Buscar

Caracterização de dor orfacial (resumo) - Dor Orofacial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução: 
As vezes alterações que envolvem os músculos (da face e 
músculos da mastigação) em volta da articulação 
temporomandibular, são caracterizados também como disfunções 
temporomandibulares e não apenas aqueles problemas que 
ocorrem na própria ATM. Ou seja, problemas que ocorrem fora 
da articulação também podem ser caracterizados como DTM. 
O que é Dor? 
• Dor: experiência intuitiva, tutora sobre os limites e 
perigos do mundo. 
• Definição do final da década de 70: “Uma experiência 
sensorial e emocional desagradável associada a um dano 
tecidual real ou potencial ou descritas em termos de tal 
lesão”. 
• Definição do Comitê de Associação Internacional para 
Estudos da Dor (Maio 2020): “Uma experiência sensorial 
e emocional desagradável associada ou semelhante à 
associada a um dano tecidual real ou potencial”. 
• A dor pode ou não estar associada ao sofrimento. 
• Produto final DOR: série de interações e conexões 
periféricas e centrais que culminam na percepção desse 
sentimento individual e único. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qual é o caminho da dor: 
Existem essas variações de um paciente para outro, então o que 
para um individuo é extremamente um gatilho para desencadear a 
dor, para que ele interprete aquela sensação como dor, para outro 
individuo passa completamente despercebido, ou seja, ele não tem 
aquela sensação de dor. O que para um individuo é um desconforto 
apenas, para outro é algo bastante imobilizador, bastante 
incapacitante, precisando de uma medicação, tratamento, 
intervenção para que se sinta melhor. 
Outro ponto, é que nem sempre existe uma relação com o fator 
de lesão, as vezes é uma sensação, um processo psicológico. 
• “A dor vai da pele para o cérebro por meio de fios muito 
delgados” René Descartes, 1662. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dor orofacial: 
A dor é um sinal de alerta, algo está dando errado, como um 
sinal de dano tecidual, uma informação. 
Foi adicionado o termo “semelhante à associada” na nova 
definição, pois muitas vezes a dor não tem relação com uma 
lesão ou com um dano propriamente dito, então pode ser uma 
sensação, um “parece que”, “sinto que”. 
Algumas vezes, a dor pode estar relacionada a momentos de 
felicidade, como a dor do parto. Ou seja, ao mesmo tempo que 
existe a dor, existe uma satisfação interna. É algo muito 
individual, particular, multifatorial, desde uma experiencia 
positiva a uma negativa, como um dano real, um corte, uma 
dor. 
 
A dor é um produto final, existe uma série de processos 
fisiológicos que acontecem até que se cheguem na 
interpretação do indivíduo como dor. 
Esse sentimento é individual e único, tanto na intensidade da 
dor, quanto na sua qualidade como também sua percepção da 
existência ou não. 
Esses fios muito delgados, nada mais são do que os neurônios, 
indo de fato da pele, das comunicações periféricas para uma 
conexão central, ou seja, o SNC, o cérebro. Só que nesse 
caminho, existe uma série de situações e variações, que são 
importantes para que se entenda o procedimento de dor e 
efetivamente quando formos realizar uma anamnese e um 
diagnostico de DTM, a gente consiga entender a manifestação 
clínica dos pacientes. 
Na ATM, nos casos DTM o diagnóstico clínico é preponderante, 
soberano. Existem os exames de diagnóstico, porém o exame 
clínico e a anamnese são soberanos, decisivos no fechamento 
de um diagnóstico. Por isso, o relato do paciente é tão 
importante, cabendo a nós CD interpretar essas informações. 
 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
 
• Etapas neuronais são responsáveis pela codificação, 
condução e integração de estímulos nocivos – 
Nocicepção. 
 
 
 
 
 
 
 
• Experiência emocional, sensorial e sempre desagradável. 
• A relação nem sempre é direta. 
 
 
 
 
 
 
 
• Nocicepção: 
- Neurônios periféricos; 
- Estrutura central da medula espinhal; 
- Tronco encefálico; 
- Diencéfalo. 
• Dor: 
- Produção complexa no cérebro; 
- Aspectos sensoriais; 
- Aspectos afetivos; 
- Aspectos motivacionais; 
- Aspectos comportamentais; 
- Aspectos culturais. 
Esses neurônios periféricos estão por toda parte do nosso corpo, 
na face, nas mãos, braços e apresentam características 
especificas para serem eficientes nessa nocicepção, na 
interpretação de que algo está acontecendo. 
Os neurônios periféricos levam essa percepção até uma estrutura 
central da medula espinhal, que é o núcleo neuronal e depois sobe 
para o tronco encefálico e depois ocorre uma nova transmissão 
 
 
da informação e em seguida, sobe para o diencéfalo (córtex 
cerebral), onde ali será interpretado como dor. 
 
 
 
 
 
• Conceito biopsicossocial: 
- Estímulo, modulação intrínseca, experiências prévias, 
genética, funcionamento fisiológico das estruturas 
neuronais centrais. 
- Altamente individual. 
Dentre esses vários aspectos que interagem para a interpretação 
da dor, existe também o conceito biopsicossocial para a 
interpretação da dor que é altamente individual, que depende da 
intensidade do estímulo, de qual é o estimulo, de como é o estimulo, 
precisando da modulação intrínseca, que nada mais é do que esse 
aprendizado do nosso organismo para modular, ou seja, interpretar 
isso como dor ou não, além das experiências prévias frente a um 
estimulo que nos provoca uma dor exacerbada, e quando 
percebemos que aquela sensação se repetirá a gente já tem a 
sensação dolorosa antes mesmo que o estimulo aconteça. 
Além da genética e o funcionamento fisiológico das estruturas 
neuronais centrais, pois a decodificação da informação que vem da 
periferia, é sempre feita na região central. 
Dor crônica x Dor aguda: 
❖ Dor aguda: 
- Dor fisiológica - Características de proteção frente à 
estímulos nocivos. Ativa mecanismos reflexos (retiramos 
a parte do corpo exposta ao estímulo nocivo) 
A dor aguda é considerada uma dor fisiológica, é uma dor que é 
gerada especificamente porque existe um estimulo nocivo real 
potencial do nosso organismo. É um mecanismo de proteção. 
 
 
 
 
 
Esse caminho da periferia até o SNC, é composto por etapas 
neuronais com as funções descritas acima. Sendo a 
codificação, a indicação de que ali tem algo acontecendo, a 
condução é para levar a informação até a região central e a 
integração para que aquilo seja interpretado como dor. 
Todas essas etapas juntas, formam o que denominamos de 
nocicepção, que na verdade é a percepção de alguma coisa, 
como a percepção de algo nocivo. 
As células periféricas podem ter a nocicepção, podem 
receber a informação de que ali está acontecendo alguma 
coisa incorreta, porém nem sempre isso vai ter como produto 
final a dor. Existe uma série de razões para isso, fisiológicas, 
genéticas, psicossociais. Em algum momento no caminho, entre 
a recepção do estímulo externo na periferia até a região 
central, alguma coisa acontece e quando chega na região do 
córtex cerebral, isso não vai ser interpretado como dor. 
 
Então a dor surge em virtude de uma produção complexa no 
cérebro, relacionado a aspectos sensoriais, afetivos, 
motivacionais, comportamentais e culturais, pois em algumas 
culturas os indivíduos são preparados para enfrentar a dor 
mais do que em outras culturas. 
 
É a dor de quando levamos uma pancada, quando nos 
cortamos, etc, ocorre quando realmente temos um dano, o 
que acaba por ativar os mecanismos de reflexos. 
 
 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
• Dor rápida: estímulos causam reações motoras inatas 
denominadas reflexos de retirada que afastam 
rapidamente o membro afetado do estímulo nocivo. 
• Dor rápida (= dor aguda). 
• Caminho da dor: 
 
 
 
 
 
 
 
Quando realizamos a contração muscular como um reflexo frente 
a uma agressão, geramos uma informação para o nosso núcleo 
neuronal de que algo está errado, nesse momento 
automaticamente temos o neurônio aferente levando a percepção 
de quetem algo errado e o neurônio eferente que vai comandar a 
contração do músculo. 
• A dor aguda cessa após alguns minutos. 
• Dor aguda = Dor nociceptiva - Há relação direta entre o 
grau do estímulo nocivo e a intensidade de dor. Tem-se 
um dano conhecido. 
 
❖ Dor crônica: 
- Dor não fisiológica - Características de dor prolongada 
(mais de 3 meses). Sem conhecimento etiológico claro, 
único e simples. 
- A simples remoção do agente etiológico já não é 
suficiente para eliminar a dor. 
 
 
 
 
 
 
• Características de um paciente com dor crônica: 
- Já passou por diversos tratamentos; 
- Abusa de medicamentos; 
-Apresenta comorbidades (depressão/distúrbios do 
sono); 
 
- Mudanças no mecanismo de condução do estímulo 
(maior excitabilidade neuronal central) 
Normalmente o paciente que tem uma dor crônica, chega ao 
consultório com uma lista de medicamentos que já fez uso. 
DOR AGUDA DOR CRÔNICA 
Sem problemas de 
diagnóstico; 
Sem causa identificável;; 
Relaciona-se a um evento; Persiste mesmo após a 
cicatrização ( > 3 meses); 
Início repentino e desaparece 
após a cicatrização da área 
afetada; 
Histórico de tratamento 
prévio mal sucedido; 
Controlada com a remoção da 
fonte de dor e responde a 
terapias convencionais; 
Enfoque multidisciplinar; 
Mecanismo de proteção; Mecanismos complexos no 
SNC, alterações sensoriais e 
cognitivas; 
 
Dores orofaciais: 
Tipos: 
• Dores intracranianas de origem vascular (ex.: enxaqueca, 
aneurismas, etc.); 
• Dores intraorais (são dores relacionadas a cárie, 
inflamação pulpar, dores de origem periodontal, de 
erupção de 3º molar, pericoronarite, etc.); 
• Dores neuropáticas (fibromialgia); 
• Dores musculoesqueletais (podem surgir em virtude de 
bruxismo, apertamento, função exacerbada da 
articulação). 
O paciente de dor orofacial é um paciente de dor crônica, porém 
se ele chegar ao consultório com uma dor com menos de 3 meses, 
temos que investigar o fator etiológico da dor aguda, como uma 
pulpite, um trismo, um terceiro molar que provoca dor na região 
do masseter. Porém se ele chega com dor a mais de 3 meses, 
temos que ampliar a nossa visão, investigação para descobrir 
possíveis fatores etiológicos que estejam atuando sozinhos ou em 
conjunto para que causem a dor no paciente. 
 
• A capacidade investigativa diferencia o profissional. 
• Investigar desde as mais simples até as mais complexas 
(pulpites, dores de origem dentária são muito 
frequentemente confundidas com dores 
musculoesqueléticas ou mesmo neuropáticas). 
Uma das primeiras coisas que devemos perguntar ao paciente 
é a quanto tempo ele está com aquela dor, se for menos que 
3 meses não podemos ainda caracterizar como uma dor 
crônica. 
Na dor crônica não sabemos apontar a sua causa, por isso a 
necessidade da investigação a respeito do seu surgimento, etc. 
 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 
 
Prevalência dos fatores etiológicos 
envolvendo dores orofaciais: 
1) Dores com origem dental (ex: pulpites) 
2) Dores Muscuesqueletais (ex: DTM) 
3) Dores neuropáticas (ex: cirurgias dentais, traumas) 
4) Dores Intracaniana de origem vascular (ex: enxaqueca) 
 
Muitas vezes a enxaqueca tem relação com problemas hormonais, 
sendo mais frequente em períodos menstruais e pré-menstruais. 
A enxaqueca tem características muito especificas, como sendo 
unilateral, dor mais frontal e normalmente o paciente tem dor de 
fundo de olho, causando até o lacrimejamento, e normalmente eles 
têm aversão a luz. 
Normalmente essa enxaqueca deixa o sistema nervoso central 
mais excitado, mais provocado, mais receptivo aos estímulos 
sensoriais, e se tiver outra alteração muscoculoesqueletal, como 
no temporal, masseter, a enxaqueca acaba por evidenciar mais ela. 
Ou seja, a princípio o paciente apresenta essa alteração, porém 
não sente dor, mas ao apresentar um quadro de enxaqueca, a 
mesma irá evidenciar essa alteração, através da dor 
muscoesqueletal, que é a alteração narrada acima. 
 
Dor referida: 
• Diversas conexões neuronais – DIFICULDADES. 
Muitas vezes nessas conexões neuronais, a interpretação nossa 
da sensação dolorosa acusa um lugar que não é efetivamente 
aquele onde está acontecendo o problema. Por exemplo, eu tenho 
uma pulpite em um primeiro molar superior direito e eu sinto dor 
na região do canino, o que pode gerar divergências para o 
profissional, pois a radiografia mostra problema em uma região e 
o paciente narra dor em outra, o que acaba por fazer o CD se 
perder e realizar uma interpretação contrária, achando que pode 
ser um problema na radiografia e que o paciente é que está com 
a razão. Por isso a importância de se fazer o teste de vitalidade 
pulpar. 
A dor referida pode ter origem em problemas cervicais e o 
paciente chegar ao consultório reclamando de dor orofacial. A dor 
referida surge de um problema na transmissão do impulso 
nervoso, no caminho, na interpretação da nocicepção, que dão a 
informação dolorosa longe de onde realmente acontece a dor. 
 
 
Referência: 
Aula teórica de Dor Orofacial. Faculdade Maurício de 
Nassau, Odontologia, 2021.

Continue navegando