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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA E GESTÃO AMBIENTAL PREFEITURA ESPECIAL DE GESTÃO AMBIENTAL CARTILHA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS FORTALEZA 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Administração Superior Reitor Prof. Henry de Holanda Campos Vice-Reitor Prof. Custódio Luís Silva de Almeida Pró-Reitor de Assuntos Estudantis Prof. Manuel Antonio de Andrade Furtado Pró-Reitora de Extensão Prof.ª Márcia Maria Tavares Macha Pró-Reitora de Gestão de Pessoas Prof.ª Marilene Feitosa Soares Pró-Reitor de Graduação Prof. Cláudio de Albuquerque Marques Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Antônio Gomes de Souza Filho Pró-Reitor de Planejamento e Administração Prof. Almir Bittencourt da Silva Pró-Reitor de Relações Internacionais Prof. José Soares de Andrade Júnior Superintendente de Infraestrutura e Gestão Ambiental Prof. José Ademar Gondim Vasconcelos Prefeitura Especial de Gestão Ambiental/ Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental Carlos Henrique Martins Ximenes/Engenheiro Agrônomo - Prefeito Geovany Rocha Torres/Biólogo – Divisão de Educação Ambiental Lucas Freire de Holanda/Químico – Divisão de Água e Esgoto Juliana Monteiro da Silva/Química – Divisão de Resíduos Perigosos Marcílio Oliveira Moura /Engenheiro Ambiental – Divisão de Resíduos Recicláveis Organizadores Prefeitura Especial de Gestão Ambiental/ Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental Juliana Monteiro da Silva/Química – Divisão de Resíduos Perigosos Lucas Freire de Holanda/Químico – Divisão de Água e Esgoto Programa de Gerenciamento de Resíduos/ Pró-reitoria de Extensão Prof a . Simone da Silveira Sá Borges – Coordenadora Tiago Rocha Nogueira – Bolsista Departamento de Engenharia de Alimentos/Centro de Ciências Agrárias Francisca Lívia de Oliveira Machado/Química – Laboratório de Laticínios LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Fluxograma de caracterização e classificação dos resíduos.......................... 8 Figura 02 – Hierarquia no Gerenciamento de Resíduos Perigosos.................................. 9 Figura 03 – Código de cores para os diferentes tipos de resíduos.................................... 10 Figura 04 – Segregação dos Resíduos do Serviço de Saúde............................................ 11 Figura 05 – Segregação dos Resíduos da Construção Civil............................................. 11 Figura 06 – Diagrama de Hommel................................................................................... 16 LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Tipo de coletores de resíduos Químicos....................................................... 13 Quadro 02 – Compatibilidade de coletor de resíduo químico e substâncias químicas – Substâncias Orgânicas.................................................................................. 14 Quadro 03 – Compatibilidade de coletor de resíduo químico e substâncias químicas – Substâncias Inorgânicas................................................................................ 15 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS .................................................................................. 7 1.1 Hierarquia no Gerenciamento de Resíduos ................................................................. 9 1.1.1 Segregação de Resíduos ........................................................................................ 10 1.1.2 Acondicionamento ................................................................................................ 12 1.1.3 Rotulagem ............................................................................................................. 15 1.1.4 Armazenamento .................................................................................................... 16 1.1.5 Tratamento ............................................................................................................ 17 1.1.6 Disposição Final .................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 19 6 INTRODUÇÃO Não há como falar em gerenciamento de resíduos sem citar a questão da sustentabilidade ambiental, largamente difundida nos mais diversos setores existentes atualmente. As formas de trabalho e natureza das atividades devem ser capazes de manter o equilíbrio entre o homem e o meio em que o mesmo está inserido. As instituições legalmente instituídas devem ser partícipes de ações que preconizem sustentabilidade ambiental como princípio de sua existência e funcionamento. Desse modo, as universidades – que prezam pela difusão do conhecimento e desenvolvimento da ciência e tecnologia, visando obter melhorias para a sociedade de um modo geral – devem ser as precursoras em estudos, pesquisas e especialmente em ações voltadas para a preservação do meio ambiente. As atividades desenvolvidas em Instituições de Ensino Superior – referentes ao ensino, pesquisa, extensão e administração – envolvem processos de produção de saber e necessitam de insumos que permitam realizar as pesquisas voltadas para a melhoria externa ao ambiente universitário. Muitos estudos e pesquisas envolvem o manuseio de diversos tipos de materiais como papéis, plásticos, vidro, equipamentos eletrônicos, produtos químicos, etc., assim gerando os mais diversificados resíduos. Segundo algumas características os resíduos podem ser classificados e com isso podendo receber gerenciamento adequado desde a minimização na geração até a destinação final, evitando a ocorrência de danos à saúde humana e ao meio ambiente. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei Nº 12.305/2010 –, as unidades geradoras de resíduos devem instituir um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), visando o devido gerenciamento dos diversos resíduos gerados e envolvendo todos os atores de forma participativa nas ações de execução do referido plano. Ações relacionadas à educação ambiental, medidas de redução e reaproveitamento dos resíduos, segregação na origem, acondicionamento, rotulagem, armazenamento, tratamento e destinação final adequada são sequências de ações que precisam estar presentes no cotidiano dos discentes, docentes e técnicos administrativos da universidade. Acima de tudo, o que se espera da comunidade acadêmica são mudanças de atitudes com relação às questões ambientais. Sensibilização e responsabilidade ambiental devem ser características inerentes a todos os geradores de resíduos. Dessa forma, esta cartilha tem como objetivo orientar tais geradores a gerenciar seus resíduos adequadamente, bem como incentivar iniciativas de estabelecimento de planos de gerenciamento de resíduos, de forma pontual. 7 1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS Segundo a Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas - Norma Brasileira (ABNT NBR) 10.004/2004: Resíduos sólidos são resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT NBR 10.004/2014,p. 1) O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um instrumento proposto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei Nº 12.305/2010) que deve ser elaborado por grandes geradores de resíduos, com especificidades definidas na própria legislação. As universidades como geradoras de resíduos, se enquadram na descrição da lei quanto à elaboração do PGRS. Tendo em vista que os resíduos gerados variam desde resíduos comuns até resíduos específicos, como resíduos químicos perigosos, resíduos de serviços de saúde, resíduos eletroeletrônicos, dentre outros, a classificação dos resíduos é o primeiro passo para elaboração dos respectivos planos de gerenciamento. De acordo com a PNRS (Lei Nº 12.305/2010), o plano de gerenciamento dos resíduos deve conter informações referentes: 1. À descrição das atividades; 2. Ao diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados: origem, volume, caracterização, incluindo os passivos; Como as universidades possuem setores diversificados, o que ocasiona a geração de diversos tipos de resíduos, os diferentes setores podem elaborar os respectivos planos de gerenciamento de forma isolada, de acordo com a natureza dos resíduos, dando ênfase para a gestão dos mesmos. Assim, as unidades laboratoriais geradoras de resíduos químicos podem elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Químicos (PGRQ) ou Plano de Gerenciamento de Resíduos Perigosos (PGRP) e os setores responsáveis por obras podem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Os referidos planos serão ferramenta necessária para que seja estabelecida uma estratégia de gestão, levando em consideração as etapas de coleta, armazenamento, transporte, manejo, tratamento e destinação final. Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 8 A Norma ABNT NBR 10.004/2004 fornece subsídios de classificação de resíduos sólidos como perigosos (Classe I) e não perigosos (Classe II A e B). A Norma apresenta um fluxograma que auxilia a classificação dos resíduos, fazendo uma análise qualitativa do resíduo, portanto, o resíduo deve ser conhecido pelo gerador, bem como o processo que deu origem ao mesmo. Figura 01 – Fluxograma de caracterização e classificação dos resíduos Fonte: Adaptado de ABNT/NBR 10.004/2004 Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 9 1.1 Hierarquia no Gerenciamento de Resíduos As universidades, na posição de geradoras de resíduos, podem estabelecer a hierarquia no gerenciamento desses materiais residuais, adotando ações na ordem adequada, de modo a apresentar resultados quanto à minimização dos efeitos adversos causados pela ausência de gestão adequada. Em primeiro lugar, a geração do resíduo pode sofrer redução na fonte, que pode se por meio da adoção de novos hábitos relacionados ao consumo e além de diversas substituições de processos poluidores por tecnologias limpas. Em um segundo momento, dadas as tentativas de redução ao máximo na geração de resíduos, pode-se repensar a questão do reaproveitamento, como forma de reintegrar os materiais residuais ao ciclo econômico com benefícios financeiros e ambientais. Esgotadas as opções de reaproveitamento, tem-se um rejeito o qual necessita passar por um processo de tratamento, que visa reduzir o volume ou características nocivas ao meio ambiente. A etapa de tratamento geralmente é adotada quando os rejeitos apresentam periculosidade, como rejeitos químicos, e que precisam ser estabilizados ou levados à forma não danosa a fim de serem destinados. Nesses casos, o tratamento pode ser interno ou externo ao ambiente gerador. Por fim, tem-se a última etapa de tratamento que se resume à disposição final dos resíduos de forma adequada, com atenção as normas gerais de higiene e segurança às pessoas e ao meio ambiente. A hierarquia no gerenciamento de resíduos, citado por Figuerêdo (2016) está apresentada de forma resumida na Figura 02. Figura 02 – Hierarquia no Gerenciamento de Resíduos Perigosos Fonte: adaptada de Figuerêdo (2016) Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 10 Além da hierarquia no gerenciamento adequado de resíduos, a adoção de algumas etapas durante a gestão facilita todo o processo de gerenciamento, estas são: segregação, acondicionamento, rotulagem, armazenamento, tratamento e disposição final. As etapas devem ser definidas de acordo com alguns padrões, os quais estão explanados adiante. 1.1.1 Segregação de Resíduos A segregação é uma etapa importante, pois, além de garantir que o resíduo esteja devidamente gerenciado, influencia também nas questões de segurança das pessoas e do ambiente durante o manejo do mesmo. Ao ser gerado, o resíduo deve ser separado de acordo com as suas características físicas, químicas, biológicas e radiológicas. Muitos geradores adotam a separação dos resíduos em correntes, de acordo com a natureza dos mesmos. A Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 275/2001 estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos (Figura 03). Estas resoluções podem ser utilizadas como moldes a segregação deste tipo de resíduo. E a Resolução CONAMA 358/2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS), traz no Anexo I a classificação dos RSS (Figura 04). E ainda, Resolução CONAMA 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos Resíduos da Construção Civil (RCC), apresenta no Art. 3° a classificação dos RCC (Figura 05). Figura 03 – Código de cores para os diferentes tipos de resíduos Fonte: Elaborada pelos autores Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 11 Figura 04 – Segregação dos Resíduos do Serviço de Saúde Fonte: Elaborada pelos autores Figura 05 - Segregação dos Resíduos da Construção Civil Fonte: Elaborada pelos autores Com relação aos Resíduos Químicos (RQ), sabendo que estes são considerados perigosos da Classe I, pertencente ao Grupo B do RSS e Classe D do RCC, assim é perceptível que estes têm diversas fontes e características. É importante salientar que a incompatibilidade química, característica inerente aos compostos químicos, implica em reações indesejadas quando determinadas substâncias entram em contato quando estas são incompatíveis. Portanto, o gerador do resíduo deve conhecer a incompatibilidade química dos compostos presentes nos seus resíduos, de modo a evitar misturas incompatíveis e potenciais riscos de acidentes. 12 Não há resoluções que contemplem a classificação dos resíduos químicos, assim baseado na incompatibilidade química das substâncias, no posterior tratamento e destinação final, segue abaixo um exemplo que pode ser adotado para segregação adequada desses resíduos: 1.1.2 Acondicionamento O acondicionamento consiste na etapa de seleção dos recipientes adequados para conter o resíduo. O acondicionamento de resíduos é de forma temporária, onde o mesmo ficará a espera de reaproveitamento, reciclagem, recuperação, tratamento e disposição final. Esta etapa influenciará nas demais, evitando acidentes indesejados durante a coleta e transporte, para tanto os recipientes devem apresentar resistência à ruptura, punctura e vazamento. Os resíduos comuns não recicláveis e recicláveis não contaminados (papel, papelão, madeira, plástico, vidro, metal, isopor e resíduos orgânicos) podem ser acondicionados em recipientes de qualquer tipo de material, pois estes são inertes. Porém, estes recipientes devem evitar que o material contido neles fique exposto a algum tipo de contaminação, assim podendo causar a impossibilidade do reaproveitamento e reciclagem. Já com os outros tipos de resíduos (perigosos, radiativo, ambulatorial e de serviço de saúde)devem ser tomados maiores cuidados. Os resíduos radioativos devem seguir a Norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNENNE) 6.05 de 1985. Os coletores para resíduos de ambulatório e de serviço de saúde são descritos na Norma ABNT NBR 13.853/1997. Os recipientes utilizados para o acondicionamento de resíduos perigosos, onde nestes estão incluídos os químicos, não podem apresentar incompatibilidade química com o Rosana Destacar 13 material a ser acondicionado, de modo a evitar reações indesejadas. Estes recipientes devem ser hermeticamente fechados para evitar qualquer contato do resíduo com o meio externo e o preenchimento do recipiente não pode ultrapassar 80% da sua capacidade total, assim garantindo a segurança no manejo. O Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo na PGRQ – NR 003 sobre acondicionamento de resíduos químicos no Anexo B em sua listagem 03 e 04 apresenta os tipos de coletores de resíduos químicos e a compatibilidade de coletor de resíduo químico e substâncias químicas (Quadro 01 e 02). A Norma ABNT/NBR 12.235/1992 aborda condições gerais de acondicionamento de resíduos perigosos, enfatizando que o mesmo pode ser feito em contêineres, tambores, tanques e/ou a granel. Ainda no Apêndice VII da Resolução da Diretoria Colegiada da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (RDC ANVISA) n° 304/2004 há uma lista substâncias químicas utilizadas em serviço de saúde que reagem com embalagens de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Quadro 01 – Tipo de coletores de resíduos Químicos Fonte: http://www.esalq.usp.br/lab_residuos/docs/pgrq_norma_03.pdf Rosana Destacar 14 Quadro 02 – Compatibilidade de coletor de resíduo químico e substâncias químicas – Substâncias Orgânicas Fonte: http://www.esalq.usp.br/lab_residuos/docs/pgrq_norma_03.pdf Rosana Destacar Rosana Destacar 15 Quadro 03 – Compatibilidade de coletor de resíduo químico e substâncias químicas – Substâncias Inorgânicas Fonte: http://www.esalq.usp.br/lab_residuos/docs/pgrq_norma_03.pdf 1.1.3 Rotulagem A rotulagem do resíduo consiste na identificação adequada de sua composição, de modo a facilitar a gestão no momento de destiná-los. Essa etapa é de extrema importância, tendo em vista que resíduos não identificados representam um custo maior na destinação final, pois as técnicas de identificação são extremamente onerosas. Além de potencializar riscos às pessoas e ao meio ambiente, devido à falta de conhecimento no manuseio e cuidados necessários de acordo com as características específicas do resíduo. Os rótulos devem ser resistentes à ação do tempo, possíveis derramamentos de substâncias, pressões mecânicas, etc. Essas medidas garantirão a inviolabilidade do rótulo, evitando possíveis perdas de informações, para tanto, os rótulos devem ser afixados, envolvidos por material que promova o contato com o frasco e que impermeabilize a sua superfície. Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 16 Simbologias geralmente são adotadas na rotulagem de resíduos, visando fornecer informações adicionais que são úteis no que diz respeito à segurança. Na Norma ABNT/NBR 7.500/2004 que trata sobre a identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos, apresenta em seu Anexo A diversos tipos de rótulos de risco que podem ser adotados. Para a rotulagem de resíduos químicos é comunmente utilizado o Diagrama de Hommel (Figura 06), o qual informa características quanto aos riscos à saúde, inflamabilidade, reatividade e riscos específicos. Em caso de mistura de duas ou mais substâncias o Diagrama de Hommel deve ser preenchido com o maior número, então para preencher corretamente o Diagrama de Hommel recorrer a Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ). Figura 06 – Diagrama de Hommel Fonte: http://www.blog.mcientifica.com.br/diagrama-de-hommel 1.1.4 Armazenamento Para resíduos considerados não perigosos, a norma ABNT/NBR 11.174/1990 destaca que estes sejam armazenados de modo a não sofrerem nenhuma contaminação com algum resíduo perigoso, o que causaria a sua descaracterização como resíduo não perigoso. Devido a isso, os resíduos considerados não perigosos não podem ser armazenados próximos aos resíduos perigosos. Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 17 A norma ABNT/NBR 12.235/1992 define as regras do armazenamento adequado de resíduos perigosos. Nessa norma, estão descritas as condições gerais de acondicionamento e armazenamento, visando à segurança do meio ambiente. O local do armazenamento, segundo a norma, deve ser coberto e bem ventilado, com estrutura que impeça a percolação ou lixiviação de substâncias ao solo e águas subterrâneas. A norma supracitada enfatiza ainda a necessidade de atenção à disposição dos resíduos no armazenamento, que deverá seguir recomendações para a segregação de resíduos, de modo a prevenir reações indesejadas por ocasião de vazamentos ou até mesmo que substâncias corrosivas possam causar danos a ambientes íntegros. Assim, destacamos mais uma vez a necessidade da identificação dos os resíduos, principalmente com relação à sua periculosidade possibilitando o armazenamento adequado. Todas as normas de higiene e segurança referentes ao armazenamento de resíduos têm de ser adotadas, devendo ser garantida a segurança na instalação de armazenamento dos resíduos e a disposição de sinalizações de segurança, visando à minimização de ocorrências indesejadas. 1.1.5 Tratamento Como há diversos tipos de resíduos também há diversas formas de tratamento. A Reciclagem, a inserção do resíduo no processo de produção, é uma das formar de tratar um resíduo. Este tipo de tratamento é muito utilizado para resíduos de papel e papelão, vidro, metal, madeira, plástico e mais atualmente está sendo difundida a reciclagem de RCC. É realizada também a reciclagem de alguns tipos de resíduos perigosos, como por exemplo, as pilhas. A Compostagem, considerada um tipo de tratamento de resíduos orgânicos, é um processo biológico de decomposição da matéria orgânica que tem como produto final o adubo, utilizado para produzir plantas. Com relação aos resíduos potencialmente infectantes e perfuro cortantes do RSS o tratamento mais adequado disponível para tal é o Térmico/Incineração. Os RQ existem em uma ampla gama de características, dentre esses resíduos, existem os que devem receber tratamentos especiais disponíveis apenas em empresas especializadas, com condições estritamente controladas, equipamentos específico. No entanto, muitos outros resíduos são suscetíveis ao tratamento no próprio laboratório, por isso é Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 18 importante a adoção de procedimentos que determinem uma rotina de tratamento devidamente adequada. Como dito anteriormente, os RQ tem são de amplas características, assim muitos destes não precisam ser necessariamente tratados, estes podem ser reaproveitados no próprio laboratório ou nos vizinhos e/ou reciclados. Estas ações impedem que os resíduos sejam expostos inadequadamente e ainda que sejam gastos recursos financeiros com a aquisição de novos produtos. 1.1.6 Disposição Final Após as esgotadas todas as tentativas de reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos, estes devem ter uma destinação final ambientalmente adequada. Existem algumas técnicas de disposição final de resíduos e estas estão atreladas as suas características. O Aterro Sanitário e Aterro Controlado são utilizados para resíduos comuns. Para resíduos considerados perigosos a disposição se dá em Aterros Industriais.Rosana Destacar Rosana Destacar Rosana Destacar 19 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004: Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174/1990: Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235/1992: Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13853/1997: Coletores para resíduos do serviço de saúde perfurocortantes ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500/2004: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004/2004: Resíduos sólidos – Classificação. BRASIL, Lei. 12.305 de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, p. 950-971, 1998. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. CNENNE 6.05 de dezembro de 1985: Gerência de rejeitos radioativos em instalações radioativas. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001: Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 307, de 17 de julho de 2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005: Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 20 Diagrama de Hommel. Disponível em:http://www.blog.mcientifica.com.br/diagrama-de- hommel/ - Acesso em 07/07/2016 as 16:00. FIGUERÊDO, D. V. Manual para Gestão de Resíduos Químicos Perigosos de Instituições de Ensino e Pesquisa. Belo Horizonte: Conselho Regional de Química de Minas Gerais, 2006. 394p. Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo. PGRQ – NR 003, aproada em 18 de novembro de 2008.: Acondicionamento de Resíduos Químicos: Segregação Armazenamento e Rotulagem. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/lab_residuos/docs/pgrq_norma_03.pdf>. Acesso em: 16/05/2017 as 14:21. http://www.blog.mcientifica.com.br/diagrama-de-hommel/ http://www.blog.mcientifica.com.br/diagrama-de-hommel/
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