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FARMACOLOGIA A FÁRMACOS Fármaco: são substâncias que possuem estrutura química definida. Utilizado com a finalidade de modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou patológicos, para o benefício do organismo receptor. Droga: qualquer substância química capaz de agir num organismo vivo, produzindo efeito farmacológico, provocando alterações somáticas ou funcionais. Pode produzir efeitos benéficos ou maléficos. Tem origem diversificada, podendo vir dos 3 reinos (animal, vegetal e mineral). Podem também ser utilizadas como instrumento auxiliar em investigação científica. “Todo fármaco é uma droga, mas nem toda droga é um fármaco”. Medicamento: são produtos feitos a partir de fármacos. Qualquer substância química ou associação de substâncias empregadas num organismo vivo, visando- se obter efeitos benéficos. São substâncias químicas destinadas a curar, diminuir, prevenir e/ou diagnosticar enfermidades. São produzidos para fins comerciais com finalidade terapêutica. ANVISA: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Remédio: tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Veneno: toda a substância que sendo absorvida determine a morte ou ponha risco a vida. Nutracêutico: Produto nutricional que se alega ter valor terapêutico, além de seu valor nutricional cientificamente comprovado. Biofármacos ou medicamentos biológicos • São medicamentos produzidos e isolados a partir de sistemas vivos, como bactérias, leveduras ou células de mamíferos, utilizando a tecnologia do DNA recombinante. - Inserir uma proteína que se deseja em uma bactéria e ela irá se reproduzir produzindo mais essa proteína. • Esses processos biotecnológicos (in vitro ou in vivo) permitem a produção de novas proteínas mais complexas, e/ou proteínas com maior atividade biológica, e/ou mais vida média, e/ou menos efeitos colaterais. • Fazem parte da biotecnologia para a saúde, que engloba os diagnósticos, terapias celulares e células tronco, terapias gênicas e vacinas. • Tais produtos inovadores permitem o desenvolvimento de novos fármacos voltados para o tratamento de doenças importantes como câncer, diabetes, esclerose múltipla, hemofilia, entre outras • Os biofármacos são apoiados e protegidos pelo sistema de patentes, assim quando a patente do fármaco original expira, existe a possibilidade da produção de biossimilares, que são os “genéricos”dos biofármacos. Principais grupos de Biofármacos: • Interferons e interleucinas • Fatores de crescimento hematopoiéticos • Hormônios • Fatores de crescimento • Fatores de coagulação • Enzimas • Agentes tromboembolíticos • Vacinas • Anticorpos monoclonais De forma resumida a produção de biofármacos envolve 4 etapas: Desenvolvimento da linhagem celular de interesse por biotecnologia Cultivo celular Purificação Formulação e envase. Os biofármacos de primeira geração são principalmente cópias de proteínas ou anticorpos endógenos produzidos pela tecnologia do DNA recombinante. Os biofármacos de segunda geração foram “fabricados” para melhorar o desempenho da proteína ou do anticorpo. Alteração: Sequência alterada de aminoácidos • Insulina – diabetes • Análogo do interferom – antiviral • Análogo do fator VIII- hemofilia Alteração: Ligação covalente ao polietileno glicol • Hormônio de crescimento humano- acromegalia Anticorpos monoclonais terapêuticos de segunda geração: Injetáveis PRODUTO USO VETERINÁRIO: Definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como “toda substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada cuja administração seja aplicada de forma individual ou coletiva, direta ou misturada com alimentos, destinada à prevenção, diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais, incluindo os: o aditivos o suprimentos promotores o melhoradores da produção animal o medicamentos o vacinas o antissépticos o desinfetantes uso ambiental ou equipamentos o pesticidas “Todos os produtos que , utilizados nos animais ou seu habitat, protegem, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas, bem como os produtos destinados ao embelezamento dos animais”. Placebo: Segundo definição de 1881: “placebo é um qualitativo dado a toda medicação prescrita mais para agradar ao paciente do que para lhe ser útil”. O efeito PLACEBO envolve uma mudança na unidade corpo-mente que ocorre como resultado de uma significância simbólica que é atribuído a um evento ou um objeto no ambiente de cura (Brody & Brody, 2011). Contexto clínico: Placebo pode ser uma solução salina, comprimido de açúcar, cirurgia “sham. Contexto psicologia: conceito de placebo foca em fatores internos, nomeados estímulos psicossociais que envolvem o paciente e a terapia. Assim, quando o tratamento é dado ao paciente (sham ou real) ele é administrado dentro de um estado psicológico complexo que varia de paciente para paciente e pode ser tão importante quanto o efeito específico do fármaco. - Placebo inértil: substância sem efeito no organismo como açúcar ou farinha. - Placebo ativo: uso de outro fármaco (sem a pessoa saber) causando o mesmo efeito do medicamento original (como aqueles para ansiedade) através do condicionamento e expectativa (psicológico). - Liberação de dopamina (opióides) que dão sensação de bem-estar. - O fato de tomar o comprimido já tem um efeito placebo assim como quando se toma remédio para dor de cabeça e em 5 min já está “sentindo” efeito. - Todo fármaco, em torno de 20% é efeito placebo. - Condicionamento: todo dia tomar o remédio a mesma hora, quando troca-se por placebo ou por outro medicamento gera o mesmo efeito do remédio original. O efeito NOCEBO é o oposto do efeito PLACEBO e envolve o aparecimento de efeitos adversos e/ou inesperados que podem ocorrer como resultado de expectativas negativas sobre um determinado tratamento. Tanto o PLACEBO quanto NOCEBO podem ser ativados por uma variedade de mecanismos psicológicos como: Condicionamento Expectativa Modulação da ansiedade Recompensa Que podem ser modulados por: Desejo Motivação Memória A neurobiologia é complexa. Envolve: • Liberação de opióides endógenos • Canabinóides (princípio ativo da maconha; mas nosso corpo produz endógeno) • Dopamina • Colecistoquinina (CCK) que tem efeito oposto aos opióides • Ativação de regiões como córtex pré-frontal, insula, amigdala. Pesquisadores identificaram genes presentes nas pessoas mais suscetíveis à ação dos placebos. Importante frizar que: PLACEBO PODE ALIVIAR SINTOMAS, MAS NÃO CURAM NEM ALTERAM A FISIOPATOLOGIA DAS ENFERMIDADES. FORMA FARMACÊUTICA: é a forma pela qual se apresenta o medicamento para ser utilizado. POSOLOGIA: É o estudo das dosagens do medicamento com fins terapêuticos. DOSE (quantidade de fármaco que o animal deve receber - mg) DOSAGEM (100mg – uma vez ao dia) DOSE EFETIVA OU TERAPÊUTICA (fármaco x, dose 2mg por peso) DOSE EFETIVA 50 (DE 50) (dose que faz efeito em 50% dos animais) DOSE LETAL 50 (DL 50) (dose que mata 50% dos animais) ÍNDICE TERAPÊUTICO: é a relação existente entre a DL50/DE50 (quanto maior, mais seguro). MEDICAMENTO OFICIAL: é aquele que faz parte da farmacopéia. FARMACOPÉIA: publicação na forma de livro que oficializa as drogas-medicamentos de uso corrente e consagradas pela experiência como eficazes e úteis. Medicamento de referência: produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurançae qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. Medicamento similar: Aquele que contém o mesmo princípio ativo: • mesma concentração • forma farmacêutica • via de administração • posologia • indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica Podendo diferir: tamanho e forma produto, prazo validade, embalagem, rotulagem, excipiente ou veículo. Deve ter marca ou nome comercial. Medicamento genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, geralmente produzido após expiração ou renúncia da patente. Não possui marca ou nome comercial. Sistemas de Tratamentos ALOPATIA: (allos = outro; pathos = doença). Sistema ou método de tratamento em que se empregam remédios que, no organismo, provocam efeitos contrários aos da doença em causa. Inflamação – antiinflamatório. HOMEOPATIA: (homeo = semelhante; pathos = doença). Método terapêutico que consiste em prescrever a um doente, sob uma forma diluída e em pequeníssimas doses, uma substância que, em doses elevadas, é capaz de produzir num indivíduo sadio sinais e sintomas semelhantes aos da doença que se pretende combater. FITOTERAPIA: A base da produção de fitoterápicos são as plantas medicinais. Esse tipo de medicamento passa por um processo de industrialização e utiliza a planta ou parte dela como princípio ativo. DESCOBERTA E DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS Produção de um fármaco comerciável: Descoberta do fármaco- escolha das moléculas candidatas. Desenvolvimento pré-clínico - estudos em animais. Desenvolvimento clínica - composto selecionado é testado em relação à sua eficácia, efeitos colaterais e perigos potenciais em voluntários e pacientes. * Estas fases não seguem necessariamente uma sucessão estrita. Produtos obtidos de várias fontes: isolamento de substâncias extraídas de plantas, minerais, produtos de origem animal... Seleção de alguns compostos que irão passar para a fase seguinte, teste de desenvolvimento pré-clínico. Estudos in vitro (produtos biológicos, síntese química e otimização – composto líder) comprova-se a eficácia, avalia-se a seletividade e mecanismo testes em animais testes clínicos – metabolismo do fármaco, avaliação de segurança: fase 1 (20-100 sujeitos) é seguro? Farmacocinética?; fase 2 (100-200 pacientes) funciona em pacientes?; fase 3 (1000-6000 pacientes) funciona? Duplo-cego? comercialização – fase 4 vigilância pós-comercialização (genéricos tornam-se disponíveis após patente). Fase de toxicidade – utilizava-se os cães da raça beaggle. DESENVOLVIMENTO CLÍNICO ♠ Ensaio clínico da Fase I: Pequeno grupo voluntários saudáveis (20-80). Objetivo é analisar a segurança, tolerabilidade e propriedades farmacocinéticas. Pode estudar as propriedades farmacodinâmicas. O que acontece com esse fármaco no organismo. ♠ Estudos Fase II: Testado em pacientes (100-300) e avaliar a eficácia clínica. Se for confirmada a eficácia, serve para definir a dose que será usada na fase III. ♠ Estudos Fase III: Ensaios clínicos definitivos, aleatórios e duplos-cegos realizados com 1000 - 3000 pacientes, visando a comparação do novo fármaco com os comumente usados. ◦ Levam anos para se completar, dispendiosos e difíceis de organizar. ◦ Análise fármaco-econômica ◦ Submissão a autoridade reguladora ( FDA/ANVISA) ♠ Estudos Fase IV: Acompanhamento pós- comercialização ao obrigatório, para detectar quaisquer efeitos adversos raros. Tais eventos podem limitar o uso do fármaco a grupos particulares de pacientes ou até mesmo levar à retirada do fármaco. Tempo para desenvolvimento de um fármaco ◦ 10 a 12 anos Duração da patente ◦ 20 anos Depois que expira a patente, pode-se produzir genéricos e similares/biossimilares. A pressão arterial é dada pela relação entre resistência periférica total X débito cardíaco. Se aumentar um destes fatores, aumenta-se a pressão arterial. Para diminuir a pressão arterial de um ser hipertenso é necessário modificar ou a resistência periférica total ou o débito cardíaco. - FÁRMACOS QUE SE LIGAM A RECEPTORES: Antagonistas (bloqueadores) alfa (se ligam no receptor alfa, impedindo que a adrenalina/noradrenalina se ligue não causando o efeito desses hormônios de vasoconstrição que mexe com a resistência periférica total, não aumentando a pressão arterial): anti- hipertensivos – diminuem a resistência periféfica total, diminuem a pressão arterial. NO ENTANTO, eles possuem uma série de efeitos adversos, não sendo muito utilizados atualmente. - Bloqueadores beta: antiarrítmicos como propanolol, bloqueiam receptores beta do coração, diminuindo o débito cardíaco, contraindo menos com menos força – diminuição da pressão arterial. Outro efeito: diminuem a atividade do simpático – menos adrenalina/noradrenalina. Alguns pacientes não respondem a esse grupo. - FÁRMACO QUE ATUA INIBINDO ENZIMAS: Um dos causadores da hipertensão é a angiotensina II (vasoconstrição): ECA (enzima conversora de angiotensina): inicialmente, bloqueadores dessa enzima vieram do veneno da jararaca. - Lozartanas: antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARA). *Problemas são verificados quando há a utilização de agonistas de Beta2 como bronquiodilatador (asma) que também agem nos receptores beta2 do coração, os estimulando, fazendo o coração trabalhar mais. *Utilizar ivermectina em cães da raça collie, border collie pode levar a morte do animal por intoxicação, pois eles possuem uma alteração genética: O gene MDR1 é responsável pela expressão de uma proteína de membrana denominada de P-glicoproteína (P-gp). A expressão desta limita o acesso de drogas ao cérebro. Assim, a P-gp possui importante papel na barreira hematoencefálica. Algumas raças de animais são mais sensíveis a determinadas medicações, sendo a sensibilidade à ivermectina um exemplo clássico. Tal sensibilidade está correlacionada à mutação MDR1- nt230(del4). * efeitos adversos exemplo: inibidores da Cox-2 (ciclo- oxigenase-2): antiinflamatório que causou polêmica após várias pessoas morrerem por ataques cardíacos. Dicas para cálculo de doses: Fazer primeiro a regra de três para o cálculo da dose. Na sequência fazer a regra de 3 para calcular o volume ou quantidade (x comprimidos por ex ou x ml). Quando a dose recomendada varia, pode calcular usando a menor, a maior ou a dose intermediária. Geralmente se segue a regra de usar a mais alta para quadros mais graves. FORMAS FARMACÊUTICAS São a maneira como as drogas se apresentam para o uso. De acordo com a forma farmacêutica têm-se a via de administração. Elementos constituintes da fórmula: - Princípio ativo ou base medicamentosa - Substância principal, responsável pela ação farmacológica; - Adjuvante - Reforça a ação do princípio ativo; - Edulcorante - Corrige o sabor e odor; - Intermediário - Evita incompatibilidades farmacêuticas; - Veículo (líquidos) ou excipiente (sólidos)- Meio no qual se dissolve o principio ativo. - BULA: é o formulário técnico apresentado pelo fabricante do medicamento junto com a apresentação comercial do fármaco e que deve conter informações importantes, tanto ao leigo como ao profissional que fará uso do medicamento. Os principais itens são o nome farmacológico ou genérico que identifica o produto farmacêutico, a composição (apresentação e quantidade), farmacologia (informações técnicas referentes a farmacocinética e farmacodinâmica), indicações ou usos clínicos, contra-indicações, precauções ou advertências, reações adversas (RAD) ou efeitos colaterais ou paraefeitos (efeitos paralelos indesejados), posologia (dose, via, freqüência ou intervalo de administração, duração do tratamento), interações medicamentosas e superdosagem (toxicologia).As formas farmacêuticas podem ser: - Sólidas: Cápsulas, Comprimidos, Drágeas Implantações, Óvulos, Pós, Supositórios. - Pastosas: Cremes, Pastas, Pomadas, Unguentos, Géis. - Líquidas: Colírios, Colutórios, Emulsões, Enemas, Óleos medicinais, Poções, Tinturas, Xaropes. - Gasosa: Aerossóis, Vaporização. Formas Sólidas: Comprimidos: Resultam da compressão de um pó cristalino ou de um granulado acondicionados ou não em excipientes inertes. - Comprimidos de uso externo; - Comprimidos mastigáveis; - Comprimidos revestidos; Comprimido não revestido, se cortar ao meio: Ácido lábio que será destruído quando chegar ao estômago. Drágeas: São revestidos por açúcar e corante. O revestimento impede a degradação gástrica; Cápsulas: São pequenos invólucros de gelatina, dura ou mole, destinados a conter um pó ou um líquido. São gastro-resistentes. Supositórios: São de consistência firme, de forma cônica, destinadas a serem inseridas no reto. Formas Líquidas: Soluções: São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias ativas (normalmente sólidas) em solventes líquidos (normalmente água). - Soluções orais; - Soluções otológicas; - Soluções nasais; - Cavitárias; Suspensões: São preparações farmacêuticas obtidas pela dispersão de uma fase sólida insolúvel interna ou praticamente insolúvel em uma fase líquida externa. Emulsões: São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas imiscíveis que podem ser feitas a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). Devem ser agitadas antes da administração. Elixires: São formas farmacêuticas para uso oral que contém no mínimo 20% de álcool e 20% de açúcar. Utilizados para fármacos não solúveis em água. Álcool extrai o princípio ativo. Xaropes: São formas em que a substância ativa, sob a forma de pó ou líquido, se encontra dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada (2/3 sacarose). Tinturas: São preparações que resultam da ação do álcool por maceração sobre produtos secos de origem vegetal ou substâncias químicas. São soluções alcoólicas a 10 ou 20%. Podem ser utilizadas por via tópica e oral. Extratos: São preparações concentradas, obtidas de drogas vegetais ou animais, frescas ou secas. Obtidos por meio de um líquido extrativo apropriado, seguido de sua evaporação total e parcial. O princípio ativo fica concentrado no extrato. Injetáveis: São soluções, suspensões, emulsões estéreis de substâncias medicamentosas em veículos aquosos, oleosos e outros, apropriados para serem administrados por via parenteral. Colírios: São administrados sob a forma de gotas. Formas Pastosas: Pomadas: São preparações farmacêuticas semi-sólidas, de consistência mole. Mais oleosa que o creme. Destinadas ao uso externo, Constituídas por um ou mais princípios ativos e por excipientes com características lipofílicas ou hidrofílicas. Excipientes usados: vaselina, óleo mineral, óleo vegetal ou lanolina. Cremes: O excipiente utilizado é uma emulsão do tipo óleo em água ou água em óleo que podem ou não conter substâncias terapêuticas. Loções: São formas farmacêuticas líquidas com princípios ativos em solução, emulsão ou suspensão destinadas a serem aplicadas na pele. Forma Gasosa: Aerossóis: Formadas por fármacos sólidos ou líquidos acrescidos de gases para nebulização. Diferentemente dos sprays são formados por microgotas. *uso externo. Nome dos medicamentos: Químico: ácido 1-fenil-2,3-dimetil-5-pirazolona-4- metilaminossulfônico. Genérico: dipirona Marca: Novalgina® Medicamento de Referência Medicamento Genérico Medicamento Similar VIAS E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS Aspectos a Considerar na Escolha da Via de Administração: Quando perante determinado paciente se pretende fazer a administração de um ou mais fármacos, deve-se levar em conta o paciente, o fármaco utilizado, a velocidade de absorção da via escolhida, a contenção do paciente, o objetivo terapêutico e no caso das fêmeas em gestação, a absorção por via transplacentária. Vias de administração: São estruturas orgânicas com as quais o fármaco toma contato para iniciar uma série de eventos que levarão ao efeito farmacológico. Vias enterais ou de uso interno: quando o fármaco entra em contato com qualquer segmento do trato digestório. •Vias sublingual •Bucal •Oral •Retal. Vias parenterais ou de uso externo: são as demais vias que não utilizam o trato digestório. •Vias parenterais diretas: acessadas por injeção. •Vias parenterais indiretas: prescindem de injeção. Método de administração: é a forma como os fármacos serão administrados • Por injeção • Instilação • Deglutição • Fricção. Parenterais diretas: IV, IM, SC, Intra-arterial, intracardíaca, intratecal, peridural, intra-articular, intramamária. Parenterais indiretas: cutânea, respiratória e conjuntival. VIAS ENTERAIS- USO INTERNO: tudo que passa pelo TGI Via oral: Administração pela boca, de uma forma farmacêutica que, após deglutição, chega ao TGI. A absorção do fármaco pode ocorrer na boca, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Via mais comum em pequenos animais. Mais econômica. Efeitos locais e efeitos sistêmicos. Fármacos podem sofrer efeito de primeira passagem. Via mais simples, a mais segura, a mais econômica e a menos perigosa, pois em caso de sobredosagem, pode-se retirar o excesso de medicamento por lavagem gástrica ou por vômito (carnívoros). • Não deve ser usada quando há vômitos ou impossibilidade de deglutição. Cuidado falsa via. - Fígado principal órgão metabolizador – nessa primeira passagem, uma parte dele forma metabólitos inativos, menos biodisponibilidade do fármaco – via oral, via retal (até 50% do fármaco). - Dependendo do medicamento, a flora pode destruir o fármaco (aí não teria efeito farmacológico), e o medicamento pode destruir a flora (por exemplo: no rúmen dos ruminantes). Protetor de mucosa – efeito local, via oral. Anti-helmíntico – efeito local parasitário, via oral. Formas farmacêuticas: utilizadas; incluem comprimidos, cápsulas, drágeas, suspensões, emulsões, elixires, xaropes e soluções. Método de administração: deglutição e sondagem gástrica. Via bucal: Administração de fármacos de efeitos locais. Compostos devem ter aderência maior à mucosa que revestem a cavidade oral. Formas farmacêuticas: soluções, géis, colutórios, orobases, dentifrícios, vernizes. Métodos de administração: aplicação, fricção, instilação, irrigação, aerosol. Via sublingual: Absorção rápida de pequenas doses de fármacos. Fármaco passa diretamente à corrente circulatória, sem sofrer efeito de primeira passagem. Forma farmacêutica: comprimidos, soluções. Via retal: Usada em pacientes que têm vômitos, inconscientes ou que não sabem deglutir. Protege os fármacos de inativações GI e hepática. Permite a absorção local ou sistêmica. Supositórios e enemas. • Administração incômoda • Pode causar efeitos irritantes na mucosa • Absorção errática VIAS ENTERAIS Formas farmacêuticas administrados por via retal: •Soluções • Suspensões •Supositórios. Métodos de Administração: aplicação e enemas. VIA ENTERAL- EXCEPCIONAL Via Intra-ruminal: Deve ser feita por veterinário ou pessoal especializado. • Pode causar peritonite e outras infecções de difícil recuperação. Normalmente utilizada para administração de vermífugos diretamente no sistema rúmen-retículo. • Feita com agulha especial, mais comprida, que deve atravessar o couro, paredes musculares, peritônio e o próprio rúmen. VIAS PARENTERAIS- USO EXTERNO Via intravenosa: Efeito imediato, 100% biodisponiblidade, sem que haja absorção. Usado em emergências médicas, onde há necessidade de efeito rápido. Permite a administração de grandes volumes. Necessidade de assepsia,pessoa treinada, incômodo para o paciente. Possibilidade de fornecimento prolongado por perfusão contínua (Venoclise) e de grandes quantidades. Menos seguro, efeitos adversos aparecem mais rápido. Riscos de embolia, irritação do endotélio. Via perigosa, pois o medicamento chega rapidamente ao contato com o coração e centros nervosos; Reações anafiláticas mais exuberantes do que por via IM; Possibilidade de reações febris devido à presença de pirógenos; não se podem injetar substâncias oleosas, nem suspensões, pois há sérios riscos de provocar embolias (ar também). • Infecção por vírus ou bactérias e reações anafiláticas • Imprópria para solventes oleosos e substâncias insolúveis Maior custo das preparações injetáveis. Forma farmacêutica: soluções aquosas. Local de administração: a) Equídeos - V. Jugular e auricular, esta última só nos asininos. b) Bovinos - V. Jugular; V. epigástrica externa (fêmeas leiteiras), v. caudal medial, v. auricular. c) Suínos - Veia marginal da orelha, jugular e v. cava cranial. d) Ovinos - Veia Jugular. e) Caprinos - Veia Jugular. f) Canídeos e Felinos - Veia Jugular; cefálica (ou radial); Safena. g) Lagomorfos - Veia marginal da orelha ou jugular. h) Aves - Veia axilar. Via intramuscular: Mais segura que a via I.V Oleosas ou suspensões. • Absorção depende do fluxo sanguíneo local e grupo muscular utilizado. Volume não deve ultrapassar 10 mL em grandes animais. Efeitos adversos locais como dor, desconforto, dano celular, hematoma, abscessos estéreis ou sépticos e reações alérgicas. 10-30min Local de administração: a) Equídeos e Bovinos - Tábua do pescoço e região da garupa, evitar se possível esta região. b) Suínos - Tábua do pescoço, não se usa o membro posterior por causa do valor econômico da peça de talho (presunto). c) Ovinos e Caprinos - Tábua do pescoço e músculos semimembranoso e semitendinoso, com a introdução da agulha na face interna ou externa da coxa. d) Canídeos - Músculo semimembranoso e semitendinoso com a introdução da agulha na face interna ou externa da coxa. Longo dorsal (região lombar). e) Felinos - Músculo semimembranoso e semitendinoso com a introdução da agulha na face interna ou externa da coxa. f) Aves - Músculos peitorais.. • Soluções aquosas • Oleosas • Suspensões. Método de administração: Injeção profunda. Via subcutânea: Administração de formas farmacêuticas que liberam pequenas e constantes quantidades de fármaco durante certo período de tempo. Início de efeito mais lento. Absorção lenta e constante pra soluções. Lenta para oleosa, suspensões e pellets. Substâncias irritantes podem causar dor e necrose; dor local, abcessos estéreis, infeccões e fibroses. 15-30min efeito. Possibilidade de administrações de grandes quantidades de líquido, mas em pequenas quantidades no local de aplicação. Local de administração: a) Equídeos e Bovinos - Barbela; zona das costelas, axila e virilha. b) Suínos - Administração na base da orelha e região mamária. c) Caprinos e Ovinos - Virilha e axila. d) Canídeos e Felinos - Dorso, principalmente região da espádua e ainda face dorsal do pescoço. e) Aves - Na região peitoral. Via intradérmica: Fármacos são absorvidos mais lentamente. Administração de pequenas quantidades. Usado somente para testes diagnósticos e vacinação. Forma farmacêutica: soluções. O agente antigênico permanece no local da inoculação. a) Equídeos - Pálpebra e pele do pescoço e espádua. b) Bovinos - Base da cauda, pescoço e espádua. c) Suínos - Base da orelha. d) Ovinos e Caprinos - Porção glabra da base da cauda e) Canídeos - Pele do abdômen f) Felinos - Ver CANIDEOS g) Lagomorfos - Ver CANIDEOS e SUINOS h) Aves - Injetar na espessura do barbilhão. Intratecal – Subaracnoidéa: Fármaco aplicado no espaço subaracnoideo e ventrículos cerebrais. Usada para administar fármacos que não atravessam a barreira hemato-cefálica. A formulação injetada não deve ter conservante, deve ser aquosa, isotônica, rigorosamente estéril e apirogênica. Há uma difusão muito lenta no líquido cefalorraquidiano. • Requer técnica especializada • Não é isenta de riscos Intratecal – Peridural/epidural: Utiliza o espaço delimitado pela duramáter que circunda a medula; Espaço peridural limita a difusão do líquido injetado na altura da L2-L3 ou L3-L4 apenas à porção espinal, diminuindo assim o risco de penetração no anestésico no encéfalo e permitindo que o líquido banhe as raízes nervosas. Via arterial: Raramente empregada, dificuldade técnica e riscos. Permite a chegada de altas concentrações de fármacos em determinados tecidos/orgãos. Uso de antineoplásicos e contrastes radiológicos. Intra-óssea: Permite a administração de grandes volumes que são rapidamente absorvidos devido ao alto fluxo sanguíneo. Requer domínio da técnica. Via intramamária: Aplicação medicamento dentro da glândula mamária. Ação localizada do medicamento. Canal do teto da glândula mamaria em bovinos. Via intra-articular: Uso frequente pode causar lesões na articulação. Tratamento por via local de artrites e artroses. Uso tópico: Usado para alcançar efeito local em áreas como pele, focinho, olhos, garganta e vagina. Via transdérmica: Aplicação do medicamento na pele para efeito sistêmico, ex. adesivo de fentanil, spray nasal para tratamento hormonal. Via intraperitoneal: Facilidade de utilização no caso de animais comatosos, ou em que haja um colapso das veias. Possibilidade de injetar grandes volumes de líquido. Transfusões de sangue total (1) : (4). Velocidade de absorção extremamente elevada. Possibilidades de provocar peritonites ou perfurações de vísceras principalmente se a técnica não for bem executada. - Local de administração: a) Equídeos – fossa do flanco esquerdo. b) Bovinos - flanco direito. c) Suínos - flanco direito. d) Canídeos, Felinos e Lagamorfos. - Na região atrás e ao lado do umbigo. e) Aves - Injeção praticada a meia distância entre o esterno e a cloaca. Via intramedular: introdução de um líquido na cavidade da medula óssea. Permite a absorção de soluções salinas, glicosadas, soro e sangue total, quando não se pode utilizar outra via (p. ex. endovenosa). É a via que apresenta maior velocidade de absorção. Permite fazer administrações de grandes volumes de líquidos. Os solutos devem ser administrados gota a gota. Há o perigo de se provocarem osteomielites, abscessos subcutâneos, tromboses arteriais. Ossos longos, como fêmur e úmero, e esterno. Via intra-cardíaca: Atuação instantânea sobre o coração, em casos de parada cardíaca (p. ex. adrenalina) ou na prática de eutanásia. Facilidade de colheita de sangue. Administração em substituição da via endovenosa em animais comatosos e ou hipotensos. Possibilidades de provocar lesões do pericárdio e miocárdio. Necessidade de grande treino para efetuar esta via em animais com parada cardíaca. PUNÇÃO CARDÍACA - Rato (no lado esquerdo, no local do ápice cardíaco, decúbito dorsal); Cobaia (decúbito dorso lateral direito punção no lado esquerdo, ao nível do choque pré-cordial); Coelho (decúbito lateral direito - ao nível do choque pré- cordial); Cão e Gato (decúbito lateral direito - 4º espaço intercostal esquerdo); Eqüídeos - 3º e 4º espaço intercostal; Bovinos - 3º e 4º espaço intercostal esquerdo; Lagomorfos - 3º espaço intercostal esquerdo, 3 a 4 mm acima do esterno, ao nível do choque pré- cordial; Aves- 3º ou 4º espaço intercostal, na linha que une o esterno à articulação escápulo-umeral. Via intra-pleural: Hidrotórax, pneumotórax. Tratamento de afecções locais, ou retirada de líquidos ou gases (toracocenteses). Possibilidade de provocar uma perfuração do pulmão, ou de introduzir agentes microbianos.Canídeos - 6º espaço intercostal direito ou 7º - 8º espaço intercostal esquerdo. Via inalatória: A absorção pelo alvéolo pulmonar tem velocidade rápida e constante, havendo necessidade de equipamentos específicos, com alto custo e contando com pessoal especializado. A grande vantagem é a difusão rápida de agentes gasosos voláteis, com efeitos imediatos e reversão imediata com a suspensão da administração do agente geralmente anestésico. A grande desvantagem é a obrigatoriedade do uso de equipamento especializado e a técnica específica para a espécie animal. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A VELOCIDADE DE ABSORÇÃO FARMACOCINÉTICA Absorção de fármacos: passagem do fármaco de seu local de administração para o sangue. Exceto por via intravenosa. Para chegar ao local de ação, o fármaco deve atravessar várias barreiras, que são as membranas celulares. As membranas celulares têm uma camada lipoprotéica bimolecular que pode atuar como barreira para a transferência do fármaco através da membrana. As membranas celulares também contêm poros. As barreiras entre compartimentos aquosos no organismo são representadas pelas membranas celulares. Uma única camada de membrana separa o compartimento intracelular do extracelular. - Alto grau de lipossolubilidade e um pouco de hidrossolubilidade. - Camada de músculo, membranas das células musculares, sangue, membranas dos vasos (difusão passiva), circula. Lipossolubilidade também contribui na distribuição. Fármacos e outras moléculas atravessam as membranas celulares por vários processos: - Difusão passiva através dos lipídios (lipossolúveis) - Difusão passiva através do canal aquoso (partículas pequenas - aquaporinas) - Difusão facilitada (por transportador; mais concentrado pro menos) - Transporte ativo (com gasto de energia; mais concentrado pro menos e vice versa) - Pinocitose (endocitar substância líquida; invaginação da membrana) Transporte pela célula do epitélio intestinal: 2 tipos de transportadores: - ABC (transporte ativo, coloca substância que entrou na célula epitelial para fora; e também na corrente sanguínea; intestino, fígado – para dentro da mitocôndria e pro sangue -, rins – da célula tubular renal para o túbulo proximal-, cérebro – para o sangue-). Controla a entrada de substâncias exógenas e xenobióticos. Glicoproteína P: fármacos antineoplásicos, tamoxifeno, imunossupressores, ciclosporina, eritromicina). A superexpressão desta proteína ocorre na superfície de muitas células neoplásicas e restringe a entrada de vários antineoplásicos nas células tumorais, sendo por este facto também conhecida como MDR1 resistência a multiplos fármacos. - SLC (Põe para dentro da célula e para o sangue, mas também pode tirar do sangue e para fora da célula; neurônios: carrega neurotransmissor de volta para a terminação nervosa). A habilidade do fármaco para atravessar a membrana por difusão lipídica depende: - Grau de solubilidade em lipídios - Gradiente de concentração do fármaco ao longo da membrana - Tamanho molecular - Espessura da membrana (intestinal mais fina que estomacal) - Área de superfície de absorção - pH A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas e em pH fisiológico estão presentes na forma ionizada e não- ionizada. A forma não ionizada é lipossolúvel, sendo capaz de atravessar as membranas. A forma ionizada tem baixa lipossolubidade. A % respectivas formas depende do: pKa do fármaco e do pH do meio. pKa: Constante de associação: Se for 5, no ph 5, 50% do fármaco vai estar na forma não-ionizada e 50% ionizada. - Henderson Hasselbach: Aspirina: (ácido) estômago de meio ácido (forma não ionizada), plasma de ph básico (forma ionizada) Petidina: (base) no ph ácido do estômago (forma ionizada), ph básico (forma não ionizada). *Tendem a voltar pro sangue se tiverem características lipossolúveis. Num meio ácido, os ácidos fracos se dissociam pouco forma não ionizada, apolar mais lipossolúvel. Num meio ácido, as bases fracas estão predominantemente forma ionizada, polar menos lipossolúvel. Em meio alcalino os processos são INVERSOS. A ionização das formas afeta também a distribuição das moléculas dos fármacos entre os compartimentos aquosos (meio extracelular, intracelular, vascular, líquidos transcelulares). Fatores que modificam a absorção: - Solubilidade do fármaco - Tipo de forma farmacêutica (líquido mais rápido que comprimido) - Condições do local de absorção, modificam a solubilidade, especialmente no TGI (síndromes que prejudiquem a absorção) - Concentração do fármaco (quanto maior, mais rápida a resposta e absorção, porém mais chances de efeitos adversos) - Fluxo sanguíneo no local da absorção (quanto maior, mais absorção) - Área de superfície absorvente a qual o fármaco é exposto (alta superfície nos intestinos e alvéolos pulmonares) A absorção gastrointestinal é afetada por todos os fatores descritos acima, mais a motilidade gastrointestinal, interação físico-química com outras drogas co-administradas ou com constituintes alimentares, alteração da estrutura e integridade funcional do epitélio gástrico e intestinal. - Tetraciclinas com leite (ou cálcio, magnésio, alumínio, ferro); se liga ao fármaco e forma um complexo que não consegue ser absorvido. 2h antes ou depois do alimento. Ligação à proteínas plasmáticas: (reservatório; farmacologicamente inerte) Fármacos ácidos – se ligam a albumina (cada molécula de albumina tem 2 sítios de ligação para fármacos) Fármacos básicos – se ligam a β-globulina e α1- glicoproteína. Fármaco na circulação: forma livre (distribuido para os tecidos) e forma ligada. Fração ligada farmacologicamente inerte. Ligação fármaco-proteína é reversível. Distribuição dos fármacos Sangue – distribuição para diferentes tecidos, classificados como: - Suscetíveis, que sofrem ação farmacológica. - Ativos, que metabolizam o fármaco. - Indiferentes, que servem de reservatório temporário. - Emunctórios, excreção dos fármacos. O coração, fígado, rins, cérebro e outros órgãos recebem a maior parte dos fármacos durante os primeiros minutos após a sua absorção. O aporte do fármaco à musculatura, à maioria das vísceras, à pele e ao tecido adiposo é mais lento, e estes tecidos exigem de minutos a algumas horas para ser atingido um estado de equilíbrio. - Fármaco que não se liga ás proteínas plasmáticas: em grande quantidade indo para o tecido e produzindo um grande efeito; facilita a biotransformação (mais rapidamente), alta eliminação renal. Curva de concentração plasmática alta (pico) e cai rápido (dura pouco). - Fármaco que se liga às proteínas plasmáticas: fenilbutazona (cólica para eqüinos), dura até 72h (efeito longo) devido a forte ligação, concentração baixa na forma livre que chega na célula efetora e causa um efeito menor, mais lenta biotransformação, eliminação renal menor. Efeito que dura mais tempo, vai sendo liberado aos poucos. Compartimentos onde ocorre distribuição dos fármacos: - Plasma (5%), água intersticial (16%), água intracelular (35%), gordura (20% - reservatório temporário), água transcelular (2%). A velocidade e a extensão da distribuição dependem: - Fluxo sanguíneo tecidual (coração > pulmão > fígado >rins > cérebro > demais tecidos). - Propriedades físico-químicas do fármaco. - Características da membrana. Fármacos com extensa ligação às proteínas plasmáticas têm distribuição, metabolização e excreção lentas. Fármacos podem competir entre si e com outras substâncias endógenas por locais de ligação. A fração livre aumenta em situações de hipoalbuminemia, velhice e gestação. Fármacospodem se acumular em tecidos que funcionam como reservatórios: proteínas plasmáticas e reservatórios celulares. - Tecido adiposo, ossos e líquidos transcelulares. a) Proteínas plasmáticas: Muitos fármacos se ligam às proteínas plasmáticas: albumina, -globulina e 1- glicoproteína. A ligação é reversível. A ligação às proteínas plasmáticas limita a concentração nos tecidos e nos seus locais de ação, porque apenas a forma livre está em equilíbrio através das membranas. A ligação limita a filtração glomerular, mas não limita a biotransformação ou a secreção tubular renal. Muitos fármacos com características físicas semelhantes podem competir uns com os outros e com substâncias endógenas por outros locais de ligação. Os fármacos que não conseguirem se ligar nessa disputa, aumentam sua concentração em forma livre e se distribui rapidamente, causando efeito bem grande, podendo provocar aparecimento de efeitos adversos e tóxicos do fármaco que foi deslocado. Ex.: deslocamento da bilirrubina não-conjugada da ligação com albumina por sulfas, aumento do risco de encefalopatia por bilirrubina no recém-nascido. Fenilbutazona e Warfarin: warfarin é anticoagulante, fenilbutazona se liga às proteínas, deslocando o warfarin, aumentando o risco de hemorragias, pois aumenta muito a concentração livre dele, sendo metabolizado rapidamente em grande concentração. b) Reservatórios celulares: Muitos agentes acumulam-se na musculatura e em outras células em concentrações superiores aquelas encontradas no líquido extracelular. Em geral a ligação tecidual dos fármacos, dá-se com proteínas, fosfolipídeos e nucleotídeos e costuma ser reversível. c) Tecido adiposo: É um importante reservatório de fármacos lipossolúveis. d) Ossos: As tetraciclinas e os metais pesados acumulam-se nos ossos por absorção à superfície cristalina óssea e incorporação final à trama cristalina. O osso pode tornar-se um reservatório para a liberação lenta de agentes tóxicos como o chumbo ou rádio para o sangue. e) Líquidos transcelulares: O principal reservatório transcelular é o TGI. As bases fracas são concentradas passivamente no estômago, a partir do sangue por causa do grande diferencial de pH entre os 2 líquidos. O humor aquoso, líquor, endolinfa e líquidos articulares não acumulam concentrações importantes de fármacos. *Fármacos tendem a serem absorvidos nos capilares. *Vasos fenestrados: rim, fígado e pâncreas; não precisa se difundir por difusão passiva. *SNC células extremamente justas. Distribuição de fármacos a sítios especiais: SNC e líquor: células endoteliais unidas por extensas junções íntimas e pequenas expansões da glia. Barreira hemotesticular – células de Sertoli apresentam junções íntimas. Placenta Volume de distribuição: (Vd) O volume de distribuição hipotético dá informações sobre a distribuição de fármacos no organismo. O fármaco pode mover-se do plasma para o interstício e o interior das células, causando a diminuição da concentração no plasma no decorrer do tempo. Admita, para simplificar, que o fármaco não é eliminado do organismo; então, alcança uma concentração uniforme que é mantida no decorrer do tempo. A concentração no interior do compartimento vascular é a quantidade total de fármaco administrado dividida pelo volume no qual se distribui. Ex.: fármaco (heparina) que se liga fortemente às proteínas plasmáticas, se distribui num volume no plasma que é 6% massa corporal = cerca de 4L/pessoa de 70Kg. Droga lipofílica (etanol) que se movimenta entre o interstício e meio intracelular, se distribui num volume de 60% da massa corporal, cerca de 42L/pessoa de 70Kg. Vd = D/C C = concentração plasmática do fármaco (mg/L) D = dose administrada – mg/Kg Um Vd elevado influencia a meia-vida de um fármaco, pois sua eliminação depende da quantidade de fármaco ofertada ao fígado ou rins por unidade de tempo. A oferta de fármacos aos órgãos de eliminação depende não somente do fluxo sanguíneo, como também da fração do fármaco no plasma. Se o Vd é elevado, a maior parte do fármaco está no espaço extraplasmático e indisponível para os órgãos excretores. Assim, qualquer fator que aumente o volume de distribuição pode levar a um aumento da meia-vida e prolongar a ação do fármaco. Biotransformação de fármacos Submete o fármaco a reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que o convertem em um composto diferente do originalmente administrado. Biotransformação – fármacos mais polares e menos lipossolúveis – aumenta assim a sua excreção e reduz seu volume de distribuição. Locais de biodistribuição: fígado, plasma, rins, pulmões, SNC, mucosa intestinal e placenta. No interior do fígado as enzimas envolvidas são intracelulares. Várias são fixadas ao retículo endoplasmático liso e freqüentemente são denominadas microssômicas. Para atingir essas enzimas metabolizadoras, um fármaco deve atravessar a membrana do hepatócito. As reações oxidativas (perda de H+ ou adição de O2) são as reações mais proeminentes no metabolismo da maior parte de compostos, incluindo fármacos lipossolúveis e hormônios esteróides. Muitas destas enzimas estão localizadas nas células parenquimatosas dos órgãos metabolizantes (fígado, rins, epitélio intestinal), onde ficam associadas ao retículo endoplasmático liso. Quando os tecidos são homogeneizados, o retículo endoplasmático quebra-se para formar pequenas vesículas conhecidas como microssomos. Essas enzimas, que apresentam uma necessidade específica de NADPH e oxigênio molecular, foram classificadas como OXIDASES DE FUNÇÃO MISTA e são denominadas enzimas microssômicas. A enzima mais importante deste sistema enzimático é o citocromo P-450. O NADPH reduz o citocromo P-450, que reage com o oxigênio molecular para formar um intermediário de oxigênio ativo. A interação entre este complexo e uma droga lipossolúvel ou substrato esteróide fornece um substrato hidroxilado, P-450 oxidado, e uma fração molar equivalente de água. A biotransformação de fármacos envolve 2 tipos de reações bioquímicas, que geralmente ocorrem sequencialmente: Reações de fase I oxidação, redução e hidrólise. Reações de fase II conjugação Oxidação – perda de H+ ou adição de O2 Redução – perda de O2 ou adição de H+ Hidrólise – decomposição de uma substância por intermédio da água As reações de redução (perda de O2 ou adição de H+ ) geralmente levam a ativação do composto. Envolvem enzimas microssomais hepáticas. As reações de hidrólise (decomposição de uma substância por intermédio da água) não envolvem enzimas microssomais hepáticas, mas ocorrem em vários tecidos. A hidrólise de ésteres e amidas é prontamente catalisada por diversas enzimas hidrolíticas presentes no plasma sanguíneo e em outros tecidos, incluindo o fígado e rins. Microorganismos ruminais e bactérias intestinais medeiam reações hidrolíticas e redutoras, por exemplo, os glicosídeos cardíacos são hidrolisados no rúmen, e o cloranfenicol é inativado por redução. O paration, precursor do pesticida ativo paraoxon, pode sofrer nitrorredução no rúmen. Essa redução metabólica reduz a atividade e a toxicidade desse agente anticolinesterásico irreversível. A conjugação é a fixação de um grupo: - Glicuronil, Sulfato, Metil, Acetil, Glicil ou glutamil No grupo hidroxila, tiol ou amino do fármaco. Produz um composto polar, em geral mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo. - Uma exceção é o glicuronideo-6-morfina, que é 2 vezes mais potente que a morfina em vários modelos de analgesia. - Os neonatos são deficientes neste sistema de conjugação. Gatos sintetiza conjugados do glicuronídeo em taxa lenta, uma vez que esta espécie é deficiente na enzima glicuroniltransferase.O cão e a raposa são incapazes de acetilar grupos amino aromáticos As reações de Fase I podem originar metabólitos ativos, inativos e tóxicos. Mas após a Fase II, a grande maioria dos fármacos está inativada. Efeito das reações metabólicas da Fase I sobre a atividade farmacologia de algumas drogas: Conversão do fármaco ativo em metabólito inativo: Fenotiazina sulfóxido de fenotiazina Procaína ácido p-aminobenzóico Conversão do fármaco ativo em metabólito ativo Fenilbutazona oxifenbutazona Fenacetina paracetamol Conversão do fármaco inativo (pós-droga) em metabólito ativo: Cortisona hidrocortisona Prednisona prednisolona Conversão do fármaco ativo em metabólito tóxico Halotano ácido trifluoracético Metoxiflurano fluoreto Fatores que modificam a biotransformação: Indução enzimática – fármacos como fenobarbital, fenilbutazona, etanol (uso crônico), rifampicina. Estimulam a atividade das enzimas microssomais hepáticas aumento na síntese e atividade das enzimas microssomais. - Aumenta a biotransformação - Aumenta a formação de metabólitos - Diminui a meia-vida Inibição enzimática – fármacos como: - Dissulfiram, Cloranfenicol, Cimetidina, Propoxifeno. Bloqueiam/inibem a atividade das enzimas microssomais hepáticas, que causa: - Diminui biotransformação, Diminui formação de metabólitos e aumenta a meia-vida. Os inibidores do CYP3A4 reduzem a capacidade de metabolizar outros fármacos que dependam do CYP3A4 para serem metabolizados, causando a acumulação do fármaco ou de seus metabólitos no organismo. A acumulação potencializa os efeitos benéficos e efeitos colaterais desses medicamentos. Os inibidores da CYP3A4 mais potentes são: Inibidores da protease (antirretrovirais): ritonavir, indinavir, nelfinavir, saquinavir. Macrolídeos (antibióticos): claritromicina, telitromicina, cloranfenicol, eritromicina. Antifúngicos imidazólicos: cetoconazol, itraconazol, fluconazol. https://pt.wikipedia.org/wiki/Metab%C3%B3lito https://pt.wikipedia.org/wiki/Inibidor_da_protease https://pt.wikipedia.org/wiki/Antirretrovirais https://pt.wikipedia.org/wiki/Ritonavir https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Indinavir&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nelfinavir&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Saquinavir https://pt.wikipedia.org/wiki/Macrol%C3%ADdeo https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Claritromicina https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Telitromicina&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cloranfenicol https://pt.wikipedia.org/wiki/Eritromicina https://pt.wikipedia.org/wiki/Antif%C3%BAngico https://pt.wikipedia.org/wiki/Imidazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Cetoconazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Itraconazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluconazol Outros: nefazodona (antidepressivo), valeriana (erva medicinal), toranja (fruta cítrica), aprepitanto (anti- emético). Idade – recém nascidos, idosos Em recém-nascidos e prematuros a atividade das enzimas de biotransformação é baixa. Em idosos ocorre diminuição da massa hepática, diminuição do fluxo sanguíneo e diminuição da atividade enzimática. Nos cães, a maior parte das oxidases de função mista amadurecem por volta da quinta à oitava semana, com leves diminuições após o desmame. As reações de sulfatação amadurecem rapidamente nos cães, mas a glicuronidação amadurece mais lentamente.Isso causa impacto no metabolismo e distribuição do paracetamol, do fenobarbital e da fenitoína em cães. Nos ruminantes, modificações claras no metabolismo resultam quando os animais pré-ruminantes tornam-se ruminantes. O citocromo P-450 e as redutases dependentes de NADPH aumentam em torno de 50%. Doenças hepáticas – hepatoxicidade, hepatite aguda e lesões hepáticas Alteram a atividade normal das enzimas microssomais hepáticas, diminuindo a biotransformação e aumentando a meia-vida sérica dos fármacos. Estado nutricional – hipoproteinemia, avitaminose B e deficiência de energia diminuem a atividade funcional das enzimas microssomais. Metabolismo de primeira passagem: Fármaco administrado por VO ou retal (50%) – circulação porta-fígado parte metabolizado em metabólitos inativos – diminuição da quantidade do fármaco ativo que atinge a circulação sistêmica. - Diminuição da biodisponibilidade do fármaco: Aspirina, Contraceptivos orais, clorpromazina, Lidocaína, paracetamol, Morfina, Propanolol, Salbutamol, Terbutalina. - É necessária uma dose muito maior do fármaco quando este é administrado por via oral que quando administrado por outras vias. Importante frisar, que este aumento da dose já foi considerado no momento da preparação da forma farmacêutica pela indústria, não necessitando que o profissional adapte a dosagem. Excreção de fármacos Os fármacos podem ser excretados após a biotransformação (lipossolúvel) ou mesmo na sua forma inalterada (hidrossolúvel). Os principais órgãos responsáveis pela excreção dos fármacos são: Rins, fígado --- bile, pulmões, suor, saliva e leite. Excreção renal: O fármaco chega via arteríola aferente, passa para a urina por filtração glomerular. Se ele estiver na forma ligada, sai pela arteríola eferente, e depois acaba sendo secretado para dentro da urina através de um transportador (transporte ativo ou difusão facilitada) Filtração glomerular, secreção e reabsorção. As proteínas plasmáticas não vão para o filtrado, permanecerão no sangue. Dentro do filtrado, o fármaco que ainda tiver características lipossolúveis, volta para o sangue por difusão passiva, voltando a circular. Filtração glomerular: Os capilares glomerulares permitem a passagem de qualquer molécula do fármaco para o filtrado glomerular, desde que o seu peso molecular seja inferior que aproximadamente 20.000 A. Secreção e reabsorção tubular: A filtração remove cerca de 20% do fármaco que chega ao rim. Os 80% restantes passam para os capilares peritubulares do túbulo proximal, onde há 2 sistemas transportadores independentes e relativamente não seletivos que transportam as moléculas dos fármacos para a luz tubular. Assim a secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo para a eliminação renal do fármaco. Ao contrário da filtração glomerular, o transporte mediado por transportador pode atingir depuração máxima do fármaco mesmo quando a maior parte do fármaco se liga às proteínas plasmáticas. Este transporte mediado por carreador de determinados fármacos e metabólitos para o líquido tubular ocorre no túbulo proximal. Requer uma fonte de energia e substâncias carreadoras intracelulares, que são relativamente inespecíficos, porque transportam tanto ácidos como bases orgânicas, porém sua capacidade é limitada. A ligação protéica extensa não impede a excreção tubular do fármaco, presumivelmente porque o complexo fármaco-albumina dissocia-se pela remoção do fármaco livre a partir do plasma. A penicilina, por exemplo, embora se apresente 80% ligada e portanto seja depurada lentamente por filtração, é quase completamente removida por secreção tubular proximal, e sua taxa de eliminação é muito alta. Vários fármacos excretados pelos rins compartilham o mesmo sistema de transporte, e pode haver competição entre eles. Ex. é a probenecida que retarda a excreção da penicilina G. https://pt.wikipedia.org/wiki/Valeriana https://pt.wikipedia.org/wiki/Toranja https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprepitant Difusão através do túbulo renal: A medida que o filtrado glomerular passa através do túbulo renal, a água é progressivamente reabsorvida, sendo o volume da urina que emerge apenas aproximadamente 1% daquele do filtrado. Se o túbulo é livrementepermeável às moléculas do fármaco, aproximadamente 99% do fármaco filtrado será reabsorvido passivamente. Os fármacos com elevada lipossolubilidade, e portanto elevada permeabilidade tubular, são lentamente excretados. Se o fármaco é altamente polar, e possui baixa permeabilidade tubular, o fármaco filtrado não será capaz de sair do túbulo, e sua concentração se elevará continuamente até que seja aproximadamente 100 vezes maior na urina que no plasma. Vários fármacos sendo ácidos ou bases fracas alteram sua ionização quando o pH é alterado, e isto pode afetar significativamente a excreção renal. Um fármaco básico será excretado mais rapidamente em urina ácida, porque o baixo pH no túbulo favorecerá a ionização e assim inibirá a reabsorção. Um fármaco ácido será da mesma forma excretado mais rapidamente se a urina se tornar alcalina. O pH urinário usual de carnívoros como cães e gatos é ácido (5,5 -7,0), enquanto que nas espécies herbívoras (eqüinos, bovinos e ovinos) é alcalino (7,0 -9,0). Em qualquer espécie, entretanto, o pH urinário depende do hábito dietético. Em humanos, a reação urinária é geralmente ácida, mas pode variar (5,0 – 8,5). Excreção biliar: Ciclo êntero-hepático: Alguns fármacos e seus metabólitos são eliminados pela via hepática por intermédio da bile. Os fatores que determinam esta forma de excreção incluem o tamanho e a polaridade da molécula. Fármacos com peso molecular elevado, acima de 300, têm grandes probabilidades de serem excretados pela bile. A excreção biliar também elimina substâncias orgânicas polares que não são reabsorvidas no intestino como por ex., cátions e ânions orgânicos. Cães e ratos apresentam boa capacidade de excreção via bile; gato e ovino, moderada; cobaias, coelhos e primatas, má excreção por esta via. Ao alcançarem o intestino, algumas substâncias eliminadas na bile podem ser reabsorvidas. Este fato dependerá da lipossolubilidade, ou ainda da conjugação destes fármacos com glicuronídeos, sendo que, neste último caso, estes compostos podem sofrer hidrólise causada pela B-glicuronidase, voltando a se reabsorvidos pelo organismo. Esta excreção hepática, seguida de reabsorção intestinal, é denominada ciclo êntero- hepático de um fármaco. Ciclo êntero-hepático: Elimina através da bile, Quando chega no intestino, as B-glicuronidades bacterianas presentes, desfazem a reação de conjugação (molécula polarizada com carga, pronta para ser eliminada; ligada a glicuronil) e o fármaco volta a ter características lipossolúveis, sendo reabsorvido e assim volta para o sangue, voltando a circular no organismo. Os fármacos que passam nesse ciclo ficam mais tempo no organismo. Principal animal acometido: cão. Exemplo de fármacos: digitálicos (tratamento ICC). Excreção pelo leite (Ph leite 6,4-6,8 – facilita a excreção de fármacos básicos). Quando chega um fármaco de caráter básico no leite (via sistêmica ou intramamária), que é ácido, predomina a forma ionizada, que tem pouca lipossolubilidade (não se movimenta tão fácil), assim tendendo a permanecer no leite, sendo eliminada junto a ele (resíduos). Concentração do fármaco no organismo em função do tempo: Nós quantificamos a quantidade/volume de fármacos no sangue (não quantificando nos tecidos) coletando de hora em hora. Conforme o tempo passa, ao atingir tantas horas, o volume do fármaco é cortado na metade, assim sucessivamente (distribuição, excreção/eliminação). Fármaco por via oral: gráfico mostra que vai subindo a concentração até chegar no seu auge (concentração máxima atingida – relacionada a dose administrada; dose maior, essa concentração seria maior) à medida que vai sendo absorvido e caindo no sangue. - Fármaco por IV: concentração máxima no sangue no momento da administração, com o passar do tempo só vai declinando. - Fármaco por IM: concentração se eleva até chegar uma máxima (mais rapidamente e maior que SC e Oral) e depois só declina (mais rapidamente e menor que SC e VO) - Fármaco por SC: demora mais para chegar no sangue, absorção mais lenta (mas menos que VO). Pico um pouco menor (concentração máxima). - Fármaco por VO: sem concentração máxima, pois segue um padrão mais retilíneo. Vai se distribuindo aos poucos, interação com outros alimentos e efeito de primeira passagem. Concentração do fármaco no sangue em função do tempo e com dosificações regulares: Aumentando o intervalo de administração do fármaco: modifica-se a uniformização da concentração plasmática sanguínea. Nas administrações repetidas, se administrar o fármaco antes que ele complete sua concentração final, as concentrações máximas das próximas administrações irão aumentando até que ela fica acima da concentração terapêutica (tóxica) Concentração do fármaco com administração irregular: Se pular alguma administração, a concentração cai, fica abaixo do nível terapêutico e demora a voltar ao normal nas próximas administrações. Acúmulo: dosagem, intervalo de dosificações e flutuação do nível plasmático. Dose alta de uma vez ao dia pode chegar a concentração abaixo do desejado na próxima administração ou a concentração tóxica. Quanto mais administrações por dia em doses menores, mais regularidade, possibilidade de sair da concentração terapêutica é bem menor. *Dose de ataque: dar a primeira/e segunda dose do medicamento maior do que a concentração terapêutica (antibióticos, antiinflamatórios) para que o fármaco chegue rapidamente em sua concentração terapêutica. Alteração na cinética de eliminação: ou está sendo eliminado muito rapidamente ou muito lentamente. Eliminação acelerada: abaixo da concentração desejada. Fluidoterapia, hemodiálise para acelerar a filtração renal e eliminação do fármaco. Indução enzimática – fenobarbital; Diminuir dose, frequência. CYPS aumentadas. Eliminação inibida: acima da concentração desejada. Comprometimento da função renal, biotransformação modificada - inibição enzimática. Quantificação da eliminação dos fármacos A taxa de eliminação de um fármaco/droga é determinada principalmente pelos mecanismos do processo. Pode ser influenciada: Pela alta ligação às proteínas plasmáticas (+ 80%); Grau de perfusão dos órgãos eliminadores; Atividade das enzimas metabolizadoras do fármaco; Eficácia da excreção renal As concentrações plasmáticas dos fármacos declinam tipicamente de acordo com: 1. Cinética de primeira ordem. Onde a velocidade de biotransformação do fármaco é diretamente proporcional à concentração de fármaco livre. Isso indica que uma fração constante do fármaco é biotransformada por unidade do tempo. Ocorre geralmente com doses baixas do fármaco. 2. Cinética de ordem zero. Ocorre quando doses muitos grandes de fármacos como o ácido acetil salicílico, o etanol e a fenitoína são administradas. As enzimas envolvidas na biotransformação são saturadas pela concentração elevada de fármaco livre, e a velocidade de biotransformação permanece constante no tempo. A eliminação de um fármaco em geral segue a cinética de primeira ordem, e sua concentração no plasma cai exponencialmente com o tempo. Isso pode ser usado para determinar a meia-vida do fármaco. Meia-vida Plasmática - Em farmacocinética meia-vida se refere ao tempo que leva determinada concentração do fármaco para reduzir-se a sua metade. A meia-vida plasmática dos fármacos origina dados importantes para interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos das drogas, da duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado. Situações clínicas que resultam em aumento da meia- vida do fármaco Diminuição do fluxo sanguíneo renal ou hepático, como por exemplo, no choque cardiogênico, insuficiência cardíaca ou hemorragia; Redução na velocidadede excreção, por exemplo, na doença renal; Diminuição da biotransformação, por exemplo, na cirrose ou inibição enzimática. Biodisponibilidade Biodisponibilidade indica a porção do fármaco que atinge a circulação geral de forma inalterada após sua administração. É a quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo. Objetivos dos estudos das biodisponibilidades: Consiste em determinar quanto de determinado fármaco é absorvido pelo paciente, que dele necessita para prevenir ou curar uma doença. Determinar a velocidade de absorção do fármaco. Determinar a permanência do fármaco nos líquidos do organismo e sua correlação com as respostas farmacológicas e/ ou tóxicas. Estas informações têm importância para a determinação da posologia de um fármaco e de sua forma farmacêutica, principalmente quando se usam medicamentos com pequena margem de segurança, como 0s digitálicos e alguns antibióticos. Também servem para a adequação da dose utilizada em pacientes portadores de insuficiência hepática e renal. A determinação da biodisponibilidade é mais freqüentemente realizada através da concentração plasmática do fármaco. Fatores que Influenciam na Biodisponibilidade das Drogas Administradas por Via Oral: a) Características da droga: Inativação antes da absorção GI; Absorção incompleta; Efeito de primeira passagem. b) Forma farmacêutica: Estado físico da droga; Tamanho da partícula; Tipo de sal; Excipiente ou veículo da droga. c) Interação com outras substâncias no TGI: Alimentos e drogas. d) Características do paciente: pH gastrointestinal; motilidade GI; perfusão; flora; estrutura; estado de má absorção; função hepática; fenótipo genético. Bioequivalência - Dois fármacos são bioequivalentes se mostram biodisponibilidade comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. Dois fármacos relacionados com biodisponibilidades significativamente diferentes são bioinequivalentes. Equivalência terapêutica - Dois fármacos são terapêuticamente equivalentes se tem eficácia e segurança comparáveis. Dois fármacos que são bioequivalentes podem não ser equivalentes terapeuticamente.
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