Receitas, receituários e notificações: Como dispensar?

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Receitas, receituários e notificações: Como dispensar? 
PATRÍCIA DIAS - MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR – 
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▪ Medicamentos sujeitos a 
prescrição médica; 
▪ Medicamentos não sujeitos a 
receita médica (ou 
medicamentos isentos de 
prescrição, MIPs). 
 
 
Os medicamentos são classificados, 
quanto à dispensa ao público, em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma prescrição é uma rotina de cuidados 
com a saúde, implementadas por um 
médico ou outro profissional de saúde 
qualificado a prescrever, voltadas para 
um paciente em específico. 
 
O termo prescrição geralmente se refere à 
autorização médica por escrito ao 
paciente e, apesar de vemos comumente a 
utilização de terminologias receita e/ou 
receituário, elas possuem diferenças: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Farmacêutico deve ter o 
conhecimento sobre os tipos de 
receituários que recebe no 
estabelecimento de saúde 
(prescritas por médicos, 
dentistas, veterinários), para a 
dispensação adequada dos 
medicamentos. 
 
Os receituários devem ser seguidos exatamente 
conforme descrito nos Artigos 36 e 55 da 
Portaria SVS/MS nº 344/1998 e seus anexos: 
 
 
 
 
 
 
▪ Receituário: é o papel e é utilizada 
para prescrição de medicamentos; 
▪ Receita: é a prescrição escrita de 
medicamento, contendo orientação 
de uso para o paciente, efetuada 
por profissional legalmente 
habilitado; 
▪ Notificações de receita: é o 
documento padronizado que é 
acompanhado de receita e autoriza 
a dispensação de medicamentos da 
lista “A1”, “A2”, A3”, “B1”, 
“B2”, “C2” e “C3”. 
 
▪ anexo IX (modelo de talonário 
oficial “A”, para as listas “A1”, 
“A2” e “A3”); 
▪ anexo X (modelo de talonário – 
“B”, para as listas “B1” e 
“B2”); 
▪ anexo XI (modelo de talonário – 
“B” uso veterinário para as listas 
“B1” e “B2”); 
▪ anexo XII (modelo para os 
Retinoides de uso sistêmico, lista 
“C2”); 
▪ anexo XIII (modelo para a 
Talidomida, lista”C3"); 
▪ anexo XVII (modelo de Receita de 
Controle Especial para as listas 
C1 e C5). 
 
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1. RECEITUÁRIOS 
 
1.1. Receituário simples ou comum 
 
Geralmente de cor branca, prescrita em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É utilizada para prescrição de medicamentos 
anódinos e de medicamento de tarja vermelha, 
com os dizeres venda sob prescrição médica, e 
segue as regras descritas na Lei 5.991/1973. 
Deve conter: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.1. Antimicrobianos (antiga RDC 
20/11, atual RDC N° 471/2021) 
 
Os Antimicrobianos precisam ser prescritos em 
receituário em duas vias (sem modelo 
específico), para tratamento de 30 dias, válida 
por 10 dias a partir da data da prescrição. 
Aplica-se aos antimicrobianos sujeitos à venda 
sob prescrição com retenção de receita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2. Substâncias antirretrovirais 
(Antiga lista C4) 
 
Os medicamentos para o tratamento de 
HIV/Aids são fornecidos através das Unidades 
Dispensadoras de Medicamentos (UDM) nos 
Municípios. 
 
 
TRATAMENTO PROLONGADO 
 
A receita poderá ser utilizada para 
aquisições posteriores dentro de um 
período de 90 dias a contar da data de 
sua emissão. 
▪ Letra legível ou por meio impresso; 
▪ Nome completo do paciente; 
▪ Nome genérico (conforme DCB) das 
substâncias prescritas; 
▪ Forma farmacêutica do medicamento; 
▪ Forma de administração de maneira 
clara; 
▪ Não utilizar códigos ou abreviaturas; 
▪ Observância quanto a presença do 
medicamento no protocolo do serviço o 
qual está vinculado; 
▪ Data, nome legível, assinatura e 
número de registro do profissional no 
Conselho da categoria; 
▪ Nome e endereço da Instituição ou 
Consultório onde foi emitido o 
receituário. 
▪ uma (01) via: para os medicamentos 
sem retenção de via; 
▪ duas (02) vias: para medicamentos 
com retenção de via na farmácia. Ex.: 
medicamentos de tarja vermelha que 
contenham os dizeres “venda sob 
prescrição médica” ou 
antimicrobianos. 
 
▪ Receita branca em 2 vias; ou 
▪ Formulário padronizado de 
antirretrovirais (SICLOM) 
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1.2. Receituário de Controle Especial 
 
Estão sujeitos ao receituário de controle 
especial os medicamentos à base de 
substâncias constantes das listas “C1” (outras 
substâncias sujeitas a controle especial), “C2” 
(retinoicas para uso tópico) e “C5” 
(anabolizantes). 
A farmácia ou drogaria somente poderá aviar 
ou dispensar a receita, quando todos os itens 
estiverem devidamente preenchidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deverá ser preenchido em 2 (duas) vias, 
manuscrito, datilografado ou informatizado 
apresentando obrigatoriamente, em destaque, 
em cada uma das vias os dizeres: 
▪ 1ª VIA: “FARMÁCIA” 
▪ 2ª VIA: “PACIENTE” 
 
 
 
 
 
É permitido que o prescritor substitua o 
Receituário de Controle Especial por uma 
receita comum para os medicamentos da lista 
C1, desde que sejam preenchidos todos os 
campos obrigatórios e cumpridos os mesmos 
requisitos para que ocorra a dispensação. 
 
 
 
 
 
CASO DE EMERGÊNCIA: 
Poderá ser aviada ou dispensada a 
receita de medicamentos à base de 
substâncias constantes das listas “C” 
(outras sujeitas a controle especial) 
deste Regulamento e de suas 
atualizações, em papel não privativo do 
profissional ou da instituição, contendo 
obrigatoriamente o diagnóstico ou a 
CID, a justificativa do caráter 
emergencial do atendimento, data, 
inscrição no Conselho Regional e 
assinatura devidamente identificada. 
 
▪ Três (03) substâncias da lista “C1” 
e de suas atualizações; 
▪ validade de 30 (trinta) dias a partir 
da data de emissão; 
▪ válido em todo o território nacional; 
▪ Ampolas: até 5 (cinco) ampolas 
▪ Outras formas farmacêuticas: 
quantidade suficiente para até 60 
(sessenta) dias de tratamento; 
▪ Medicamentos antiparkinsonianos e 
anticonvulsivantes, a quantidade 
ficará limitada até 6 (seis) meses de 
tratamento 
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1.3. Receita renovável 
 
No Brasil, existe o conceito de receita 
renovável (prática comum nos serviços de 
atenção básica), que é regida pelo decreto de 
lei nº 128/2013, de 05/09/2013, em seu artigo 
116º, o qual estabelece o regime jurídico dos 
medicamentos de uso humano: 
 
Art. 116. São passíveis de receita médica 
renovável os medicamentos sujeitos a receita 
médica que se destinem a determinadas 
doenças ou a tratamentos prolongados e 
possam, no respeito pela segurança da sua 
utilização, ser adquiridos mais de uma vez, sem 
necessidade de nova prescrição médica. 
 
É um modelo criado para comodidade dos 
usuários, sendo particularmente útil aos 
doentes crônicos e aqueles em uso de 
farmacoterapia prolongada. Intenciona-se, 
com ela, evitar que o paciente tenha que se 
deslocar com frequência aos centros de saúde e 
hospitais para obtenção exclusiva de receitas. 
Deve ser utilizada de acordo com requisitos. 
 
 
 
 
2. NOTIFICAÇÕES DE RECEITA 
 
2.1. Preenchimento da notificação 
(Portaria 344/98) 
A Notificação de receita deverá estar 
preenchida de forma legível, a quantidade de 
medicamentos em algarismos arábicos (por 
extenso), sem emenda ou rasura. 
 
A notificação deve acompanhar a receita e 
autoriza a dispensação dos medicamentos: 
▪ Listas “A1” e “A2” (Entorpecentes) e 
“A3” (Psicotrópicas): amarela; 
▪ Listas “B1” e “B2” (Psicotrópicos): azul . 
▪ Listas “C2” (Retinoicas para uso 
sistêmico) e “C3” (Imunossupressoras): 
branca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Notificação de receita será retida pela 
farmácia ou drogaria; 
 
O receituário será devolvido ao paciente 
devidamente carimbado, como comprovante do 
aviamento ou da dispensação. 
 
 
 
PRESCRITORES: 
 
▪ Lista “A” e “B”: profissional devidamente 
inscrito no Conselho Regional de Medicina, 
Conselho Regional de Medicina Veterinária 
ou no Conselho Regional de Odontologia; 
▪ Lista “C”: exclusivamente inscrito no 
Conselho Regional de Medicina. 
 
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Deverá conter os itens referentes as alíneas a, 
b e c devidamente impressos e apresentando as 
seguintes características: 
▪ Sigla da Unidade da Federação; 
▪ Identificação numérica: fornecida pela 
Autoridade Sanitária competente dos Estados, 
Municípios e Distrito Federal; 
▪ Identificação do emitente: nome do profissional, 
inscrição no Conselho Regional, sigla da 
respectiva Unidade da Federação; ou nome da 
instituição, endereço completo e telefone; 
▪ Identificação do usuário: nome e endereço 
completo; 
▪ Uso veterinário: nome e endereço completo do 
proprietário e identificação do animal; 
▪ Nome do medicamento ou da substância: 
conforme Denominação Comum Brasileira 
(DCB), dosagem ou concentração, forma 
farmacêutica, quantidade (algarismos arábicos e 
por extenso) e posologia; 
▪ Símbolo indicativo; 
▪ Data da emissão; 
▪ Assinatura do prescritor: Se os dados estiverem 
impressos no campo do emitente, apenas assinar 
a Notificação de Receita. Se pertencer a uma 
instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá 
identificar a assinatura com carimbo, constando 
a inscrição no Conselho Regional, ou 
manualmente, de forma legível; 
▪ Identificação do comprador: nome completo, 
número do documento de identificação, endereço 
completo e telefone; 
▪ Identificação do fornecedor: nome e endereço 
completo, nome do responsável pela dispensação 
e data do atendimento; 
▪ Identificação da gráfica: nome, endereço e 
C.N.P.J./ C.G.C. impressos no rodapé de cada 
folha do talonário. Numeração inicial e final 
concedidas ao profissional ou instituição e o 
número da Autorização para confecção de 
talonários emitida pela Vigilância Sanitária 
local; 
▪ Identificação do registro: anotação da 
quantidade aviada, no verso; (formulações 
magistrais: número de registro da receita no livro 
de receituário). 
2.2. Notificação de Receita amarela ou 
receita A 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Notificação de Receita A é um impresso, na 
cor amarela, para a prescrição dos 
medicamentos das listas A1 e A2 
(entorpecentes) e A3 (psicotrópicos): 
 
▪ Poderá conter somente um (01) produto 
farmacêutico; 
▪ Será válida por 30 (trinta) dias, a contar da 
data de sua emissão; 
▪ Válida em todo o território nacional; 
Tratamento para até 30 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: 
As notificações de Receita “A”, 
quando para aquisição em outra 
unidade federativa, precisarão que 
sejam acompanhadas de receita 
médica com justificativa de uso. 
As farmácias, por sua vez, ficarão 
obrigadas a apresentá-las, dentro do 
prazo de 72 (setenta e duas) horas, à 
Autoridade Sanitária local, para 
averiguação e visto. 
 
https://www.blogger.com/blog/post/edit/5283645727711031930/8498422521479091968
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2.3. Notificação de Receita Azul ou 
Receita B 
 
A Notificação de Receita B é um impresso, 
padronizado, na cor azul, utilizado na 
prescrição de medicamentos que contenham 
substâncias psicotrópicas – listas B1 
(Psicotrópicas) e B2 (Psicotrópicas 
anorexígenas) e suas atualizações constantes 
na Portaria 344/98. 
 
 
▪ Poderá conter somente 01 (um) produto 
farmacêutico; 
▪ Terá validade por 30 (trinta) dias, a partir 
de sua emissão; 
▪ Apenas na unidade federativa que 
concedeu a numeração; 
▪ Poderá conter 05 (cinco) ampolas ou 
tratamento para até 60 (sessenta). 
 
 
 
 
2.4. Notificação de Receita Especial de 
Retinoides 
Para medicamentos da lista C2 
(Retinoides de uso sistêmicos): 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Poderá conter somente 01 (um) produto 
farmacêutico; 
▪ Validade por um período de 30 (trinta) 
dias, a partir da sua emissão; 
▪ Somente dentro da unidade federativa que 
concedeu a numeração. 
▪ Poderá conter 05 (cinco) ampolas ou 
tratamento para até 30 (trinta). 
 
2.5. Notificação de Receita Especial 
para Talidomida 
Para medicamentos da lista C3 
(Imunossupressoras): 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Poderá conter somente 01 (um) produto 
farmacêutico; 
▪ Validade de 15 (quinze) dias, a partir da 
sua emissão; 
▪ Válida em todo o território nacional; 
▪ Tratamento para 30 (trinta) dias. 
 
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Lista Classe Notificação/ Receita Validade Quantidade máxima 
A1 
A2 
A3 
Entorpecentes/ 
Psicotrópicas 
Amarela + Receituário comum (2 vias) 
1 Substância 
30 dias 5 ampolas 
Outra forma farmacêutica: quantidade 
suficiente para 30 dias 
B1 
B2 
Psicotrópicas/ 
Anorexígenas 
Azul + Receituário comum (2 vias) 
1 Substância 
30 dias 5 ampolas 
Outra forma farmacêutica: quantidade 
suficiente para 60 dias 
C1 Outras 
substâncias 
Receita Branca de Controle Especial (2 vias) 
3 substâncias 
30 dias 5 ampolas 
Outra forma farmacêutica: quantidade 
suficiente para 60 dias 
C2 Retinoides 
(sistêmico) 
Notificação de Receita Especial + Termo de Consentimento 
Pós-Informação 
1 Substância 
30 dias 5 ampolas 
Outra forma farmacêutica: quantidade 
suficiente para 30 dias 
C3 Imunossupressor 
(Talidomida) 
Notificação de Receita Especial + Termo de Esclarecimento 
para Usuário de Talidomida + Termo de Responsabilidade 
1 Substância 
15 dias 30 dias 
C4* Antirretrovirais Receituário comum (2 vias) + SICLOM 
5 substâncias 
30 dias 30 dias 
C5 Anabolizantes Receita Branca de Controle Especial 
(2 vias) com CID + CPF do prescritor 
30 dias 5 ampolas. 
Outra forma farmacêutica: quantidade 
suficiente para 60 dias 
Tabela 1 - Listas de Substâncias da Portaria 344/98
(*) Retirado da portaria 344/98 pela RESOLUÇÃO-RDC N° 103, DE 31 DE AGOSTO DE 2016. 
 
Observação: 
− Medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes, a quantidade ficará limitada até 
6 (seis) meses de tratamento; 
− Verificar sempre as exceções nos “ADENDOS”; 
− Lei 13.732 de 08/11/2018 alterou a Lei n° 5.991/1973: O receituário de medicamentos 
terá validade em todo o território nacional, independentemente da unidade da Federação 
em que tenha sido emitido. 
REFERÊNCIAS 
▪ Portaria 344/98. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html 
▪ http://www.portalmedico.org.br/REGIONAL/crmpb/manualPrescricao.pdf 
▪ http://www.ccs.saude.gov.br/visa/publicacoes/arquivos/Medicamentos_controlados_prof.pdf 
▪ http://portal.crfsp.org.br/documentos/crf/Manual-de-orientacao-ao-farmaceutico-
dispensacao_versao-WEB.pdf 
▪ http://videbula.far.br/medicamentos-controlados/Nota Informativa nº 75/2016 - DDAHV-SVS-MS. 
http://azt.aids.gov.br/documentos/nota_tecnica/NI_075-2016.pdf