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OPIÓIDES Opióides Endógenos: peptídeos opióides derivam de proteínas precursoras que também contêm peptídeos não opioides Opióides que o corpo humano é capaz de produzir: endorfinas, encefalinas e dinorfinas ● Estrutura geral de um receptor opióide: acoplado à proteína G - podem dimerizar Efeitos funcionais associados aos principais tipos de receptores opióides: Perfil dos opióides utilizados clinicamente: - no sistema nervoso central - na periferia - ex. vasos sanguíneos, coração, vias respiratórias / pulmões, intestino Subtipos de receptores de opióides, suas funções e afinidades com peptídeos endógenos: Subtipo de receptor Funções Afinidade com peptídeos opióides endógenos mu ou MOR analgesia supra espinhal e espinhal, sedação, inibição da respiração, redução do trânsito gastrointestinal, modulação da liberação de hormônios e neurotransmissores endorfinas > encefalinas > dinorfinas delta ou DOR analgesia supra espinhal e espinhal, modulação da liberação de hormônios e neurotransmissores encefalinas > endorfinas e dinorfinas capa ou KOR analgesia supra espinhal e espinhal, efeitos psicomiméticos, redução do trânsito gastrointestinal dinorfinas > > endorfinas e encefalinas Morfina e agonistas estruturalmente relacionados: Absorção da morfina: - modesta no TGI; adequada na mucosa retal; mucosa nasal e oral; via transdérmica; via epidural; via intravenosa - via oral ( metabolismo hepático de primeira passagem; biodisponibilidade de aproximadamente 25% ) - lipossolúvel ( atravessa a barreira hemato encefálica ) Distribuição e Metabolismo da morfina: - aproximadamente ⅓ da morfina plasmática está ligado às proteínas - conjugação com ácido glicurônico - 2 metabólitos principais ainda com efeitos clínicos: morfina-6-glicuronídeo e morfina-6-glicuronídeo - meia vida da morfina: 2 horas Excreção da morfina: - filtração glomerular ( urina ) Agonistas sintéticos: fenil piperidínicos e fentanila - fentanila é um opióide sintético Absorção da fentanila: - bucal, transdérmica, não é bem absorvida pelo TGI, via parenteral Distribuição e Metabolismo da Fentanila: - reservatório lipossolúvel - fígado - meia vida da fentanila: 3 - 4 horas Excreção da Fentanila: - urina Uso terapêutico da Fentanila: - analgesia na prática anestésica - analgesia para dores agudas, crônicas e dor do câncer refratária Agonistas parciais e mistos ( agonista-antagonista ): podem atuar como agonistas em um receptor e antagonistas em outro Absorção da buprenorfina: vias sublingual e parenteral Distribuição da buprenorfina: 96% ligado a proteínas Metabolismo da buprenorfina: - CYP3A4 - meia-vida plasmática: aproximadamente 3 horas Excreção da buprenorfina: - fezes e urina Usos terapêuticos da buprenorfina: - analgesia mais longa - tratamento da dependência opioide ( combinada à naloxona ) ● Buprenorfina - agonista mor e antagonista dos demais receptores ● Pentazocina - agonista parcial mor Antagonistas ( competitivos ) dos receptores opióides: Absorção da naloxona: - via parenteral - via oral ( quase completamente metabolizada pelo fígado ) Absorção da naltrexona ( maior eficácia e mais potente ): - via oral - meia-vida da naloxona: aproximadamente 1 hora - meia-vida da naltrexona: aproximadamente 3 horas Excreção: urina Uso terapêutico: - tratamento da overdose de opióides ( naloxona reverte a depressão respiratória ) - tratamento da constipação ( metilnaltrexona: ação em tecidos periféricos ) - tratamento das síndromes de uso abusivo ( naltrexona ) Opióides: aspectos da farmacocinética e vias de dosagem Droga Via de dosagem Aspectos farmacocinéticos Morfina oral ( incluindo formas de lenta liberação ), intravenosa, intratecal Meia-vida: 3 a 4 horas Convertida para metabólito ativo ( morfina-6-glicuronídeo ) Heroína intravenosa, intramuscular, fumada, oral Meia-vida: menor que 1 hora Parcialmente metabolizada para morfina Metadona oral, intravenosa, intramuscular Meia-vida: maior que 24 horas Não há metabólito ativo Petidina oral, intramuscular Meia-vida: 2 a 4 horas Metabólito ativo ( norpetidina ) Buprenorfina sublingual, intratecal, subcutânea, intravenosa, intramuscular Meia-vida: 12 horas Lento início da ação Inativada pela via oral devido ao efeito de primeira passagem Fentanil intravenosa, epidural, adesivo Meia-vida: 1 a 2 horas Codeína oral Atua como uma pró-droga Metabolizada para morfina e outros opióides ativos Efeitos colaterais dos analgésicos opióides: - inquietação comportamental, tremores, hiperatividade ( nas relações disfóricas ) - depressão respiratória - náuseas e vômitos - elevação da pressão intracraniana - hipotensão postural acentuada por hipovolemia - constipação intestinal - retenção urinária - prurido em torno do nariz, urticária ( mais frequente com a administração parenteral e espinhal ) Receptores de opióides: ● os receptores μ são responsáveis pela maioria dos efeitos analgésicos dos opióides e por alguns dos principais efeitos adversos ( ex. depressão respiratória, constipação, euforia, sedação e dependência ) ● a ativação dos receptores δ ( delta ) resulta em analgesia, mas também pode ser pró-convulsivante ● os receptores κ ( kappa ) contribuem para a analgesia em nível espinhal e podem causar sedação, disforia e alucinações. Alguns analgésicos são mistura de agonistas κ e antagonistas μ ● os receptores ORL, também são membros da família de receptores opióides. A ativação resulta em efeito anti opióide ( supraespinhal ), analgesia ( espinhal ), imobilidade e dificuldade de aprendizado ● todos os receptores opióides são ligados através de proteínas Gi/Go e, portanto, abrem os canais de potássio ( causando hiperpolarização ) e inibem a abertura dos canais de cálcio ( inibem a liberação do transmissor ). Além disso, eles inibem a adenil ciclase e ativam a via das MAP quinases ( EKR ) ● os heterômeros funcionais, formados pela contribuição de diferentes tipos de receptores opióides ou com outros tipos de receptores acoplado à proteína G, podem ocorrer e dar origem a uma futura diversidade farmacológica Tolerância e dependência: - a tolerância desenvolve-se rapidamente - o mecanismo de tolerância envolve a dessensibilização do receptor, não é de origem farmacocinética - a dependência compreende dois componentes: 1. dependência física, caracterizada pela síndroma de abstinência e perdurando por alguns dias 2. dependência psicológica, associada ao desejo e podendo permanecer por meses ou anos, raramente ocorrendo em pacientes que estão utilizando os opióides como analgésicos - a dependência física, caracterizada pela síndrome de abstinência na interrupção de administração do fármaco, ocorre como agonistas dos receptores μ - os agonistas do receptor μ de ação longa, podem ser utilizados para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência - alguns analgésicos opióides, como a codeína, pentazocina, buprenorfina e tramadol, tem muito menos probabilidade de causar dependência física ou psicológica Antagonistas dos opióides: - os antagonistas puros incluem naloxona ( ação curta ) e naltrexona ( ação longa ). Bloqueiam os receptores μ, δ, e κ - o alvimopan é um antagonista do receptor μ, que não atravessa a barreira hematoencefálica. Bloqueia as náuseas, vômitos e a constipação induzidas pelos opióides - outros fármacos, como a pentazocina, produzem mistura de efeitos κ-agonistas e μ-antagonistas - a naloxona normalmente não afeta o limiar da dor, mas bloqueia a analgesia induzida pelo estresse e pode exacerbar a dor clínica - a naloxona reverte rapidamente a analgesia induzida por opióides e a depressão respiratória, sendo usada principalmente para tratar superdosagem de opioides ou para melhorar a respiração em bebês recém-nascidos afetados por opióides que foram administrados a mãe - a naloxona precipita os sintomas de abstinência em pacientes ou animais dependentes de - morfina, a pentazocina também pode fazer isso Fármaco Uso Vias de administração Aspectos Farmacocinético s Efeitos adversos Observações Morfina dor crônica e aguda oral,intratecal Meia-vida: 3 a 4 horas Convertida para metabólito ativo ( morfina-6-glicuron ídeo ) Sedação, depressão respiratória, constipação, náuseas e vômitos, prurido, tolerância e dependência, euforia Tolerância e sintomas de abstinência não são comuns quando utilizada para analgesia Diamorfina ( Heroína ) dor crônica e aguda oral, injetável atua mais rapidamente que a morfina, em razão da alta penetração cerebral como a morfina é metabolizada em morfina e em outros metabólitos ativos Hidromorfina dor crônica e aguda oral, injetável Meia-vida: 2 a 4 horas, não tem metabólitos ativos como a morfina, porém é menos sedativa o levorfanol é semelhante, com maior duração de ação Oxicodona dor aguda e crônica oral, injetável meia-vida: 3 a 5 horas como a morfina Metadona dor crônica, manutenção de dependentes oral, injetável meia-vida: mais que 24 horas - início de ação lento como a morfina, com menos euforia recuperação lenta resulta em síndrome de abstinência atenuada em consequência da meia vida longa Petidina dor aguda oral, injeção intramuscular meia-vida: 2 a 4 horas como a morfina Buprenorfina dor aguda e crônica sublingual, injeção, intratecal meia-vida: aproximadamente 12 horas como a morfina, porém menos pronunciados útil na dor crônica - sistema de injeção Pentazocina dor aguda oral, injetável meia-vida: 2 a 4 horas efeitos psicomiméticos Nalbufina é semelhante Dipipenona dor moderada a grave oral meia-vida: 3 a 5 horas além dos efeitos semelhantes aos da morfina, provoca psicose uso abusivo popular Fentanila dor aguda, anestesia intravenosa, epidérmica, adesivo meia-vida: 1 a 2 horas como a morfina alta potência permite administração transdérmico transdérmica Remifentanil anestesia intravenosa meia-vida: 5 minutos depressão respiratória início e recuperação rápidos Codeína dor moderada oral atua como pró-fármaco, metaboliza a morfina e outros opióides ativos constipação, não é passível de dependência eficaz somente em dor moderada Dextropropoxife no dor moderada oral meia-vida: 4 horas, o metabólito ativo ( naproxeno ) possui meia vida de 26 horas depressão respiratória, convulsões não é mais recomendado Tramadol dor aguda e crônica ( pós operatório ) oral, intravenosa bem absorvido meia-vida: 4 a 6 horas tontura, convulsões, sem depressão respiratória agonista fraco nos receptores opióides
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