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Circulação sanguínea

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MÓDULO DE FUNÇÕES BIOLÓGICAS II
		
OBJETIVO 2 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CIRCULAÇÃO
PARTES FUNCIONAIS DA CIRCULAÇÃO
A função das artérias é a de transportar sangue sob alta pressão para os tecidos. Por esse motivo, têm fortes paredes vasculares, e nelas o sangue flui em alta velocidade.
As arteríolas são os pequenos ramos finais do sistema arterial; elas agem como condutos de controle pelos quais o sangue é liberado para os capilares. Elas têm forte parede muscular, capaz de ocluir completamente os vasos ou com seu relaxamento dilatá-los, multiplicando seu diâmetro, sendo capaz dessa forma de alterar muito o fluxo sanguíneo em cada tecido em resposta à sua necessidade.
A função dos capilares é a troca de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Para exercer essa função, as paredes capilares são muito finas e têm numerosos minúsculos poros capilares permeáveis à água e outras substâncias moleculares.
As vênulas coletam o sangue dos capilares e de forma gradual coalescem, formando veias progressivamente maiores.
As veias funcionam como condutos para o transporte de sangue das vênulas de volta ao coração; além disso, atuam como importante reservatório de sangue extra. Como a pressão no sistema venoso é muito baixa, as paredes das veias são finas. Mesmo assim, são suficientemente musculares para se contrair e expandir, agindo como reservatório controlável para o sangue extra de pequeno ou grande volume, de acordo com as necessidades da circulação.
VOLUMES DE SANGUE NAS DIFERENTES PARTES DA CIRCULAÇÃO
84% do volume sanguíneo corporal total estão contidos na circulação sistêmica, e 16% no coração e nos pulmões. Dos 84% na circulação sistêmica, 64% estão nas veias, 13% nas artérias e 7% nas arteríolas e capilares sistêmicos. O coração contém 7% do sangue, e os vasos pulmonares, 9%. 
ÁREAS DE SECÇÃO TRANSVERSAL E VELOCIDADES DO FLUXO SANGUÍNEO
Se todos os vasos sistêmicos de cada tipo fossem colocados lado a lado, suas áreas totais aproximadas de secção transversa média no ser humano seriam as seguintes:
Vale ressaltar que as áreas de secção transversa das veias são muito maiores (aproximadamente 4x) que as das artérias, isso tem relação com a grande capacidade de armazenamento de sangue no sistema venoso se comparado com o sistema arterial.
Como o mesmo fluxo de volume de sangue (F) deve passar por todo o segmento da circulação a cada minuto, a velocidade do fluxo sanguíneo (v) é inversamente proporcional à área de secção transversa vascular (A):
v = F/A
Ou seja, em condições de repouso, a velocidade média na aorta é de 33 cm/s, enquanto essa mesma situação nos capilares apresenta velocidade de 0,03 cm/s (1000x menor). Como os capilares têm comprimento de 0,3 a 1 milímetro, o sangue permanece neles por apenas 1 a 3 segundos. E é nesse pequeno tempo que ocorre toda a difusão de nutrientes.
PRESSÕES NAS DIVERSAS PARTES DA CIRCULAÇÃO
Como o coração bombeia continuamente sangue para a aorta, a pressão média nesse vaso é alta, cerca de 100 mmHg. Como o bombeamento cardíaco é pulsátil, a pressão arterial vaia entre a pressão sistólica de 120 mmHg e a pressão diastólica de 80 mm Hg.
À medida que o sangue flui pela circulação sistêmica, sua pressão média cai progressivamente para cerca de 0 mmHg ao atingir o final das veias cavas, que deságuam no átrio direito do coração.
A pressão nos capilares sistêmicos varia entre valores elevados, como 35 mmHg, próximos à extremidade arterial, e valores baixos, chegando a 10 mmHg, próximos à extremidade venosa, mas a pressão funcional média na maioria dos leitos vasculares é de cerca de 17 mmHg, valor suficientemente baixo para que pouco plasma flua através dos minúsculos poros das paredes capilares, embora os nutrientes possam se difundir com muita facilidade através desses mesmos poros para as células teciduais circundantes.
Nas arteríolas pulmonares, a pressão é pulsátil como na aorta, mas a pressão é muito menos, sendo a sistólica média é de cerca de 25 mmHg, e a pressão diastólica é de 8 mmHg, com pressão média de 16 mmHg. A pressão capilar pulmonar é de apenas 7 mmHg. Ainda assim, o fluxo sanguíneo total que passa pelos pulmões a cada minuto é o mesmo que o da circulação sistêmica. As baixas pressões do sistema pulmonar estão de acordo com as necessidades dos pulmões, que consistem basicamente em expor o sangue dos capilares pulmonares ao oxigênio e aos outros gases alveolares.
OBJETIVO 2
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA
Existem 3 princípios básicos que regulam as funções da circulação:
1) A intensidade (ou velocidade) do fluxo sanguíneo para cada tecido corporal é quase sempre controlada precisamente em relação às necessidades teciduais:
Quando os tecidos estão ativos necessitam de maior suprimento de nutrientes e, portanto, de fluxo sanguíneo maior por volta de 20 a 30 vezes o de repouso. Ainda que seja necessário aumentar o débito, esse não pode ser aumentado por mais que 4 a 7 vezes que seu valor de repouso. Ou seja, não basta apenas aumentar o 
fluxo sanguíneo em todas partes do corpo quando um tecido particular demanda fluxo aumentado. Em vez disso, os microvasos em cada tecido monitoram continuamente as necessidades teciduais, tais como a disponibilidade de O2, acúmulo de CO2; estes, por sua vez, agem diretamente sobre os vasos sanguíneos locais, dilatando-os ou contraindo-os para controlar o fluxo sanguíneo local de forma precisa e até o nível necessário para a atividade do tecido.
2) O débito cardíaco é controlado principalmente pela soma de todos os fluxos teciduais locais:
Depois de fluir por um tecido, o sangue retorna de imediato pelas veias para o coração e responde de forma automática ao aumento da chegada de sangue, bombeando-o imediatamente de volta às artérias. Logo, o coração responde às demandas dos tecidos.
3) A regulação da pressão arterial é geralmente independente do fluxo sanguíneo local ou do débito cardíaco:
Se a pressão arterial cair significativamente abaixo do nível normal de cerca de 100 mmHg, um conjunto de reflexos nervosos desencadeiam em poucos segundos diversas alterações circulatórias para normalizar a pressão. Esses sinais nervosos agem especialmente:
a) aumentando a força de bombeamento cardíaco;
b) causando constrição dos grandes reservatórios venosos, para levar mais sangue para o coração;
c) causando constrição generalizada da maioria das arteríolas em todo o corpo, de modo que maior quantidade de sangue se acumule nas grandes artérias, aumentando assim a pressão sanguínea.
OBJETIVO 2
INTER-RELAÇÕES DE PRESSÃO, FLUXO E RESISTÊNCIA
O fluxo sanguíneo por um vaso é determinado por dois fatores:
1) a diferença de pressão sanguínea entre as duas extremidades do vaso, também por vezes é referida como “gradiente de pressão” ao longo do vaso, que impulsiona o sangue pelo vaso;
2) o impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso, ou resistência vascular.
P1 representa a pressão na origem do vaso; na outra extremidade, a pressão é P2. A resistência ocorre como resultado do atrito entre o sangue em movimento e o endotélio intravascular em todo o interior do vaso. O fluxo pelo vaso pode ser calculado pela seguinte fórmula:
qual F é o fluxo sanguíneo, DP é a diferença de pressão (P1 − P2) entre as duas extremidades do vaso e R é a resistência.
fluxo sanguíneo ocorre em proporção direta à diferença de pressão, mas inversamente proporcional à resistência. Note que é a diferença de pressão entre as duas extremidades do vaso e não a pressão absoluta em seu interior que determina a intensidade/velocidade do fluxo. Por exemplo, se a pressão em ambas as extremidades do vaso for de 100 mmHg, mas se não houver diferença entre elas, não haverá fluxo apesar de existir pressão de 100 mmHg. 
FLUXO SANGUÍNEO
Fluxo sanguíneo significa a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. Em geral, o fluxo sanguíneo é expresso em mililitros por minuto ou litros por minuto.
O fluxo sanguíneo total na circulação de adulto em repousoé de cerca de 5.000 mL/min. Isso é referido como débito cardíaco, por ser a quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta, a cada minuto.
FLUXO LAMINAR DO SANGUE NOS VASOS
 Quando o sangue flui de forma estável por vaso sanguíneo longo e uniforme, ele se organiza em linhas de corrente, com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso. Além disso, a porção mais central do sangue permanece no centro do vaso. Esse tipo de fluxo é chamado laminar.
PERFIL PARABÓLICO DE VELOCIDADE DURANTE O FLUXO LAMINAR
Quando ocorre fluxo laminar, a velocidade do fluxo pelo centro do vaso é muito maior que próximo às paredes.
a porção de líquido adjacente à parede do vaso praticamente não se moveu, a porção pouco mais afastada da parede se moveu por pequena distância, e a porção no centro do vaso se moveu por longa distância. Esse efeito é chamado “perfil parabólico da velocidade do fluxo sanguíneo”. O perfil parabólico ocorre porque as moléculas de líquido que tocam a parede se movem lentamente, em virtude da aderência com o endotélio. A camada seguinte de moléculas desliza sobre a primeira, a terceira camada desliza sobre a segunda, a quarta sobre a terceira, e assim por diante. Portanto, o líquido no meio do vaso pode se mover rapidamente, porque existem muitas camadas de moléculas deslizantes entre o meio do vaso e a parede; assim, cada camada em direção ao centro flui progressivamente mais rápido que as camadas externas.
FLUXO SANGUÍNEO TURBULENTO SOB CERTAS CONDIÇÕES
Quando a intensidade do fluxo sanguíneo é muito elevada, ou quando o sangue passa por obstrução no vaso, por ângulo fechado ou por superfície áspera, o fluxo pode ficar turbulento ou desordenado, em vez de laminar. Fluxo turbulento significa que o sangue flui na direção longitudinal e na direção perpendicular, geralmente formando redemoinhos semelhantes aos vistos em pontos de obstrução de um rio com forte correnteza. Quando ocorrem redemoinhos, a resistência ao fluxo de sangue é muito maior que no fluxo laminar por provocarem grande aumento do atrito total do fluxo no vaso. A tendência à ocorrência de fluxo turbulento é de modo direto proporcional à velocidade do fluxo sanguíneo, ao diâmetro do vaso e à densidade do sangue, e inversamente proporcional à viscosidade do sangue, o que é representado pela seguinte equação: 
em que Re é o número de Reynolds, que é a medida da tendência para a ocorrência de turbilhonamento; n é a velocidade média do fluxo sanguíneo (em centímetros/segundo); d é o diâmetro do vaso (em centímetros); r é a densidade; e h a viscosidade (em poise). A viscosidade do sangue é normalmente de cerca de 1/30 poise, e a densidade é apenas pouco maior que 1.
PRESSÃO SANGUÍNEA
Na verdade, a pressão sanguínea representa a força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede vascular.
RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO
Unidades de Resistência. A resistência é o impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso, mas não pode ser medida por qualquer meio direto; em vez disso deve ser calculada pelas medidas do fluxo e da diferença de pressão entre dois pontos no vaso. Se a diferença de pressão entre esses dois pontos for de 1 mmHg e o fluxo for de 1 mL/s, a resistência é designada como uma unidade de resistência periférica, usualmente abreviada como URP.
RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA TOTAL E RESISTÊNCIA VASCULAR PULMONAR TOTAL
A intensidade do fluxo sanguíneo em todo o sistema circulatório é igual à do sangue bombeado pelo coração — isto é, ao débito cardíaco. No humano adulto, seu valor é de aproximadamente 100 mL/s. A diferença de pressão entre as artérias e veias sistêmicas é de cerca de 100 mmHg. Portanto, a resistência de toda a circulação sistêmica, chamada de resistência periférica total, é de aproximadamente 100/100, ou 1 unidade de resistência periférica (URP). Nas condições em que todos os vasos sanguíneos do corpo ficam fortemente contraídos, a resistência periférica total, ocasionalmente, aumenta até 4 URP. Por sua vez, quando os vasos ficam muito dilatados, a resistência pode cair para valores muito baixos, como 0,2 URP.
A “CONDUTÂNCIA” DO SANGUE NO VASO É O RECÍPROCO DA RESISTÊNCIA
 A condutância é a medida do fluxo sanguíneo por um vaso sob dada diferença de pressão. Essa medida é expressa em mililitros por segundo por milímetro de mercúrio de pressão, mas pode também ser expressa em litros por segundo por milímetro de mercúrio ou em quaisquer outras unidades de fluxo sanguíneo e pressão. É evidente que a condutância é a recíproca exata da resistência, de acordo com a seguinte equação:
VARIAÇÕES PEQUENAS NO DIÂMETRO DO VASO PODEM ALTERAR ACENTUADAMENTE A SUA CONDUTÂNCIA
 Pequenas variações do diâmetro do vaso provocam grandes alterações em sua capacidade de conduzir sangue quando o fluxo sanguíneo é laminar. Por conseguinte, a condutância do vaso aumenta em proporção direta à quarta potência do diâmetro, de acordo com a seguinte fórmula:
LEI DE POISEUILLE
Os anéis concêntricos dentro dos vasos indicam que a velocidade do fluxo em cada anel é diferente da dos anéis adjacentes, em virtude do fluxo laminar. 
Ou seja, o sangue no anel que toca a parede do vaso praticamente não flui por causa da sua aderência ao endotélio vascular. O anel seguinte de sangue, em direção ao centro, desliza sobre o primeiro e, portanto, flui mais rápido. O terceiro, o quarto, o quinto e o sexto anéis, da mesma forma, fluem em velocidades progressivamente maiores. Assim, o sangue mais próximo à parede vascular flui em velocidade baixa, enquanto o sangue no meio do vaso flui muito mais rapidamente. No vaso de pequeno calibre, em essência, todo o sangue está contíguo à parede; assim, a corrente central do fluxo sanguíneo muito rápido simplesmente não existe. 
Note, de forma particular, nessa equação que o fluxo sanguíneo é diretamente proporcional à quarta potência do raio do vaso, o que mostra mais uma vez que o diâmetro do vaso (que corresponde a duas vezes o raio) é muito mais importante que todos os demais fatores na determinação de seu fluxo sanguíneo.
IMPORTÂNCIA DA “LEI DA QUARTA POTÊNCIA” DO DIÂMETRO DO VASO NA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA ARTERIOLAR
Na circulação sistêmica, cerca de dois terços da resistência sistêmica total ao fluxo sanguíneo consistem em resistência arteriolar que ocorre nas delgadas arteríolas. Os diâmetros internos das arteríolas são muito variáveis, de 4 a 25 micrômetros. Entretanto, suas fortes paredes vasculares permitem que esse diâmetro se altere de forma acentuada muitas vezes, por até quatro vezes. Pela lei da quarta potência, discutida acima, que relaciona o fluxo sanguíneo ao diâmetro do vaso, pode-se ver que o aumento de quatro vezes no diâmetro do vaso pode aumentar o fluxo por 256 vezes. Portanto, a lei da quarta potência possibilita que as arteríolas, respondendo a sinais nervosos ou a sinais químicos teciduais locais, com apenas pequenas alterações de seu diâmetro, interrompam de modo quase total o fluxo sanguíneo ou, no outro extremo, aumentem-no enormemente. De fato, foram registradas variações por mais de 100 vezes do fluxo sanguíneo em diferentes áreas teciduais, entre os limites de constrição ou dilatação arteriolar máxima. 
RESISTÊNCIA AO FUXO SANGUÍNEO EM CIRCUITOS VASCULARES EM SÉRIE OU EM PARALELO
O sangue bombeado pelo coração flui da região de alta pressão da circulação sistêmica (i. e., a aorta) para a de baixa pressão (i. e., veia cava), pelos muitos quilômetros de vasos sanguíneos dispostos em série ou em paralelo. As artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias estão coletivamente dispostos em série. Quando os vasos são dispostos em série, o fluxo por cada vaso é o mesmo, e a resistência total ao fluxo sanguíneo (R total) é igual à soma das resistências de cada vaso:
A resistência vascular periférica total é, portanto, igual à soma das resistências das artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. 
Os vasos sanguíneos se ramificam extensamente, formando circuitos paralelos que irrigam muitos órgãos e tecidos do corpo com sangue. Essa disposiçãoem paralelo permite que cada tecido regule seu próprio fluxo sanguíneo em grande parte de modo independente do fluxo por outros tecidos. Nos vasos sanguíneos dispostos em paralelo, a resistência total ao fluxo é expressa como: 
É óbvio que, para dado gradiente de pressão, quantidade muito maior de sangue fluirá por esse sistema paralelo do que por qualquer um dos vasos sanguíneos individuais. Portanto, a resistência total é muito menor que a de qualquer vaso sanguíneo isolado. O fluxo por vaso paralelo, na Figura 14-9B, é determinado pelo gradiente de pressão e por sua própria resistência, e não pela resistência dos outros vasos sanguíneos paralelos. Entretanto, o aumento da resistência de qualquer um dos vasos aumenta a resistência vascular total. Pode parecer paradoxal que a adição de vasos sanguíneos a um circuito reduza a resistência vascular total. Muitos vasos sanguíneos paralelos, no entanto, facilitam o fluxo de sangue pelo circuito, porque cada um representa nova via, ou condutância, para o fluxo sanguíneo. A condutância total (C total) para o fluxo sanguíneo é a soma das condutâncias de cada via paralela:
Por exemplo, as circulações do cérebro, do rim, do músculo, do trato gastrintestinal, da pele e das coronárias estão dispostas em paralelo, e cada tecido contribui para a condutância geral da circulação sistêmica. O fluxo sanguíneo a cada tecido é fração do fluxo sanguíneo total (débito cardíaco), sendo determinado pela resistência (recíproca da condutância) ao fluxo do tecido, bem como pelo gradiente de pressão. Portanto, a amputação de membro ou a remoção cirúrgica de um rim também remove um circuito paralelo e reduz a condutância vascular e o fluxo sanguíneo total (i. e., o débito cardíaco), enquanto aumentam a resistência vascular periférica total.
EFEITO DO HEMATÓCRITO E DA VISCOSIDADE DO SANGUE SOBRE A RESISTÊNCIA VASCULAR E O FLUXO SANGUÍNEO
Note-se, de modo particular, que outro dos fatores importantes na equação de Poiseuille é a viscosidade do sangue. Quanto maior a viscosidade, menor é o fluxo pelo vaso, se todos os demais fatores permanecerem constantes. Além disso, a viscosidade do sangue normal é cerca de três vezes maior que a da água. O que torna o sangue tão viscoso? Em essência, é o grande número de eritrócitos em suspensão, cada um exercendo forças friccionais contra células adjacentes e contra a parede do vaso sanguíneo.
HEMATÓCRITO: PROPORÇÃO DE SANGUE QUE SÃO HEMÁCIAS
Se uma pessoa tem hematócrito de 40, isso significa que 40% de seu volume sanguíneo são formados por células e o restante consiste em plasma. O hematócrito médio, em homens adultos, é de cerca de 42 e, em mulheres, de aproximadamente 38, em média.
A ELEVAÇÃO DO HEMATÓCRITO AUMENTA ACENTUADAMENTE A VISCOSIDADE DO SANGUE
A viscosidade do sangue aumenta de forma acentuada à medida que o hematócrito se eleva. A viscosidade do sangue total, com hematócrito normal, é de aproximadamente 3; isso significa que, para impulsionar o sangue pelo vaso, é necessária pressão três vezes maior do que para impulsionar água pelo mesmo vaso. Quando o hematócrito sobe para 60 ou 70, como ocorre frequentemente nas pessoas com policitemia, a viscosidade sanguínea pode ser até 10 vezes maior que a da água, e seu fluxo pelos vasos fica muito reduzido. Outros fatores que afetam a viscosidade do sangue são a concentração e os tipos de proteínas no plasma; contudo, por provocarem efeitos tão menos potentes que o hematócrito, não representam considerações significativas na maioria dos estudos hemodinâmicos. A viscosidade do plasma sanguíneo é em torno de 1,5 vez maior que a da água.
EFEITOS DA PRESSÃO SOBRE A RESISTÊNCIA VASCULAR E O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL
A “Autorregulação” Atenua o Efeito da Pressão Arterial no Fluxo Sanguíneo no Tecido. Pela discussão até agora, seria esperado que o aumento da pressão arterial provocasse aumento proporcional do fluxo sanguíneo pelos vários tecidos corporais. Entretanto, o efeito da pressão arterial sobre o fluxo sanguíneo em muitos tecidos é, em geral, bem menor que o que se poderia esperar. Isso ocorre porque o aumento da pressão arterial não aumenta só a força que impulsiona o sangue pelos vasos, mas ao mesmo tempo inicia aumentos compensatórios da resistência vascular em poucos segundos pela ativação dos mecanismos de controle locais. Inversamente, com reduções na pressão arterial, a maior parte da resistência vascular é reduzida de imediato, na maioria dos tecidos, e o fluxo sanguíneo é mantido a uma taxa relativamente constante. A capacidade de cada tecido de ajustar sua resistência vascular e de manter o fluxo sanguíneo normal durante alterações na pressão arterial entre cerca de 70 e 175 mmHg é denominada autorregulação. 
As variações do fluxo sanguíneo podem ser causadas por forte estimulação simpática, que contrai os vasos sanguíneos. Da mesma maneira, hormônios vasoconstritores, tais como norepinefrina, angiotensina II, vasopressina ou endotelina, podem também reduzir o fluxo sanguíneo, pelo menos transitoriamente. Na maioria dos tecidos, as variações do fluxo sanguíneo raramente duram mais de algumas poucas horas, mesmo quando elevações da pressão arterial ou níveis aumentados de vasoconstritores são mantidos. A razão da relativa constância do fluxo sanguíneo é que os mecanismos autorregulatórios locais de cada tecido, eventualmente, superam a maior parte dos efeitos vasoconstritores, de maneira a prover fluxo sanguíneo apropriado às demandas do tecido. 
RELAÇÃO PRESSÃO-FUXO EM LEITOS VASCULARES PASSIVOS
Em vasos sanguíneos isolados ou em tecidos que não apresentam autorregulação, variações da pressão arterial podem ter efeitos importantes sobre o fluxo sanguíneo. A razão para isso é que a pressão arterial aumentada não somente aumenta a força que empurra o sangue pelos vasos, como também distende os vasos elásticos, diminuindo na realidade a resistência vascular. Reciprocamente, a diminuição da pressão arterial em vasos sanguíneos passivos aumenta a resistência, à medida que os vasos elásticos gradualmente colapsam devido à pressão distensora reduzida. Quando a pressão cai abaixo do nível crítico, denominado pressão crítica de fechamento, o fluxo cessa à medida que os vasos sanguíneos colapsam por completo. Estimulação simpática e outros vasoconstritores podem alterar a relação passiva entre pressão e fluxo. Assim, a inibição da atividade simpática provoca grandes dilatações nos vasos, podendo aumentar o fluxo sanguíneo por duas vezes ou mais. Por outro lado, estímulo simpático muito forte pode contrair os vasos a tal ponto que o fluxo sanguíneo, ocasionalmente, se reduz a zero por alguns segundos, apesar da alta pressão arterial. 
Na realidade, existem poucas condições fisiológicas nas quais um tecido exiba a relação passiva entre pressão e fluxo. Mesmo em tecidos que não autorregulam efetivamente o fluxo sanguíneo, durante variações agudas na pressão arterial, o fluxo sanguíneo é regulado de acordo com as necessidades do tecido quando as alterações da pressão se mantêm. 
OBJETIVO 5
O PAPEL DO SISTEMA NERVOSO NO CONTROLE RÁPIDO DA PRESSÃO ARTERIAL
O PAPEL DO SISTEMA NERVOSO NO CONTROLE RÁPIDO DA PRESSÃO ARTERIAL
Uma das mais importantes funções do controle nervoso da circulação é sua capacidade de causar aumentos rápidos da pressão arterial. Para isso, todas as funções vasoconstritoras e cardioaceleradoras do sistema nervoso simpático são estimuladas simultaneamente. Ao mesmo tempo, ocorre a inibição recíproca de sinais inibitórios parassimpáticos vagais para o coração. Assim, ocorrem, a um só tempo, três importantes alterações, cada uma ajudando a elevar a pressão arterial. Essas alterações são as seguintes: 
1. A grande maioria das arteríolas da circulação sistêmica se contrai, o que aumenta muito a resistência periférica total, elevando a pressão arterial. 
2. As veias em especial se contraem fortemente (embora os outros grandes vasos da circulação também o façam). Essa constrição desloca sangue para fora dos grandes vasos sanguíneos periféricos, em direção aocoração, aumentando o volume nas câmaras cardíacas. O estiramento do coração então aumenta intensamente a força dos batimentos, bombeando maior quantidade de sangue. Esse efeito também eleva a pressão arterial. 
3. Por fim, o próprio coração é diretamente estimulado pelo sistema nervoso autônomo, aumentando ainda mais o bombeamento cardíaco. Grande parte desse aumento do bombeamento cardíaco é provocada pela elevação da frequência cardíaca que, às vezes, atinge valor três vezes maior que o normal. Além disso, sinais nervosos simpáticos exercem efeito direto importante, elevando a força contrátil do músculo cardíaco, o que aumenta a capacidade do coração de bombear maiores volumes de sangue. Durante estimulação simpática intensa, o coração pode bombear cerca de duas vezes mais sangue que nas condições normais, o que contribui ainda mais para a elevação aguda da pressão arterial.
O CONTROLE NERVOSO DA PRESSÃO ARTERIAL É RÁPIDO
Característica especialmente importante do controle nervoso da pressão arterial é a rapidez de sua resposta, que se inicia em poucos segundos e, com frequência, duplica a pressão em 5 a 10 segundos. Ao contrário, a inibição súbita da estimulação cardiovascular nervosa pode reduzir a pressão arterial até a metade da normal em 10 a 40 segundos. Portanto, o controle nervoso é certamente o mecanismo mais rápido de regulação da pressão arterial.
OBJETIVO 4
AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL DURANTE O EXERCÍCIO MUSCULAR E OUTRAS FORMAS DE ESTRESSE
AUMENTOS DA PRESSÃO ARTERIAL DURANTE O EXERCÍCIO MUSCULAR E OUTRAS FORMAS DE ESTRESSE
Exemplo importante da capacidade do sistema nervoso de aumentar a pressão arterial é o aumento da pressão que ocorre durante o exercício muscular. Durante o exercício intenso, os músculos requerem fluxo sanguíneo muito aumentado. Parte desse aumento resulta de vasodilatação local, causada pela intensificação do metabolismo das células musculares. Aumento adicional resulta da elevação simultânea da pressão arterial em toda a circulação, causada pela estimulação simpática durante o exercício. Quando o exercício é vigoroso, a pressão arterial quase sempre se eleva por cerca de 30% a 40%, o que aumenta o fluxo sanguíneo para quase o dobro. O aumento da pressão arterial durante o exercício resulta, em sua maior parte, dos efeitos do sistema nervoso. Ao mesmo tempo em que as áreas motoras do cérebro são ativadas para produzir o exercício, a maior parte do sistema de ativação reticular do tronco cerebral é também ativada, aumentando, de forma acentuada, a estimulação das áreas vasoconstritoras e cardioaceleradoras do centro vasomotor. Esses efeitos aumentam, instantaneamente, a pressão arterial para se adequar à maior atividade muscular. Em muitos outros tipos de estresse além do exercício muscular podem ocorrer elevação na pressão. Por exemplo, durante o medo extremo, a pressão arterial às vezes aumenta até 75 a 100 mmHg, em poucos segundos. Essa resposta é chamada reação de alarme, gerando um excesso de pressão arterial, que pode suprir imediatamente o fluxo sanguíneo, para os músculos do corpo que precisem responder, de forma instantânea, para fugir de algum perigo. 
OBJETIVO 1
MODULAÇÃO DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
Os bloqueadores do sistema renina-angiotensina-aldosterona incluem inibidor da renina (alisquireno), inibidores da ECA (captopril e enalapril) e antagonistas do receptor de angiotensina (losartana). Esses fármacos estão sendo cada vez mais usados no tratamento da hipertensão.
INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
Os inibidores da ECA impedem a conversão de angiotensina I em angiotensina II mediada pela ECA, resultando em diminuição dos níveis circulantes de angiotensina II e aldosterona. Ao diminuir os níveis de angiotensina II, esses inibidores reduzem a resistência vascular sistêmica.
Inibidores da ECA são agentes anti-hipertensivos interessantes, visto que parecem ter relativamente poucos efeitos adversos.
O efeito hipotensor dos inibidores da ECA pode ser causado em parte por diminuição do catabolismo da bradicinina.
BRADICININA
Relaxante vascular liberado em reposta a estímulos inflamatórios.
CRISE HIPERTENSIVA
O termo crise hipertensiva refere-se às síndromes clínicas caracterizadas por elevações intensas (tipicamente agudas) da pressão arterial. Essas elevações abruptas podem causar lesão vascular aguda e consequente dano em órgãos-alvo.

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