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ECONOMIA POLITICA - APOL 2 - QUARTA TENTATIVA

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Questão 1/10 - Economia Política
Leio o texto a seguir:
“Passados mais de 50 anos desde a publicação do texto inaugural de Raúl Prebisch na CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), ganha-se cada vez mais o benefício do tempo para avaliar o significado e o impacto das teses elaboradas pelo grupo de economistas e outros cientistas sociais reunidos a partir do final da década de 1940 em Santiago do Chile no então recém-criado órgão da ONU. Um dos consensos emergentes, após todos esses anos, é o de que, mais que um "manifesto" pelo desenvolvimento latino-americano, os autores cepalinos desenvolveram uma estrutura conceitual própria, que deu suporte e legitimidade às propostas de política econômica oriundas da CEPAL. Esse conjunto de proposições teóricas e de políticas econômicas deu substância ao que passou a ser chamado de desenvolvimentismo cepalino” (COLISTETE, 2001, p.21).
Fonte: COLISTETE, Renato Perim. O desenvolvimentismo cepalino: problemas teóricos e influências no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 41, p. 21-34, Apr. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000100004&lng=en&nrm=iso>.
Tendo como base o texto citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Economia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, como a CEPAL entendia que o desenvolvimento poderia ser alcançado na América Latina:
Nota: 0.0
	
	A
	Por meio da criação de um programa estatal de desenvolvimento voltado ao fomento da industrialização e à superação da posição periférica no capitalismo internacional.
O diagnóstico da CEPAL apontava claramente para a necessidade de um programa político e propositivo. Era necessário acionar o Estado, para superar a posição desfavorável e periférica, dos países em desenvolvimento/subdesenvolvidos no sistema internacional frente aos países centrais e industrializados, mediante um programa de desenvolvimento e marcadamente antiliberal, na medida que deveria proteger a indústria infante. A estratégia de crescimento deveria ser planejada e coordenada pelo Estado, pois as características estruturais da periferia não ofereciam condições para que o mercado liderasse o processo.
Referência: CALABREZ, Felipe. Introdução à Economia Política: o percurso histórico de uma ciência social. InterSaberes: Curitiba. 2020, p. 187, adaptado.
	
	B
	Por meio da facilitação para o estabelecimento das empresas transnacionais em território nacional, fomentando o aumento dos postos de trabalho.
	
	C
	Por meio do incremento técnico e científico na agricultura, de modo adicional ao valor agregado aos produtos primários e ao aumento dos preços.
	
	D
	Por meio de uma política de modernização no sistema de transportes dos Estados com o objetivo de facilitar e baratear o escoamento de produtos para exportação.
	
	E
	Por meio da criação de uma organização de empresas privadas nacionais, favorecendo a formação de grandes monopólios industriais.
Questão 2/10 - Economia Política
Leia o trecho a seguir:
"Para Douglass North a teoria neoclássica não foi e não tem sido eficiente em demonstrar as razões que levam às diferentes performances das economias ao longo do tempo (North, 1999). Ao discursar na entrega do Prêmio Nobel, North (1998) afirma categoricamente que esta incorre em dois erros fundamentais. Em primeiro lugar, não incorpora uma teoria das instituições e, em segundo, desconsidera a importância da história. A insatisfação do autor é com o fato de a teoria se preocupar exclusivamente com uma instituição: os mercados e as alterações que ocorrem nos preços relativos".
Fonte: LOPES, Herton Castiglioni. nstituições e crescimento econômico: os modelos teóricos de Thorstein Veblen e Douglass North. Revista de Economia Política, vol. 33, nº 4 (133), pp. 619-637, 2013. p. 622. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rep/v33n4/v33n4a04.pdf>.
Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos trabalhados na disciplina Economia Política, assinale a alternativa que explique corretamente a teoria institucional do desenvolvimento formulada por Douglass North:
Nota: 10.0
	
	A
	North parte de uma perspectiva centrada nas instituições privadas e na sua atuação coordenada com as instituições estatais, assim as primeiras deveriam promover ações de fomento ao desenvolvimento e as segundas se concentrar em políticas públicas de assistência social.
	
	B
	North prioriza as instituições ao focar nos direitos a propriedade e na garantia dos contratos, uma vez que estes estimulam os investimentos produtivos e reduzem a incerteza futura e, assim, constituem-se em condições facilitadoras ao desenvolvimento ao reduzir os “custos de transação”.
Você acertou!
Depois de ter ficado relegada a segundo plano no debate econômico, a questão do desenvolvimento ressurge em novos moldes com Douglas North, que resgatou nos anos 1990 a chamada “economia institucional”, inserindo uma determinada noção de instituição nas análises econômicas. A teoria institucional do desenvolvimento construída por North coloca a garantia de contratos e da propriedade como condições facilitadoras do desenvolvimento, ao reduzirem os “custos de transação”.
Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 5. Tema 1: Abordagens sobre o desenvolvimento: o "capitalismo tardio" em análise comparada. Material para a impressão - subitem 1.1.
	
	C
	Para North o desenvolvimento deveria ser promovido pelas instituições econômicas do setor privado. Por conseguinte, as grandes corporações deveriam atuar, por meio de lobby, em prol da liberalização dos mercados financeiros.
	
	D
	A teoria institucionalista de North delineava que o Estado deveria investir na iniciativa privada e, concomitantemente a isso, deveria buscar uma cartela de investidores internacionais para custear os setores estratégicos da economia.
	
	E
	De acordo com o pensamento de North, as instituições possuíam um papel central no processo de desenvolvimento econômico, uma vez que elas são responsáveis pela garantia dos direitos sociais e políticos, abrindo espaço para a atuação econômica do setor privado.
Questão 3/10 - Economia Política
“[...] as coisas começaram a andar mal com a irrupção da Primeira Guerra Mundial. Reagindo à consequente instabilidade do sistema político e econômico mundial, os países voltaram a erguer barreiras comerciais. Em 1930, os Estados Unidos abandonaram o livre-comércio, instituindo a famigerada tarifa Smoot-Hawley. Segundo De Clerq (1988, p.201-2), essa tarifa "teve consequências desastrosas para o comércio internacional e, passado algum tempo ..., para o crescimento econômico e o emprego norte-americanos. Atualmente, ainda há economistas convencidos de que a Grande Depressão foi provocada principalmente por essas tarifas". Outros países, como a Alemanha e o Japão, erigiram elevadas barreiras comerciais e, também, passaram a criar poderosos cartéis, os quais se ligaram estreitamente ao fascismo e às agressões externas por eles perpetrados nas décadas seguintes. O sistema mundial de livre-comércio finalmente sucumbiu em 1932, quando a Grã-Bretanha, até então sua ferrenha defensora, cedeu à tentação de reintroduzir tarifas alfandegárias” (CHANG, 2004, p. 32)
Fonte: CHANG, Há-Joon. Chutando a Escada: A estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora UNESP. 2004.
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos ao longo da disciplina de Economia Política, análise as assertivas abaixo, que discutem a relação entre protecionismo liberalismo nos processos históricos de desenvolvimento dos Estados:
I. A liberalização total do comércio internacional tende a favorecer aqueles Estados que já ocupam uma posição central no capitalismo mundial.
PORQUE
II. o processo histórico de desenvolvimento contou com a utilização de práticas protecionistas destinadas a garantir o acúmulo de capital e a resguardar a indústria nascente.
Agora, avalie as assertivas acima e, depois, assinale a alternativa que faz a análise correta:
Nota: 0.0
	
	A
	As asserções I e II são proposiçõesverdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
A alternativa correta é aquela que indica que as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. A afirmação I está correta porque a liberalização total do comércio externo, na visão de List, seria favorável apenas à Inglaterra – potência capitalista
central do século XIX. Assim, a defesa de práticas liberais no comércio internacional por parte do Estado nacional que detém uma vantagem nessa relação (seja a posse do capital, seja a de vantagens competitivas) aparece quase como um blefe ou, na feliz expressão de Chang (2004), um ato de "chutar a escada" do novo competidor. A asserção II está correta porque, como vimos, preocupado com o desenvolvimento do capitalismo na Alemanha, List (1986) defendia que medidas protecionistas eram indispensáveis à industrialização e à acumulação de riqueza em um contexto de competição internacional que tinha a Inglaterra como país mais avançado e, portanto, com posição favorável nessa competição. Dessa forma, podemos dizer que é II é uma justificativa para a primeira, uma vez que ela demonstra que o processo histórico de desenvolvimento está vinculado às medidas protecionistas por parte dos Estados e, em decorrência, privar países em desenvolvimento de adotar esse tipo de medida tende a beneficiar os países centrais e desenvolvidos. A analogia de chutar a escada, a propósito, vem do próprio List (1986): "Quando se alcança o cume da grandeza, uma regra vulgar de prudência ordena que se rejeite a escada usada para tanto, a fim de não deixar aos outros os meios de subir" (List, citado por Rosanvallon, 2002, p. 254). Assim, sob a perspectiva histórica, a Inglaterra não foi a primeira potência a pôr em prática medidas protecionistas ao mesmo tempo em que, no plano das ideias, defendia um liberalismo comercial.
Referência: CALABREZ, Felipe. Introdução à Economia Política: o percurso histórico de uma ciência social. InterSaberes: Curitiba. 2020, p. 202.
	
	B
	As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
	
	C
	A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
	
	D
	A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
	
	E
	As asserções I e II são proposições falsas
Questão 4/10 - Economia Política
Leia o trecho abaixo:
“Liberalismo e democracia, assim pensamos por muito tempo, compõem um todo coeso. A questão não é apenas que nos preocupamos com a vontade popular e com o Estado de direito, ambos ligados não só à autonomia de decisão das pessoas como também à proteção dos direitos individuais. É que cada componente de nosso sistema político parece ser necessário para proteger os demais. Há de fato um bom motivo para recear que a democracia liberal talvez não sobreviva se um de seus elementos for abandonado. Um sistema em que as pessoas têm voz nas decisões assegura que os ricos e poderosos não possam passar por cima dos direitos dos desfavorecidos. Por esse mesmo motivo, um sistema em que os direitos de minorias impopulares são protegidos e a imprensa pode criticar o governo livremente assegura que as pessoas possam mudar seus soberanos mediante eleições livres e justas. Direitos individuais e vontade popular, conforme sugere essa narrativa, andam juntos, como torta e maçã, ou como Twitter e Donald Trump” (MOUNK). 
Mounk, Yascha. O povo contra a democracia: Por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la. Companhia das Letras, 2019, p. 6.
Levando em conta o trecho citado acima e os conteúdos trabalhados na Aula 6 sobre a crítica à visão clássica da sociedade de mercado, de Karl Polanyi, assinale a alternativa correta:
I. Karl Polanyi constrói uma crítica ao liberalismo clássico indo contra a ideia de que a sociedade é naturalmente estruturada em uma lógica mercantil;
II. Polanyi coloca que a mercantilização de elementos sociais como o trabalho humano é uma construção estável, natural e irreversível da sociedade;
III. A mercantilização das relações de trabalho pode ser exemplificada com reformas liberalizantes que retiram direitos de trabalhadores;
IV. É possível relacionar a crítica de Polanyi aos conflitos que hoje afetam diversos países ocidentais sobre a oposição entre vontade popular e exigências dos mercados.
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
	
	B
	Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
	
	C
	As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
	
	D
	Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
Você acertou!
Segundo Karl Polanyi, a organização do mundo social sob a lógica do mercado foi artificialmente construída pelos economistas liberais, sendo crítico a estes. Os economistas liberais afirmavam que os elementos funcionariam naturalmente pela lógica do mercado foram, na verdade, impostos em processos históricos, em lutas políticas, por isso. Esse processo acabou construindo artificialmente os elementos que integram o mundo social, como o trabalho humano e a terra. Karl Polanyi, nesse sentido, desnaturaliza a sociedade enquanto mercado. Por não ser natural, houve uma série de conflitos na sociedade, resistência em relação a essa mercantilização de elementos sociais, contradições que geram a autopreservação daqueles que são mercantilizados, como trabalhadores em situações em que há piora de sua qualidade de vida, o que não é um processo estável. Como no exemplo citado na contextualização, a crítica de Polanyi pode ser exemplificada com a oposição que há hoje entre vontade popular e mercados. Fonte: Tema 2 da Rota de Aprendizagem 6. 
	
	E
	Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
Questão 5/10 - Economia Política
Leia o trecho a seguir:
"Na GT, Keynes escreveu que “os principais problemas da sociedade econômica em que nós vivemos são o desemprego e a arbitrária e desigual distribuição da renda e da riqueza” (1964, p. 372). Tal citação expressa, de certa forma, a ideia central do capítulo, qual seja, mostrar que a visão de Keynes sobre a dinâmica operacional de economias monetárias, em uma realidade de organicismo social e de intervenção do Estado na economia, especificamente por meio de suas proposições de política monetária e fiscal, visavam, em grande parte, solucionar as crises de demanda efetiva e, por conseguinte, de desemprego, e distribuir a renda social entre as diversas classes sociais [...] Keynes não queria que o capitalismo sucumbisse; muito pelo contrário, queria reformá-lo e salvá-lo".
Fonte: TERRA, F., and FERRARI FILHO, F. As disfunções do capitalismo na visão de Keynes e suas proposições reformistas. In: DATHEIN, R., org. Desenvolvimentismo: o conceito, as bases teóricas e as políticas, pp. 345-373. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. Estudos e pesquisas IEPE series. p. 369-370. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/8m95t/pdf/dathein-9788538603825-11.pdf>.
Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina de Economia Política, assinale a alternativa que explique corretamente como Keynes entendia que as incertezas do capitalismo poderiam ser mitigadas ou pelo menos diminuídas:
Nota: 0.0
	
	A
	Para Keynes, dentro do sistema capitalista, cabe ao Estado, por meio da formulação de políticas econômicas destinadas a lidar com o emprego/desemprego e com a demanda efetiva, o papel de agente regulador da economia.  
Como se pode ver na aula 4, a teoria keynesiana resgata uma visão positiva sobre a ação do Estado na economia. Os mecanismos de intervenção pública não são mais vistos como inerentemente maléficos ao bom funcionamento dos mecanismos de mercado. Em lugar da crença na infalibilidade do mercado, Keynes coloca o papel virtuoso da ação estatal como mecanismo estabilizador do sistema, compensador das incertezas e auxiliar na manutenção do nível de emprego necessário à garantia de condições mínimas de vida à maioria da população. Com a Teoria Geral tinha-se uma justificativa científica para a ação pública. Sua contribuição foi muito importante diante da Grande Depressão.Keynes é considerado o precursor da macroeconomia e, de certa maneira, inaugurou a importância do papel do Estado no manejo das variáveis renda e emprego de uma economia, colocando em destaque a noção de política econômica.
Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 4. Economia Política. Material para a impressão, p. 3-4.  
	
	B
	De acordo com o pensamento keynesiano o Estado deve buscar dirimir as crises do capitalismo a partir da estatização dos meios de produção capitalistas e da planificação econômica. 
	
	C
	Para Keynes, a instabilidade do sistema capitalista pode ser dirimida por meio da atuação de Organizações Internacionais supranacionais, com a capacidade de regular as políticas econômicas dos Estados.
	
	D
	Para Keynes a única forma de dirimir as crises capitalistas é por meio da planificação da economia mundial, de modo que os Estados possuem grande importância para esse processo.
	
	E
	Keynes entendia que cabia às próprias empresas capitalistas mitigar as crises subjacentes à sua atuação por meio da formulação de uma governabilidade econômica não oficial.
Questão 6/10 - Economia Política
Leia o texto abaixo:
[...] um dos pontos centrais da economia política clássica - aquele sobre o papel homogeneizador que o comércio internacional e o desenvolvimento das forças produtivas gerariam sobre o globo - não se verificou, embora tenha, sem dúvida, havido grande aumento da riqueza mundial. O que, no entanto, observou-se desde o século XIX, acelerando-se após a segunda metade do século XX e marcando-o todo dali em diante, foi um acelerado processo de concentração de poder político e de riqueza privada nas mãos de uns poucos estados nacionais (Fiori, 1999). "Em síntese, entre 1830 e 1914, a riqueza mundial cresceu, mas de forma extremamente desigual, ao mesmo tempo em que se expandia o poder político do núcleo europeu do sistema interestatal no qual foram incorporados os Estados Unidos e o Japão."
(Fiori, 1999, p. 16) O que explicaria o erro de previsão dos economistas políticos clássicos, tanto dos liberais quanto do próprio Marx"? (CALABRESE, 2020, p. 199).
Fonte: CALABRESE, Felipe. Introdução à Economia Política: o percurso histórico de uma ciência social. InterSaberes: Curitiba.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Economia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, duas das razões que contribuíram para um diagnóstico incompleto das teorias liberais clássicas sobre a distribuição da riqueza no capitalismo mundial:
Nota: 10.0
	
	A
	O desenvolvimento tecnológico e a ampliação dos processos de produção.
	
	B
	As diferenças culturais e as capacidades individuais dos trabalhares.
	
	C
	A ordem democrática internacional e a criação das Nações Unidas.
	
	D
	O aquecimento global e as catástrofes climáticas-ambientais.
	
	E
	O poder territorial e as relações de força do sistema interestatal.
Você acertou!
Como vimos no livro base da disciplina Economia Política, o poder territorial e o sistema interestatal não foram categorias devidamente ponderadas por toda a vertente liberal clássica, que herda de Adam Smith e David Ricardo a noção de que o comércio internacional (a universalização das trocas) levaria ao máximo desenvolvimento da divisão do trabalho e à especialização de funções, espalhando os incrementos de produtividade entre todas as nações participantes. Para essa visão, em síntese, a intensificação do comércio internacional conduziria à generalização da riqueza entre as nações. Lembremos que a ação do poder estatal não era fenômeno desconhecido para um autor como Smith. Ao contrário, era em reação às excessivas práticas estatais, tanto internamente (estabelecendo monopólios e regulando a atividade econômica) quanto externamente (erguendo barreiras tarifárias protecionistas), que a doutrina liberal clássica se construiria. Contudo, a fundamentação lógica da teoria liberal ia de encontro a essas práticas e não podia concebê-las como positivas, sob qualquer aspecto.
Referência: CALABREZ, Felipe. Introdução à Economia Política: o percurso histórico de uma ciência social. InterSaberes: Curitiba. 2020, p. 199, adaptado.
Questão 7/10 - Economia Política
Leia o texto abaixo:
“Para Polanyi (2012), as profundas transformações históricas que passaram a estruturar os diversos ramos da vida humana em sistemas de mercados foram captadas pela economia política, que, ao observar o fenômeno, tendeu a explicá-lo de maneira universalista, criando uma definição de homo economicus atemporal, cuja motivação seria unicamente econômica” (CALABRESE, 2020, p. 225).
Fonte: CALABREZ, Felipe Introdução à economia política: o percurso histórico de uma ciência social. Curitiba: Intersaberes, 2020.
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos no livro-base de Economia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a crítica feita por Polanyi às teorias clássicas da economia:
Nota: 0.0
	
	A
	Ampliação das categorias econômicas em demasia.
	
	B
	Redução do âmbito econômico ao fenômeno do mercado.
Como foi possível observar no livro base da disciplina de Economia Política, Polanyi compreende que as teorias econômicas clássicas, ao tomar a parte pelo todo, reduziram o âmbito econômico especificamente ao fenômeno do mercado. Assim, por meio do processo histórico, "A identificação da economia com o mercado foi colocada em prática", isto é, o mercado, esta criação institucional, passou a organizar as mais diferentes esferas da vida humana, produzindo uma 'sociedade de mercado'.
Referência: CALABREZ, Felipe Introdução à economia política: o percurso histórico de uma ciência social. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 225, adaptado.
	
	C
	Limitação da teoria economia às bases ideacionais ocidentais.
	
	D
	Criação das bases ideológicas para a dominação colonialista.
	
	E
	Construção de um discurso de dominação de determinados países
Questão 8/10 - Economia Política
Leio o texto abaixo:
“Defendemos que, para compreender as desigualdades do mundo, é preciso entender por que algumas sociedades são organizadas de maneiras muito ineficazes e socialmente indesejáveis. […] A maioria dos economistas e autoridades concentra-se em “acertar”, quando o que é de fato necessário é uma explicação sobre onde os países pobres estão “errando”. E erram basicamente não por uma questão de ignorância ou cultura. Como pretendemos mostrar, os países pobres são pobres porque os detentores do poder fazem escolhas que geram pobreza” (ACEMOGLU; ROBINSON, 2012, p. 53).
Fonte: ACEMOGLU, Daron; ROBINSON, James. Por que as Nações Fracassam: As Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. (401 páginas)
Tendo como base o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Economia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual é o principal argumento dos autores Acemoglu e Robinson no livro “Por que as Nações Fracassam”:
Nota: 0.0
	
	A
	O desenvolvimento econômico pode ser considerado como parte de um processo de democratização do mundo pós-colonial, uma vez que regimes democráticos fomentam a meritocracia.
	
	B
	O desenvolvimento econômico pode ser descrito como fruto de uma sociedade trabalhadora e conservadora, uma vez que o perfil social do povo pode fomentar o crescimento econômico ou a estagnação.
	
	C
	O desenvolvimento econômico pode ser compreendido como resultado do processo histórico de constituição do Estado Nacional, de modo que aqueles com instituições mais centralizadoras tendem a ser mais ricos.
	
	D
	O desenvolvimento econômico pode ser entendido como resultante do esforço político dos partidos em promover políticas desenvolvimentistas de base nacionalistas, uma vez que quanto maior o número de estatais, maior o desenvolvido o país.
	
	E
	O desenvolvimento econômico pode ser considerado como um produto da qualidade das instituições políticas e econômicas dos Estados, uma vez que as instituições do tipo inclusivas tendem a potencializar processos de crescimento e desenvolvimento econômicos.
Outra contribuiçãode grande fôlego, com visão histórica de longo prazo, é encontrada em Acemoglu e Robinson (2012), cuja obra tem o sugestivo título Por Que as Nações Fracassam. Nela, os autores argumentam que o desenvolvimento econômico é resultado da qualidade das
instituições políticas e econômicas das nações, que seriam de dois tipos: as de tipo extrativistas, que permitem que a renda seja concentrada em uma elite, e as de tipo inclusivas, que viabilizam a disseminação da riqueza por toda a sociedade. Sobre as instituições políticas, os autores adotam a visão do pluralismo, isto é, a de que instituições políticas devem canalizar as diferentes visões e interesses da sociedade. Se as instituições políticas não cumprirem esse requisito, sendo, portanto, do tipo extrativista, o caminho do desenvolvimento econômico estaria obstaculizado. Assim, os autores concluem que nações com sistemas políticos extrativistas, que atendem aos interesses de uma elite, não abrem caminho para as forças criadoras da sociedade, para a inovação, e, portanto, para o desenvolvimento (Acemoglu; Robinson, 2012).
Referência: CALABREZ, Felipe. Introdução à Economia Política: o percurso histórico de uma ciência social. InterSaberes: Curitiba. 2020, p. 190, adaptado.
Questão 9/10 - Economia Política
Veja o gráfico abaixo:
Fonte: A trajetória da distribuição de renda no Brasil e em outros países. No Brasil, Rússia e EUA, os 10% mais ricos da população concentram em torno de metade da renda nacional. Veja a variação dos dados desde 2001 https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/09/13/A-trajet%C3%B3ria-da-distribui%C3%A7%C3%A3o-de-renda-no-Brasil-e-em-outros-pa%C3%ADses
O gráfico acima apresenta como se dá a distribuição de renda em alguns Estados, enfatizando para a concentração de renda existente na sociedade brasileira. Tendo em conta que as teorias existem para que possamos compreender e explicar a realidade e, que a Economia Política também busca demonstrar por meio de conceitos e teorias como se dá a relação entre economia, sociedade e Estado. Nesse sentido, ao longo da vídeo aula 6, vimos que a Economia é também política, ou seja, possui direcionamentos práticos e políticos contidos em seus postulados. Não é possível, dentro dessa perspectiva ignorar o Estado e as decisões políticas sobre o processo econômico. A exemplo disto, as escolhas econômicas dos governos - por uma estratégia de maior intervenção ou de menor intervenção - possui impacto na concentração de renda da população de um determinado país. 
Levando em conta a contextualização acima e os conteúdos trabalhados na vídeo aula 6 sobre a Economia Política, analise as afirmações abaixo e depois assinale a alternativa que indique apenas as corretas:
I. A Economia Política é também uma ciência social, uma vez que considera que a realidade econômica é politicamente e socialmente moldada;
II. O papel da Economia Política é o de fornecer subsídios para a atuação dos agentes econômicos e possibilitar que os mesmos possam acumular capital político e monetário. 
III. A abordagem liberal recusa a protagonismo do Estado diante do sistema econômico;
IV. Um tema comum da perspectiva de teóricos da Economia Política é a tentativa de reversão de crises econômicas.
Nota: 0.0
	
	A
	Apenas as assertivas I e II estão corretas.
	
	B
	Apenas as assertivas II e III estão corretas
	
	C
	Apenas as assertivas I e III e IV estão corretas.
De acordo com a Videoaula 6, há diversas formas de abordar a realidade econômica e esse é um aspecto constitutivo da Economia Política. A Economia Política é também uma ciência social, já que considera que a realidade econômica é politicamente e socialmente moldada, o papel da Economia Política é abordar a partir da análise dos processos históricos, como, por exemplo, o conflito de classes, como faz a abordagem marxista. Um tema comum da perspectiva de teóricos da Economia Política é a tentativa de reversão de crises econômicas, políticas anti-cíclicas com o Estado intervindo na economia, teorias que influenciam governos, por exemplo. Já a abordagem liberal recusa a protagonismo do Estado diante do sistema econômico e utiliza modelos matemáticos de abstração para a compreensão da realidade, de uma forma a-histórica. Fonte: videoaula 6.
	
	D
	Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
	
	E
	Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
Questão 10/10 - Economia Política
Leia o trecho a seguir:
"Em sua obra mais influente, A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936, Keynes lamentava que a Economia ocupasse papel de tamanha importância na organização da vida social. Ansiava pelo dia em que ela ocuparia seu devido lugar — no banco de trás — e não mais estivesse, como então sucedia, a guiar a carruagem da História. Para ele, mesmo os homens de negócios, que em sua empáfia se criam livres de qualquer influência intelectual, eram escravos de algum economista morto. A Teoria Geral marca o nascimento da macroeconomia, campo de especulação científica dedicado a interpretar as relações de agregados estatísticos como, entre outros, o volume de emprego, a composição da demanda efetiva e a taxa de juros, na tentativa de compreender o (mau) funcionamento do sistema econômico. Keynes pretendia tornar inteligíveis — no contexto da crise de 1929 e na contramão da doutrina hegemônica à época — as razões para o desemprego da força de trabalho e os remédios para debelar esse flagelo". 
Fonte: FRACALANZA, Paulo Sérgio. As lições de Keynes. Novos estud. - CEBRAP  no.88 São Paulo Dec. 2010. p. 200. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n88/n88a12.pdf>.
Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina de Economia Política, assinale a alternativa que indique corretamente como Keynes entende a relação entre poupança e investimento:
Nota: 0.0
	
	A
	A tese keynesiana sobre poupança e investimento pode parecer, a princípio, contra-intuitiva, uma vez que entende que a poupança decorre do investimento e não ao contrário, como o era feito pelas teorias neoclássicas.
Essa alternativa está correta porque, como pode ser observado na aula 4, o início do século XX a teoria neoclássica havia se consolidado como dominante nos círculos acadêmico-científicos. Sobre as relações entre oferta e demanda prevalecia a explicação baseada na chamada Lei de Say, que vimos na aula 2. A crise de 1929, no entanto, e a grande depressão que a ela se seguiu questionaram frontalmente a explicação científica ao manter baixíssimos níveis de emprego. A Teoria de Keynes veio confrontar a explicação estabelecida, invertendo o modo como as relações entre poupança e investimento são entendidas. Keynes demonstra então a contra-intuitiva tese de que a poupança decorre do investimento.
Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 4. Economia Política. Material para a impressão, p. 2.  
	
	B
	A tese de Keynes sobre a relação entre poupança e investimento pode parecer, a partir de uma análise superficial, pouco transformadora quando comparada com as abordagens clássicas, uma vez que entende que os investimentos ocasionam a poupança.
	
	C
	A tese keynesiana sobre a relação entre poupança e investimento delineia um padrão de aplicação monetária no qual o estoque de poupança determina os níveis de investimento.
	
	D
	Keynes discordava dos autores neoclássicos no que tange a importância da poupança, sobretudo, por entender que os investimentos deveriam priorizar a alocação de recursos do Estado na iniciativa privada.
	
	E
	Diferentemente das teorias neoclássicas, que eram baseadas na preferência pela liquidez, a tese keynesiana compreendia a poupança como  uma consequência da acumulação de metais preciosos e terras.

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