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1 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED VISÃO GERAL DA CIRCULAÇÃO; BIOFÍSICA DE PRESSÃO, FLUXO E RESISTÊNCIA A função da circulação é suprir as necessidades dos tecidos: o Levando nutrientes para os tecidos o Retirando resíduos metabólicos dos mesmos o Transportando hormônios da glândula para os tecidos alvos De modo geral, manter o ambiente apropriado em todos os líquidos teciduais do organismo para que as células sobrevivam e funcionem de maneira otimizada. A necessidade tecidual é a grande controladora da intensidade do fluxo sanguíneo. o Ex.: o fluxo sanguíneo para os rins está muito além de suas necessidades metabólicas e está relacionado à sua função excretora, demandando que grande volume de sangue seja filtrado a cada minuto. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CIRCULAÇÃO: PARTES FUNCIONAIS DA CIRCULAÇÃO: Artérias: transportam sangue sob alta pressão e alta velocidade para os tecidos. Têm paredes fortes Arteríolas: ramos finais das artérias e atuam como condutos de controle desacelerando o sangue antes de chegar aos capilares. Têm fortes paredes musculares capazes de ocluir completamente o vaso ou de multiplicar seu diâmetro através de seu relaxamento altera o fluxo sanguíneo de acordo com a necessidade do tecido. Capilares: atuam realizando as trocas de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e demais substancias entre o sangue e o interstício Vênulas: coletam os sangues dos capilares e, de formal gradual, coalescem, formando veias progressivamente maiores Veias: transportam o sangue das vênulas de volta para o coração, além de constituírem um importante reservatório de sangue extra. Suas paredes são mais finas que as das artérias devido à menor pressão no sistema venoso, mas são suficientemente vasculares para contrair e expandir como um reservatório controlável. VOLUME DE SANGUE NAS DIFERENTES PARTES DA CIRCULAÇÃO: A figura ao lado apresenta uma visão geral da distribuição volumétrica de sangue pelos principais segmentos da circulação. 84% do volume sanguíneo corporal total estão na circulação sistêmica o 64% nas veias o 13% nas artérias o 7% nas arteríolas e capilares sistêmicos 16% na circulação pulmonar e coração o 7% no coração o 9% vasos pulmonares ÁREAS DE SECÇÃO TRANSVERSAL E VELOCIDADES DO FLUXO SANGUÍNEO Se todos os vasos sistêmicos de cada tipo fossem colocados lado a lado, suas áreas totais aproximadas de secção transversa média no ser humano seriam as seguintes: As áreas de secção transversa das veias são muito maiores do que as das artérias capacidade de armazenamento de sangue no sistema venoso Vaso Aorta Pequenas artérias Arteríolas Capilares Vênulas Pequenas veias Veias Cavas Área de Secção Transversa (cm²) 2,5 20 40 2.500 250 80 8 2 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED o V = F/A o mesmo fluxo de volume de sangue (F) deve passar por todo segmento da circulação a cada minuto, por isso a velocidade do fluxo sanguíneo (v) é inversamente proporcional à área de secção transversa vascular (A): Ex.: em condições de repouso, a velocidade média na aorta é 33cm/s, enquanto nos capilares é 1/1.000 desse valor (0,3mm/s). Mas como os capilares medem de 0,3 a 1mm de comprimento, o sangue permanece neles por apenas 1 a 3 segundos. PRESSÕES NAS DIVERSAS PARTES DA CIRCULAÇÃO: Aorta: cerca de 100mmhg recebe o sangue diretamente e continuamente do coração o Sistólica: 120mmHg o Diastólica: 80mmHg À medida que o sangue flui pela circulação sistêmica, sua pressão média cai progressivamente para cerca de 0 mmHg, ao atingir o final das veias cavas superior e inferior, que deságuam no átrio direito do coração. Capilares sistêmicos: varia entre 35mmHg e 10mmHg o Pressão funcional média da maioria = 17mmHg valor suficientemente baixo para que pouco plasma flua através dos minúsculos poros das paredes capilares, sem prejudicar a difusão dos nutrientes por meio desses mesmos poros. Circulação Pulmonar: o Nas arteríolas pulmonares, a pressão é pulsátil como na aorta, mas a pressão é muito menor PA Pulmonar Sistólica = aproximadamente 25 mmHg PA diastólica = 8 mmHg PAPMédia = 16 mmHg. o Capilares pulmonares: pressão capilar pulmonar média é de apenas 7 mmHg. Ainda assim, o fluxo sanguíneo total, que passa pelos pulmões a cada minuto, é o mesmo que o da circulação sistêmica. o As baixas pressões do sistema pulmonar estão de acordo com as necessidades dos pulmões = expor o sangue dos capilares pulmonares ao oxigênio e aos outros gases alveolares hematose PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA: Existem 3 três princípios básicos: 1. O fluxo sanguíneo na maioria dos tecidos é controlado segundo a necessidade dos tecidos. Tecidos ativos têm grande demanda por nutrientes = fluxo sanguíneo chega até 20 a 30 vezes o de repouso. No entanto, normalmente o coração NÃO pode aumentar seu débito por mais que quatro a sete vezes maior que os dos valores de repouso. Assim, não é possível simplesmente elevar o fluxo sanguíneo em todas as partes do corpo. Os microvasos em cada tecido monitoram, de modo contínuo, as necessidades teciduais ( disponibilidade de oxigênio e de outros nutrientes e o acúmulo de dióxido de carbono e outros produtos do metabolismo) e agem diretamente sobre os vasos sanguíneos locais, dilatando- os ou contraindo-os para controlar o fluxo sanguíneo local de forma precisa e até o nível necessário para a atividade do tecido. o controle neural da circulação pelo sistema nervoso central e os hormônios age como mais um mecanismo para a regulação do fluxo sanguíneo tecidual. 2. O débito cardíaco é a soma de todos os fluxos locais dos tecidos. Depois de fluir por um tecido, o sangue retorna, de imediato, pelas veias para o coração. Este responde, de forma automática, ao aumento da chegada de sangue, bombeando- o imediatamente de volta para as artérias. Assim, o coração age como autômato, respondendo às demandas dos tecidos; entretanto, com frequência precisa de auxílio na forma de sinais nervosos especiais que o fazem bombear a quantidade necessária de fluxo sanguíneo. 3. A regulação da pressão arterial é geralmente independente do fluxo sanguíneo local ou do débito cardíaco. sistema circulatório controla minuciosamente a pressão sanguínea arterial: por exemplo, se em qualquer momento a pressão cair significativamente abaixo do nível normal de cerca de 100 mmHg, um conjunto de reflexos nervosos desencadeia em poucos segundos diversas alterações circulatórias para normalizar a pressão. Sinais Nervosos: a) Efeito inotrópico: aumentando a força do bombeamento cardíaco b) constrição dos grandes reservatórios venosos para levar mais sangue para o coração c) constrição generalizada das arteríolas em muitos tecidos, de modo que maior quantidade de sangue se acumula nas grandes artérias, aumentando a pressão arterial. 3 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED Ao longo de períodos mais prolongados de horas ou dias os rins desempenham papel adicional fundamental no controle pressórico o secreção de hormônios controladores da o regulação do volume sanguíneo pelo mecanismo de excreção ou retenção de urina Assim, as necessidades dos tecidos individuais são supridas, de forma específica, pela circulação. PRESSÃO, FLUXO E RESISTÊNCIA: O fluxo sanguíneo pelo vaso é determinado por 2 fatores: 1. Gradiente de pressão pelo vaso = diferença de pressão sanguínea entre as duas extremidades 2. Resistência vascular = impedimento ao fluxo, resultado do atrito entre o sangue e o endotélio vascular É a diferença de pressão entre as duas extremidades do vaso e não a pressão absoluta em seu interior que determina a intensidade/velocidade do fluxo.FLUXO SANGUÍNEO: É a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante um intervalo de tempo ml/min ou L/min (geralmente) Fluxo total de um adulto em repouso cerca de 5.000mL/min ou 5L/min = Débito Cardíaco Fluxo Laminar = linhas de corrente, uniformes e estáveis ao longo do vaso o Oposto ao fluxo turbulento que consiste em sangue fluindo em todas as direções e se misturando continuamente dentro do vaso o Perfil Parabólico de Velocidade: em um fluxo laminar, a velocidade do fluxo pelo centro do vaso é muito maior que próximo às paredes. Na figura ao lado o vaso contém dois líquidos; o vermelho e o transparente: A) não há fluxo no vaso. B) Os líquidos começam a fluir e desenvolve-se uma interface parabólica entre eles a porção de líquido adjacente à parede do vaso praticamente não se moveu, enquanto a porção pouco mais afastada da parede se moveu por pequena distância e a porção no centro do vaso se moveu por longa distância. Esse efeito é chamado “perfil parabólico da velocidade do fluxo sanguíneo”. O perfil parabólico ocorre porque as moléculas de líquido que tocam a parede se movem lentamente em virtude da aderência com o endotélio, enquanto a camada seguinte desliza sobre a primeira e assim por diante. Assim, quanto mais central, mais rápido o sangue flui. Fluxo Turbulento: diante de intensidade muito elevada, obstruções, ângulos fechados ou superfícies ásperas, o fluxo sanguíneo pode ficar turbulento. Isso significa que o sangue flui em direção longitudinal e perpendicular, podendo formar redemoinhos o A tendência de ocorrer fluxo turbulento é: diretamente proporcional à velocidade do fluxo, diâmetro do vaso e densidade do sangue inversamente proporcional à viscosidade do sangue 𝑅𝑒 = v . d . ρ η o Re nas grandes artérias normalmente varia de 200 a 400, sendo comum fluxo turbulento nesses vasos Lei de Ohm: F= fluxo sanguíneo ΔP= P1-P2 R= resistência vascular 𝐹 = ∆P R Re= número de Reynolds medida da tendência de turbilhonamento; v = velocidade média do fluxo (cm/s); d = diâmetro do vaso(cm); = densidade pouco maior que 1 η = viscosidade (em poise) 1/30 poise = Re> 200 a 400 = fluxo turbulento em alguns ramos dos vasos, que se extingue em suas porções mais lisas. Re > 2.000 = turbulência mesmo em vasos retos e lisos. 4 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED o Re nas porções proximais da Aorta e Artéria Pulmonar pode chegar a muitos milhares durante a fase de ejeção rápida dos ventrículos = turbilhonamento considerável nestes vasos o Em vasos pequenos, o Re quase nunca é alto o suficiente para causar turbulência PRESSÃO SANGUÍNEA: Representa a força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede vascular RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO: É o impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso Não pode ser medida diretamente deve ser calculada pelas medidas do fluxo e a diferença de pressão entre 2 pontos do vaso (Lei de Ohm) ΔP = 1 mmHg e F = 1 mL/s a resistência é designada como uma unidade de resistência periférica ou URP Resistencia Vascular Periférica Total: o Para um débito cardíaco de 100mL/s, o ΔP entre as artérias e veias sistêmicas é de cerca de 100mmHg o Assim, a RVP total éde 100/100 ou 1 URP o Vasos fortemente contraídos: RVP sobe para 4URP o Vasos muito dilatados: RVP cai para valores muito baixos como 0,2 URP Resistencia Vascular Pulmonar Total: o PA Pulmonar Média = 16mmHg e a Pressão Atrial Esquerda Média = 2mmHg ΔP = 14 mmHg o Assim, sob um DC normal (100mL/s),a RV Pulmonar Total é de cerca de 0,14 URP (aprox. 1/7 das circulação sistêmica) Condutância: é a medida do fluxo sanguíneo por um vaso sob dada diferença de pressão. Ou seja, é a recíproca exata da resistência o Condutância = 1/Resistência o Pequenas variações no diâmetro do vaso provocam grandes alterações em sua capacidade de conduzir sangue com fluxo laminar Veja que, embora os diâmetros aumentem apenas em 4X, os fluxos correspondentes aumentam por 256 vezes. A condutância do vaso aumenta em proporção direta à quarta potenciado diâmetro Condutância ∝Diâmetro4 LEI DE POISEUILLE: O grande aumento da condutância em decorrência do aumento do diâmetro pode ser explicado pela característica física do fluxo laminar (perfil parabólico de velocidade), em que a velocidade do fluxo aumenta a cada camada mais interna. Assim, vasos mais calibrosos (de maior diâmetro), possuem mais camadas de fluxo sanguíneo e, consequentemente, maior velocidade das camadas internas. Nos vasos de pequeno calibre, em essência, todo o sangue está contíguo à parede e a corrente central de fluxo mais rápido não existe. Ao unirmos as velocidades de todas as camadas e multiplicarmos por suas áreas, temos a fórmula de Poiseuille ou lei da quarta potência: 𝐹 → 𝜋∆𝑃𝑟4 8𝜂𝑙 Note que: o fluxo sanguíneo é diretamente proporcional ao raio4, demonstrando que o diâmetro (que corresponde a 2x o raio) é muito mais importante que os demais fatores na determinação do F. RESISTENCIA ARTERIOLAR: Resistência das delgadas arteríolas Cerca de 2/3 da resistência vascular sistêmica total consiste em resistência arteriolar Os diâmetros internos as arteríolas variam de 4 a 25 micrômetros Possuem paredes vasculares muito fortes capazes de alterar acentuadamente o diâmetro do vaso F = intensidade do fluxo; ΔP = diferença de pressão entre as extremidades; r = raio do vaso; l = comprimento η = viscosidade do sangue 5 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED Pela lei da quarta potência as arteríolas são capazes de, em resposta aos sinais nervosos ou químicos teciduais, com pequenas alterações de seu diâmetro, interromper quase totalmente o fluxo sanguíneo ou aumenta-lo enormemente. RESISTÊNCIA EM CIRCUITOS VASCULARES EM SÉRIE E PARALELO: 1) Circuitos em Série: Artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias O fluxo por cada vaso é o mesmo Resistência total é a soma das resistências de cada vaso das artérias às veias 2) Circuitos em Paralelo: Ramificações dos vasos sanguíneos Permite que cada tecido regule seu próprio fluxo, em grande parte, de maneira independente Resistência total é: 1/Rtotal= 1/R1 + 1/R2 +1/R3 .... O fluxo é determinado pelo gradiente de pressão e por sua própria resistência, e não pela resistência dos outros vasos do circuito É óbvio que, para dado gradiente de pressão, quantidade muito maior de sangue fluirá por esse sistema paralelo do que por qualquer um dos vasos sanguíneos individuais. Portanto, a resistência total é muito menor que a de qualquer vaso sanguíneo isolado O aumento da resistência de qualquer um dos vasos aumenta a resistência total Pode parecer paradoxal que a adição de vasos ao circuito reduza a resistência total, mas muitos vasos em paralelo facilitam o fluxo pelo circuito porque cada um representa uma condutância para o fluxo Condutância Total = C1 + C2 + C3 .... . O fluxo sanguíneo a cada tecido é fração do fluxo sanguíneo total (débito cardíaco), sendo determinado pela resistência (recíproca da condutância) ao fluxo do tecido, bem como pelo gradiente de pressão. Portanto, a amputação de membro ou a remoção cirúrgica de um rim também remove um circuito paralelo e reduz a condutância vascular e o fluxo sanguíneo total (i. e., o débito cardíaco), enquanto aumentam a resistência vascular periférica total. HEMATÓCRITO E VISCOSIDADE X RESISTÊNCIA VASCULAR: Outro fator importante na Equação de Poiseuille é a viscosidade do sangue Quanto maior a viscosidade, menor o fluxo pelo vaso (se todos os demais fatores permanecerem constantes) A viscosidade do sangue é 3x maior que ada água A viscosidade sanguínea se deve ao grande numero de eritrócitos em suspensão exercem forças friccionais contra células adjacentes e contra a parede do vaso Hematócrito: porção do sangue que são hemácias representa a porção celular do sangue, enquanto a porção restante constitui o plasma o Hematócrito Médio p/ adulto: 42 em homens e 38 em mulheres o Valores variam muitos: presença de anemias ou policitemias, grau de atividade corporal e altitude em que vive o A elevação do hematócrito aumenta acentuadamente a viscosidade sanguínea o hematócrito normal viscosidade do sangue = 3 isso significa que para impulsionar o sangue pelo vaso, é necessária pressão 3X maior do que a necessária para impulsionar agua 6 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED o Hematócrito acima de 60-70 = policitemia viscosidade até 10x maior que a da água = fluxo sanguíneo fica reduzido Outros tipos de proteína no plasma também afetam a viscosidade do sangue, mas provocam efeitos pequenos o Viscosidade do plasma = 1,5 x maior que da água EFEITOS DA PRESSÃO SOBRE A RESISTÊNCIA VASCULAR E O FLUXO SANGUINEO TECIDUAL: o aumento da pressão arterial não aumenta só a força que impulsiona o sangue pelos vasos, mas ao mesmo tempo inicia aumentos compensatórios da resistência vascular em poucos segundos pela ativação dos mecanismos de controle locais. Por isso, o aumento da pressão arterial não implica em aumento do fluxo sanguíneo o mesmo ocorre inversamente: diante de reduções da PA, há também redução da resistência vascular na maioria dos tecidos o que mantem o fluxo sanguíneo normal Autorregulação é a capacidade quem os tecidos têm de ajudar suas resistências vasculares e de manter o fluxo sanguíneo normal diante de alterações da PA entre 70 e 175mmHg As variações do fluxo sanguíneo podem ser causadas por: Estimulação simpática contrai os vasos sanguíneos Hormônios vasoconstritores = Norepinefrina, Angiotensina II, Vasopressina ou Endotelina Na maioria dos tecidos, as variações do fluxo sanguíneo raramente duram mais de algumas poucas horas, mesmo quando elevações da pressão arterial ou níveis aumentados de vasoconstritores são mantidos. Isso ocorre devido aos mecanismos autorregulatórios locais de cada tecido, que eventualmente, superam a maior parte dos efeitos vasoconstritores, de maneira a prover fluxo sanguíneo apropriado às demandas do tecido. RELAÇÃO PRESSÃO-FLUXO EM LEITOS VASCULARES PASSIVOS: Em vasos sanguíneos isolados ou em tecidos que não apresentam autorregulação, variações da pressão arterial podem ter efeitos importantes sobre o fluxo sanguíneo. Na verdade, o efeito da pressão no fluxo sanguíneo pode ser maior do que a prevista pela equação de Poiseuille, como mostrado pelas curvas ascendentes na figura acima. A razão para isso é que: a pressão arterial aumentada não somente aumenta a força que empurra o sangue pelos vasos, como também distende os vasos elásticos, diminuindo na realidade a resistência vascular. Reciprocamente, a diminuição da pressão arterial em vasos sanguíneos passivos aumenta a resistência, à medida que os vasos elásticos gradualmente colapsam devido à pressão distensora reduzida. se a pressão cair abaixo do nível crítico = pressão crítica de fechamento o fluxo cessa à medida que os vasos sanguíneos colapsam por completo. A estimulação simpática e outros vasoconstritores podem alterar a relação passiva entre pressão e fluxo o inibição da atividade simpática = grandes dilatações nos vasos, podendo aumentar o fluxo sanguíneo por duas vezes ou mais. o estímulo simpático muito forte = pode contrair os vasos a tal ponto que o fluxo sanguíneo, ocasionalmente, se reduz a zero por alguns segundos, apesar da alta pressão arterial. Na realidade, existem poucas condições fisiológicas nas quais um tecido exiba a relação passiva entre pressão e fluxo. Mesmo em tecidos que não autorregulam efetivamente o fluxo sanguíneo, durante variações agudas na pressão arterial, o fluxo sanguíneo é regulado de acordo com as necessidades do tecido quando as alterações da pressão se mantêm, como discutido adiante.
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