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Introdução à Farmacologia

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2 0 2 1 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
FARMACOLOGIA 
AULA 1 e 2 
Farmacocinética 
 CONCEITOS 
• Farmacologia: Ciência que estuda a interação de 
determinada substância química com o sistema 
biológico. 
• Efeito benéfico: Fármaco ou medicamento gera 
cura da doença, função profilática, possibilita ou 
confirma diagnóstico, ou alivia sintomas. 
• Efeito maléfico: Tóxico (veneno). Estudado pela 
toxicologia. 
• Fármaco: Substância química conhecida e de 
estrutura química definida, dotada de propriedade 
farmacológica. Sinônimo de princípio ativo. 
• Medicamento: Produto farmacêutico que contém 
um fármaco ou mais, geralmente em associação com 
adjuvantes farmacocinéticos. 
• Droga: Toda e qualquer substância que gera 
modulações fisiológicas em um organismo vivo, 
podendo gerar efeito benéfico e maléfico. 
• Remédio: Qualquer substância ou procedimento 
que gere benefício ao organismo. 
 
 OBJETIVO TERAPÊUTICO 
• Obter a resposta terapêutica; 
• Minimizar os efeitos adversos; 
• Melhorar a qualidade de vida; 
• Evitar a progressão da doença. 
• Exemplo: Indivíduo com hipertensão que passa a 
tomar anti-hipertensivo. 
→ Desfecho primordial: Redução da 
morbimortalidade cardiovascular. 
→ Desfecho secundário: Redução do nível da 
pressão arterial. 
 
 HISTÓRIA 
Inicialmente, a farmacologia surge com remédios 
à base de ervas e observações, ligada ao misticismo, 
crenças exotéricas e religião. Tal situação é alterada a 
partir da Revolução Científica, no final do século XVII 
com Galileu refutando as ideias de Aristóteles. 
A medicina era eficaz no diagnóstico, devido a 
precisão da observação, no entanto, o tratamento era 
debilitado. Com o surgimento da química começam a 
ser usadas as substâncias em experimentos com 
animais, oriundas de produtos naturais. 
A partir disso, a química orgânica proporciona a 
síntese laboratorial e modificações estruturais, visando 
o melhor efeito dos fármacos. 
No século X, surgem as boticas, responsável pelo 
comércio de substâncias químicas e pelo início do 
desenvolvimento da indústria farmacêutica. Com isso, 
temos o desenvolvimento dos fármacos sintéticos. 
Entre os séculos XVIII e XIX temos o avanço da 
patologia, fisiologia, bioquímica e biologia 
molecular, áreas as quais contribuíram para o 
desenvolvimento da farmacologia. 
 
 
 
 PRODUÇÃO DE UM FÁRMACO 
1. Pesquisa básica de uma substância nova, através da 
síntese, testes e escrutínio. A química estuda esse 
produto através da biofísica molecular, observando 
a interação com possíveis receptores e seus efeitos. 
2. Testes pré-clínicos em animais, normalmente, é 
utilizado dois modelos. Determinam segurança, 
tolerabilidade e mecanismos de ação 
(farmacocinética). 
3. Após liberação pelo órgão federal regulatório 
entramos na fase clínica. 
4. Na fase I temos indivíduos saudáveis e estuda-se a 
segurança e tolerabilidade da substância nova. 
5. Na fase 2 temos indivíduos saudáveis e doentes, em 
grupos pequenos, podendo ser feito ensaio duplo-
cego ou placebo controlado. Nesse momento, 
estuda-se a eficácia. 
6. Na fase 3 temos apenas indivíduos doentes em 
grande quantidade e é iniciado um ensaio clínico 
randomizado, divididos em grupo controle e grupo 
tratado. 
7. Caso seja aprovado, a patente é liberada por tempo 
variável e o produto é utilizado para o tratamento. 
TALIDOMIDA 
A talidomida foi sintetizada na década de 50, na 
Alemanha Ocidental, era um sedativo hipnótico com 
propriedades inflamatórias utilizado para o 
tratamento da insônia. 
Alguns anos depois foi identificado a sua ligação 
com o desenvolvimento de má formações dos 
membros em fetos, passando a ser considerado um 
medicamento teratogênico. 
Tal situação ocorreu mesmo após a realização de 
diversos testes e estudos, os quais são feitos durante 
para a aprovação de um fármaco, realizados antes, 
durante e após a sua produção. 
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8. A fase IV é conhecida como farmacovigilância, 
realizada após a comercialização, com o intuito de 
descobrir os efeitos adversos. 
 
 
 
 
 
TIPOS DE MEDICAMENTO 
• Referência: Medicamentos com novos princípios 
ativos ou que são novidades no tratamento de 
doenças. A eficácia e a segurança são comprovadas 
nos ensaios pré-clínicos e clínicos. 
→ Ex: Aspirina sintetizada no final do século XIX 
pela Bayer. 
• Genérico: Medicamentos que apresentam o mesmo 
princípio ativo que um medicamento de referência. 
Podem ser produzidos após o fim da patente. Na 
embalagem do remédio genérico há uma tarja 
amarela contendo a letra G. Como esse tipo de 
medicamento não tem marca, o consumidor tem 
acesso apenas ao princípio ativo do medicamento. 
Também deve passar por teste para sua produção, 
no entanto, é produzido mais rapidamente e, por 
isso, é mais barato. 
→ Ex: Ácido acetilsalicílico. 
• Similar: São identificados pela marca ou nome 
comercial e possuem o mesmo princípio ativo, na 
mesma forma farmacêutica e via de administração 
dos medicamentos de referência. Pode ter validade, 
veículo ou adjuvantes diferentes. 
→ Ex: AAS. 
 BIOEQUIVALÊNCIA 
• Bioequivalência Farmacêutica (Droga A = Droga 
B): Mesmo princípio ativo, mesma dose e mesma via 
de administração. 
• Bioequivalência Terapêutica (Droga A = Droga 
B): Mesma biodisponibilidade e mesma taxa de 
extensão e absorção. 
 
MARGEM DE SEGURANÇA TERAPÊUTICA 
• É o intervalo de concentração de um fármaco dentro 
do qual existe uma alta probabilidade de conseguir 
a eficácia terapêutica com toxicidade mínima na 
maioria dos pacientes. 
• Ampla margem de segurança: O risco de ter efeito 
tóxico é mínimo, apresentando uma boa janela 
terapêutica. 
• Estreita margem de segurança: 
 
ÍNDICE TERAPÊUTICO 
• É a janela terapêutica de um medicamento. 
• Relação entre a dose tóxica (DT50) e a dose efetiva 
(DE50). 
• Dose mínima eficaz em 50% dos indivíduos até a 
dose mínima tóxica em 50% dos indivíduos. 
 
𝑰𝑻 = 
𝑫𝑻𝟓𝟎
𝑫𝑬𝟓𝟎
 
 
 
 
• Variação na absorção oral de 4 formulações de 
digoxina: Mesma substância com 4 formulações 
diferentes. 
 
→ Digoxina: Digitálico utilizada no tratamento de 
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). É um 
medicamento com janela terapêutica estreita, 
podendo causar efeito tóxico dependendo da sua 
formulação. 
→ Gráfico: Formulação azul e laranja apresentam 
efeito subterapêutico, a formulação vermelha 
LEPTINA 
A leptina é um hormônio que regula a saciedade, 
diminuindo o apetite. Inicialmente, foi um 
medicamento utilizado para o emagrecimento. 
Foram feitos teste em camundongos obesos e 
funcionou, porém, nos humanos obesos já se tem 
esse hormônio aumentado. Dessa forma, não foi 
efetivo nos humanos. 
 
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apresenta efeito terapêutico efetivo e a 
formulação preta apresenta efeito terapêutico 
tóxico. As linhas tracejadas indicam o período da 
janela terapêutica. 
 FARMACOLOGIA GERAL 
FARMACOCINÉTICA 
• Determinar a posologia (dose, intervalo, duração do 
tratamento); 
• Escolher a via de administração; 
• Atingir concentrações plasmáticas efetiva no sítio de 
ação. 
 
FARMACODINÂMICA 
• Interação do fármaco com sítios alvos (receptores). 
 
 ABSORÇÃO 
• Caminho do medicamento desde o local em que ele 
é administrado até a corrente sanguínea. 
→ Na via intravenosa não há processo de 
absorção, pois o fármaco é liberadodiretamente 
na sangue. 
• Para alcançar o local de ação é necessário atravessar 
barreiras biológicas: 
→ Epitélio gastrintestinal; 
→ Endotélio vascular; 
→ Membranas plasmáticas. 
 
MODALIDADES DE ABSORÇÃO 
• Processo passivo: 
→ Difusão simples ou passiva: A favor do 
gradiente de concentração, sem gasto 
energético. 
▪ Medicamentos pequenos e lipossolúveis. 
→ Filtração: Por exemplo, a filtração glomerular 
renal, na qual por diferença de concentração de 
íons o fármaco consegue atravessar os capilares. 
• Processo ativo: 
→ Difusão facilitada ou por poros: Fármacos 
pequenos e hidrossolúveis conseguem passar 
por aquaporinas juntamente com moléculas de 
água. 
→ Transporte ativo: Fármacos maiores que 
necessitam de carreadores e vão contra o 
gradiente de concentração, necessitando de 
gasto energético para conseguir prosseguir. 
→ Fagocitose (vesicular): Substâncias sólidas são 
englobadas pela membrana e trazidas para o 
interior da célula. 
→ Pinocitose (vesicular): Substâncias líquidas são 
englobadas pela membrana e trazidas para o 
interior da célula. 
→ Exocitose: O vacúolo contido no interior da 
célula se funde a membrana e é liberada a 
substância. 
PROPRIEDADE DA MEMBRANA PLASMÁTICA 
• Bicamada lipídica: Favorece a entrada de 
substâncias lipossolúveis. 
• Fluidez: Possibilidade de um transporte entre as 
células, no qual as moléculas se movem 
lateralmente. 
• Proteínas: Possuem diferentes funções, servindo 
tanto como alvo para ação de drogas, quanto como 
passagem para a entrada delas na célula. 
• Seletiva: Relativamente impermeável às moléculas 
polares (hidrossolúveis). 
 
 
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FATORES QUE INFLUENCIAM NA ABSORÇÃO 
• Lipossolubilidade: Solubilidade na bicamada 
lipídica, permitindo a travessia por difusão simples. 
→ ↑ absorção. 
• Hidrossolubilidade: Absorção por transportadores 
específicos ou canais e poros. 
→ ↓ absorção. 
• Estabilidade química: Substâncias altamente 
reativas podem interagir com proteínas da 
membrana impedindo a difusão, reduzindo a 
absorção. 
→ Estabilidade: ↑ absorção. 
→ Instabilidade: ↓ absorção. 
• Carga elétrica: Polaridade, ionização, pH do meio. 
→ Apolar: ↑ absorção. 
→ Polar: ↓ absorção. 
• Forma farmacêutica: Comprimidos, cápsulas, 
soluções. 
• Velocidade de dissolução: Forma farmacêutica e 
alimentação são exemplos de fatores que podem 
influenciar na velocidade. Por exemplo, caso o 
indivíduo tenha uma dieta baseada em gordura, um 
medicamento lipossolúvel será dissolvido mais 
rapidamente. Além disso, o tempo de esvaziamento 
gástrico também pode interferir. 
• Concentração no local de absorção: Depende do 
pK, pH do meio e do coeficiente de partição gordura 
e água. 
• Peso molecular: Tamanho, volume da molécula. 
 
POLARIDADE MOLECULAR 
• pKa (constante de dissociação ácida): Valor de pH 
específico para cada substância no qual 50% estarão 
na forma ionizada e os outros 50% na forma não 
ionizada. 
• Uma droga formada por um ácido fraco em pH de 
meio ácido tem ionização reduzida e absorção 
aumentada. 
• Uma droga formada por uma base fraca em pH de 
meio ácido tem ionização aumentada e absorção 
reduzida. 
• Exemplo: Substância deve atuar no estômago, 
então ela não deve ter característica básica, pois ela 
será má absorvida. 
• A extensão da área de absorção também 
influenciará no processo de absorção juntamente 
com o pH. Por exemplo, o intestino é 
majoritariamente básico, porém ele irá absorver em 
maior quantidade uma droga ácida quando 
comparado ao estômago. Isso ocorre, pois, a área 
absortiva intestinal é muito maior do que a área 
gástrica, ocorrendo uma compensação. 
• O pH também interfere na escolha da via de 
administração do fármaco, já que, por exemplo, 
uma droga básica não será bem absorvida em pH 
ácido. Logo, não deverá ser administrada por via oral 
devido ao pH ácido do estômago. 
• A polaridade tem grande importância na 
solubilidade e na absorção. 
• Fármacos apolares, lipossolúveis, sem carga, não 
ionizados são absorvidos por difusão passiva ou 
simples. 
• Quando o fármaco apresenta grupamentos polares 
(-OH, -NO2, -COOH), formando um dipolo elétrico 
temos uma molécula polar, sendo a absorção 
reduzida. 
 
NÍVEL NORMAL DE pH 
COMPARTIMENTO pH 
Sangue 7.2 – 7.6 
Cólon 7.0 – 7.5 
Saco conjuntival 7.3 – 8.0 
Duodeno 4.8 – 8.2 
Jejuno e Íleo 7.5 – 8.0 
Leite materno 6.5 – 6.7 
Boca 6.2 – 7.2 
Estômago 1.0 – 3.0 
Suor 4.3 – 4.7 
Uretra 5.0 – 7.0 
Vagina 3.4 – 4.2 
 
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 FORMAS FARMACÊUTICAS 
• São preparações constituídas por um ou mais 
fármacos, associados a substâncias auxiliares de 
formulação, denominadas adjuvantes. 
• Líquidas: Suspensão, solução. 
• Sólidas: Comprimidos, cápsula, cápsula gelatinosa, 
drágea. 
• Semissólidas: Creme, pomada, gel. 
• Gasosas: Aerossol, nebulização. 
 
 
 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
FATORES DE INTERFERÊNCIA PARA ESCOLHA 
• Tempo necessário para início do tratamento; 
→ Emergência: Via parenteral, intravenosa. 
→ Ambulatorial: Via oral. 
• Idade do paciente; 
→ Idosos apresentam perda de fração de 
tegumento da pele, tecido muscular e tem 
alterações na capacidade absortiva da pele, que 
podem interferir na ação de um fármaco 
semissólido para via cutânea, por exemplo. 
• Conveniência; 
→ Via oral é mais conveniente do que uma via 
venosa intermitente, na qual eu preciso manter o 
acesso. 
• Obediência do paciente a terapia; 
• Duração do tratamento; 
• Efeito local ou sistêmico da droga. 
CARACTERÍSTICAS DOS LOCAIS DE ABSORÇÃO 
MUCOSA BUCAL 
• Circulação venosa desemboca na veia jugular, fugindo do metabolismo hepático; 
• Evita inativação pelo suco gástrico; 
• Absorção rápida especialmente sublingual. 
MUCOSA GÁSTRICA 
• Velocidade de esvaziamento é um importante parâmetro para absorção; 
• Água, pequenas moléculas, não eletrólitos, lipossolúveis e drogas ácidas sofrem difusão 
passiva; 
• Facilita a absorção de ácidos fracos. 
MUCOSA INTESTINO 
DELGADO 
• Principal e mais extensa superfície de absorção do trato gastrointestinal; 
• pH varia nas regiões (duodeno entre 4 e 5); 
• Maioria das drogas tem absorção intestinal por difusão passiva. 
MUCOSA RETAL 
• Absorção de drogas não absorvidas no intestino, cólon; 
• Indicada se a via oral não o for; 
• Pacientes inconscientes; 
• Pacientes com êmese, vai direto a veia cava. 
MUCOSA NASAL 
• Não usada habitualmente; 
• Não tem fácil absorção; 
• Efeito mais local; 
• Cocaína e heroína. 
ALVÉOLOS 
PULMONARES 
• Epitélio pavimentoso simples forma delgada barreira entre o ar alveolar e o espaço 
intersticial; 
• Rica vascularização capilar; 
• Gases e vapores líquidos são prontamente absorvidos. 
PELE • Medicamentos com efeito local. 
REGIÕES 
SUBCUTÂNEAS E 
INTRAMUSCULAR 
• Absorção efetuada pelos capilares sanguíneos 
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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
ENTERAIS 
Entram em contato com 
o sistema digestivo 
Oral 
Sublingual 
Retal 
PARENTERAIS DIRETAS 
Não entram em contato 
com o sistema digestivo 
e tem efração de 
tegumento 
Endovenosa 
Instramuscular 
Subcutânea 
Intra-articular 
Intraperitonial 
Intratecal ou 
subaracnóide 
Peridural ou epidural 
PARERENTERAIS 
INDIRETAS 
Não entram em contato 
com o sistema digestivo 
e não tem efração de 
tegumento 
Tópica 
Inalatória 
Intranasal 
Intravaginal 
Oftálmica 
 
VIAS ENTERAIS 
• Entram em contato com o sistema digestivo, 
podendo ser tanto por via oral quanto por via anal. 
• Via Oral: É a modalidade mais conveniente, utilizada 
nos testes de bioequivalência.Pode ser de uso 
interno ou enteral. 
→ Efeito: Exerce efeito local no TGI ou é absorvido 
pela mucosa gastrintestinal e ter efeito 
sistêmico. 
→ Alvos: Boca (mucosa bucal e sublingual), 
intestino delgado, reto e em menor extensão 
estômago e intestino grosso. 
→ Formas farmacêuticas: Comprimidos, cápsulas, 
drágeas, soluções, suspensão, emulsão, elixir e 
xaropes. 
→ Vantagens: Fácil administração, indolor, menor 
custo e segura, possuindo fácil reversão na 
intoxicação aguda. 
→ Desvantagens: 
▪ Absorção lenta; 
▪ Absorção limitada pelas características físico-
químicas do fármaco (hidrossolubilidade), 
êmese, inativação por enzimas digestivas ou 
pH do ácido gástrico e irregularidades na 
absorção (interação com alimentos) ou na 
propulsão (diarreia). 
▪ Cooperação do paciente (impraticável em 
pacientes em coma ou êmese). 
▪ Pode sofrer metabolismo hepático de 1ª 
passagem reduzindo a sua 
biodisponibilidade. 
→ Fatores que afetam biodisponibilidade: Tempo 
de desintegração, velocidade de dissolução, pH 
do meio, esvaziamento gástrico, área de 
superfície, tempo de trânsito intestinal e 
interação com alimentos. 
 
 
• Via Sublingual: Absorção e início de ação rápidos, 
pois abaixo da língua temos uma drenagem venosa, 
que drena direto para a veia cava superior. Dessa 
forma, ela não passa pelo metabolismo hepático de 
primeira passagem. 
→ Recomendada como via alternativa para drogas 
que possuem baixa biodisponibilidade na via 
oral. 
 
BIODISPONIBILIDADE 
A biodisponibilidade é o primeiro de muitos 
fatores que determinam a relação entre a dose e a 
intensidade de ação. 
É o quanto da substância está disponível após a 
absorção, o quanto chega ao compartimento central 
de ação. 
Ela é influenciada por diferentes fatores, como: 
• Propriedades físico-química; 
• Formas farmacêuticas; 
• Super ou submedicados; 
• Desintegração e dissolução; 
• Dose; 
• Via de administração. 
A única via que temos certeza de que apresenta 
100% de biodisponibilidade é a via intravenosa. 
 
 
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• Via Retal: 
→ Efeito: Ação local ou sistêmica. Importante 
lembrar que 50% da drenagem hemorroidária 
caminham para veia porta, os outro 50% chegam 
direto na veia cara inferior. Sendo assim, apenas 
metade sofrerá metabolismo hepático de 1ª 
passagem, tendo esse efeito reduzido quando 
comparado com a via oral. 
→ Recomendada como via alternativa para 
pacientes comatosos, em êmese e crianças. 
 
VIAS PARENTERAIS DIRETAS 
• Não entram em contato com o sistema digestivo e 
tem efração do tegumento. 
• Intravenosa ou Endovenosa: Utilizada em infusões 
contínuas, dose única ou em boulos. Preferência em 
casos de urgência. 
→ Vantagens: Efeito imediato com 
biodisponibilidade de 100%. Além disso, 
possibilita a administração de grandes volumes e 
de substâncias irritantes para outras vias. 
→ Desvantagens: Necessidade de material estéril e 
profissional capacitado, incômoda para o 
paciente e possui menor segurança. É imprópria 
para substâncias insolúveis e oleosas 
(suspensões). Além disso, possui risco de flebite 
(trombose venosa superficial), infecção e 
trombose. 
• Instramuscular: A agulha deve se encontrar no 
músculo e podem ser aplicadas até 10 ml da 
substância. 
→ Absorção: Depende do fluxo sanguíneo local, 
por exemplo, o músculo deltoide tem maior 
absorção que o glúteo, por isso ele é preferência 
para aplicação. Se há calor, massagem, exercícios 
temos aumento dela, no entanto, compressas 
frias reduzem a absorção. Além disso, o tipo de 
preparação também interfere na absorção, 
soluções aquosas são rapidamente absorvidas 
em coração a suspensões. 
→ Vantagens: Início mais rápido que a oral, 
possibilita a administração em pacientes 
incapacitados de deglutir, com êmese e diarréia. 
Além disso, é mais segura que a intravenosa e 
não sofre efeito de primeira passagem. 
→ Desvantagens: Pode apresentar efeitos adversos 
como dor, desconforto, hematoma e lesão 
muscular, impossibilita a administração de 
substâncias irritantes, com pH fora da 
neutralidade ou na osmolaridade. 
• Subcutânea: Para aplicação a agulha deve se 
encontrar abaixo da pele. Um exemplo comumente 
aplicado por essa via é a insulina subcutânea. 
→ Absorção: Lenta, mas constante, provocando 
efeito duradouro. 
→ Devem ser aplicadas substâncias não irritante, 
com pequeno volume (até 2 ml). 
→ Pode apresentar efeitos adversos como dor, 
abcesso, fibrose e infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM 
Uma vez administrado o fármaco, antes de 
chegar à circulação sistêmica, ele é drenado do trato 
gastrintestinal pela veia porta até o fígado. 
Ao entra no organismo por via oral, o fármaco 
apresentará 100% de biodisponibilidade, ao 
chegar no intestino delgado, enzimas presentes nos 
enterócitos fazem o metabolismo ocorrendo perda 
da substância original. 
Em seguida, ele pode chegar ao fígado, onde 
também são metabolizados por enzimas presentes 
nos hepatócitos, promovendo mais diminuição do 
percentual de biodisponibilidade daquele 
fármaco. Por fim, ele é liberado em direção a veia 
cava e chega ao coração, sendo assim distribuído 
pelo organismo. 
 
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VIAS PARENTERAIS DIRETAS ESPECIAIS 
VIAS FORMAS FARMACÊUTICAS 
INTRA-ARTERIAL Utilizada para exames diagnósticos 
INTRA-CARDÍACA Reanimação cardiovascular 
INTRAPERITONEAL Não utilizada clinicamente 
INTRATECAL 
administração no liquor 
Técnica especializada - Anestesiologistas 
PERIDURAL Técnica especializada - Anestesiologistas 
 
RESUMO DAS VIAS COMUNS DE ADMINISTAÇÃO 
VIA PADRÃO DE ABSORÇÃO UTILIDADE ESPECIAL LIMITAÇÕES E PRECAUÇÕES 
ORAL 
• Variável, depende de 
muitos fatores. 
• Mais conveniente; 
• Econômica; 
• Geralmente mais segura. 
• Depende da adesão do 
paciente; 
• Biodisponibilidade pode ser 
errática e parcial. 
INTRAVENOSA 
• Absorção é evitada; 
• Efeitos podem ser 
imediatos; 
• Adequada para grandes 
volumes, substâncias 
irritantes e misturas 
completas, desde que 
diluídas. 
• Valiosa para uso em 
emergências; 
• Permite a titulação da 
dose; 
• Necessária para 
proteínas de alto peso 
molecular e fármacos 
peptídicos. 
• Aumenta o risco de efeitos 
adversos; 
• Soluções precisam ser injetadas 
lentamente 
• Inadequada para soluções 
oleosas. 
INTRAMUSCULAR 
• Imediata, no caso de 
soluções aquosas; 
• Lenta e prolongada, no 
caso das preparações de 
depósito. 
• Adequada para volumes 
moderados; 
• Veículos oleosos e 
algumas substâncias 
irritantes; 
• Adequada para a 
autoadministração. 
• Contraindicada durante o 
tratamento anticoagulante; 
• Pode interferir com a 
interpretação de alguns exames 
diagnósticos (ex: 
creatinocinase). 
SUBCUTÂNEA 
• Imediata, no caso de 
soluções aquosas; 
• Lenta e prolongada, no 
caso das preparações de 
depósito. 
• Adequada para 
algumas suspensões 
pouco solúveis e para 
instilação de implante 
de liberação lenta. 
• Inadequada para grandes 
volumes; 
• As substâncias irritantes podem 
causar dor e necrose. 
 
 
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VIAS PARENTERAIS INDIRETAS 
• Não entram em contato com o sistema digestivo e 
não tem efração do tegumento. 
• Via Inalatória: Utilizada por formas farmacêuticas 
em gases (anestésicos gerais) e aerossol 
(broncodilatadores e glicocorticóides). 
→ Efeito: Local ou sistêmico. 
→ Absorção: O tamanho da partícula interfere na 
absorção, preferencialmente, elas devem ser 
pequenas. O epitélio alveolar é amplamente 
irrigado, por isso, os efeitos são quase imediatos, 
apresentando uma absorção rápida. Além disso, 
não sofremetabolização hepática de primeira 
passagem. 
→ Vantagens: Administração localizada de 
pequenas doses com ação rápida, resultando em 
baixa ocorrência de efeitos adversos sistêmicos. 
A sua eficácia terapêutica é boa, mas depende do 
tamanho das partículas. Utilizados nebulizados e 
inaladores. 
• Via tópicas e transdérmicas: 
→ Efeito: Local ou sistêmico. 
→ Alvos: Superfície da pele, estrato córneo, 
epiderme, derme e anexos (unhas, glândulas 
sudoríparas). 
→ Formas farmacêutica: Diversas. 
→ Vantagens: Rede vascular eficiente permite as 
drogas atravessarem estrato córneo e epiderme. 
→ Absorção: Rápida. 
 
 
 
• Via Transdérmica: Necessita de dispositivos 
adequados, multifásicos na forma de adesivos. Há 
um controle da taxa de liberação na pele. 
→ Efeito: Sistêmico. 
→ Vantagens: Evita-se inconveniente da via 
intravenosa, elimina o risco de perda de 
biodisponibilidade, drogas com índices 
terapêutico estreitos ou meias-vidas curtos 
(efeito prolongado com dose menor), redução de 
efeitos colaterais e frequência, término rápido. 
→ Absorção: Depende da lipossolubilidade e 
integridade da derme. 
 
APLICAÇÕES TÓPICAS 
VIAS FORMAS FARMACÊUTICAS 
CONJUNTIVA 
Córnea é uma 
barreira biológica 
Gotas oculares ou pomadas 
INTRANASAL Gotas nasais ou aerossóis 
INTRAVAGINAL 
Óvulos vaginais, cremes e 
pomadas 
OUVIDO 
EXTERNO 
Gotas auriculares, cremes e 
pomadas 
 
 DISTRIBUIÇÃO 
• Ocorre após o processo de absorção ou não. 
• É o conjunto de processos os quais o fármaco é 
transferido da circulação sistêmica para os diversos 
tecidos. 
• Chegam numa forma ligada a proteínas (conjugada) 
ou forma livre. 
→ Somente na forma livre ele pode chegar ao sítio 
alvo, reservatórios, sofrer biotransformação no 
fígado e excretado. 
→ Sempre haverá equilíbrio entre a forma livre e a 
forma conjugada. 
 
 
 
• Tecidos sensíveis: Aqueles onde ocorre o efeito do 
fármaco. 
• Tecidos ativos: São biotransformadores, onde 
ocorre metabolização. 
• Tecidos hemoptoicos: Responsáveis pela excreção 
do fármaco e seus metabólitos. 
• Tecidos indiferentes: Servem de reservatório 
temporário. 
 
 
 
PELE COMO BARREIRA 
Quando temos efração de tegumento da pele, 
como uma queimadura, a barreira da pele é perdida, 
o que permite a entrada das substâncias e sejam 
distribuídas de maneira sistêmica. 
Substâncias muito lipossolúveis 
(organofosforados) podem ser absorvidas mesmo 
com a pele integra, como exemplo delas temos os 
pesticidas. 
Com isso, pomada tópicas apresentam uma 
absorção imprevisível, variando sua permeabilidade 
devido a presença ou ausência da pele como 
barreira. 
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FATORES QUE INTERFEREM NA DISTRIBUIÇÃO 
• Diferenças das propriedades físico-químicas: 
Lipossolubilidade e grau de ionização. 
→ Fármaco lipossolúvel, de baixo peso molecular, 
apolar, não ionizado, sofre difusão facilitada. 
Possui distribuição favorável, dependente do 
gradiente de concentração. 
→ Fármaco hidrossolúvel, de alto peso molecular, 
apolar, ionizado, depende dos transportes de 
membrana. 
• Fluxo sanguíneo dos tecidos: Quanto mais 
vascularizado for o tecido, mais rápido ele receberá 
o fármaco. 
→ No caso de fármaco hidrossolúvel, de alto peso 
molecular, apolar, ionizado, o fluxo sanguíneo 
não será fator primordial para afetar a 
distribuição e sim os transportes de membrana. 
• Permeabilidade do endotélio capilar: Propriedade 
que permite a troca seletiva de substâncias. 
→ Moléculas lipossolúveis pequenas, como o gás 
carbônico e o oxigênio, deslocam-se livremente 
por difusão. 
→ Moléculas hidrossolúveis não passam através da 
paredes do endotélio e dependem de poros, os 
quais são áreas estreitas, limitando o movimento 
de moléculas grandes. 
• Ligação a proteínas plasmáticas: Tal fator reduz a 
distribuição, metabolismo e excreção, servindo 
como reservatório. 
→ Ligação promíscua, havendo competição. 
→ Caso tenhamos uma fração livre aumentada, que 
não era indicativo com aquela terapêutica, pois 
houve uma interação com a proteína plasmática, 
pode-se desenvolver um efeito tóxico. 
→ Albumina: Maior parte das drogas ácidas. 
→ α1-glicoproteína ácida: Maior parte das drogas 
básicas. 
→ Fármaco livre (não ligado): Constitui a fração 
farmacologicamente ativa. 
 
 
 
 
 
• Ligação tecidual: Pode gerar uma acumulação em 
concentrações mais elevadas nos tecidos que no 
sangue ou líquido extracelular. 
→ Mantém o efeito prolongado do medicamento 
até ser completamente eliminado. 
→ Podem funcionar como depósitos capazes de 
estabelecer equilíbrio da parte livre da droga. 
→ Tecido adiposo: Fármacos lipossolúveis são 
armazenados por solubilização na gordura. 
▪ Ex: 70% do barbitúrico tiopental altamente 
lipossolúvel pode estar presente na gordura 
corporal em até 3 horas após administração. 
 
CINÉTICA DE UM COMPARTIMENTO 
• Quantificar a distribuição em um organismo como 
um todo é difícil. 
• É possível quantificar a distribuição em fluídos 
biológicos como sangue, plasma, por exemplo. 
• Considerando todo organismo como um 
compartimento, temos que o volume distribuído 
é igual a diferença entre a dose administrada e o 
volume eliminado. 
 
 
• A concentração plasmática do fármaco vai 
diminuindo com o passar do tempo de forma linear, 
até chegar um ponto de concentração mínima e o 
efeito ser extinguido. 
 
ALTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS DEVIDO 
A FALÊNCIA HEPÁTICA 
• Falência hepática: ↓ Albumina e ↑ Fração do 
fármaco livre. 
• ↓ Albumina plasmática → ↓ Pressão osmótica → 
↑ Fluído tecidual → ↑ Volume de distribuição de 
fármacos hidrossolúveis (gentamicina, 
metotrexate). 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
• Fármaco A sozinho: Uma porção dele fica ligada 
e uma porção pequena fica livre até atingir o 
estado de equilibro. 
• Fármaco A e fármaco B: Caso o fármaco B tenha 
afinidade pela mesma proteína plasmática que o 
fármaco A, o A passa a ter uma porção livre 
maior. Tal situação tem maior risco de efeitos 
adversos ou inesperados. 
 
 
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• Exemplo: É administrada uma dose de 75ml de um 
fármaco. Após 1 hora é medido a eliminação dele e 
encontra-se o valor de 25ml, isso significa que 50ml 
desse fármaco foi distribuído. 
• Com isso, saberemos se o fármaco se distribui muito 
ou pouco entre os tecidos. 
• Volume distribuição: Volume fictício, uma variável 
matemática, que vai prever, a partir de uma dose 
administrada, o quanto foi distribuído depois de um 
intervalo de tempo. A sua unidade é dada em L/min 
ou L/hora. 
→ Valor grande: Indica que o fármaco se distribui 
muito entre os tecidos. 
→ Valor pequeno: Indica que o fármaco se distribui 
pouco entre os tecidos, ficando concentrado no 
sangue. 
→ Exemplo: O Diazepam tem volume de 
distribuição de 140 L/hora, indicando que ele se 
distribui muito entre os tecidos. 
 
CINÉTICA DE DOIS COMPARTIMENTOS 
• O organismo é dividido em compartimento central e 
compartimento periférico. 
→ Compartimento central: Corresponde ao 
sangue e órgãos melhor perfundidos, como 
cérebro, pulmão, rins e fígado. 
→ Compartimento periférico: Recebem mais 
lentamente o medicamento administrado. 
Tecidos com menor perfusão, como tecido 
adiposo, músculo esquelético e pele. 
• Caso a substância possua baixo volume de 
distribuição, se mantendo no volume central, mais 
rápido ela é eliminada. 
 
 
 
• A concentração plasmática do fármaco vai 
diminuindo com o passar do tempo. Sempre haverá 
um equilíbrio entre o valor que tem no 
compartimento central e no compartimento 
periférico. 
 
 
→ Fase α ou meia-vida de distribuição: O tempo 
que leva para que haja a distribuição e ocorra o 
pseudo-equilíbriode distribuição. Ou seja, 
intervalo de tempo para que todos os tecidos 
tenham alguma quantidade do fármaco. 
→ Fase β ou meia-vida de eliminação: Mais lenta, 
pois depende das enzimas, dos processos de 
biotransformação e dos transportadores para 
eliminação, seja pela via renal, bile ou fezes. 
→ Os processo de absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção, após um período, 
vão estabelecer um equilíbrio químico 
dinâmico, entre a concentração do sangue com 
os tecidos. 
→ Quando atingir esse equilíbrio, sabemos que 
existe quantidade suficiente do princípio ativo no 
sítio-alvo e no organismo, para manter essa 
concentração no sítio-alvo por um intervalo de 
tempo, e que após dele devemos repor. 
 
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO 
• Nível plasmático desejado do fármaco. 
• Volume de distribuição (Vd): Relaciona a 
concentração plasmática (ou no fluido que for 
medido) com a quantidade de fármaco presente no 
organismo (dose). 
→ Vd pequeno: A captação pelos tecidos é limitada. 
Mais presente no sangue, mais rapidamente ele 
chega aos órgãos metabolizadores e é 
metabolizado e menos tempo ele fica no 
organismo, tendo tempo de efeito reduzido. 
→ Vd grande: Indica uma ampla distribuição para 
os tecidos. Menos presente no sangue, mais 
lentamente ele é eliminado e mais tempo ele fica 
no organismo, tendo tempo de efeito elevado. 
 
𝑉𝑑 = 
𝐷𝑂𝑆𝐸 𝐴𝐷𝑀𝐼𝑁𝐼𝑆𝑇𝑅𝐴𝐷𝐴
𝐶𝑂𝑁𝐶𝐸𝑁𝑇𝑅𝐴ÇÃ𝑂 𝑃𝐿𝐴𝑆𝑀Á𝑇𝐼𝐶𝐴
 
 
REDISTRIBUIÇÃO 
• Fim de um efeito de determinada substância, sem 
levar em consideração a biotransformação e a 
eliminação. 
• Exemplo: Administração de tiopental IV, é um 
fármaco lipossolúvel, barbitúrico, hipnótico, 
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sedativo, utilizado antes do benzodiazepínico. Em 
uma administração IV, os efeitos dele são 
identificados 1 minuto após a administração, pois o 
cérebro é muito irrigado, ele é lipossolúvel e não 
sofreu absorção. No cérebro (compartimento 
central) ele não se liga a moléculas do SNC, 
chegando rápido e saindo rápido, efeito conhecido 
como redistribuição. Tal efeito serve como 
parâmetro para identificar o fim do efeito, porque 
ele sai do local. 
 
 
→ Inicialmente, com a administração de uma dose 
de tiopental IV o plasma apresenta 100% da dose 
e vai diminuindo conforme a distribuição. O 
cérebro, tecido mais vascularizado, recebe o 
fármaco primeiro, enquanto tecidos menos 
vascularizados recebem depois. Da mesma forma 
que chega rápido ao cérebro, ele sai rápido, 
sendo armazenado no tecido adiposo, onde, 
posteriormente, podemos ver o aumento de sua 
dose. 
 
 
 
 
FATORES ESPECIAIS DE INFERÊNCIA 
• O cérebro apresenta barreiras biológicas para 
impedir a entrada de substâncias estranhas, que 
possam interferir na homeostase da região. 
→ Barreira hematoencefálica: Formada por 
junções oclusivas (zonas de oclusão) das células 
do endotélio capilar com as células glias 
pericapilares, associadas a bombas de efluxo 
(glicoproteína P). 
• Barreira placentária: Apresenta bomba de efluxo, 
mas não restringe tanto a passagem como a barreira 
hematoencefálica. 
→ Velocidade pequena de transferência; 
→ Difusão passiva; 
→ Difusão facilitada de fármacos - pH do feto é 
ligeiramente mais ácido que o da mãe. 
→ Drogas que atravessam: Lipossolúveis, apolares 
e baixo peso molecular. 
▪ Ex: Hipnóticos, A.G., álcool, morfina e heroína. 
→ Toxicidade sobre o feto: 
▪ Talidomida: Membros deformados 
(teratogenia); 
▪ Anticoagulante: Hemorragia fetal e neonatal; 
▪ Tetraciclinas: Dentição anormal; 
▪ Sulfonamidas: Icterícia neonatal. 
 
 METABOLISMO OU BIOTRANSFORMAÇÃO 
• Preparar o princípio ativo para que ele seja 
eliminado. 
→ Modificações enzimáticas; 
→ Tornar a molécula do princípio ativo, inativa e 
facilmente excretada. 
• Gerar metabólitos não deletérios ao organismo para 
que sejam eliminados. 
• Xenobióticos: Substâncias estranhas a vida. 
• Faz parte dos programas de avaliação clínica e pré-
clínica de novos fármacos (OMS). 
• Conhecimento farmacocinético relevante ao uso 
adequado e seguro. 
• Otimização farmacocinética: 
→ Redução do número de metabólitos ativos; 
→ Cinética mais previsível; 
→ Redução de variabilidade individual; 
→ Depuração metabólica da lugar a depuração 
renal. 
• Exemplo: 
→ Imidazólicos: Modo de ação seletivo contra a 
biossíntese do ergosterol, causa a lise do fungo. 
No entanto, sofrem extenso metabolismo de 
primeira passagem. 
→ Bis-triazólico: Resultantes da alteração da 
estrutura química dos imidazólicos, reduzindo a 
perda de biodisponibilidade e mantendo a 
eficácia. 
• Exemplo: 
→ β-bloqueadores: O propranolol foi o primeiro a 
ser produzido e comercializado, a partir dele 
surgiram variações com diferenças estruturais e 
novas propriedades. Por exemplo, o metoprolol 
apresenta extenso metabolismo e foi adicionado 
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um ciclopropano, passando a ser chamado de 
betaxolol, e diminuindo esse metabolismo. 
 
PROCESSO DO METABOLISMO 
• Fármacos lipossolúveis: Passam facilmente através 
de membranas celular, mas tem dificuldade de 
serem eliminados por depuração renal, pois a base 
da urina é aquosa. Com isso, a biotransformação o 
transforma em metabólitos hidrossolúveis, 
facilitando sua eliminação. 
• Fase I: Tem como objetivo transformar a substância, 
criando ou expondo grupamentos. 
→ Enzimas presentes no retículo endoplasmático, 
principalmente o grupo do citocromo P450. 
→ Reações oxidativas: Codeína, ibuprofeno. 
→ Reações de hidrólise: Anestésicos como 
lidocaína e procainamida. 
→ Reações de redução: Cloranfenicol e 
nitroglicerina. 
• Fase II: É a fase de conjugação, ligando com 
estruturas químicas hidrossolúveis. 
→ Enzimas presentes no citosol. 
→ Glicuronidação, sulfatação, N-acetilação, 
metilação ou conjugação com glutationa. 
 
 
 
• No entanto, alguns processos metabólicos resultam 
podem gerar metabólitos ativos, com atividade 
igual, menor ou maior que a droga ativa, podendo 
causar efeitos adversos. 
• Também pode ocorrer de utilizar um pró-fármaco 
(droga inativa) e após o processo de metabolização 
ela se tornar um metabólito ativo. 
→ Ex: Enalapril é um pró-fármaco pertencente a 
classe dos inibidores de enzima conversores de 
angiotensina, análogo ao captopril (trata 
hipertensão arterial). Ele é administrado, sofre 
metabolização e gera o enalaprilato, que é a 
molécula ativa responsável pelo efeito 
farmacológico. 
→ Tal mecanismo é utilizado em substâncias que 
possuem grande perda de biodisponibilidade por 
via oral. 
• Os enterócitos também possuem grupos 
enzimáticos capazes de metabolizar os fármacos e 
excretá-los. 
• Em seguida, os fármacos não eliminados serão 
encaminhados para os hepatócitos através de 
transportadores SLC. 
• Nos hepatócitos é onde encontramos o maior 
número de grupamentos enzimáticos e é o local 
principal para a ocorrência do metabolismo. 
→ Pode ocorrer o metabolismo de primeira 
passagem ou o fármaco pode ser reabsorvido 
do sangue. 
→ A eliminação do fármaco pelo fígado é feita por 
meio da bile. 
• Circulação entero-hepática: A drenagem do lúmen 
intestinal desemboca na veia porta, podendo assim, 
fazer com que o fármaco que já tenha passado pelo 
fígado e tenha sido eliminado com a bile no 
intestino, seja reabsorvido pelos enterócitos, entre 
na corrente sanguínea e chegue ao fígado 
novamente. 
→ Ex: O ezetimiba é um fármaco usado para 
tratamento da obesidade, que age impedindo a 
absorção de colesterol ou fitoesteróis. Ele atua 
nos transportadores de colesteróis nos 
enterócitos. Constantemente é eliminado e 
reabsorvido pelo fígado, seu efeito perdura por 
mais tempo, mesmo com seus metabólitos, pois 
eles também agem nos transportadores.TRANSPORTADORES 
• ATP-binding cassete (ABC): Costumam ser bombas 
de efluxo, apenas simporte. 
→ Ex: Glicoproteína P presente na barreira 
hematoencefálica do SNC e na barreira 
placentária. 
• Solute carrier (SLC): Costumam ser transportadores 
do tipo antiporte. 
→ Ex: Transportadores catiônicos e aniônicos nos 
rins, no fígado. 
→ Ex: Recaptadores de serotonina, dopamina e 
noradrenalina no SNC. 
 
CITOCROMO P450 (CYP) 
• Grupo enzimático principal para realização da fase I 
do metabolismo. Ele se encontra ancorado no 
retículo endoplasmático. 
→ Possui um grupo prostético heme (ferro-
porfirina), é a mesma estrutura da hemoglobina. 
O oxigênio se liga a essa parte. 
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→ NADPH-oxidorredutase acoplado, o qual libera 
um eletro, que na presença de oxigênio no grupo 
heme oxida um determinado fármaco. 
 
 
 
 
 
• Características: 
→ Existem múltiplas formas, capacidade de 
metabolizar diversas substâncias (polimorfismo). 
→ Uma única enzima metaboliza muitos compostos. 
Assim como, um único composto pode ser 
metabolizado por diversas enzimas. 
→ Variedade na taxa de metabolismo entre 
indivíduos. 
→ São promíscuas, então um fármaco em maior 
quantidade pode se ligar mais em uma enzima do 
que outro. Assim como, nutrientes, um alimento 
pode interagir com uma enzima e diminuir o 
metabolismo de um determinado fármaco. É um 
grande fator para se considerar da interação 
medicamentosa. 
• Local: Expressas em todo trato gastrointestinal, 
fígado, pulmão, rim e SNC. 
• Representação: CYP1A2, o primeiro número é a 
família, a letra é a subfamília e o segundo número é 
o produto gênico. 
→ CYP3A4 e CYP2D6 são as mais importantes. 
 
 
 
 
 
 
 
Caso ocorra a presença de mais oxigênio do que 
de substrato (fármaco), temos a formação de ânion 
superóxido. A existência de espécies reativas de 
oxigênio é deletéria as células, causando danos 
hepáticos. 
 
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INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA NO CYP 
• Inibição enzimática: Queda na velocidade de 
metabolização, resultantes em efeitos 
farmacológicos prolongados e maior incidência de 
efeitos tóxicos do fármaco. 
→ Fármaco serve como substrato e diminuir a ação 
metabólica. Com isso, outro fármaco associado 
pode deixar ser metabolizado. 
CYP1A2 
Ciprofloxacina, 
Fluoxetina, Nefazodona 
CYP2C9 
Amiodarona, 
Clopidrogel, Fluvastatina, 
Fluoxetina, Fluxonazol, 
Miconazol, 
Metronidazol, Ritonavir 
CYP2D6 
Quinidina, Fluoxetina, 
Paroxetina, Sertralina, 
Cimetidina, Amiodarona, 
Haloperidol, Ticlopidina, 
Ritonavir 
CYP2E1 Cimetidina, Agrião 
CYP3A4 
Cetoconazol, Itraconazol, 
Eutromicina, Grapefruit, 
Fluoxetina, Diltiazem, 
verapamil, 
Claritromicina, 
Omeprazol, Ritonavir, 
Indinavir, Saquinavir 
 
• Indução enzimática: Elevação na expressão ou na 
velocidade do processo enzimático, resultando em 
um metabolismo acelerado. Diminuição da 
biodisponibilidade e maior efeito de primeira 
passagem. 
→ Um fármaco pode induzir e aumentar sua própria 
metabolização. 
→ Ex: Usuária de anticoncepcionais orais que toma 
chá de São João, essa erva induz o metabolismo 
dos AC orais estimulando a enzima. 
CYP1A2 
Fenobarbital, Cigarro, 
Cafeína, Omeprazol, 
Fenitoína, 
Carbamazepina, Vegetais 
crucíferos 
CYP2C9 
Rifampicina, 
Carbamazepina, Etanol 
CYP2D6 Getação 
CYP2E1 
Etanol, Isoniazida, 
Ritonavir 
CYP3A4 
Carbamazepina, 
Prednisona, 
Dexametasona, 
Fenobarbital, Fenitoína, 
Hormônio de 
crescimento 
 
MONOXIGENASES CONTENDO FLAVINA 
(FMO) 
• Grupo enzimático menos importante para realização 
de fase I, sofre pouco polimorfismo genético e estão 
expressas em alto nível no fígado. 
• Não são induzidas ou inibidas facilmente, não 
ocorrendo efeito de interação medicamentosa. 
• FMO3: É a mais abundante responsável pela fase 1 
nas moléculas de nicotina, ranitidina, cimetidina, 
clozapina, itoprida. 
• N-óxido de trimetilamina (TMAO): Componente 
presente no peixe e metabolizado pela FMO. 
Quando temos o acúmulo dessa molécula, devido a 
deficiência genética, causa o odor de peixe em 
alguns indivíduos. 
 
ENZIMAS HIDROLÍTICAS 
• Grupo enzimático para realização de fase I. 
• Enzima epóxido hidrolase: Hidrólise de epóxidos 
produzidos pela CYP. 
• Epóxidos: São eletrófilos altamente reativos, 
interagem com nucleófilos. 
→ Ligam-se a nucleofílicos (DNA e RNA). 
• Com a hidrolisação dos epóxidos eles sofrem 
transformação celular, impedindo a ligação deles 
com os nucleófilos, reduzindo a toxicidade. 
• Ex: O ácido valpróico (anticonvulsivante) inibe a 
epóxido hidrolase cromossômica, 
consequentemente, temos mais epóxidos que 
podem gerar efeitos adversos. 
 
ENZIMAS DE FASE 2 
• UDP-Glicuroniltransferase (UGT): Moléculas que 
vão reagir com as moléculas que vieram da fase 1 
tranferindo ácido glicurônico formando 
glicuronídeos, tornando a molécula mais 
hidrossolúvel para eliminar. 
→ UGT1: Mais envolvida com metabolismo de 
fármacos. 
→ UGT1A1: Hidrolise da bilirrubina, que vem do 
metabolismo do heme. O seu acúmulo pode 
gerar hiperbilirrubinemia, tal estado está 
associado a síndrome de Gilbert e Crigler-Najjar 
(CN) com icterícia. 
▪ Gilbert: Tem baixa atividade de UGT1A1. 
▪ CN I: Não tem atividade de UGT1A1. 
▪ CN II: Tem baixa atividade de UGT1A1. 
 
FATORES QUE AFETAM O METABOLISMO 
• Idade: Mais jovens e mais velhos tem menor 
atividade das enzimas do complexo do citocromo 
P450. 
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→ Crianças: Sistema enzimático de oxidação não 
amadurecido e ausência de reações de 
conjugação. 
→ Idosos: Perda de massa hepática diminui 
metabolismo geral. 
• Variação genética: Perda completa da atividade, 
redução da capacidade catalítica ou aumento da 
atividade. 
→ Polimorfismo genético: Taxa de metabolização 
diferente entre indivíduos e ação farmacológica 
diferente entre etnias. 
▪ Ex: Aldeído desidrogenase, importante para o 
metabolismo do álcool, está ausente em 50% 
dos asiáticos. 
• Estado nutricional: Altera a atividade do citocromo 
P450 (carência de vitaminas C, E e B reduzem 
velocidade de biotransformação). 
• Dieta: 
→ As enzimas que metabolizam os fármacos são as 
mesmas que metabolizam os nutrientes. 
→ Inibidores de monoaminoxidase (MAO): 
Grupo de fármacos usados no tratamento da 
depressão, interage com alimentos ricos em 
tiramina (peixes, queijos, vinhos). A tiramina é um 
agonista indireto adrenérgico. 
▪ Fármaco que inibe um grupo enzimático 
(MAO) impede que parte de um alimento seja 
degradado por esse mesmo grupo e causa um 
efeito adverso. 
▪ Quando inibirmos a MAO teremos efeitos 
adrenérgicos, como aumento da hipertensão, 
palpitações, dores de cabeça. 
• Gênero: Fígado das fêmeas de rato tem menor 
capacidade de metabolizar xenobióticos, tornando-
as mais susceptíveis. 
• Doenças: Hepatopatias principalmente, devido ao 
comprometimento do sistema enzimático. Deve ser 
feito o ajuste da dose, devido ao aumento da fração 
ativa do fármaco. 
→ Ex: Cirrose e esteatose hepática. 
 
 EXCREÇÃO OU ELIMINAÇÃO 
• Principais vias: 
→ Renal; 
→ Pulmonar; 
→ Hepato-biliar. 
• Secundárias: 
→ Leite materno; 
→ Suor; 
→ Saliva; 
→ Lágrimas; 
→ Fezes. 
 
 
VIA RENAL 
• Filtração glomerular: É um processo passivo, que 
filtra fármaco livre, sem ligação a proteína plasmática 
com características próprias. Sai do sangue, passa 
pelo glomérulo renal e entra na luz tubular. 
• Secreção tubular ativa: Saída do sangue por canais 
transportadores indo direto para a luz tubular. 
→ Os fármacos devem passar pela barreira 
basolateral e a luminal. 
→ Os transportadores são devia de mão dupla. 
• Reabsorção tubular passivar: Saída da luz tubular 
por canais transportadores em direção ao sangue. 
• 
SECREÇÃO TUBULAR RENAL 
Ânions orgânicos Cátions orgânicos 
Salicilatos Noradrenalina 
Furosemida Adrenalina 
Tiazídicos Atropina 
Ureia Dopamina 
 Amilorida 
 
FÁRMACOS ELIMINADOS INALTERADOS 
NA URINA 
Porcentagem Fármacos 
75 a 100% 
Furosemida, lisinopril, 
gentamicina, atenolol, digoxina e 
metformina 
50 a 75% 
Penicilina, cimetidina, 
neostigmina, procaianamida e 
tetraciclina 
≈50% 
Clopidogrel, atropina, 
trimetoprim, salbutamol e 
cefalotina 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM 
• Características químicas do fármaco. 
→ Ex: A administração de ácido acetil salicílico 
(AINE) e a furosemida (diurético) causa interação 
medicamentos, pois ambos resultam em ânions 
orgânicos após o metabolismo. Com isso, eles 
competirão pelo mesmo transportador, por isso 
os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) 
interferem na ação de diuréticos. 
• Competição de dois fármacos pelo mesmo 
mecanismo de excreção: 
• pH da urina (varia de 5 a 8): O pH básico favorece 
a excreção de droga ácida. Já o pH ácido favorece a 
excreção de droga básica. 
→ Ex: Um medicamento com caráter ácido no 
sangue passa pela membrana do néfron e chega 
na urina. Caso a urina esteja com pH ácido, ele 
não será ionizado e a tendência é de que ele seja 
reabsorvido. Se a urina estiver básica ele se ioniza 
e permanece na urina. 
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• Insuficiência renal; 
• Idade; 
• Redução do fluxo sanguíneo renal: Ocorre em 
casos de hemorragias ou insuficiência cardíaca. 
 
SUBSTÂNCIA E LOCAIS DE EXCREÇÃO 
• Pulmões: Anestésicos gerais gasosos, substâncias 
voláteis. 
• Pele: Substâncias que se depositam na queratina. 
• Fezes: Substâncias ingeridas via oral, não 
absorvidos. 
• Secreções externas: Saliva, lágrima, secreção nasal, 
suor, leite materno. 
 
DEPURAÇÃO OU CLEARANCE (CL) 
• Volume de sangue totalmente depurado de um 
fármaco por unidade de tempo (mL/min). 
• Influência na meia-vida. 
• Cinética de primeira ordem: Taxa de eliminação é 
feita em proporção, por unidade de tempo. 
→ Ex: Um fármaco que a cada hora 20% dele é 
eliminado independente da dose. 
• Cinética de ordem zero: Taxa de eliminação é 
saturável, tem uma quantidade específica. 
→ Ex: Um fármaco que a cada hora é metabolizado 
10 mg. 
 
𝑪𝑳 =
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒆𝒍𝒊𝒎𝒊𝒏𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝒇á𝒓𝒎𝒂𝒄𝒐 (𝒎𝒈 𝒎𝒊𝒏⁄ )
𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒑𝒍𝒂𝒔𝒎á𝒕𝒊𝒄𝒂 𝒅𝒐 𝒇á𝒓𝒎𝒂𝒄𝒐 (𝒎𝒈 𝒎𝒍⁄ )
 
 
MEIA-VIDA DE ELIMNAÇÃO (T1/2) 
• Tempo necessário para que a concentração 
plasmática seja reduzida em 50%. 
• Cinética de primeira ordem: Leva de 4 a 6 meia-
vidas para atingir o estado de equilíbrio dinâmico. 
→ Equilíbrio dinâmico: A taxa de fármaco que é 
administrada é a mesma que está sendo 
distribuída e eliminada. 
→ Isso define o intervalo de doses para tomar o 
medicamento. 
→ Ex: Medicamento que deve ser tomado de 6 em 
6 horas para manter o equilíbrio de 100mg. 
Depois de 6 horas ele passa para 50 mg, então 
se toma o fármaco e totaliza 150 mg. 
Novamente, a concentração cai e vai para 75 
mg. Entre a 4 e a 6 meia-vida temos um 
equilíbrio definido e, caso continue tomando o 
medicamento terá efeito e o problema será 
resolvido. Se não for respeitado, tomando o 
medicamento antes do horário, por exemplo, 
aumentamos a concentração e atingirá um 
novo equilíbrio. Tal situação poderá exceder a 
dose tóxica limitada na janela terapêutica e 
gerar efeitos tóxicos. 
 
 
• Dose de ataque: Feito é momento em que se 
precisa de um efeito imediato, uma emergência, na 
qual não se tempo de administrar doses de 
manutenção. Faz-se administração IV com a dose 
necessária para atingir a janela terapêutica. 
• Diminuir o intervalo de dose: Chance de resposta 
tóxica devido ao aumento da concentração, 
ultrapassando o limite da janela terapêutica. 
• Aumento do intervalo de dose: Mantém uma 
concentração sub-terapeutica. 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE T1/2, CL e VD 
• A meia-vida de eliminação é diretamente 
proporcional ao volume de distribuição (Vd). 
→ Quanto mais ele se distribui, maior a meia-
vida, pois se um fármaco tem ↑Vd é porque 
ele possui características químicas favoráveis, 
ficando menos tempo no sangue e sendo 
mais lentamente metabolizado, ficando mais 
tempo no corpo. 
• A meia-vida de eliminação é inversamente 
proporcional ao clearence. 
→ Quanto mais rápido é a depuração, menor é a 
meia-vida, pois ele é eliminado mais 
rapidamente. 
• O clearence é inversamente proporcional ao 
volume de distribuição. 
→ Quando temos ↑Vd o clearence é baixo, pois 
o fármaco não fica no sangue por muito 
tempo. 
 
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FATORES QUE AFETAM A MEIA-VIDA EFEITO MAIS COMUM SOBRE A MEIA-VIDA 
Efeitos sobre o volume de distribuição 
Envelhecimento (diminuição da massa muscular → 
diminuição da distribuição) 
Diminuição 
Obesidade (aumento da massa adiposa → aumento da 
distribuição) 
Aumento 
Líquido patológico (aumento da distribuição) Aumento 
Efeitos sobre a depuração 
Indução do citocromo P450 (aumento do metabolismo) Diminuição 
Inibição do citocromo P450 (diminuição do metabolismo) Aumento 
Insuficiência cardíaca (diminuição da depuração) Aumento 
Insuficiência hepática (diminuição da depuração) Aumento 
Insuficiência renal (diminuição da depuração) Aumento 
 
ELABORAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DOS ESQUEMAS POSOLÓGICOS 
Individualização da dose 
Peso; 
Idade; 
Superfície corporal; 
Interação de drogas; 
Estados patológicos. 
 
 
 
MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO (T1/2) 
𝐼𝑁𝑇𝐸𝑅𝑉𝐴𝐿𝑂 𝑃𝑂𝑆𝑂𝐿Ó𝐺𝐼𝐶𝑂 = 0,693 × 
𝑉𝑑
𝐶𝐿
 
 
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO 
𝐷𝑂𝑆𝐸 = 𝑉𝑑 × 𝐶𝑝 
 
DEPURAÇÃO 
𝐷𝐸𝑃𝑈𝑅𝐴ÇÃ𝑂 = 𝑘. 𝑉𝑑

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