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A DOR Resumo de Fisiologia Aspectos históricos, conceito, natureza, tipos, classificação... Brasil, 2021 Carla Beatriz Aguiar Vieira Graduanda em Enfermagem. ASPECTOS HISTÓRICOS No início a dor era considerada: • Punição por pecados e atividades maléficas; • Prenúncio da morte; • Medicina exercida por sacerdotes; Na Suméria (3.500 a.C.) • Dor punição dos deuses; No Egito Antigo (1.700 a.C.) • Dor por condições não internas; • Punição dos deuses ou espíritos; Em Adão e Eva • Sofrimento como algo natural e que leva à elevação espiritual. CONCEITO • Experiência sensorial e emocional desagradável que está associada a lesões reais ou potenciais permitindo que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados. • Células nervosas espalhadas que funcionam como receptores, elas reconhecem os sinais e permitem que o sistema nervoso formule informações relacionadas à lesão. NATUREZA DA DOR • A dor é uma experiência mental. Ocorre apenas no estado consciente. • É resultado de atividades do Sistema Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Central, influenciada por experiências passadas vindas desde a infância e sujeita à fatores familiares, sociais e culturais. • A dor é usualmente interpretada como sendo resultado de lesão tecidual, apesar de poder não ser necessariamente o caso. TIPOS DE DOR • DOR PATOLÓGICA: normalmente, esse estímulo não é transitório e pode estar associado com inflamações ou lesões do sistema nervoso. • DOR FISIOLÓGICA: nesse tipo de dor, o estímulo é transitório e induz a respostas rápidas com o objetivo de proteção. Exemplo: a sensação provocada ao tocar um objeto quente faz-nos retirar a mão dele e, assim, evitar um dano maior, como uma queimadura. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DURAÇÃO • DOR AGUDA: ocasionada por lesões, inflamações, infecções, entre outras. Sua duração pode ser de minutos a semanas e é encerrada quando a causa é tratada. • DOR CRÔNICA: está associada a doenças crônicas ou em consequência de algum tratamento realizado anteriormente. Ela pode durar meses ou até mesmo anos. • DOR RECORRENTE: nesse caso, não está associada a uma causa específica e sua duração pode ser curta, mas se repete por vários períodos. NOCICEPTIVO PARTE 1 • Os nociceptores são os neurônios do sistema nervoso periférico responsável pela detecção e transmissão dos estímulos dolorosos, A NOCICEPÇÃO. • A nocicepção é uma das duas possíveis manifestações de dor persistente. • Outra manifestação de dor persistente é a dor neuropática que ocorre quando nervos no sistema nervoso central ou periférico não estão funcionando corretamente. • Os neurônios nociceptivos são modulados por uma larga variedade de mediadores no espaço extracelular. • A sensibilização periférica representa uma forma de plasticidade funcional do nociceptor o qual pode mudar de um simples detector de estímulos nocivos para detectar um estímulo não-nocivo. O resultado é que um estímulo de baixa intensidade de uma atividade regular, inicia uma sensação dolorosa. Isso é conhecido como HIPERALGESIA. PARTE 2 • A INFLAMAÇÃO é uma comum causa que resulta em sensibilização dos nociceptores. Normalmente, a hiperalgesia cessa quando a inflamação desaparece. • No entanto, algumas vezes, defeitos genéticos e/ou injúrias repetidas podem resultar em “ALODINIA” (significa “outra dor”, é uma resposta exagerada para um estímulo completamente não-nocivo que pode ser estático ou mecânico como toque leve causando extrema dor. • A “alodinia” pode ser causada quando um nociceptor é danificado nos nervos periféricos. NEUROPÁTICA • A dor neuropática é causada por danos ou doenças que afetam qualquer parte do sistema nervoso envolvido em sentimentos corporais (o sistema somato sensorial). • A dor neuropática periférica é muitas vezes descrita como “queima”, “formigamento”, “esfaqueamento”, ou “alfinetes e agulhas”. Bater o “osso engraçado” (o nervo ulnar) provoca dor neuropática periférica aguda. NEUROPÁTICA - DOR FANTASMA • A dor fantasma é a dor sentida em uma parte do corpo perdida ou a partir da qual o cérebro já não recebe sinais. • É um tipo de dor neuropática. A dor do membro fantasma é uma experiência comum de amputados. • A prevalência de dor fantasma nos amputados dos membros superiores é de quase 82%, e nos amputados dos membros inferiores é de 54%. • Um estudo descobriu que oito dias após a amputação, 72% dos pacientes apresentavam dor fantasma e seis meses depois, 67% relataram isso. • Alguns amputados experimentam dor contínua que varia em intensidade ou qualidade; outros experimentam vários ataques por dia, ou podem ocorrer apenas uma vez por semana ou duas. PSICOGÊNICO PARTE 1 • A dor psicogênica, também chamada de psiquiatria ou dor somato forme, é dor causada, aumentada ou prolongada por fatores mentais, emocionais ou comportamentais. • Dor de cabeça, dores nas costas e dor estomacal às vezes são diagnosticados como psicogênicas. • Os sofredores são muitas vezes estigmatizados, porque os profissionais médicos e o público em geral tendem a pensar que a dor de uma fonte psicológica não é "real". No entanto, os especialistas consideram que não é menos real ou doloroso do que a dor de qualquer outra fonte. PARTE 2 • As pessoas com dor de longo prazo frequentemente exibem distúrbios psicológicos, com pontuações elevadas nas escalas do Inventário de • Personalidade Multifásico de Minnesota da histeria, depressão e hipocondria (a “tríade neurótica”). Alguns pesquisadores argumentaram que é esse neuroticismo que faz com que a dor aguda se torne crônica. • Mas a evidência clínica aponta o contrário: a dor crônica causando neuroticismo. Quando a dor prolongada é aliviada pela intervenção terapêutica, os escores da tríade neurótica e a queda de ansiedade, muitas vezes caem para níveis normais. DOR DE AVANÇO • A dor inovadora é uma dor aguda transitória que surge repentinamente e não é aliviada pelo tratamento regular da dor do paciente. • É comum em pacientes com câncer que muitas vezes sofrem de dor de fundo que geralmente são bem controlados por medicamentos, mas que às vezes também experimentam ataques de dor severa que, ocasionalmente, “rompe” a medicação. • As características da dor progressiva do câncer variam de pessoa para pessoa e de acordo com a causa. O manejo da dor inovadora pode implicar o uso intensivo de opioides. DOR DE INCIDENTE • A dor incidente é a dor que surge como resultado da atividade, como o movimento de uma articulação artrítica, alongamento de uma ferida, etc. ASYMBOLIA DE DOR • A analgesia episódica pode ocorrer em circunstâncias especiais, como na excitação do esporte ou da guerra: um soldado no campo de batalha pode não sentir dor durante muitas horas por uma amputação traumática ou outra lesão grave. • É possível induzir um estado descrito como dor intensa desprovida de desagrado em alguns pacientes, com injeção de morfina ou psicocirurgia. Esses pacientes relatam que eles têm dor, mas não são incomodados por isso; eles reconhecem a sensação de dor, mas sofrem pouco ou não. INSENSIBILIDADE A DO R • Insensibilidade à dor também pode resultar de anormalidades no sistema nervoso. Este é geralmente o resultado de dano adquirido aos nervos, como lesão da medula espinhal, diabetes mellitus e (neuropatia diabética). https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso https://pt.wikipedia.org/wiki/Nervo https://pt.wikipedia.org/wiki/Diabetes_mellitus https://pt.wikipedia.org/wiki/Neuropatia_diabética • Esses indivíduos estão em risco de danos nos tecidos e infecções devido a lesões não descobertas. • As pessoas com danos nos nervos relacionados com a diabetes, por exemplo, mantêm úlceras no pé com baixa cicatrização como resultado da diminuiçãoda sensação. RESISTÊNCIA A DOR • Limiar de tolerância é o ponto em que o estímulo alcança tal intensidade que não mais pode ser aceitavelmente tolerado e, na mesma experiência, alcança os 48°. Difere do fisiológico porque varia conforme o indivíduo, e é influenciado por fatores culturais e psicológicos. • Resistência à dor seria a diferença entre os dois liminares. Expressa a amplitude de uma estimulação dolorosa à qual o indivíduo pode aceitavelmente resistir. • É também modificada por traços culturais e emocionais, e ao sistema límbico cabe a modulação da resposta comportamental à dor. A DOR NA HANSENÍASE • Na hanseníase podem ocorrer lesões nas terminações nervosas, fato que pode deixar a dor não ser percebida, fazendo com que, ocorram lesões que podem vir a desfigurar o portador. • Como o doente não sente dor, pode acontecer da pessoa sofrer lesões e não perceber, ou, em lugares onde as condições de vida são muito precárias (como nos tempos antigos eram os lugares onde os doentes eram confinados) ter-se uma parte do corpo comida por ratos. EPIDEMIOLOGIA • A dor é a principal razão para visitar o serviço de emergência em mais de 50% dos casos e está presente em 30% das visitas de prática familiar. • Vários estudos epidemiológicos de diferentes países relataram taxas de prevalência amplamente variáveis para a dor crônica, variando de 12 a 80% da população. • Um estudo de 4.703 pacientes descobriu que 26% apresentaram dor nos últimos dois anos de vida, aumentando para 46% no último mês. TRATAMENTO • O tratamento da dor envolve mais do que simplesmente o tratamento da lesão tecidual. • Primeiramente, é essencial identificar a sua causa para depois tratá-la. • Em geral, são utilizados diversos tipos de anestésicos, que podem atuar, por exemplo, diretamente nos receptores da dor, como a pele, ou diretamente nos centros de percepção de dor localizados no cérebro. ENCERRAMENTO Um julgamento sobre o valor da dor é dado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que escreveu: “Somente a grande dor é o libertador final do espírito. Eu duvido que tal dor nos torne melhores, mas eu sei que isso nos faz mais profundos”
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