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9/19/20 1 Farmacociné*ca 3° período do Curso de Medicina Habilidades Médicas 3 Farmacologia Prof. Me. André Vinycius Cunha Pereira Farmacêutico - Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (ICAM) Pós-graduado em Farmacologia e Toxicologia clínica Pós-graduado em Farmácia clínica em Infectologia Mestre em Biologia Experimental – UNIR/RO Manaus - 2020 3 É o estudo das substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos Químicos. Farmacologia engloba o conhecimento da história, origem, propriedades físico-químicas, associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos relacionado aos medicamentos. Pharmakon Logos+ FARMACOLOGIA Conceito & Definição 4 9/19/20 2 Como um fármaco se comporta no organismo? 5 FARMACOLOGIA DEFINIÇÕES Droga : substância química capaz de modificar a função dos organismos vivos, com finalidades medicamentosa ou sanitária. Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Fármaco: designa uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. 6 9/19/20 3 FARMACOLOGIA FASES FARMACOLÓGICAS (RESUMO) DROGA ORGANISMO Fase FarmacocinéQca Fase Farmacodinâmica Vias de Administração Absorção Distribuição Biotransformação Eliminação Efeitos Fisiológicos Efeitos Bioquímicos Mecanismo de Ação Concentração no local do receptor Fase FarmacêuQca 7 CONCEITOS BÁSICOS Biodisponibilidade Medicamento similar – aquele que contém os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação. Identificado: nome comercial ou marca. Medicamento inovador – medicamento apresentando em sua composição ao menos um fármaco ativo que tenha sido objeto de patente. Medicamento de referência – medicamento inovador registrado (ANVISA) cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovados cientificamente. Medicamento genérico (intercambiável) geralmente produzido após a expiração ou renuncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Designado pela (DCB) ou, na sua ausência, pela (DCI). Resolução n0 391 de 09/08/99 Corresponde à fração do fármaco administrada que alcança a circulação sistêmica, incluindo a sua curva de concentração e tempo na circulação sistêmica. 8 9/19/20 4 Pesquisa e Desenvolvimento (P & G) Investigação Farmacológica Fase pré-clínica Estudos em animais Fase clínica Fase I Voluntários sadios (Humanos) População de estudo pequena Realizada em um centro médico ou instituto (Dose, Avaliação, Efeitos Adversos) Fase II Indivíduos doentes População de estudo pequena Realizada em um centro médico ou ins:tuto Dosagem mais segura e eficaz Fase III Indivíduos doentes População de estudo bem maior Mul:cêntrico (realizada em vários centros) Eficácia terapêu.ca e segurança Indicação Clínica / Regulamentação Após a aprovação nessa fase, o medicamento vai para o mercado Vigilância Pós-comercialização FarmacovigilânciaFase IV 9 FASE FARMACOCINÉTICA Definição Área da Farmacologia que estuda os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos, ou seja, o que o organismo faz sobre o fármaco. Considera o caminho que o medicamento faz no organismo Movimento do fármaco �in vivo� 10 9/19/20 5 Farmacociné*ca 11 FARMACOCINÉTICA CLÍNICA Ajuste da terapêuQca em diferentes pacientes, tanto da resposta desejada quanto da toxicidade em função da concentração do fármaco em seu síQo de ação. Concentração Plasmática Produto FarmacêuQco Liberação (Desintegração) Dissolução (Dispersão Molecular) Forma farmacêuQca Biodisponibilidade Interação Fármaco / Organismo Lei n0 9787/99 Industria Farmacêu.ca ANVISA Genéricos 12 9/19/20 6 CONCENTRAÇÃO TERAPÊUTICA SíQo de Ação - Receptores Dose & Intervalo de Administração EXCESSO Toxicidade ADEQUADO INSUFICIENTE Descartado erroneamente Efeito Desejável [ ] terapêutica Concentrações de efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e efeito tóxico (concentração máxima tolerada, limite máximo). I.T. IT: Índice Terapêutico �Janela Terapêu4ca" Faixa de Concentração Eficácia/Toxicidade AmitripNlina – Faixa Estreita (I.T.< 5) 13 Janela terapêu*ca [ ] Tempo Concentração terapêutica Concentração tóxica Subdose 14 9/19/20 7 Janela terapêu,ca 15 Janela terapêutica • É importante manter a concentração plasmá<ca da droga dentro da janela terapêu<ca • Drogas com janela terapêu<ca estreita apresentam BAIXO ÍNDICE TERAPÊUTICO: maior toxicidade 16 9/19/20 8 PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS (Resumo) 17 ABSORÇÃO Fonte: hKp://www.fotosearch.com/u13132187 Passagem da droga do seu local de aplicação até a corrente sangüínea. Fatores Envolvidos da Absorção: Concentração Lipossolubilidade Peso Molecular Grau de Ionização Vascularização Superfície de Absorção Permeabilidade Capilar Ligados aos Medicamentos Ligados ao Organismo Via de Administração, características fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e raça do paciente. 18 9/19/20 9 Membranas Celulares (Revisão) Dupla camada (lipídeos) com cadeias de hidrocarboneto orientadas para dentro, (caracterísQca hidrofóbica). As proteínas exercem função de receptores que proporcionam vias de sinalização elétricas ou químicas e alvos seleQvos para a ação de fármacos. 19 Mecanismos de transporte através de membranas Transporte passivo Transporte a-vo Transporte facilitado Pinocitose (líquidos) Fagocitose (sólidos) 20 9/19/20 10 Transporte através de Membranas (Fármacos) Drogas Ligadas não Atravessam as membranas Drogas Lipoclicas Acumulam-se Tecido Adiposo �Mal Nutrição� Albumina + Droga livre 21 DIFUSÃO Fonte: hKp://farm3.sta:c.flickr.com Difusão Facilitada: Participação de molécula transportadora (permeases), não há consumo de energia , substância move-se de acordo com o gradiente de concentração Transporte Passivo/filtração (Lipossolubilidade) Difusão Facilitada UQlizadas por Moléculas Não-Polares Ex: Anestésicos, tranquilizantes, An_bió_cos, hormônios e seda_vos. Difusão Simples 22 9/19/20 11 Transporte AVvo Há gasto de ATP (adenosina trifosfato) perdendo um fosfato e virando ADP (adenosina difosfato) – Contra o Gradiente de Concentração (Bomba Na+/K+) Fonte: hKp://djalmasantos.files.wordpress.com/2010/09/a:vo.jpg Transporte ativo: células do túbulo renal, trato biliar, barreira hematoencefálica e TGI. 23 Absorção O fármaco precisa vencer as barreiras para se tornar biodisponível. 24 9/19/20 12 pH dos compartimentos biológicos Mucosa gástrica – pH 1 (aproximadamente) Mucosa intestinal – pH 5 Plasma – pH 7,4 A equação de Henderson-Hasselbach pode ser empregada na previsão do comportamento farmacocinético de fármacos Meio extracelular Meio intracelular HA H3O+ + A- 25 INFLUÊNCIA DO PH NA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS: pka e pH • drogas ácidas: ionizam-se pouco no estômago, portanto são bem absorvidas. Ionizam-se quase completamente no intes9no ou no sangue, permanecendo nesses compar9mentos. • drogas básicas: ionizam-se quase completamente no estômago, não sendo bem absorvidas pela mucosa estomacal. Ionizam-se muito pouco no intes9no ou no sangue, sendo absorvidos pela mucosa intes9nal. 26 9/19/20 13 LIPOFILIA E LATÊNCIA Quanto maior a fração não ionizada, maior é a facilidade de penetração => maior potência (menor latência). Latência (tempo decorrido entre administração e efeito). Potência: Capacidade da molécula interferir na estrutura e de inibir o funcionamento dos canais iônicos. Relacionada com a ligação (proteínas e lipofilia) de um determinado composto. Quanto maior for a ligação das proteínas plasmáticas menor será a potência e menor a sua toxicidade Coeficiente de parQção: Coloca-se o fármaco num meio com 2 fases: aquosa e lipoilica; agita-se e mede-se a quan_dade dissolvida. > Lipofilia < latência Quantomaior for a lipofilia (coeficiente de parOção), maior será a potência (melhor penetração). 27 28 9/19/20 14 PRÓ-FÁRMACO Introdução de novos fármacos na terapêutica através dos processos de modificação molecular. Latenciação: transformação do fármaco em forma de transporte ina_vo que, �in vivo�, mediante reação química ou enzimá_ca, libera a porção a_va no local de ação. Uso: quimioterápicos específicos contra os maiores desafios da Ciência na atualidade: AIDS e câncer 29 Vias de administração de fármacos 30 9/19/20 15 Via oral e sublingual • Possuem importantes vantagens e desvantagens • Metabolismo de primeira passagem 31 FARMACOCINÉTICA VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Vantagem: Seguro/Econômico Desvantagem: Patologias do sistema digestivo, pH gástrico e presença de alimentos/absorção VIA ORAL 32 9/19/20 16 Vias parenterais 33 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Concentração - Pico 34 9/19/20 17 Absorção – Vias de administração 35 OUTRAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Sublingual: Absorção através de pequenos vasos sangüíneos. Exemplo: Nitroglicerina (Angina) Retal: Uso em quadros de vômitos, tratamento local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem (Fígado): Fármacos (Veia Cava Inferior) Supositórios: absorção irregular e irritação local. IV – Intravenosa: não pode ser: hemolí_ca, cáus_ca, não coagular as albuminas, não produzir embolia ou trombose, não conter pirogênio. Aplicação: Deve ser administrada lentamente e com monitorização constante IM - Intramuscular Tópica – (mucosa, pele e olho) Intra-arterial Intratecal Intraperitoneal Absorção Pulmonar 36 9/19/20 18 Absorção – Vias de administração 37 Absorção - Vias parenterais 38 9/19/20 19 Perfis de absorção de diferentes fármacos 39 Absorção • Via oral, digesQva ou trato gastrintesQnal (TGI) – Uma vez no TGI, um fármaco poderá sofrer absorção desde a boca até o reto, geralmente pelo processo de difusão passiva. • Mucosa oral: cocaína, estricnina, atropina e opióides – Resulta em níveis sanguíneos elevados 40 9/19/20 20 Absorção Fatores que interferem na absorção pelo TGI • Além das propriedades Tsico-químicas dos fármacos, já discu<das, outros fatores poderão interferir na absorção: – estado de plenitude ou vacuidade gastrintes;nal – concentração enzimá;ca e acidez – mo;lidade intes;nal – efeito de primeira passagem pelo >gado 41 Absorção pela pele • Via cutânea – A pele é um órgão formado por múl_plas camadas de tecidos e contribui com cerca de 10% de peso corpóreo. No estado íntegro, a pele cons_tui uma barreira efe_va contra a penetração de substâncias químicas exógenas. – Absorção transepidérmica e transfolicular 42 9/19/20 21 Absorção • Fatores que interferem na absorção cutânea Existem vários fatores que podem interferir na absorção através da pele: – 1. Fatores relacionados ao organismo – 2. Fatores relacionados ao agente químico – 3. Fatores ligados à presença de outras substâncias na pele 43 Absorção • 1. Fatores relacionados ao organismo – superTcie corpórea: homem e mulher – volume total de água corpórea: quanto maior o volume, maior a hidratação da pele – abrasão da pele: com a descon<nuidade da pele, a penetração torna-se fácil; – fluxo sangüíneo através da pele: inflamação, gestação – queimaduras químicas e/ou térmicas: – pilosidade: absorção 3,5 a 13 vezes maior. 44 9/19/20 22 Absorção • 2. Fatores relacionados ao agente químico – vola,lidade e viscosidade; – grau de ionização; – tamanho molecular. 45 Absorção 3. Fatores ligados à presença de outras substâncias na pele – Vasoconstritores: reduzem a absorção cutânea – veículos: auxiliam na absorção – água: aumento na permeabilidade cutânea em até 3 vezes; – agentes tensoaQvos: os sabões e detergentes são substâncias bastante nocivas para a pele. – solventes orgânicos: estes aumentam a absorção cutânea para qualquer _po de agente químico, pois removem lipídios e lipoproteínas presentes no extrato córneo, tornando-o poroso e menos sele_vo. 46 9/19/20 23 DISTRIBUIÇÃO • Do compar_mento intravascular (plasmá_co) para o extravascular (inters_cial). • Do plasmá_co para o cefalorraquidiano. • Do plasmá_co para o extravascular e intracelular cerebrais. • Do plasmá_co para o placentário. • Do plasmá_co para o tubular renal. • Do plasmá_co para o intracelular. 47 DISTRIBUIÇÃO • A droga que a<nge a corrente sanguínea será distribuída a diferentes partes do organismo, em uma taxa que depende de vários fatores. 48 9/19/20 24 49 Distribuição 50 9/19/20 25 VELOCIDADE DE FLUXO SANGUÍNEO • Determina a quan<dade máxima de droga que pode ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos específicos, para uma dada concentração plasmá<ca. • Tecidos mais ou menos irrigados receberão diferentes quan<dades da droga; também o tempo de permanência das drogas nos tecidos irá variar. 51 FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: • Inicialmente, Bgado, rins, cérebro e outros órgãos com boa perfusão recebem a maior parte do fármaco. • A liberação para músculos, a maior parte das vísceras, pele e gordura a liberação é mais lenta. • Essa 2ª fase de distribuição pode levar minutos ou várias horas antes que a concentração do fármaco nos tecido esteja em equilíbrio com o sangue. 52 9/19/20 26 FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS: • A segunda fase também envolve uma parte maior de massa corporal que a inicial e geralmente responde pela maior parte do fármaco distribuído. • A lipossosubilidade é um importante fator para a difusão do fármaco. • O principal fator é a ligação do fármaco com proteínas plasmá2cas. 53 Cinética de distribuição 54 9/19/20 27 Fatores que afetam a distribuição • Fatores ligados à substância – lipossolubilidade e grau de ionização – afinidade química do agente – durante a distribuição, o fármaco alcançará o seu sí_o alvo, que é o órgão ou tecido onde exercerá sua ação, mas, poderá, também, se ligar a outros cons_tuintes do organismo, concentrando-se em algumas partes do corpo. 55 Fatores que afetam a distribuição • Fatores ligados ao organismo: – fluxo sanguíneo – quanto maior a irrigação de um órgão, maior será o contato do fármaco com o mesmo. – conteúdo de água ou lipídio de órgãos e tecidos – os fármacos se fixarão em órgãos ou tecidos de acordo com sua afinidade por esses conteúdos. – biotransformação – o organismo tem capacidade de biotransformar a molécula de alguns fármacos transformando- as em derivados de maior lipossolubilidade, o que dificulta sua eliminação renal e facilita sua acumulação. – integridade do órgão – a lesão de um órgão pode determinar o acúmulo do fármaco 56 9/19/20 28 Fatores que afetam a distribuição • Afinidade por diferentes tecidos – Ligação às proteínas plasmáCcas: – Várias proteínas do plasma podem se ligar a consUtuintes endógenos (ex.: ácidos graxos, triptofano, hormônios, bilirrubinas, etc.) e também aos fármacos – Principais proteínas: albumina (para substâncias ácidas) e α1 glicoproteína ácida (para substâncias básicas) – Interferentes: compeUção entre fármacos, condições patológicas, concentração do agente ou de proteínas, pH, idade – Fenilbutazona se liga 95%. 57 58 9/19/20 29 LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: • Contribui para as diferenças nas concentrações das drogas em diferentes compar,mentos corporais. • A ligação à proteínas impede a ação do fármaco e geralmente limita o transporte e o metabolismo do mesmo. • No entanto, a ligação plasmá,ca geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação. • A ligação plasmá,ca é um processo saturável e não- linear. 59 LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: • A extensão da ligação plasmá,ca (proteínas) também podem ser alterada por fatores relacionados com a doença. • Por exemplo: a hipoalbuminemia secundária a doença hepá,ca grave ou a síndrome nefró,ca levam à diminuição da ligação e o aumento da fração livre. • As afecçõesque levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do miocárdio) levam a altos níveis de α1- glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos básicos. 60 9/19/20 30 Fatores que afetam a distribuição • Ligações celulares: – Embora menos estudado que a ligação às proteínas plasmá<cas, a ligação a outros tecidos exerce um papel muito importante na distribuição desigual dos agentes pelo organismo. – A ligação de fármacos a componentes teciduais poderá alterar significa;vamente a distribuição destes, já que a fração ligada aos tecidos será inclusive maior do que a ligada às proteínas plasmá<cas. 61 Fatores que afetam a distribuição – Tecido adiposo: – Como a lipossolubilidade é uma caracterís_ca fundamental para o transporte por membranas, é lógico imaginar que os fármacos lipossolúveis, de uma maneira geral, poderão se concentrar no tecido adiposo. – Os fármacos armazenam-se nesse local através da simples dissolução isica nas gorduras neutras do tecido. 62 9/19/20 31 Fatores que afetam a distribuição • Leite materno: – A mulher que amamenta e uXliza alguns medicamentos poderá passá-los para o leite com consequentes prejuízos para o lactente. 63 Fatores que afetam a distribuição • Presença de membranas ou barreiras de exclusão • Barreira Hematoencefálica: – A chamada barreira hematoencefálica, que protege o cérebro da entrada de substâncias químicas, é um local menos permeável do que a maioria de outras áreas do corpo. 64 9/19/20 32 65 Fatores que afetam a distribuição • A barreira do sistema nervoso central (SNC) possui três mecanismos de exclusão: – as células endoteliais dos capilares do SNC são muito finas e encontram-se in9mamente unidas e não deixam poros aquosos entre elas. Isto impede a difusão de substâncias polares de baixo peso molecular; – os capilares do SNC são circundados pelos astrócitos (tecido conec9vo glial), o que impõe uma película a mais a ser transposta; – a concentração protéica no fluido inters9cial do SNC é a mais baixa de todo o organismo. 66 9/19/20 33 Fatores que afetam a distribuição • “Barreira” Placentária: – possui funções importantes, tais como a troca de nutrientes (O2, CO2, etc.). – a maioria dos fármacos que se difundem através da placenta o fazem por difusão passiva. – Na verdade, a placenta não representa uma barreira protetora efeUva contra a entrada de substâncias estranhas na circulação fetal. 67 Distribuição 68 9/19/20 34 Distribuição Perfil de distribuição e eliminação de um fármaco administrado por via intravenosa 69 Volume aparente de distribuição (Vd) • O volume aparente de distribuição (VD) é uma forma de relacionar a quan<dade do fármaco presente no organismo com a sua concentração plasmá<ca, ou seja, é um parâmetro farmacociné<co que indica a extensão de sua distribuição. – É calculado, dividindo-se a dose administrada pela concentração plasmá<ca e expresso em litros: – VD = dose (mg) / concentração plasmá<ca (mg/L) 70 9/19/20 35 VOLUME APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO (Vd): • É o volume no qual a droga teria que se dissolver, a fim de a<ngir a mesma concentração que ela se encontra no plasma. • Nessa definição, a concentração plasmá<ca da droga é aquela observada após a absorção e distribuição e antes da eliminação. • Exemplos: • An<depressivos Tricíclicos Vd= 20 L/Kg • Varfarina Vd= 0,1 L/Kg • Vd elevados indicam que as drogas possuem grandes concentrações teciduais 71 Metabolismo • Através de reações enzimá<cas • Rins, TGI, pulmões e pele… • Órgão preferencial: FÍGADO – Metaboliza principalmente moléculas lipossolúveis – Moléculas hidrossolúveis: transporte em proteínas 72 9/19/20 36 Mecanismos de biotransformação • A biotransformação pode ocorrer através de dois mecanismos: – a) mecanismo de aVvação ou bioaVvação - que produz metabólitos com a9vidade igual ou maior do que o precursor. • Ex.: o maleato de enalapril é metabolizado em enalaprilato que é o responsável pela ação farmacológica – b) mecanismo de desaVvação – ocorre quando a molécula é ina9vada originando um produto menos tóxico que o precursor. 73 Metabolismo • Pró-fármacos: o fármaco está conjugado e para se tornar biodisponível deve sofrer biotransformação 74 9/19/20 37 75 76 9/19/20 38 Sí*os de Biotransformação A biotransformação pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico como, por exemplo, no intesXno, rins, pulmões, pele, tes\culos, placenta, etc. No entanto, a grande maioria das substâncias, sejam elas endógenas ou exógenas são biotransformadas no =gado. A biotransformação é efetuada, geralmente por enzimas, principalmente, aquelas existentes nos chamados microssomas hepáXcos (pequenas vesículas presentes no re\culo endoplasmáXco) e na fração solúvel do citoplasma (citosol). 77 Fases da biotransformação • As reações de biotransformação são categorizadas, não somente pela natureza da reação envolvida (oxidação, redução, etc.), mas, também pela sequência normal com que elas ocorrem. Essas reações catalizadas pelas enzimas biotransformadoras de xenobió,cos são classificadas em reações de fase I (ou pré-sinté2cas) e reações de fase II (sinté2cas ou de conjugação). 78 9/19/20 39 Reações de fase I • A fase I compreende um conjunto de reações de oxidação, redução e hidrólise que preparam os fármacos para as reações da fase II. • Essas reações, geralmente, modificam a estrutura química da substância mediante adição de um grupo funcional (-OH, -NH2, -SH, ou - COOH), o que resulta em um pequeno aumento de hidrofilicidade. 79 Reações de fase II • As reações de biotransformação de fase II, também chamadas de reações de conjugação, incluem glicuronidação, sulfonação (mais conhecida como sulfatação), ace9lação, me9lação, conjugação com gluta9ona e conjugação com aminoácidos. – Aminoácidos e seus derivados, tais como a glicina e cisteína – Carboidratos e seus derivados, especialmente o ácido glicurônico – Conjugação com compostos simples como, por exemplo, sulfato e acetato 80 9/19/20 40 Reações de fase II • Os substratos endógenos dessas reações interagem com grupos funcionais presentes na molécula do fármaco ou que foram introduzidos ou expostos durante a fase I. Na maioria das reações de conjugação formam-se compostos altamente polarizados e hidrossolúveis que são prontamente excretados pelos rins. 81 Reações de Fase II • Grupo Polar (substância endógena) é conjugado com a droga • Resulta no aumento da polaridade da droga • Tipos de Reações – Conjugação glucoronídea É a reação de fase II mais importante, compostos que possuem grupos hidroxílico ou carboxílico conjugam-se facilmente com o ácido glicurônico, que é um derivado da glicose. Exemplos de drogas que sofrem essa reação: clorafenicol, Aspirina, fenace<na, morfina metronidazol 82 9/19/20 41 Reações de Fase II • Conjugação da glicina O reagente endógeno é a glicina Ex: ácido salicílico • Conjugação com glutaXon Essa reação serve para inaXvar substâncias altamente reaXvas, como a quinona e derivados do paracetamol. 83 Reações de Fase II – Conjugação do sulfato Pode provocar a ina9vação de certos compostos como o minoxidil. – AceVlação Os compostos que possuem radicais amínicos e hidrazídicos são conjugados com auxílio da ace9l coenzima – A. Ex: sulfonamidas, isoniazida e a hidralazina. – MeVlação As enzimas e os fenóis podem ser me9lados, como, por exemplo, adrenalina, histamina e ácido nico^nico. 84 9/19/20 42 85 86 9/19/20 43 Reações de fase I e fase II 87 Metabolismo 88 9/19/20 44 Fatores que modificam a biotransformação Dose e frequência da exposição - a dose geralmente altera a via de biotransformação. Certas enzimas possuem elevada afinidade, mas baixa capacidade para biotransformar substâncias exógenas. Espécie – as diferenças interespecíficas na capacidade de biotransformação de substâncias químicassão bem conhecidas. 89 Fatores que modificam a biotransformação • Variabilidade genéFca – a capacidade biotransformadora varia amplamente de um indivíduo para outro em função de diferenças genéXcas. – Ausência de enzimas – resposta exacerbada à droga; – Excesso de enzimas – resistência inata. 90 9/19/20 45 Fatores que modificam a biotransformação • Gênero - para algumas substâncias, existem diferenças entre as respostas farmacológicas em animais machos e fêmeas. – Ex: hexobarbital • Idade - com relação à idade, tanto os animais jovens, quanto os velhos, apresentam menor capacidade de biotransformar xenobió<cos e, consequentemente, são mais suscevveis aos seus efeitos tóxicos. 91 Fatores que modificam a biotransformação • Dieta e estado nutricional - importante para a biotransformação pois pode alterar a a_vidade do Cit P450 (oxidase ou redutase). – As deficiências em vitaminas C, E e do complexo B, reduzem a velocidade de biotransformação. • Estado patológico – muitas patologias podem alterar a capacidade individual de biotransformação de substâncias. Ex: cirrose, icterícia obstru_va, carcinomas e hepa_te, devido a uma redução drás_ca das a_vidades enzimá_cas do igado. 92 9/19/20 46 Influência dos fármacos na a=vidade enzimá=ca 93 Fatores que modificam a biotransformação • Inibição e indução enzimá;ca - o sistema enzimá<co Cit P450 é influenciado por uma série de substâncias, que podem induzir ou inibir a sua a<vidade, alterando a biotransformação de determinados compostos. 94 9/19/20 47 95 Excreção • Os fármacos que penetram no organismo são, posteriormente, excretados através da urina, bile, fezes, ar expirado, leite, suor e outras secreções, sob forma inalterada ou modificada quimicamente. • Basicamente existem três classes de excreção: – eliminação através das secrec ̧ões, tais como a biliar, sudorípara, lacrimal, gástrica, salivar, láctea; – eliminação através das excrec ̧ões, tais como urina, fezes e catarro; – eliminação pelo ar expirado. 96 9/19/20 48 Excreção urinária • Excreção urinária • A capacidade de um órgão realizar uma determinada função está in_mamente relacionada com a sua anatomia, e os rins possuem um elevado desenvolvimento anatômico, voltado para a excreção de substâncias químicas. 97 Excreção urinária • A filtração glomerular é um dos principais processos de eliminação renal e está in9mamente ligado a um outro processo que é a reabsorção tubular. • As substâncias, após serem filtradas pelos glomérulos, podem permanecer no lúmem do túbulo e serem eliminadas, ou então, podem sofrer reabsorção passiva através da membrana tubular. 98 9/19/20 49 Excreção urinária Isto porque nestas condições, as substâncias se ionizarão, tornando- se hidrossolúveis e a urina é, em sua maior parte, formada de água. De modo geral, as substâncias de caráter alcalino são eliminadas na urina ácida e as substâncias ácidas na urina alcalina. 99 Excreção urinária 100 9/19/20 50 101 Excreção Renal 102 9/19/20 51 Excreção Renal 103 Excreção pelas fezes e catarro As substâncias encontradas nas fezes correspondem à fração ingerida e não absorvida ou então ao fármaco que sofreu secreção salivar, biliar ou gástrica. As parXculas que penetram pelo trato pulmonar podem ser eliminadas pela expectoração no trato gastrintes,nal e, se não forem reabsorvidas, serão, também, excretadas pelas fezes. 104 9/19/20 52 Excreção pela bile • Dentre as secreções orgânicas, a mais significa9va para a excreção de xenobió9cos é a biliar. • No `gado parte do fármaco pode ser biotransformado e os metabólitos ou mesmo o produto inalterado podem ser secretados pela bile no intes9no. 105 Recirculação entero-hepá*ca 106 9/19/20 53 Recirculação entero-hepá*ca 107 Excreção pelo ar expirado • Gases e vapores inalados ou produzidos no organismo são parcialmente eliminados pelo ar expirado. • O processo envolvido é a difusão pelas membranas que, para substâncias que não se ligam quimicamente ao sangue, dependerá da solubilidade no sangue e da pressão de vapor. 108 9/19/20 54 Excreção pelo ar expirado 109 Fatores que interferem na velocidade e via de excreção • Via de introdução: a via de introdução interfere na velocidade de absorção, de biotransformação e, também, na excreção; • Afinidade por elementos do sangue e outros tecidos: geralmente o agente tóxico na sua forma livre está disponível à eliminação; • Facilidade de ser biotransformada: com o aumento da polaridade a secreção urinária está facilitada; 110 9/19/20 55 Fatores que interferem na velocidade e via de excreção • Frequência respiratória: em se tratando de excreção pulmonar, uma vez que, aumentando-se a freqüência respiratória, as trocas gasosas ocorrerão mais rapidamente. • Função renal: sendo a via renal a principal via de excreção dos xenobió9cos, qualquer disfunção destes órgãos interferirá na velocidade e proporção de excreção. 111 Tempo de meia- vida • O tempo de meia-vida (t1/2) de um fármaco é o intervalo de tempo no qual sua concentração plasmá<ca se reduz à metade. • A maioria dos medicamentos segue uma ciné<ca de primeira ordem, na qual o tempo de meia-vida independe da concentração inicial. 112 9/19/20 56 Tempo de meia-vida 113 Tempo de meia-vida 114 9/19/20 57 BIBLIOGRAFIA • GOLAN, David E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009 • HANG, H. P. DALE, RITTER E MOORE. – Farmacologia, 5ª ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2004. • Goodman & Gilman: As bases Farmacológicas da TerapêuCca. 12ª ed. LLBruntan; JS Lazo;KL Parker. McGrawl-hill, 2012. • Hilal-Dandan R; Brunton LL. Manual de Farmacologia e TerapêuCca de Goodman & Gilman. 2ª ed. Editora: McGraw-Hill, 2015. • Katzung, B. G.; Masters, S. B.; Trevor, A. J. Farmacologia Básica e Clínica (Lange). 12ª ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013. • Clark, MA, Finkey, R. Farmacologia Ilustrada. 5ª ed. Artmed, 2013. 115 Professor André Vinycius Acompanhe conteúdos nas redes sociais! OBRIGADO PELA ATENÇÃO! @profandrevinycius Professor André Vinycius Farmacologia com Prof. André Vinycius 116
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