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Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia A orelha humana é o órgão da audição e do equilíbrio. Ele detecta e analisa o som pelo mecanismo de transdução, que é o processo de conversão de ondas sonoras em impulsos eletroquímicos. Para fins de estudo fisiológico, ele se subdivide em três subestruturas fundamentais: o ouvido externo, o ouvido médio e o ouvido interno. ORELHA EXTERNA A orelha se localiza no interior do osso temporal e, como já mencionado, é dividida em três partes. A orelha externa engloba o pavilhão auricular, o conduto auditivo externo e a face lateral da membrana timpânica. Tais estruturas são basicamente revestidas por pele, logo, doenças que acometem a pele podem afetar a região. O pavilhão auricular é composto de cartilagem e tem a importância tanto de concentrar e conduzir as ondas sonoras para o meato acústico externo como de orientar a origem da fonte sonora, devido às suas várias demarcações anatômicas como a hélice, a anti-hélice, o tragus e o antitrago, as quais levam a uma depressão chamada meato acústico. Este meato tem forma de tubo e se estende para dentro até terminar na membrana timpânica. O meato acústico externo se trata de um tubo sinuoso de 2,5 cm no adulto, apresentando cerca de 5 mm em seu istmo. O terço lateral é constituído de cartilagem, ao passo que os dois terços mediais são compostos do osso temporal. É revestido por pele, na qual se encontram pelos e glândulas sebáceas e ceruminosas (glândulas sudoríparas modificadas), majoritariamente na porção cartilaginosa, que produzem cerume, importante para impedir a entrada de corpos estranhos. Dentre as funções do meato acústico externo, tem-se a proteção Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia da MT e das estruturas subjacentes e encaminhar e amplificar as ondas sonoras para a orelha média, principalmente entre 2-5 kHz. ORELHA MÉDIA A orelha média é envolvida pela face interna da membrana timpânica e seu conteúdo consiste nos ossículos da audição (martelo, bigorna e estribo) e a tuba auditiva. Membrana timpânica Refere-se a uma fina membrana fibrosa, de cor cinza perolada. Apresenta formato arredondado (elíptico) e cônico com concavidade lateral, pois é tracionada medialmente pelo martelo. Apresenta diâmetro de 9 a 10 mm e espessura de 0,1 mm. Sua função principal é de transmitir o som do ar aos ossículos no ouvido médio, e, em seguida, para a janela oval na cóclea. Além disso, ela protege o ouvido interno de exposições prolongadas a ruídos altos e graves. A membrana timpânica é inervada pelo trigêmeo. Com a membrana timpânica intacta há, duas possíveis vias de saída do fluido da orelha média: por reabsorção através dos vasos sanguíneos dilatados da submucosa ou através da trompa de Eustáquio. Ossículos da audição Os ossículos incluem o martelo, a bigorna e o estribo. Eles convertem mecanicamente as vibrações do tímpano em ondas de pressão que são amplificadas no fluido da cóclea (ou ouvido interno). Essas estruturas ósseas são suspensas por ligamentos, o que as torna adequadas para a transmissão de vibrações ao ouvido interno. Além disso, a orelha média tem função de Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia transformador de impedância, pois permite que o som (onda mecânica) seja transmitido do meio aéreo (baixa impedância) para um meio líquido endococlear (alta impedância, atrito), permitindo que a condução ocorra sem perda de grande energia, por meio da amplificação sonora, pois a relação de superfície entre a área de vibração útil da membrana (55 mm2 ) e a platina do estribo (3,2 mm2) é de 17/1 (varia até 25/1, segundo diferentes estudos), o que significa um aumento de pressão que chega à janela oval de 17 - 25 vezes (aproximadamente 26 dB). Mecanismo de alavanca martelo-bigorna, que vibra em conjunto em torno do seu eixo de rotação. O ramo longo da bigorna, que é menor que o cabo do martelo, faz com que as ondas sonoras transmitidas à janela oval aumentem a pressão acústica numa relação de 2/1 (2,5 dB). Do contrário, a pressão incidente seria quase completamente dissipada e não conseguiríamos escutar. Você já tentou escutar alguém te chamando fora da água? A solução para superar a impedância acústica foi: a) usar um sistema de alavancas ósseas formado pelos três ossículos articulados entre si e b) propagar a pressão sonora de uma superfície maior (tímpano) para uma bem menor (janela oval). Músculo tensor do tímpano e estapédio Os músculos tensores do tímpano são um par de músculos curtos, porém longos, localizados na orelha média. O tensor do tímpano ocupa um canal ósseo encontrado superiormente à parte óssea da tuba auditiva (tuba de Eustáquio). Insere-se no martelo, um dos três ossículos auditivos, o que permite compressão da membrana timpânica por mecanismo reflexo, reduzindo a sua amplitude de vibração e assim reduzindo a transmissão do som para o ouvido interno. Portanto ele possui um papel importante no reflexo timpânico - uma adaptação evolutiva para proteger a orelha interna de ruídos excessivos, que também auxilia na coordenação da fala. O músculo estapédio é o menor músculo do corpo humano (com um comprimento de aproximadamente 6 milímetros), estando localizado na cavidade timpânica da orelha média, conectando a eminência piramidal da parte petrosa do osso temporal ao aspecto posterior do colo do estribo. É inervado pelo ramo estapedial do nervo facial. Estas fibras autônomas permitem que o músculo esteja envolvido no reflexo auditivo da orelha média, e fazem com que ele tenha um papel crucial na proteção do sistema auditivo a lesões. Essa contração dos músculos tensor do tímpano e estapédio puxa a membrana timpânica e os ossos conectados a ela em duas direções diferentes, deixando-a mais rígida. Quando isso acontece, o ouvido não capta tanto som na parte mais baixa do espectro auditivo, de maneira que o som é abafado. Além de proteger seus ouvidos, esse reflexo ajuda você a concentrar sua audição. Ele mascara ruídos de fundo altos e graves para que você possa https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistemas-do-corpo-humano https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/osso-temporal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-facial Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia concentrar-se em sons mais agudos. Entre outras coisas, esse reflexo ajuda você a conversar em um local muito barulhento, como um show de rock. O reflexo também ocorre quando você começa a falar, caso contrário, o som da sua própria voz abafaria os outros sons a sua volta. Tuba auditiva A tuba auditiva comunica a orelha média com a nasofaringe, igualando as pressões do ar atmosférico e a cavidade timpânica. Seu terço posterior é ósseo, ao passo que os 2/3 anteriores são cartilaginosos. No adulto, a tuba auditiva é mais verticalizada, enquanto que na criança é mais horizontalizada. Anatomicamente, sua função é ligar a orelha média à rinofaringe e a sua função fisiológica é de equalizar a pressão destas duas regiões, e ventilar a orelha média e drenar coleções fluidas em certas condições patológicas da mastóide e espaços aéreos timpânicos, devido ao seu revestimento mucoso. A tuba auditiva normalmente está colapsada, isolando a orelha média, mas se abre temporariamente durante a mastigação, o bocejo e a deglutição, a fim de permitir que a pressão da orelha média se equilibre com a pressão atmosférica. Os resfriados ou outras infecções que causam inchaço (edema) podem bloquear a tuba auditiva e resultar no acúmulo de líquido na orelha média. Se bactérias ficarem retidas no líquido da orelha média, ocorrerá uma infecção, conhecida como otite média. ORELHA INTERNA A orelha interna inclui o labirinto, o qual é dividido em uma porção anterior, denominada cóclea, a qual tem a função de audição, e uma posterior, formada pelo aparelho vestibular. Tais estruturas contém os labirintos ósseo e membranoso. O labirinto ósseo é uma série complexa, mas contínua, de espaços no osso temporal, enquanto o labirinto membranoso consiste numa série de espaços e canais de tecido mole dentro do labirintoósseo. Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia Cóclea A cóclea é um canal espiralado com voltas que tem início na janela coclear (ou vestibular), é composta por uma base e um ápice (cúpula). Ela consiste em três tubos enrolados lado a lado: a rampa do vestíbulo, a rampa média e a rampa do tímpano. A escala vestibular, câmara espiralada que se estende até o ápice da cóclea, onde continua com a escala timpânica no helicotrema, é a continuação do vestíbulo. A escala timpânica é outro espaço espiralado, que desce pela cóclea e termina na janela redonda. A rampa do vestíbulo e a rampa média estão separadas pela membrana de Reissner (ou membrana vestibular), a rampa do tímpano e a rampa média, por sua vez, são separadas uma da outra pela membrana basilar. As rampas do vestíbulo e do tímpano são contínuas uma à outra e se conectam na extremidade da cóclea por uma pequena abertura, chamada de helicotrema. O ducto coclear é um tubo com extremidade cega, mas que se conecta ao vestíbulo através de uma pequena abertura. Entre o labirinto ósseo e o membranoso (rampas do vestíbulo e tímpano) tem-se a perilinfa, que é rica em sódio. Dentro do labirinto membranáceo (escala média) tem-se a endolinfa, a qual é rica em potássio (cerca de 145 mM) e pobre em sódio (cerca de 2 mM); nesse aspecto, ela é semelhante ao líquido intracelular. Como a endolinfa tem potencial positivo Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia (cerca de +80 mV), existe grande diferença de potencial (aproximadamente 140 mV) através da membrana das células ciliadas presentes na cóclea. A endolinfa é secretada pela estria vascular e drenada pelo ducto endolinfático, para os seios venosos da dura-máter. Na doença de Ménière, ocorre uma extensão do volume de endolinfa dentro do labirinto, causando uma distensão deste compartimento em decorrência de um aumento da pressão interna. Órgão de Corti Na superfície da membrana basilar, no ducto coclear, está o órgão de Corti, o aparelho neural responsável pela transdução do som. Ele está cheio de células eletromecânicamente sensíveis, às células ciliadas (externas e internas). Estas células geram impulsos nervosos em resposta às vibrações sonoras. Há uma membrana tectórea sobre o órgão de Corti, a qual se apoia como se fosse um teto, sobre os cílios das células sensoriais. Tanto a membrana basilar como a tectórea são tecidos flexíveis que se movem em resposta às ondas que percorrem a rampa do vestíbulo. Os estereocílios, que podem ser descritos como cílios imóveis que entram em contato com a membrana tectorial, estão localizados na superfície Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia apical das células ciliadas. À medida que as ondas percorrem a cóclea, elas movimentam as membranas basilar e tectórea, gerando oscilações para cima e para baixo, que curvam as células pilosas (ciliadas). Quando as células pilosas se movem em resposta às ondas sonoras, seus estereocílios se curvam, primeiro em uma direção, depois na outra. Os estereocílios estão ligados uns aos outros por pontes proteicas, chamadas de filamentos de ligação. Os filamentos de ligação atuam como pequenas molas conectadas a comportas (portões) que abrem e fecham canais iônicos na membrana dos estereocílios. Quando as células pilosas e seus estereocílios estão na posição de repouso, cerca de 10% dos canais iônicos estão abertos, e existe uma baixa liberação tônica do neurotransmissor no neurônio sensorial primário. Quando as ondas provocam uma deflexão na membrana tectória, de modo que os cílios se curvam em direção aos membros mais altos do feixe, os filamentos de ligação abrem um número maior de canais iônicos, e entram cátions (K+ e Ca2+) na célula, que, então, despolariza. Os canais de Ca2+ dependentes de voltagem se abrem, a liberação de neurotransmissor aumenta, e os neurônios sensoriais aumentam sua frequência de disparo. Quando a membrana tectória empurra os estereocílios para longe dos membros mais altos, a tensão nas molas elásticas relaxa, e todos os canais iônicos se fecham. O influxo de cátions diminui, a membrana hiperpolariza, e menos neurotransmissor é liberado, reduzindo os potenciais de ação no neurônio sensorial. Após a cóclea transformar as ondas sonoras em sinais elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa informação para o encéfalo. O nervo coclear (auditivo) é um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear. Os neurônios auditivos primários projetam-se da cóclea para os núcleos cocleares do bulbo. Alguns desses neurônios conduzem informações que são processadas na temporização do som, e outros conduzem informações que são processadas como qualidade do som. Do bulbo, os neurônios sensoriais secundários projetam-se para dois núcleos superiores, um ipsilateral (no mesmo lado do corpo) e outro contralateral (no lado oposto). A divisão dos sinais gerados pelo som em dois tratos ascendentes significa que cada lado do cérebro recebe informação de ambas as orelhas. Esses tratos ascendentes fazem sinapses em núcleos no Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia mesencéfalo e no tálamo, antes de se projetarem para o córtex auditivo. RESUMO DA FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO A audição é o processo pelo qual as vibrações sonoras se transformam do ambiente externo em potenciais de ação.A primeira transformação consiste na conversão das vibrações do ar em vibrações da membrana timpânica. Essas vibrações são então transmitidas ao ouvido médio e aos ossículos. Então, essas vibrações se transformam em vibrações líquidas no ouvido interno e na cóclea, e estimulam uma região chamada membrana basilar e o órgão de Corti. Finalmente, essas vibrações são transformadas em impulsos nervosos, que viajam para o sistema nervoso. O som inicialmente chega à membrana timpânica e vibra a cadeia ossicular. A vibração da membrana timpânica pelas ondas sonoras faz com que ocorra a movimentação do martelo na mesma direção da vibração da membrana timpânica. Como o martelo é conectado à bigorna, ele promove a sua movimentação. A articulação da bigorna com o estribo faz com que esse desloque o líquido coclear, de acordo com a movimentação da membrana do tímpano. Por exemplo, quando o martelo movimenta-se para dentro, a bigorna transmite essa movimentação para o estribo, o qual tem sua extremidade posterior sobre a janela oval, e penetra por esta janela na cóclea. A cóclea é uma estrutura cheia de líquido, e o movimento do estribo para dentro dessa estrutura faz com que o líquido se movimente. A movimentação do estribo para dentro e para fora da janela oval, desloca o líquido presente dentro da cóclea na mesma direção. As células pilosas (ciliadas) se curvam e os canais iônicos se abrem, permitindo a entrada de K+ (devido à alta [K+] e o grande potencial da endolinfa), despolarizando a célula ciliada. Após a cóclea transformar as ondas sonoras em sinais elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa informação para o encéfalo. O nervo coclear (auditivo) é um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear. Os neurônios auditivos primários projetam-se da cóclea para os núcleos cocleares do bulbo. Alguns desses neurônios conduzem informações que são processadas na temporização do som, e outros conduzem informações que são processadas como qualidade do som. Do bulbo, os neurônios sensoriais secundários projetam-se para dois núcleos superiores, um ipsilateral (no mesmo lado do corpo) e outro contralateral (no lado oposto). A divisão dos sinais gerados pelo som em dois tratos ascendentes significa que cada lado do cérebro recebe informação de ambas as orelhas. Esses tratos ascendentes fazem sinapses em núcleos no mesencéfalo e no tálamo, antes de se projetarem para o córtex auditivo. Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia FISIOLOGIA DO EQUILÍBRIO O equilíbrio é efetuado por um conjunto de ações realizadas pelo Aparelho Vestibular, a propriocepção e a visão. O aparelho vestibular, como a cóclea, consiste de um componente do labirinto membranoso localizado no labirinto ósseo. Trata-se de uma série intrincadade câmaras interconectadas cheias de líquido. O aparato vestibular de cada lado é composto por dois órgãos otolíticos (sáculo e utrículo) e três canais semicirculares, que se conectam ao utrículo em suas bases. Os órgãos otolíticos nos informam a aceleração linear e a posição da cabeça. Os três canais semicirculares detectam a aceleração rotacional em várias direções. Essas estruturas são banhadas pela perilinfa e contém endolinfa. Do mesmo modo que o líquido cerebrospinal, a Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia endolinfa é secretada continuamente e drenada da orelha interna para o seio venoso da dura-máter do encéfalo. Se a produção de endolinfa exceder a taxa de drenagem, o acúmulo de líquido na orelha interna pode aumentar a pressão de líquido dentro do aparelho vestibular. Acredita-se que o acúmulo excessivo de endolinfa contribui para a doença de Ménière, uma condição marcada por episódios de vertigem e náuseas. Se o órgão espiral (de Corti) no ducto coclear é danificado pela pressão de líquido dentro do aparelho vestibular, isso pode resultar em perda auditiva. Os três canais semicirculares do aparelho vestibular incluem os canais horizontal, superior e posterior e detectam a aceleração rotacional. Eles estão orientados em ângulos retos um ao outro, como três planos que se juntam para formar o canto de uma caixa. Os três canais semicirculares de um lado estão em correspondência coplanar com os canais do outro lado. Essa disposição permite que o epitélio sensorial, presente em pares correspondentes de canais dos dois lados da cabeça, atue na determinação dos movimentos da cabeça em todos os planos. O canal horizontal (ou lateral) detecta rotações que associamos com o giro, como um rodopio de um patinador no gelo ou o balançar de sua cabeça à direita e à esquerda para dizer “não”. O canal posterior detecta a rotação esquerda-direita, como a rotação que você realiza quando inclina sua cabeça em direção ao seu ombro ou realiza uma pirueta. O canal anterior detecta a rotação para a frente e para trás, como quando você balança sua cabeça para a frente e para trás ou dá uma cambalhota. Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia Uma dilatação, chamada ampola, está presente no ponto onde cada canal semicircular se une ao utrículo. A ampola contém um epitélio sensorial, chamado de crista. A crista é constituída de células pilosas e uma massa gelatinosa, a cúpula, que se estende da base ao teto da ampola, fechando-a. Os cílios das células pilosas são embebidos por uma estrutura gelatinosa, chamada cúpula, que atravessa a ampola, ocluindo completamente sua luz Essas células ciliadas são inervadas pelas fibras aferentes primárias do nervo vestibular, subdivisão do oitavo nervo craniano. Da mesma forma que as células ciliadas da cóclea, cada célula ciliada vestibular contém um conjunto de estereocílios na sua superfície apical. Porém, ao contrário das células ciliadas cocleares, elas têm um cílio maior, conhecido como quinocílio. O movimento da endolinfa, produzido pela aceleração angular da cabeça no plano do canal, causa deflexão da cúpula e, consequentemente, dobra os cílios das células ciliadas na direção oposta àquela para a qual a cabeça está girando. A cúpula tem a mesma gravidade específica que a endolinfa e, portanto, não é afetada por forças de aceleração linear, como as exercidas pela gravidade. Fazendo uma analogia, pense em passar um pincel (cúpula ligada à parede de um canal semicircular) com tinta molhada (a endolinfa) em um quadro. Se você puxar o pincel para a direita, a tinta fará as cerdas do pincel serem inclinadas para a esquerda. Do mesmo modo, a inércia do líquido no canal semicircular puxa a cúpula e os cílios das células pilosas para a esquerda, quando a cabeça vira para a direita. Se a rotação contínua, o movimento da endolinfa finalmente é o mesmo da cabeça. Então, se a rotação da cabeça para abruptamente, o líquido não pode parar imediatamente. O líquido continua a girar na direção da rotação da cabeça, deixando a pessoa com uma sensação de estar girando. Se a sensação for suficientemente forte, a pessoa pode projetar o seu corpo na Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia direção oposta à da rotação, em uma tentativa reflexa de compensar a aparente perda de equilíbrio. Os dois órgãos otolíticos, o utrículo (pequena bolsa) e o sáculo (pequeno saco), são organizados para detectar forças lineares. Suas estruturas sensoriais, chamadas de máculas, compreendem células pilosas, uma massa gelatinosa, conhecida como membrana otolítica, e partículas de proteínas e carbonato de cálcio, chamadas de otólitos. Os cílios das células pilosas são inseridos na membrana otolítica, e os otólitos ligam-se à matriz de proteína na superfície da membrana. Se a gravidade ou a aceleração faz os otólitos deslizarem para a frente ou para trás, a membrana otolítica gelatinosa desliza com eles, curvando os cílios das células pilosas e produzindo um sinal. Por exemplo, as máculas estão horizontais quando a cabeça está em sua posição ereta normal. Se a cabeça se inclina para trás, a gravidade desloca os otólitos, e as células pilosas são ativadas. A mácula do utrículo detecta a aceleração para a frente ou a desaceleração, bem como quando a cabeça se inclina. A mácula do sáculo está orientada verticalmente quando a cabeça está ereta, o que a torna sensível às forças verticais, como quando um elevador está descendo. O cérebro analisa o padrão das células pilosas despolarizadas e hiperpolarizadas para calcular a posição da cabeça e a direção do movimento. As células pilosas vestibulares, assim como as da cóclea, estão tonicamente ativas e liberam neurotransmissor nos neurônios sensoriais primários do nervo vestibular (um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear). Esses neurônios sensoriais fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou vão, sem fazer sinapse, diretamente para o cerebelo, um importante local de processamento do equilíbrio. Vias colaterais seguem do bulbo para o cerebelo ou ascendem através da formação reticular e do tálamo. Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia REFLEXOS PRINCIPAIS Reflexo vestíbulo-ocular O reflexo óculo-cefálico (RCO) é um movimento ocular de reflexo que estabiliza as imagens na retina durante o movimento da cabeça ao produzir um movimento ocular na direção oposta ao movimento da cabeça, desta maneira preservando a imagem no centro do campo visual. Isso porque a acuidade visual se degrada rapidamente quando existe movimento do olho em relação ao mundo exterior. Por exemplo, quando a cabeça se move para a direita, os olhos se movem para a esquerda, e vice-versa. Estabiliza-se o campo visual com o movimento da cabeça. Esse reflexo é iniciado pela estimulação dos receptores (células ciliadas) no sistema vestibular. Lembre-se de que os órgãos vestibulares são sensíveis à aceleração da cabeça e não às indicações visuais e, portanto, o RVO ocorre tanto em ambientes iluminados quanto no escuro Segmento lento Considerado um reflexo de estabilização do olhar, permite focalizar sobre a fóvea um objeto que se desloca. Os movimentos de perseguição classicamente são considerados como os movimentos dos olhos realizados com a cabeça fixa. Movimentos oculares suaves permitem que os olhos sigam de perto um objeto em movimento. É uma das duas maneiras pelas quais os animais visuais podem mudar voluntariamente o olhar, sendo a outra os movimentos oculares sacádicos. A perseguição difere https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Movimento_ocular&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Movimento_ocular&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Reflexo https://pt.wikipedia.org/wiki/Retina https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Olho https://en.wikipedia.org/wiki/Human_eye https://en.wikipedia.org/wiki/Gaze_(physiology) https://en.wikipedia.org/wiki/Saccade Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia do reflexo vestíbulo-ocular, que ocorre apenas durante os movimentosda cabeça e serve para estabilizar o olhar sobre um objeto estacionário. A maioria das pessoas é incapaz de iniciar a perseguição sem um sinal visual em movimento. A perseguição suave é assimétrica: a maioria dos humanos e primatas tendem a ser melhores na horizontal do que na vertical, conforme definido por sua capacidade de perseguir suavemente sem fazer sacadas de recuperação. A maioria dos humanos também é melhor na busca para baixo do que para cima. A perseguição é modificada por feedback visual contínuo. Optocinético Permite a estabilização de imagens móveis do campo visual sobre a retina. Pode ser observado quando a cena visual está se movendo continuamente diante dos olhos, tal como passagem de vagões do metrô. Este tipo de estímulo faz com que os olhos se fixem em um ponto importante após o outro no campo visual, saltando de um para o outro duas a três vezes por segundo. Estes saltos são chamados de sacadas, assim, os movimentos oculares lentos na direção do deslocamento do objeto são interrompidos por movimentos sacádicos no sentido oposto. Enquanto o RVO só é ativado pelo movimento da cabeça, o ROC é ativado por movimentos da cena visual, sejam eles causados por movimentos da própria cena ou por movimentos da cabeça. Ou seja, o estímulo sensorial para esse reflexo é o deslocamento da cena visual na retina, detectado por células ganglionares da retina sensíveis ao movimento. Um exemplo do primeiro é quando se está sentado em um trem e o trem no trilho adjacente começa a se mover; ocorre rotação dos olhos para manter a imagem do vagão adjacente estável. Vestibuloespinhal e vestibulocervical São responsáveis por manter a postura do corpo e estabilização da cabeça com movimentos musculares compensatórios em resposta à atividade sensorial aferentes dos canais semicirculares e mácula sacular e utricular. o RVE gera um movimento corpóreo de compensação com o objetivo de manter a estabilidade da cabeça e do corpo e, dessa forma, evitar quedas. https://en.wikipedia.org/wiki/Vestibulo-ocular_reflex Natasha Stephanie - Monitoria de Fisiologia
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