâneos em mães que estão frias nem sempre é acompanhada do aumento na FC ou de outra resposta controlada pelo sistema simpático. Medula espinal → neurônio pré-ganglionar simpático → medula da suprarrenal (neurônio pós-ganglionar modificado) → adrenalina é um neuro-hormônio que entra no sangue → tecidos-alvo Importância da acetilcolinesterase Degradação da acetilcolina: para que a acetilcolina seja útil na neurotransmissão rápida e repetida, deve existir um mecanismo que limite seu período de ação. A degradação da ACh é essencial não apenas para impedir a ativação indesejável dos neurônios ou das células musculares adjacentes, mas também para assegurar o momento apropriado de sinalização nas células pós- sinápticas. Em geral, uma única molécula do receptor é capaz de distinguir entre 2 eventos sequenciais de liberação pré-sinápticos, visto que a degradação da ACh na fenda sináptica ocorre mais rapidamente do que a ativação do nAChR. As enzimas coletivamente conhecidas como colinesterases são responsáveis pela degradação da acetilcolina. Os dois tipos, a AChE e a butivilcolinesterase (BuChE, também conhecida como pseudocolinesterase ou colinesterase inespecífica), estão amplamente distribuídos pelo corpo. A AChE é indispensável para a degradação da ACh e é uma das enzimas hidrolíticas mais eficientes conhecidas. A AChE concentra-se na membrana pós- sináptica, e a colina liberada sob sua ação é eficientemente transportada de volta à terminação pré- sináptica. A BuChE desempenha um papel secundário na degradação da ACh – e estudos demonstram que pode atuar ainda menos como correguladora da ACh. Devido a sua importância central na transmissão colinérgica, foi desenvolvida uma classe de fármacos conhecidos como inibidores da acetilcolinesterase, cujo alvo é a AChE. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Sistema Motor Somático O planejamento do movimento pelo córtex cerebral O córtex motor Século XX: descobriram que a área motora em primatas estava no giro pré-central → Alfred Walter Campbell concluiu que a área 4 cortical é o próprio córtex motor Campbell especulou que a área 6 cortical, rostral à área 4, pode ser uma área especializada em movimentos voluntários finos Penfield: a estimulação elétrica da área 6 poderia evocar movimentos complexos de ambos os lados do corpo. Descobriu também 2 mapas motores somatotopicamente organizados na área 6: o Área pré-motora (APM), mais lateral o Área motora suplementar (AMS), mais medial Essas áreas parecem desempenhar funções similares, mas em grupos diferentes de músculos APM: conecta-se principalmente com neurônios retículo-espinhais que inervam unidades motoras proximais AMS: envia axônios que inervam diretamente unidades motoras distais O córtex parietal posterior e pré-frontal Duas áreas são de interesse especial no córtex parietal posterior: a área 5, um alvo das aferências oriundas das áreas somatossensoriais corticais primárias 3, 1 e 2, e a área 7, um alvo de áreas corticais visuais de ordem superior, como a área MT. Os lobos parietais estão amplamente interconectados com regiões do lobo frontal anterior que, em humanos, se supõem ser importantes para o pensamento abstrato, a capacidade de tomada de decisão e a antecipação das consequências de ações. Essas áreas “pré-frontais”, juntamente com o córtex parietal posterior, representam os níveis superiores da hierarquia do controle motor, onde decisões são tomadas acerca de quais ações realizar e suas possíveis consequências. Ambos os córtices pré-frontal e parietal enviam axônios que convergem para a área cortical 6. Lembre- se que as áreas 6 e 4 contribuem, em conjunto, com a maioria dos axônios do tracto córtico-espinhal descendente. Assim, a área 6 encontra-se na junção na qual sinais que codificam quais ações são desejadas são convertidos em sinais que especificam como elas serão executadas. O planejamento motor – Área 6 a) Preparar: um macaco senta perante um painel com luzes. A tarefa é esperar por um estímulo que representa uma instrução a respeito do movimento necessário para receber um suco como recompensa, e então realizar o movimento quando um estímulo de gatilho for emitido. A atividade de um neurônio da APM é registrada durante a tarefa. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 b) Apontar: o estimula de instrução ocorre no momento indicado pela seta orientada para cima, resultando na descarga do neurônio na APM c) Fogo: logo após o movimento ser iniciado, a célula na APM cessa seus disparos Os núcleos da base Anatomia dos núcleos da base: São o núcleo caudado, o putamen, o globo pálido e o núcleo subtalâmico. Podemos adicionais a substância nigra, uma estrutura mesencefálica que é reciprocamente conectada aos núcleos da base do prosencéfalo. O caudado e o putamen, em conjunto, são chamados de estriado, que é alvo da aferência cortical aos núcleos da base. O globo pálido é a origem das eferências ao tálamo. As outras estruturas participam em várias alças colaterais, que modulam a via direta: Córtex → estriado → globo pálido → VLo (núcleo centrolateral do tálamo) → córtex (AMS) A Alça Motora: A via mais direta na alça motora através dos núcleos da base se origina com uma conexão excitatória do córtex para células no putamen. As células do putamen estabelecem sinapses inibitórias em neurônios no globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com as células do VLo. A conexão tálamo-cortical (do VLo até a AMS) é excitatória; ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na AMS. A consequência funcional da ativação cortical do putamen é a excitação da AMS pelo VL. No repouso, neurônios do globo pálido estão ativos espontaneamente e, portanto, inibem o VL. A ativação cortical excita neurônios do putamen, que inibem neurônios do globo pálido, os quais retiram a inibição das células do VLo, permitindo que se tornem ativas. A atividade no VLo impulsiona a atividade na AMS. Assim, essa parte do circuito atua como uma alça de retroalimentação positiva que pode servir para focalizar a ativação de áreas corticais espalhadas para a área motora suplementar do córtex. Pode-se especular que um sinal para um movimento gerado internamente ocorre quando a ativação da AMS é impulsionada acima de algum limiar pela atividade que a atinge através desse “funil” dos núcleos da base. O cerebelo Não é suficiente simplesmente comandar os músculos para se contraírem. Lançar uma bola curva exige uma sequência detalhada de contrações musculares, cada uma temporizada com grande precisão. Por trás dessa função crítica de controle motor, está o cerebelo. O envolvimento do cerebelo nesse aspecto do controle motor é plenamente revelado pelas lesões cerebelares, nas quais os movimentos ficam descoordenados e sem precisão, uma condições conhecida como ataxia A alça Motora através do cerebelo lateral: O circuito mais simples envolvendo o cerebelo lateral constitui uma alça em queaxônios chegam das células piramidais da camada V do córtex sensorimotor – áreas frontais 4 e 6, áreas somatossensoriais do giro pós- central e áreas parietais posteriores – formam uma projeção maciça para aglomerados de células na ponte, os núcleos pontinos, que, por sua vez, alimentam o cerebelo. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 A via consiste em uma projeção córtico-pontino- cerebelar que contém em torno de 20 milhões de axônios (20 veze mais que o trato piramidal). O cerebelo lateral projeta eferências de volta para o córtex motor via uma retransmissão realizada pelo núcleo centrolateral do tálamo (VLc) Pelos efeitos de lesões nessa via, podemos deduzir que ela é essencial para a execução adequada de movimentos planejados voluntários multiarticulares. De fato, uma vez que o sinal de intenção do movimento tenha sido recebido pelo cerebelo, a atividade dessa estrutura parece instruir o córtex motor primário sobre a direção, precisão temporal e força do movimento. Para movimentos balísticos, essas instruções baseiam-se inteiramente em predições sobre seu resultado (pois tais movimentos são muito rápidos para que a retroalimentação seja de proveito imediato). Tais predições baseiam-se na experiência, isto é, são aprendidas. Assim, o cerebelo é um outro local importante pra o aprendizado motor – é um local onde o que se pretende é comparado com o que aconteceu. Quando essa comparação falha em atingir as expectativas, modificações compensatórias são feitas em certos circuitos cerebelares. Os tratos espinhais O encéfalo se comunica com os motoneurônios da medula espinhal através de axônios que descem desde o encéfalo ao longo da medula espinal, através de dois grupos principais de vias. Uma dessas vias é a coluna lateral da medula e a outra é a coluna ventromedial. As vias laterais estão envolvidas no movimento voluntário da musculatura distal e estão sob controle direto do corte; as vias ventromediais estão envolvidas no controle da postura e da locomoção e estão sob controle do tronco encefálico O componente mais importante das vias laterais é o tracto córtico-espinhal. Originado no neocórtex, é o mais longo e um dos maiores tractos do SNC. Dois terços dos axônios desse tracto tem origem nas áreas 4 e 6 do lobo frontal, o que é, coletivamente, denominado córtex motor. A maioria dos axônios remanescentes no tracto córtico-espinhal deriva de áreas somatossensoriais do lobo parietal e serve para regular o fluxo da informação somatosensorial ao encéfalo 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Um componente bem menor das vias laterais é o tracto rubro-espinal, que se origina no núcleo rubro do mesencéfalo. Axônios do núcleo rubro decussam lobo adiante, na ponte, e se reúnem com aqueles do tracto córtico-espinhal na coluna lateral da medula. A principal fonte de aferências ao núcleo rubro é a região do córtex frontal, que também contribui para o tracto córtico- espinhal As vias ventromediais As vias ventromediais possuem quatro tractos descendentes que se originam no tronco encefálico e terminam entre os Interneurônios espinhais, controlando os músculos proximais e axiais. Esses tractos são o tracto vestíbulo-espinhal, o tracto tecto-espinhal, o tracto retículo-espinhal pontino e o tracto retículo-espinhal bulbar. As vias ventromediais utilizam informações sensoriais sobre equilíbrio, posição corporal e ambiente visual para manter, de forma reflexa, o equilíbrio e a postura corporal A organização periférica O neurônio motor inferior A musculatura somática é inervada pelos neurônios motores somáticos do corno ventral da medula espinhal. Essas células são, às vezes, chamadas neurônios motores inferiores, para distingui-las dos neurônios motores superiores do encéfalo, que se projetam para a medula espinhal. É preciso lembrar apenas que os neurônios motores inferiores comandam diretamente a contração muscular. Essas células podem ser chamadas de via final comum para o controle do comportamento. Inervação do músculo pelos neurônios motores inferiores. O corno ventral da medula espinhal contém os neurônios motores que inervam as fibras musculares esqueléticas. Os neurônios motores que controlam os flexores situam-se dorsalmente àqueles que controlam os extensores. Os neurônios motores que controlam os músculos axiais situam-se medialmente àqueles que controlam os músculos distais Os neurônios motores inferiores estão distribuídos no corno ventral de uma forma previsível, dependendo de sua função. As células que inervam os músculos axiais são mediais em relação àquelas que inervam os músculos distais, e as células que inervam os flexores são dorsais em relação àquelas que inervam os extensores. Os tractos descendentes da medula espinhal. A vias laterais, consistindo nos tractos córtico-espinhal e rubro-espinhal, controlam os movimentos voluntários da musculatura distal. As vias ventromediais, consistindo nos tractos retículo-espinhal, vestíbulo espinhal e tecto-espinhal, controlam os músculos posturais 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 O fuso neuromuscular: O fuso muscular contém fibras musculares esqueléticas modificadas dentro de sua cápsula fibrosa. Essas fibras musculares são chamadas de fibras intrafusais para distingui-las das fibras extrafusais, mais numerosas, que estão fora do fuso e formam a massa muscular. Uma diferença importante entre os dois tipos de fibras musculares é que apenas as fibras extrafusais são inervadas pelos neurônios motores alfa. As fibras intrafusais recebem sua inervação motora de um outro tipo de neurônio motor inferior chamado neurônio motor gama. Quando a contração muscular é comandada por um neurônio motor superior, os neurônios alfa responde, as fibras extrafusais contraem-se e o músculo encurta. Os neurônios motores gama também são ativados, inervando as fibras musculares intrafusais nas duas extremidades do fuso muscular. A ativação dessas fibras causa a contração dos dois polos do fuso muscular, tracionando, portanto, a região equatorial não-contrátil e mantendo ativos os axônios Ia. OBS.: ativação dos neurônios motores alfa e gama tem efeitos opostos. (A) a ativação dos neurônios motores alfa encurta as fibras musculares extrafusais. (B) se o fuso muscular torna-se frouxo, ele “sai do ar” e não informa mais o comprimento do músculo. (C) a ativação dos neurônios motores gama contrai os polos do fuso, mantendo-o ativo Propriocepção do órgão Tendinoso de Golgi: Os fusos musculares não são a única fonte de aferências proprioceptivas originadas dos músculos. Outro sensor no músculo esquelético é o órgão tendinoso de Golgi, que atua como um sensor de tensão, ou seja, ele monitora a tensão muscular ou a força de contração. Os órgãos tendinoso de Golgi estão localizados na junção do músculo com o tendão e são inervados por axônios sensoriais do grupo Ib, os quais são um pouco menores do que os axônios Ia, que inervam os fusos musculares É importante observar que, enquanto os fusos estão dispostos em paralelo com as fibras musculares, os órgãos tendinoso de Golgi estão dispostos em série. Esse diferente arranjo anatômico é que distingue os tipos de informação que esses dois receptores fornecem à 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 medula espinhal: a atividade Ia do fuso informa o comprimento do músculo, enquanto a atividade Ib do órgão tendinoso de Golgi informa a tensão muscular Arco reflexo: em casos extremos, protege o músculo de uma carga excessiva. A função normal, no entanto, é regular a tensão do músculo dentro de uma faixa ótima. À medida que a tensão muscular aumenta, a inibição do neurônio motor alfa diminui a contração muscular; à medida que a tensão do músculo diminui, a inibição do neurônio motor alfa diminui, e a contração muscular aumenta. Visãogeral 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Termorregulação Temperatura normal: entre 36,6°C e 37,5°C o Varia um pouco dependendo do local do corpo, além de variar ao longo do dia (+1°C ou -1°C) o A temperatura central tende a ser mais alta que a temperatura da pele (superficial) Mudanças fisiológicas: mulheres no período fértil, exercício físico moderado-intenso 32-35°C: início de hipotermia o Calafrios violentos → deterioração da coordenação muscular → diminuição da habilidade mental → torpor e letargia → calafrios cessam, instalando o quadro de geladeira metabólica o Diminui FR e FC (<28°C arritmia e <20°C ausência de coordenação nervosa) o Pupilas dilatam, pele pálida, rigidez muscular 38°C: início de hipertermia Fatores de regulação: o Comportamentais: roupas, postura corporal, café, sopa, locais mais quentes ou sombra, inatividade, diminuição da ingesta alimentar, etc o Homeostáticas: sudorese piloereção, alteração do fluxo sanguíneo, etc O calor é distribuído por todos os tecidos corporais através do sangue circulante Se houver mudança brusca da temperatura: enzimas param de funcionar corretamente e as proteínas são desnaturadas o Fatores de influenciam a ação da enzima: pH, glicemia, osmolaridade e temperatura → muda a velocidade das reações Origem: na formação do ATP, parte dele se perde formando calor o Maior produtor em repouso: sistema digestório (principal: fígado) o Músculo estriado esquelético e pele (em atividade física, produz mais que o TGI) o Encéfalo (cérebro), principalmente em repouso o Atividade cardíaca Geração de calor: Processos bioquímicos Atividade muscular Alimentos Perda de calor: Irradiação: 60% Evaporação: 22% Convecção: 15% Condução: 3% Mecanismos de regulação de temperatura corporal Receptores superficiais da pele: o Receptores de frio: 13-35°C o Receptores de calor: >35°C Receptores profundos: área pré-óptica do hipotálamo anterior, medula espinhal, vísceras e grandes veias do tronco e tórax Área pré-óptica Hipotalâmica: a área hipotalâmica anterior pré-óptica contém grande número de neurônios sensíveis ao calor, bem como 1/3 de neurônios sensíveis ao frio, os quais provavelmente 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 atuam como sensores de temperatura para a termorregulação (centro de controle termostático) o Os neurônios sensíveis ao calor aumentam sua atividades por 2 e 10 vezes, em resposta ao aumento de 10°C de temperatura corporal o Os neurônios sensíveis ao frio aumentam sua atividade quando a temperatura corporal cai Se perceber que a temperatura está muito alta: mecanismos de perda de calor são ativados (sudorese profunda – vasos dilatados; excesso de produção de calor é inibido) Se perceber que a temperatura está muito baixa: mecanismos de geração de calor são ativados Regulação ativa da temperatura corporal pelo SNC: a temperatura corporal está regulada ativamente por circuitos neurais específicos do SNC. 1. Neurônios aferentes termoreceptores cutâneos e viscerais 2. Vias térmicas aferentes no SNC 3. O centro integrador da termorregulação situado na região pré-óptica do hipotálamo 4. Vias eferentes que levam informações autônomas e somatomotoras aos efetores 5. Efetores térmicos que controlam a transferência de calor entre o corpo e o ambiente e que controlam a produção de calor pelo corpo Termorreceptores cutâneos para calor aumentam a atividade dos seus neurônios → via aferente → estimulam a descarga de neurônios pré-ópticos Os sinais sensoriais de frio na pele inibem a descarga dos neurônios pré-ópticos sensíveis ao calor Por que pessoas no deserto usam muitas roupas: para que o ganho de calor por irradiação não ocorra Adaptações homeostáticas Sudorese: quando a temperatura ambiente é maior que a do corpo, o único meio de perder calor é suando; a água é uma ótima condutora térmica; contém água e sal (eletrólitos) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Suor basal de 800mL por dia Por evaporação Perda de calor aumenta em até 20x através do suor Estímulo a sede e apetite ao sódio Umidade acima de 75% impede a evaporação Frio: a temperatura mais baixa que você pode suportar é determinado pelo tempo de exposição Uma pessoa nua começa a sentir frio em temperatura ambiente de 25°C Pessoa pode ficar a -29°C agasalhada sem riscos, porém, com o vento, essa temperatura pode ser sentida muito menor Piloereção, aumento na produção de calor pelo atividade muscular (tremor no frio, porém não é muito eficiente pela perda por convecção associada), alteração do fluxo sanguíneo e também por aumento de TRH e ACTH (adaptação mais tardia) Comportamento Comportamento: área de estudo da fisiologia muito usada nos anos 50-60. Atualmente são poucos os pesquisadores que ainda trabalham com comportamento Tem como finalidade atender as demandas fisiológicas. É necessário ser realizado uma vez que o próprio organismo não consegue suprir. Resposta geralmente tem 3 componentes: 1. Resposta humoral: neurônios hipotalâmicos respondem a sinais sensoriais estimulando ou inibindo a liberação de hormônios hipofisários na corrente sanguínea 2. Resposta víscero-motora: neurônios no hipotálamo respondem a sinais sensoriais ajustando o balanço de atividades simpática e parassimpática do sistema neurovegetativo 3. Resposta somático-motora: neurônios hipotalâmicos, especialmente no hipotálamo lateral, respondem a sinais sensoriais estimulando uma resposta somático-motora apropriada Água – sede Situações que eliminam água de forma fisiológica: fezes, secreções (saliva, lágrima, TGI), respiração, sudorese, urina, etc Essa perda de água pode ser acentuada por situações como diarreia. Nosso corpo não produz água → muita água é perdida normalmente → há alteração da osmolaridade → é percebida pelo tronco encefálico/hipotálamo (osmor-receptores) → maior expressão de aquaporinas → maior absorção de água pelos rins (NÃO É COMPORTAMENTO) O mesmo tronco encefálico estimula o comportamento de busca pela água = sede. Tentativa de regular a osmolaridade Relaciona-se com a fome: no momento em que a osmolaridade é alterada pela alimentação, a sede é estimulada Hipovolemia (sede volumétrica) e hipertonicidade (sede osmométrica) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Apetite ao sódio Ingestão de conteúdo com sódio diminui → excreção de menos sódio por consequência, durante dias → desencadeia o apetite ao sódio (áreas do hipotálamo responsáveis pela osmolaridade), podendo ser por meio de alimente ou bebida Desidratação intensa, em que perdemos muito sódio pela sudorese → também desencadeia esse apetite Sistema renina-angiotensina-aldosterona: SRAA age no vaso causando vasoconstrição, estímulo à sede e maior retenção de sódio pelo sistema renal Em casos de hemorragia, por exemplo – tentar corrigir a volemia Comportamento Alimentar Lesão no hipotálamo lateral: causa anorexia (diminui o comportamento de ingestão) Lesão no hipotálamo ventromedial: causa obesidade (aumenta o comportamento de ingestão) Controle da fome (homeostático): hipotálamo (núcleo paraventricular, arqueado, accumbens) e tronco encefálico o Controle neural: responsáveis pela saciedade. Conforme o alimento é deglutido, o estômago sofre estiramento → receptores mecânicos do estômago sinalizam via nervo vago para o tronco encefálico → grupamentos adrenérgicos liberam noradrenalina → estimula neurônios dos núcleos da rafe (7 grupos) → se projetam para as áreas do hipotálamo citadas acima o Controle humoral ou endócrino: secreção aumentada de TSH e ACTH (aumentam a taxa metabólica do organismo) → núcleo paraventricular libera hormônios hipofiseotrópicos, que regulam TSH/ACTH Alimentação→ leptina é liberada na corrente sanguínea pelos adipócitos → neurônios do núcleo arqueado são ativados Grelina é liberada pelo estômago vazio → ativação de neurônio do núcleo arqueado Adicção X Comportamento Adicção: NÃO É uma necessidade fisiológica. Comportamento hedônico, não fisiológico o Hedonismo: comer pelo prazer – relação com sistema límbico o Álcool o Drogas o Jogos Queda da Temperatura Fricção/atrito Buscar um local quente Se movimentar/exercitar Comer alimentos com alto potencial calórico ou quentes Detectada por neurônios sensíveis ao frio no hipotálamo anterior → TSH é liberado pela hipófise anterior → estimula a liberação de tiroxina pela tireoide → promove aumento no metabolismo celular o Há também vasoconstrição, piloereção e o ato de tremer Aumento da Temperatura Sede e bebidas geladas Busca à sombra Retirar roupas Aumentar a refrigeração/ventilação Ficar parado Não comer alimentos com alto potencial calórico ou quentes Detectada por neurônios sensíveis ao calor no hipotálamo anterior → metabolismo é diminuído pela queda de TSH, o sangue é desviado para a periferia (dissipar calor) Agressividade Manutenção da vida: perigo Locus coeruleus: é uma parte pequena e azulada do tronco cerebral que libera noradrenalina, um neurotransmissor responsável pela regulação do ritmo cardíaco, atenção, memória e cognição Se defender do estímulo: medo, euforia Comportamento Sexual Mulheres: próximo ao período fértil, há maior libido A relação sexual em humanos é um comportamento muito mais hedônico que fisiológico
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