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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CONTROLE DE QUALIDADE DE FITOTERÁPICOS 1. Introdução O óleo-de-cravo é extraído de uma flor ainda em botão, conhecida cientificamente como Caryophyllus aromaticus L., o cravo-da-índia. Este óleo é muito utilizado no ramo odontológico e na indústria de perfumes, pois além de seu potencial aromático, apresenta propriedades antissépticas, bactericidas, antifúngicas, parasiticida e antimicótica. Na flor encontramos a maior concentração de princípios ativos e por isso ela é desidratada, dessa forma podemos garantir que não ocorra a oxidação desses ativos e perda de sua função farmacológica. Além disso sempre devem ser realizados testes de controle de qualidade deste tipo de material, para garantir a integridade do princípio ativo usado na produção dos fitoterápicos após passar por processos degradativos como: transporte, armazenamento, colheita, entre outros. 2. Parte Experimental e Materiais Utilizados Materiais: • Botões florais de Cravo-da-índia desidratados • Gral e pistilo • Becker • Proveta 100 ml • Bastão de vidro • Espátula • Pipeta 3 ml • Tubos de ensaio • Vidro de relógio • Sílica gel Essência de cravo • Caneta Marcador • Capilar de vidro Reagentes: • Lugol • Ácido Sulfúrico concentrado • Reagente de Liebermann-Burchard (anidrido acético) • Cloreto Férrico • Solução saturada de Hidróxido de Cálcio • Etanol • Clorofórmio Fase 1 – Preparo do extrato etanólico de cravo Macerar em média 15 botões de cravo-da-índia com auxílio do gral e pistilo, em seguida realizar a lavagem com 20 ml de etanol. Deixar decantar o produto entre 1 e 2 minutos, retirar com auxílio da pipeta apenas a parte líquida do extrato presente na fase superior da decantação. Adicionar 3 ml do extrato em cada um dos 5 tubos de ensaio para prosseguir com os testes. Fase 2 – Reações de identificação No tubo 1, adicionar 2 gotas de Cloreto Férrico (FeCl 10%) ao extrato etanólico de cravo. No tubo 2, adicionar 10 ml de solução saturada de Hidróxido de Cálcio (Ca (OH)2) ao extrato etanólico de cravo. Fase 3 – Cromatografia em camada delgada Em uma fita de sílica (7x3cm) demarcar onde serão adicionadas as amostras perto da base e com auxílio de uma caneta, marcar o nível das amostras da sílica em um Becker. Do lado esquerdo da sílica adicionar 1 gota da essência padrão e do lado direito 1 gota do extrato etanólico de cravo presente no tubo 3, sempre na linha demarcada. Em seguida preencher o Becker com clorofórmio até o nível marcado, inserir a sílica com as amostras na parte que entrará em contato com o clorofórmio e deixar correr por alguns minutos. Retirar a sílica e levar para câmara escura U.V para observar os resultados. Fase 4 – Reação de Liebermann-Burchard No tubo 4, adicionar 0,5 ml de Anidrido Acético, em seguida adicionar cuidadosamente 20 gotas de Ácido Sulfúrico concentrado pelas paredes do tubo ao extrato etanólico de cravo. Fase 5 – Análise de polissacarídeos No tubo 5, adicionar 1 gota de Lugol ao extrato etanólico de cravo. 3. Resultados e Discussão Ao analisar o tubo 1, a amostra apresentou alteração para coloração azul escura ao adicionar o cloreto férrico pois realiza interação com os grupos fenóis presente na molécula de Eugenol. Ao analisar o tubo 2, houve formação de precipitado e alteração de cor para amarelo- esverdeado, confirmando a presença do composto aromático de função fenólica , o eugenol. Ao analisar o tubo 4 após a adição do ácido sulfúrico, foi possível verificar formação de um anel com coloração avermelhada presente no fundo no tubo de ensaio, indicando presença de anel esteróidal na amostra. Ao analisar o tubo 5 após a adição do Lugol, verifica-se que não houve alteração de cor para azul, indicando que não há presença de amido na amostra. Depois de expor a sílica a radiação U.V, conseguimos visualizar bem o nível do padrão utilizado e o nível que o extrato obtido correu. Realizamos a medição das distâncias, obtendo como resultado: 4 cm para distância total (DT), 3,5 cm para distância do padrão (DP), e 3,3 cm para distância da amostra (DA). É realizado o seguinte cálculo para referência: 𝑅𝐹 = 𝐷𝑃 𝐷𝑇 e 𝑅𝐹 = 𝐷𝐴 𝐷𝑇 , caso os valores de Relação de fluxo (RF) estejam próximo é confirmada a qualidade da amostra de matéria- prima. Neste caso os valores ficaram entre 0,875 e 0,825. TUBO 1 TUBO 2 TUBO 3 TUBO 4 TUBO 5 Reagentes Cloreto Férrico Solução saturada de hidróxido de cálcio Processo de Cromatografia Anidrido acético e Ácido Sulfúrico Lugol Aparência Alteração de cor acentuada Formação de precipitado e alteração de cor DP= 3,5 cm; DA= 3,3cm; DT= 4,0 cm Aparência de anel avermelhado Não houve alteração Resultado Positivo para presença do grupo fenol Positivo para composto aromático eugenol RF1 = 0,875 e RF2 = 0,825 Positivo para presença de anel esteroidal Negativo para presença de amido Imagens das Reações 4. Conclusões Após concluir os experimentos desta aula, conclui-se a matéria prima utilizada possui qualidade e potencial terapêutico, sem nenhuma adulteração em sua composição. Também podemos considerar de grande importância estes testes pois é por meio deles que as grandes industrias testam a matéria-prima adquirida e mantem seu padrão de qualidade. 5. Avaliação 1. Em que fato está baseada a contração do volume da essência na falsificação por álcool? É baseada em detectar presença de substâncias polares, como álcoois, por meio da adição de solução saturada de NaCl que indicara a presença de substância polar se o volume do óleo diminuir e o volume aquoso aumentar. 2. Qual a utilidade do NaCl neste experimento? O NaCl em contato com a essência falsificada por álcool promove uma homogeneização do óleo, diminuindo o volume do óleo e aumentando o meio aquoso. Isso comprova a adulteração do extrato. 3. Com que grupo ou parte da molécula o FeCl3 reage? O Cloreto férrico interage com os grupos de fenol presentes no Eugenol, tornando possível a visualização dessa reação quando há alteração de cor intensa. 4. A cromatografia é uma técnica de identificação de substâncias? Explique. A cromatografia é uma técnica utilizada para a identificação de componentes de uma mistura, que ocorre por meio da separação dos componentes de uma mistura baseado na interação destes componentes com a fase estacionária e com a fase móvel. 5. Represente a equação química da reação do eugenol com Ca (OH)2 ou KOH. Nesta reação o Ca (OH)2 faz com que o eugenol sofra hidrólise para formar um glicerol e um sal de ácido graxo. 𝐸𝑢𝑔𝑒𝑛𝑜𝑙 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 → 𝐺𝑙𝑖𝑐𝑒𝑟𝑜𝑙 + 𝑆𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑎𝑥𝑜 6. Quais as aplicações comerciais do eugenol? É utilizado para aplicações terapêuticas com intuito de proporcional efeito anti- inflamatório, antioxidante, antimicrobiano, anestésico, antisséptico, relaxante muscular e de repelente contra mosquito, também faz parte da fabricação de perfumes, gomas de mascar, doces, sorvetes e chocolates. Um dos principais usos rotineiros é como base de anestésico em odontologia pois o eugenol inibe a atividade nervosa, promovendo o efeito analgésico e anestésico local sem irritar a mucosa oral. 6. Bibliografia SANTOS, Thamyres. Extração, caracterização e aplicações do óleo essencial do cravo-da-índia (Syzygium aromaticum). Pindamonhangada, São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.funvicpinda.org.br:8080/jspui/bitstream/123456789/302/1/Tha myresSANTOS.pdf>
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