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Formulário para Elaboração da Atividade Online 02 
 
Atividade Online – AO 02 
Curso: Programa de Ensino e Aprendizagem em Rede - PEAR 
Professor(a): Sandro Dutra e Silva 
Nome da disciplina: História Antiga I 
Discente: Mariany Souza Maia 
 
 
Resumo 
Prezados(as) alunos(as), 
 
A história é uma ciência da ação humana: o que o historiador vê à sua frente são coisas que os 
homens fizeram no passado, coisas essas que pertencem a um mundo em transformação, um 
mundo em que aparecem e desaparecem coisas. Tais coisas, de acordo com a concepção 
metafísica preponderante na antiga Grécia, não seriam cognoscíveis. Consequentemente, a 
história seria impossível. (Collingwood, R.G. A ideia de História, Lisboa, Editorial Presença, 
1994: 35). 
Após a leitura do texto indicado, bem como terem assistido ao vídeo recomendado, você deve 
apresentar um resumo de até 1000 palavras para o texto de CARDOSO, Ciro Flamarion. Sete 
Olhares sobre a Antiguidade. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1998, entre as 
páginas 39 a 60. 
Resposta 
As características estruturais do antigo Oriente Próximo em relação aos nômades e sedentários, 
favorece a distinção entre Estados organizados como monarquias e regiões caracterizadas por 
estruturas tribais. Antes via-se os nômades como povos bárbaros, antes dos sedentários 
agrícolas, mas estudos mostram que a especialização pastoril nômade é posterior à agricultura 
sedentária. A transumância dos rebanhos pertencentes a sedentários, não configura nomadismo, 
sendo que esta pode se considerar seminomadismo, semi-sedentarismo, e nomadismo 
ocasional. 
As relações com os sedentários, eram marcadas por uma complementaridade ecológica e 
econômica, mas variada no plano político. Contudo, mesmo sendo coletivo entre os pastores 
nômades o acesso às pastagens, água, e familiar a propriedade sobre o gado, muitas vezes se 
desenvolveram desigualdades sociais importantes, gerando núcleos expansivos de poder, os 
quais, eventualmente, tentaram avançar sobre áreas de agricultura sedentária. 
 
 
 
 
 
 
As relações com os nômades circundantes foram diversificadas, em suas consequências, para 
os egípcios e para os mesopotâmios. Do ponto de vista político, o Egito era destribalizado desde 
o início de seu período histórico, com a Ásia, onde a organização tribal e gentilícia permanece: o 
Estado nacional, ao surgir, parte sempre de uma base tribal, ou então, uma pressão tribal é que 
obriga as cidades-Estados a tomarem consciência de sua 'matriz nacional'. 
Uma das mais importantes logicas econômico-sociais no Oriente Próximo era a 'palacial-aldeã' 
ou, 'tributário-aldeã', presente em todas as sociedades urbanas regionais, surgiu a partir da 
urbanização e do aparecimento do Estado sobre as aldeias ao se estabilizarem a agropecuária 
sedentária. No entanto, A economia começa a basear-se na concentração, transformação e 
redistribuição dos excedentes extraídos por templos e palácios dos produtores diretos mediante 
coação fiscal, configurando tributos in natura e corvéias, isto é, trabalhos forçados por tempo 
limitado para atividades civis e militares. Isto manifestava a divisão social e a especialização do 
trabalho, com o surgimento de especialistas de tempo integral (artesãos altamente qualificados, 
sacerdotes e burocratas dependentes dos templos e palácios), uma diferenciação fortemente 
hierárquica da sociedade. 
A articulação da economia estatal se dava sem atritos e conflitos, e quase sempre sem 
conhecimento e documentos, posto que as fontes escritas que se geravam nas sociedades 
próximo-orientais eram monopólio dos setores urbanos e em especial dos próprios palácios e 
templos. A lógica tributário-aldeã implicaria o controle estatal do comércio exterior, o transporte e 
as trocas internas seriam feitos por via administrativa e não mercantil, inexistiria a propriedade 
privada, mas o usufruto. 
Uma segunda economia-social no Oriente Próximo corresponde à 'grande economia familiar ou 
individual'. Com o seu aparecimento houve o surgimento de interesses privados em relação ao 
comércio a longa distância e ao empréstimo a juros. Tais atividades permitiram que grandes 
funcionários, sacerdotes e comerciantes investissem os seus lucros em terras e em escravos, e 
constituíssem uma rede de lavradores dependentes, arrendatários ou contratados por salário 
para períodos limitados de tempo. Outro mecanismo conhecido que esteve vinculado ao 
aparecimento de grandes economias privadas foi o do arrendamento em dois níveis: pessoas 
ricas e influentes arrendavam grandes extensões de terras palaciais ou templárias e, em 
seguida, as subarrendavam em pequenos lotes, tanto no Egito quanto na Mesopotâmia. Na 
mesma época ocorre um outro processo, conhecido na Síria: a apropriação privada, por 
membros das cortes reais e por comerciantes prestamistas, de aldeias inteiras e da tributação 
sobre elas. Há também casos comprovados de formação de patrimônios agrários familiares ou 
individuais importantes por meios diversos: obtenção de propriedades de função, doações 
 
 
 
 
 
 
estatais, arrendamento e, mais tardiamente, compra de terras. 
Em terceiro lugar, tem-se a “pequena economia familiar ou individual”, constituída de lavradores 
(proprietários ou arrendatários) com autonomia econômica e acesso à terra pouco extensas com 
a mão-de-obra familiar e, às vezes, com o reforço de escravos ou de trabalhadores alugados. 
Por fim, a 'lógica' escravista, porém a próximo-oriental sempre manifestasse características 
diferentes pelo fato de terem os escravos personalidade jurídica, uma economia própria e certos 
direitos reconhecidos. 
Eram diversas as formas políticas no antigo Oriente-Próximo. No conjunto da Síria-Palestina, por 
exemplo, tal como aparece nos documentos descobertos em Tell el-Amarna, podendo distinguir 
cinco formas de governo: chefes nomeados pelo rei do Egito; chefes hereditários; governo 
feminino; chefes eletivos; governo por conselhos municipais de anciãos. 
Nas sociedades urbanas e complexas, pelo menos dois desses elementos parecem evidentes. 
Em primeiro lugar, a monarquia era encarada como forma normal e mesmo obrigatória dos 
Estados civilizados. E em segundo, a presença constante da religião vista como origem e 
principal elemento de legitimação do poder monárquico. A base religiosa da legitimidade política 
é a impossibilidade de distinguir, no antigo Oriente Próximo, política, religião e economia, 
encaradas naquelas sociedades como três dimensões de uma mesma realidade. 
O Oriente Próximo antigo conheceu um terceiro tipo de rei. Além do faraó e do servo escolhido 
pelos deuses que governava na Mesopotâmia, havia um líder hereditário cuja autoridade 
procedia de sua ascendência. Este é um tipo de monarquia mais primitivo baseada na 
consanguinidade. 
A primeira realeza suméria parece ter sido eletiva e ocasional em cada cidade-Estado: o 
conselho de anciãos e a assembleia dos homens livres adultos devia consultar tais órgãos 
colegiados antes de declarar a guerra. Mais tarde, quando a monarquia se tomou hereditária, 
esses órgãos conservou funções consideráveis no campo administrativo e judiciário até épocas 
tardias da civilização mesopotâmica. No Egito era impensável uma eleição real, ou que a 
declaração de guerra dependesse de deliberações de órgãos colegiados formais. Sendo o 
processo pioneiro de urbanização, o da Baixa Mesopotâmia teve de inventar soluções para todos 
os problemas que viessem a surgir. 
Na cidade-Estado suméria dois níveis institucionais são perceptíveis: o dos templos, com sua 
hierarquia e seus burocratas; e o da comunidade dos cidadãos livres, com sua assembleia e seu 
conselho. Supõe-se que as terras que circundavam imediatamente o núcleo urbano lhes estavam 
reservadas, o que explicava o aparecimento tardio dos mercados como forma de abastecer em 
víveres os citadinos da Mesopotâmia. 
 
 
 
 
 
 
No Egito, as ameaçasexternas foram muito menores, como também as condições eram 
excepcionalmente favoráveis, no tocante à ecologia local, para a agricultura irrigada. A oferta de 
matérias-primas no próprio Egito ou em territórios facilmente controláveis eram generosas. 
As características comuns às estruturas intelectuais do antigo Oriente Próximo, são ao menos 
três: o caráter mítico ou 'mitopoético' do pensamento; o peso predominante dos aspectos 
religiosos em tal pensamento; os vínculos estreitos da cultura intelectualizada com a monarquia. 
Era costume opor o pensamento mítico ao filosófico ou racional. No Oriente antigo, o mito era 
explicar algo se deu 'pela primeira vez', no começo dos tempos, através da intervenção de 
deuses ou heróis sobre-humanos, também queria evocar pelo ritual e magia ações para que 
certas coisas desejadas acontecessem: a cheia do rio; a fertilidade das mulheres, dos rebanhos 
e da vegetação; a vitória sobre os inimigos. Nessa modalidade de cultura e de pensamento, a 
religião estava em toda parte e não podia ser percebida como setor circunscrito da realidade e da 
vida social. 
A terceira característica comum apontada é o caráter fortemente monárquico da cultura mais 
intelectualizada da época. Tal cultura erudita dos grupos dominantes é a única que, devido à 
documentação disponível pode ser conhecida, embora sejam perceptíveis certos impactos da 
cultura popular sobre a oficial, em especial em matéria de religião.

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