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3- Lesões elementares

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Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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Lesões elementares: são processos patológicos básicos, que aparecem clinicamente 
como alterações morfológicas variadas, tanto na mucosa oral como na pele; é o início de 
muitas doenças, expressa por aspectos clínicos diversos e a padronização é polêmica; 
 Características importantes de uma lesão: cor, tipo, inserção, local, superfície e 
consistência. 
São classificadas de acordo com: 
1. Alterações de cor: mácula ou macha; 
Mácula ou mancha: são alterações da coloração da mucosa sem que ocorra elevação ou 
depressão tecidual; sua pigmentação pode ter origem endógena ou exógena: 
• Endógenas: abrangem a grande maioria das lesões pigmentadas, e são 
subdivididas em: vásculo-sanguíneas e melânicas, que podem ser 
hipercrômicas ou hipocrômicas. 
As lesões hipercrômicas vásculo-sanguíneas são representadas através de fenômenos 
de vasodilatação ativa ou artificial, produzindo, em todas elas, coloração avermelhada. 
Essa coloração deve-se ao pigmento hemoglobina e seus derivados, principalmente no 
eritema, na pele, que quando generalizado é denominado exantema. *quando o eritema 
ocorre na mucosa bucal é denominado enantema; outros exemplos de lesões 
hipercrômicas são: rubor, cianose, púrpuras. 
As lesões hipocrômicas vasculares são representadas pela lividez (palidez) devido à 
isquemia por vasoconstrição capilar; exemplo: mancha anêmica. 
• Exógenas: causada por pigmentos metálicos, podem ser produzidas pela 
penetração local ou introduzidas sistemicamente. 
 
2. Formações sólidas: pápula, placa, nódulo, tumor (nodosidade); 
Aumentos teciduais que são comuns, indo desde as lesões proliferativas às neoplásicas. 
São classificadas de acordo com o tamanho, forma e limite. 
Pápula: elevação pequena, sólida, globosa, consistência fibrosa, menor que 5mm. 
Placas: elevação de consistência fibrosa, vários centímetros, pode surgir de um 
aglomerado de pápulas, superfície. 
Nódulos: são lesões sólidas, localização superficial ou profunda, não ultrapassa 3cm, 
neoplasias, processos proliferativos não neoplásicos. 
Tumor: idêntico ao nódulo, mas quando ultrapassa 3 cm; endofítico ou exofítico, 
tendência a persistir e crescer, nodosidade; preferimos usar a denominação de 
nodosidade ou massa nodal. 
3. Coleções líquidas: vesícula, bolha, abscesso, hematoma; 
 
Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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Elevações circunscritas contendo líquidos, sendo revestidas por epitélio que varia de 
espessura de acordo com sua localização. 
Vesículas: elevação circunscrita, localizado no interior do epitélio ou justaposta a este, 
até 3mm de tamanho, forma redonda ou não, halo avermelhado, múltiplas ou únicas, 
ruptura das pontes intercelulares, herpes simples. 
Bolhas: semelhante à vesícula, maior que 3mm subepitelial, serosas, sanguinolentas, 
pustulosa, forma redonda ou ovulada, mole, flácida, tensa ou mais dura, teto mais 
grosso. 
Abscesso: coleção de pús dentro de uma cavidade tecidual acompanhada do quadro de 
Celsus (rubor, calor, dor e tumor) com perda da função local. 
Hematoma: extravasamento do sangue no tecido conjuntivo, apresentando cor azulada 
após trauma agudo. 
4. Perdas teciduais: erosão, úlcera/ulceração, atrofia, exulceração; 
Erosão: perda do epitélio sem atingir o tecido conjuntivo. 
Úlcera ou ulceração: perda do epitélio com exposição do tecido conjuntivo, crônica-
úlcera. 
Crosta: produto seco de exudato de lesões localizadas no lábio e pele; é composta de 
pus, sangue, fibrina e restos epiteliais ressecados. 
Perfuração: perda do tecido com comunicação entre cavidades. 
Fístulas: é um orifício elevado na superfície da mucosa ou pele, acompanhado de um 
trajeto com saída de coleção purulenta. 
Atrofia: diminuição da espessura da mucosa pela redução dos seus constituintes 
teciduais. 
Exulceração: é uma ulceração superficial com aspecto de pontilhado hemorrágico, 
ligeiramente elevada. 
- Mancha ou mácula. São modificações da coloração normal da mucosa bucal sem 
que ocorra elevação ou depressão tecidual. Podem surgir sobre outro tipo de lesão 
fundamental, como pápulas, nódulos, placas e outras, quando então teremos alterações 
de forma. As manchas apresentam cor, tamanho e forma bastante variados, podendo sua 
origem ser devida à presença de melanina ou outras causas. Exs.: pigmentação gengival 
racial (maior quantidade de melanina), vitiligo (cor clara devido à perda da pigmentação 
natural), tatuagens por amálgama (negro-azuladas sob a gengiva), etc. 
2- Placa - Constituem lesões bem características, fundamentalmente elevadas em 
relação ao tecido normal, sua altura é pequena em relação à extensão, consistentes à 
palpação e a sua superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa ou apresentar 
diversas combinações desses aspectos. Exs.: leucoplasia, certas formas de líquen plano e 
carcinomas epidermóides. Associados às placas, podem aparecer manchas, erosões, 
ulcerações, fissuras, nódulos, etc. 
3- Erosão - A erosão representa perda parcial do epitélio sem exposição do tecido 
conjuntivo subjacente. Surgem em decorrência de variados processos patológicos, 
 
Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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predominantemente de origem sistêmica, que produzem atrofia da mucosa bucal, que se 
torna fina, plana e de aparência frágil. Exs.: lesões erosivas do líquen plano, glossite 
migratória ou língua geográfica, etc. 
 
4- Úlcera e ulceração. São lesões em que ocorre solução de continuidade do epitélio 
com exposição do tecido conjuntivo subjacente. Alguns autores fazem a distinção entre 
úlcera e ulceração. Reservam a denominação de úlcera para lesões de caráter crônico 
(persistem por semanas ou meses), como decorrentes de tumores malignos, pênfigo 
vulgar, sífilis secundária, etc. Ulcerações correspondem a lesões de curta duração, 
geralmente conseqüência de doenças autolimitantes, como a afta, herpes recorrente, 
lesões traumáticas e outras. 
Também vamos encontrar na literatura autores que classificam as úlceras e ulcerações 
como lesões secundárias, decorrentes da evolução de lesões primitivas como bolhas, 
vesículas, nódulos, etc. 
As úlceras e ulcerações apresentam uma série de aspectos semiológicos que devem ser 
minuciosamente considerados com vista à formulação de hipóteses diagnósticas. Assim, 
a localização, forma, tamanho, cor, conformação das bordas, aspecto do fundo da lesão 
(presença de exsudato, sangramento, pseudomembrana, etc.), profundidade, 
consistência à palpação, sensibilidade dolorosa, aderência a planos profundos, número 
de lesões, fenômenos associados (lesões concomitantes e linfadenopatia), duração, 
ocorrência de fenômenos prévios à sua instalação e história de episódios anteriores 
semelhantes poderão ser de grande importância na elaboração do diagnóstico. 
 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
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5- Vesícula e bolha. Seu estudo em conjunto justifica-se por diferirem, praticamente, 
no tamanho da lesão. São elevações do epitélio, contendo líquido no seu interior e, 
consideradas vesículas as lesões que não ultrapassem 3 mm no seu maior diâmetro, 
sendo as demais bolhas. Por outro lado, as bolhas são formadas por uma única cavidade, 
enquanto a vesícula por várias. Exs.: Herpes simples, pênfigo vulgar, etc. 
6- Pápulas - São pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não 
ultrapassa 5 mm. Podem ser únicas ou múltiplas; de superfície lisa, rugosa ou verrucosa; 
arredondadas ou ovais; pontiagudas ou achatadas. Quando aglomeradas, constituem a 
chamada placa papulosa. 
7- Nódulos - São lesões sólidas, circunscritas, de localização superficial ou profunda e 
formados por tecido epitelial, conjuntivo ou misto. Podem ser pediculadas, quando seu 
maior diâmetro é superior ao da base de implantação, ou séssil, quando o da base é 
maior. Exs.: lesões de tumores glandulares (glândulas salivares maiores ou menores), 
papilomas, lipomas, granulomas piogênicos, fibromas, etc.

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