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Curso: Direito 6º Período Disciplina: Direito Administrativo II Professora: Áustria Régia Rezende dos Santos Costa BENS PÚBLICOS •CC - Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. DIVERGÊNCIA CONCEITUAL • a) corrente exclusivista: bens públicos são os pertencentes ao patrimônio de pessoas jurídicas de direito público. José dos Santos Carvalho Filho • b) corrente inclusivista: são bens públicos todos aqueles que pertencem à Administração Pública direta e indireta. Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro • c) corrente mista: são bens públicos os que pertencem a pessoas jurídicas de direito público, bem como os que estejam afetados à prestação de um serviço público. Celso Antônio Bandeira de Mello • Para concursos públicos tem sido aceita a corrente baseada no • art. 98 do CC, denominada EXCLUSIVISTA. •DISCIPLINA NO CÓDIGO CIVIL •O Código Civil - Capítulo III, do Livro II, “Dos Bens”, dedicado à disciplina normativa dos bens públicos (arts. 98 a 103). •O art. 98 do Código Civil afirma que “são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. •CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS (Art. 99 do CC) •Art. 99. São bens públicos: •I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; • Bens de uso comum do povo •CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS (Art. 99 do CC) •Art. 99. São bens públicos: •II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; •Bens de uso especial •CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS (Art. 99 do CC) •Art. 99. São bens públicos: •III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. •Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. •DEFINIÇÃO DA INALIENABILIDADE DOS BENS DE USO COMUM E DE USO ESPECIAL (Art. 100 do CC) •Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. • • DESAFETAÇÃO LEI ALIENAÇÃO •ADMISSÃO DA ALIENABILIDADE DOS BENS DOMINICIAS (Art. 101 do CC) •Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. •IMPRESCRITIBILIDADE DOS BENS PÚBLICOS (Art. 102 do CC) •Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. •USO COMUM DOS BENS PÚBLICOS (Art. 103 do CC) •Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. DOMÍNIO PÚBLICO • Em sentido amplo, domínio público é o poder de senhorio que o Estado exerce sobre os bens públicos, bem como a capacidade de regulação estatal sobre os bens do patrimônio privado. Também chamado de domínio eminente (lato sensu). • Em sentido estrito, a expressão “domínio público” compreende o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes ao Estado, sendo equivalente ao conceito de patrimônio público. DOMÍNIO PÚBLICO - Segundo Hely Lopes Meirelles, o domínio público lato sensu é composto por diversos subdomínios: a) domínio terrestre: são todas as terras pertencentes ao Estado, incluindo terras devolutas, plataforma continental, terras tradicionalmente ocupadas por índios, terrenos de marinha, terrenos acrescidos, ilhas dos rios públicos e oceânicas, álveos abandonados, além das vias e logradouros públicos, áreas ocupadas com as fortificações e edifícios públicos. Terras devolutas, são bens públicos dominicais. No entanto, se for dado a ela uma destinação, como por exemplo, a proteção ao meio ambiente, passa a ser um bem de uso especial, em virtude da sua finalidade pública. TERRAS DEVOLUTAS Atualmente, são bens públicos estaduais, com exceção daquelas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei, hipóteses em que pertencerão à União. Portanto, sendo bens dominicais, as terras devolutas podem ser alienadas pelo Poder Público. Porém, são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (art. 225, § 5º, da CF). DOMÍNIO PÚBLICO •b) domínio hídrico: é composto pelas águas públicas internas, cuja disciplina é atualmente estabelecida pelo Código de Águas (Decreto n. 24.643/34) e Lei da Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – Lei n. 9.433/97, cujo art. 1º define os seguintes fundamentos para a gestão dos recursos hídricos: •“I – a água é um bem de domínio público; •(...) •VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades”. DOMÍNIO PÚBLICO c) domínio mineral: compreende os recursos minerais do território nacional. Parte substancial da disciplina normativa do domínio mineral está no Código de Minas (Decreto-lei n. 227/67). Importante destacar que as jazidas de petróleo e minérios nucleares são monopólio da União; DOMÍNIO PÚBLICO d) domínio florestal: a competência para legislar sobre florestas é concorrente entre a União, Estados e Distrito Federal (art. 24, VI, da CF), mas preservar as florestas, a fauna e a flora é competência comum a todas as entidades federativas (art. 23, VII, da CF). DOMÍNIO PÚBLICO O conteú-do do art. 225, § 4º, da Constituição Federal define os bens pertencentes ao patrimônio nacional, passíveis de exploração somente dentro dos limites legais: § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. DOMÍNIO PÚBLICO e) domínio da fauna: a preservação da fauna é competência comum à União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, VII, da CF). Nos termos do art. 1º do Código de Caça (Lei n. 5.197/67), os animais de quaisquer espécies que vivam fora do cativeiro constituem a fauna silvestre e, assim como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedades do Estado, pertencendo ao domínio da União. Igualmente relevante para a disciplina da proteção à fauna é o Código de Pesca – Decreto-lei n. 221/67; DOMÍNIO PÚBLICO •f) domínio espacial: a disciplina jurídica do espaço aéreo vem atualmente definida no Código Brasileiro de Aeronáutica – Lei n. 7.565/86. •Segundo disposto nos arts. 11 e 12 o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial, cabendo ao Ministério da Aeronáutica a orientação, coordenação, controle e fiscalização da navegação aérea, tráfego aéreo, infraestrutura aeronáutica, aeronaves, tripulação e serviços relacionados ao voo. •O transporte aéreo de passageiros é serviço público de titularidade da União prestado sob regime de concessão (art. 180 do Código Brasileiro de Aeronáutica). DOMÍNIO PÚBLICO •g) domínio do patrimônio histórico: compreende o dever estatal de disciplina e proteção dos patrimônios histórico, artístico e cultural brasileiros; DOMÍNIO PÚBLICO •h) domínio do patrimônio genético: de acordocom o disposto no art. 225, § 2º, II, incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético, considerado um dos instrumentos para assegurar a efetividade do meio ambiente ecologicamente equilibrado; DOMÍNIO PÚBLICO •i) domínio ambiental: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito de todos e bem de uso comum do povo essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO DE BENS PÚBLICOS • AFETAÇÃO – Não depende de lei ou ato administrativo específico, pelo que, a simples utilização do bem, com finalidade pública, já confere a este bem a qualidade de bem afetado. • DESAFETAÇÃO • Bens de uso comum – Lei ou ato administrativo previamente por lei. • Bens de uso especial – Lei, ato administrativo previamente autorizado por lei ou fato da natureza. GARANTIAS IMPENHORABILIDADE – Não podem ser penhorados em juízo para garantia de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo. NÃO ONERABILIDADE – Não podem ser objeto de direito real de garantia (penhor, anticrese ou hipoteca) para garantir débitos do ente estatal. IMPRESCRITIBILIDADE – Não são objeto de usucapião. Art. 183, § 3º e 192 da CF e súmula 340 do STF. ALIENABILIDADE CONDICIONADA – Alienação condicionada à obediência da Lei de Licitações Contratos. - bem desafetado da destinação pública. - a demonstração do interesse público na alienação do bem. - avaliação prévia do referido bem. - realização de regular procedimento licitatório, prévio à alienação. ALIENAÇÃO DE BENS PÚBLICOS • IMÓVEIS • A modalidade licitatória (art. 17 da Lei 8.666/93 ou art. 76 da Lei 14.133/21). • Depende de autorização legislativa, ou seja, deverá ser expedida uma lei específica que autorize o ato. • Para bens pertencentes à União a Lei n. 9.636/98, em seu art. 23 exige que a autorização do Presidente da República seja mediante regulamento. • No que tange à licitação, as alíneas do (art. 17 da Lei 8.666/93 ou art. 76 da Lei 14.133/21 ) estabelece algumas situações em que a mesma é dispensada. ALIENAÇÃO DE BENS PÚBLICOS •MÓVEIS •Para os bens móveis inservíveis, apreendidos e penhorados, utiliza-se a modalidade leilão. •Para os demais bens móveis avaliados, a lei de licitações estabelece o valor que se poderá usar a modalidade leilão. UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES • UTILIZAÇÃO NORMAL DE BEM PÚBLICO – Ocorre todas as vezes que o bem atende à sua finalidade originária, sendo usufruído por toda a coletividade, sem distinção entre os usuários. • UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES • UTILIZAÇÃO ESPECIAL OU ANORMAL – Ocorre quando o particular pretende utilizar o bem para destinação diversa das regras específicas estipuladas para ele. UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES • UTILIZAÇÃO ESPECIAL REMUNERADA - É quando o ente público exige o pagamento de determinado valor para a utilização do bem pela sociedade. • Exemplo: pagamento de entrada para assistir um espetáculo em teatro público. UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES UTILIZAÇÃO ESPECIAL PRIVATIVA – É quando o particular precisa fazer uso do bem sem a interferência de outras pessoas. • Utilização não compartilhada. • Depende de instrumento jurídico específico e válido que manifeste consentimento do poder público. • Através de institutos precários que admitem a retomada do bem pelo Estado. • Em determinada situação, o consentimento pode se manifestar por meio de contrato administrativo, comprazo de duração determinado e garantias ao particular. CONSENTIMENTO ESTATAL PARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS • AUTORIZAÇÃO DE USO – É ato discricionário e precário, independente de licitação prévia, por meio da qual o Estado permite a utilização anormal ou privativa de um bem público pelo particular, concedida eminentemente no interesse deste, desde que, por óbvio, não cause prejuízos ao interesse da coletividade. • Ex.: Fechamento de uma rua para eventos festivos. AUTORIZAÇÃO DE USO DE BEM PÚBLICO •Em regra - por prazo indeterminado. •Caráter – precário (revogação sem indenização ao autorizatário). •Independe de licitação prévia. •Prazo determinado (revogação antecipada enseja indenização ao particular prejudicado). •Não é necessária lei para outorga da autorização porque desta não decorrem direitos, exceto o direito de exercitar a atividade autorizada. CONSENTIMENTO ESTATAL PARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS • PERMISSÃO DE USO – É ato discricionário e precário, dependente de licitação prévia, por meio da qual o Estado permite a utilização anormal ou privativa de um bem público pelo particular, concedida eminentemente no interesse público. • Sempre que possível, que seja precedida de procedimento licitatório. • Se previr termo final, perde o caráter de precariedade. • • Ex.: Stands em feiras de artesanatos ou bancas de revistas em calçadas em que estão presentes os interesses de difusão de cultura ou o direito à informação. PERMISSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO •Em regra - por prazo indeterminado. •Caráter – precário (revogação sem indenização ao permissionário). •Depende de licitação prévia (qualquer modalidade). •Prazo determinado (revogação antecipada enseja indenização ao particular prejudicado). •Não é necessária lei para outorga da autorização porque desta não decorrem direitos, exceto o direito de exercitar a atividade autorizada. CONSENTIMENTO ESTATAL PARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS • CONCESSÃO DE USO – Trata-se de contrato administrativo que permite o uso do bem público de forma anormal ou privativa , usado para situações mais perenes e que dependem de maior investimento financeiro do particular. • Não é precária por ter natureza contratual – tem prazo determinado. • Requer procedimento licitatório prévio salvo dispensa e inexigibilidade. • Segue as normas da lei com a possibilidade de cláusulas exorbitantes. • • Ex.: Box em um determinado mercado municipal ou restaurante em uma universidade pública. CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO •Contrato administrativo bilateral. •Mediante licitação prévia. •Prazo determinado. •Respeitar a destinação prevista no ato de concessão. •A utilização pode ser gratuita ou onerosa pelo concessionário. •A rescisão antecipada pode ensejar o dever de indenizar. CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO •Exemplo: •CF - Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO Banca de jornal: permissão ou autorização? • A legislação municipal tem liberdade para definir se a outorga do direito de instalar banca de jornal em calçada será formalizada mediante permissão ou autorização de uso de bem público. • Autorização (interesse do particular) X Permissão (interesse público) • Os concursos públicos, as Bancas costumam aceitar como igualmente corretos os dois regimes. Porém, é possível identificar uma preferência pela ideia de que bancas de jornal são outorgadas mediante autorização de uso. Nesse sentido posiciona-se a maioria da doutrina e o Superior Tribunal de Justiça (STJ: RMS 9.437/RJ). • O Supremo Tribunal Federal manifesta-se sobre o tema fazendo referência ora ao regime de permissão de uso (STF: ARE 956.577 – decisão monocrática do Min. Luis Barroso; RE 87.290/PR – 1ª Turma), ora ao de autorização de uso (RE 111.413 – 2ª Turma). CONSENTIMENTO ESTATALPARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS • CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO – É contrato administrativo por meio do qual o particular passa a ser titular de um direito real de utilização de determinado bem público. • Depende de licitação. • Sempre na modalidade concorrência. • Independentemente do valor do contrato. • Dec. Lei 271/67, art. 7º , prevê a possibilidade de transferência desse título por sucessão ou por ato inter vivos. • Ex.: Uma fábrica. CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO • DECRETO-LEI Nº 271, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967. • Art. 7o É instituída a concessão de uso de terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. • (...) • § 4º A concessão de uso, salvo disposição contratual em contrário, transfere-se por ato inter vivos, ou por sucessão legítima ou testamentária, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, registrando-se a transferência. CONSENTIMENTO ESTATAL PARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS • CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA – Tem por objetivo, promover a utilização de bem público, levando em consideração a função social da propriedade e o direito de moradia. CC, art. 1.225, inciso XI e Art. 183 da CF. • Concedido a ocupante de imóvel público urbano de até 250 m². • Utilize o imóvel público para sua moradia e de sua família pelo prazo de 5 anos, exercida de forma pacífica e ininterrupta. • Não possua nenhum outro imóvel urbano ou rural. • A concessão será a título gratuito a homem ou mulher, independente do estado civil. • Não se admite o reconhecimento desse direito por mais de uma vez ao mesmo concessionário. • Não adquire a propriedade do imóvel, mas tão somente o domínio. Art. 183, caput e § 3º da CF. CONSENTIMENTO ESTATAL PARA UTILIZAÇÃO ESPECIAL DE BENS PÚBLICOS •CESSÃO DE USO – Feito entre órgãos ou entidades públicas, tem a finalidade de permitir a utilização de determinado bem público por outro ente estatal, para utilização no interesse da coletividade. •Normalmente é firmado por meio de convênio ou termo de cooperação. AQUISIÇÃO DE BENS • A incorporação dos bens ao patrimônio pode se dar mediante contratos, por fenômenos da natureza ou, até mesmo, por meio de lei. • Aquisição originária – se dá independente da vontade do transmitente e se designa de aquisição direta de bens. Nesses casos, o bem se incorpora ao patrimônio público sem nenhuma espécie de restrição ou ônus. Exemplo: desapropriação. • Aquisição derivada - decorre de consenso entre as partes e transfere o bem ao patrimônio público, com todos os ônus que ele possuía originariamente. Exemplo: compra e vende, dação em pagamento. FORMAS DE AQUISIÇÃO DE BENS PÚBLICOS • A aquisição de bens públicos pode-se dar por meio de: • Compra e venda - Trata-se de contrato regulamentado pelo Código Civil em seu art. 481. • Dação em pagamento – É quando o ente público admite receber um bem privado em substituição a um débito do particular. Tem previsão no art. 356 do CC e art. 156, XI, do CTN. AQUISIÇÃO DE BENS •Resgate da enfiteuse – Sempre que o Estado for proprietário de um bem que está sujeito a enfiteuse, caso o enfiteuta deixe de cumprir suas obrigações. Art. 693 do antigo CC •Não obstante a enfiteuse tenha sido extinta pelo CC/2002, aquelas que já haviam sido constituídas serão mantidas, uma vez que se trata de instituto perpétuo. AQUISIÇÃO DE BENS •Doação – É o contrato por meio do qual uma pessoa transfere parte do seu patrimônio para o patrimônio de terceiro, o donatário. A doação pode ser feita de forma simples ou com encargos impostos ao donatário do bem. CC, art. 538. •Permuta – É contrato por meio do qual as partes se obrigam mutuamente a dar uma coisa por uma outa determinada no contrato previamente. CC, art. 530. AQUISIÇÃO DE BENS • Desapropriação – É instituto com base no art. 5º, XXIV da constituição Federal que estabelece a possibilidade de aquisição dos bens pelo Poder Público mediante o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro, desde que presentes os requisitos de utilidade ou necessidade pública ou interesse social. • Usucapião – Chamada também de prescrição aquisitiva, configura a aquisição de determinada propriedade em virtude da posse mansa e por determinado espaço de tempo continuado. Art. 1.238 do CC. AQUISIÇÃO DE BENS •Acessão natural – O Código civil, em seus artigos 1.248 a 1.253, prevê as hipóteses de acessão quais sejam, a formação de ilhas, a avulsão, o aluvião, o abandono de álveo, além das construções e plantações. Tais institutos são matéria de estudo do direito civil e ensejam aquisição da propriedade também pelo ente estatal. AQUISIÇÃO DE BENS •Testamento e herança jacente – Pode-se, por meio de testamento, transferir bens ao Estado. Nos casos de herança jacente (sem herdeiros sucessíveis), será transferido o bem objeto dessa herança ao Município ou Distrito Federal, sendo transferido à União Federal se o bem estiver localizado em territórios federais nos casos dos arts. 1819 a 1822 e 1844 do Código Civil. AQUISIÇÃO DE BENS •Reversão de bens – Os bens da concessionária de serviços públicos que estejam atrelados à prestação do serviço serão transferidos ao poder concedente, ao final do contrato de concessão, mediante o pagamento da indenização devida. AQUISIÇÃO DE BENS •Pena de perdimento de bens – Os bens utilizados com instrumento dos crimes praticados ou que sejam produtos deste ou ainda que decorram dos proveitos auferidos com o crime serão transferidos para a União Federal. AQUISIÇÃO DE BENS •Perda de bens – A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) estabelece que a perda dos bens acrescidos ilicitamente é uma das penalidades aplicadas ao agente público ou particular que pratique ato de improbidade. •CLASSIFICAÇÃO •QUANTO À TITULARIDADE: os bens públicos se dividem em FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAIS, TERRITORIAIS ou MUNICIPAIS, de acordo com o nível federativo da pessoa jurídica a que pertençam. USO COMPARTILHADO: quando pessoas jurídicas estatais usam bens pertencentes a outras pessoas governamentais. USO PRIVATIVO: a utilização do bem público é outorgada temporariamente a determinada pessoa, mediante instrumento jurídico específico, excluindo-se a possibilidade de uso do mesmo bem pelas demais pessoas. ALIENAÇÃO DE BENS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA •Os principais institutos de alienação são: a) venda (art. 17, § 2º, da Lei n. 8.666/93 ou art. 76 da Lei n. 14.133/21) b) doação a outro órgão ou entidade da Administração Pública (art. 17, I, b, da Lei n. 8.666/93 ou art. 76 da Lei 14.133/21); c) permuta (art. 17, I, c, da Lei n. 8.666/93 ou art. 76 da Lei 14.133/21 ); d) dação em pagamento (art. 356 do CC); e) concessão de domínio (art. 17, § 2º, da Lei n. 8.666/93 ou art. 76 da Lei n. 14.133/21) - é o instrumento de direito público pelo qual uma entidade de direito público transfere a outrem, gratuita ou remuneradamente, bem público de seu domínio, por lei específica de transferência ou de autorização para esta finalidade. Esta forma alienativa se desenha de maneira semelhante a compra e venda caso seja remunerada ou a doação caso seja gratuita, diferindo destas unicamente por não ter fisionomia contratual típica, por ser o ajuste previsto especificamente para o direito público, formalizando-se por lei, independentemente de transcrição junto ao Registro de Imóveis quando o destinatário for pessoa estatal, e se a transferência for para pessoa privada, formalizar-se-á por escritura pública ou termo administrativo, fazendo-se necessária a transcriçãojunto ao Registro de Imóveis competente. f) investidura (art. 17, § 2º, da Lei n. 8.666/93 ou art. 76 da Lei n. 14.133/21) - a Administração Pública autorizada a promover a alienação "direta" ao particular lindeiro de área remanescente de obra pública ou ao possuidor de imóvel residencial descrito na alínea II, sem a competitividade peculiar que os procedimentos licitatórios da Concorrência ou Leilões Públicos impõem, haja vista sua previsão de dispensa, desde que precedidas de avaliação e demais atos administrativos concernentes à formalização de tal intento. g) incorporação - é o meio pelo qual mediante autorização legal, o estado integraliza o capital de entidade administrativa privada de natureza societária. Como dispõe a lei das sociedades por ações, o capital pode ser integralizado em dinheiro ou bens, em se tratando de integralização por bens imóveis, além dos registros nos assentamentos da empresa, deve-se regularizar, por força do disposto no artigo 307, da lei 6.015/73, a transmissão da propriedade com o registro imobiliário do documento formal em que se consumou, acompanhada da lei autorizadora. https://www.migalhas.com.br/ https://www.migalhas.com.br/ h) retrocessão (art. 519 do CC) - a retrocessão é a obrigação que tem o poder público de oferecer o bem ao expropriado mediante devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado na declaração expropriatória, ou por ter cessado a utilidade pública ou o interesse social, ou por desvio de finalidade. i) legitimação de posse (art. 1º da Lei n. 6.383/76) - é modo excepcional de transferência de domínio de terra devoluta ou área pública sem utilização, ocupada por longo tempo por particular que nela se instala, cultivando-a ou levantando edificação para seu uso. A legitimação da posse há que ser feita na forma da legislação pertinente, sendo que, para as terras da União, o Estatuto da Terra (lei 4.504/64) já disciplina seu procedimento e a expedição do título (arts. 11 e 97 a 102), para o devido registro do imóvel em nome do legitimado. https://www.migalhas.com.br/ FIM
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