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Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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Se origina da gipsita, um mineral encontrado na natureza, e é utilizado em: gesso para modelos, 
revestimentos para fundição, e NÃO é empregado para moldagem. O Brasil possui a maior 
reserva mundial de gipsita (possui um grau de pureza de 98%). 
Calcinação: processo de aquecimento de um material sólido para eliminar componentes 
quimicamente combinados voláteis, tais como água e o dióxido de carbono. 
A fabricação do gesso se dá por uma série de reações (o elemento vai mudando sua grade 
espacial enquanto é aquecido): 
1. Sulfato de cálcio DIIdrato (gipsita) → tritura → aquecido a uma temperatura de 110 a 
130º C → sulfato de cálcio HEMIIdrato (gesso); 
2. Sulfato de cálcio HEMIIdrato + ÁGUA → Sulfato de cálcio DIIdrato + CALOR; 
O elemento vai mudando sua grade espacial enquanto é aquecido. 
A gipsita – composto diidratado (insolúvel) quando aquecida se transforma em gesso – 
composto hemiidratado solúvel, que quando adicionado água volta a ser o composto diidratado 
insolúvel, porém não apresenta a característica de gipsita novamente. 
O sulfato de cálcio di-hidrato - gipsita: são cristais monoclínicos, enquanto que o sulfato de 
cálcio hemi-hidrato – gesso- corresponde a cristais ortorrômbicos. 
Estágios da reação: 1) Quando o hemiidrato é misturado em água, forma-se uma suspensão 
fluida e manipulável; 2) o hemiidrato dissolve-se até formar uma solução saturada de íons de 
sulfato de cálcio; 3) estes íons difundem-se e cristalizam-se sobre núcleos de cristalização pré-
existentes; a solução saturada de hemi-hidrato é supersaturada em relação à solubilidade do dí-
hidrato; ocorre a precipitação do di-hidrato.; 4) a medida que o di-hidrato se precipita, o hemi-
hidrato continua a se dissolver. 
O alfa hemi-hidrato produz uma estrutura de di-idrato muito mais resistente e dura do que 
aquela resultante do beta hemi-hidrato. A principal razão para essa diferença é que os cristais 
de beta são mais irregulares e porosos, e por motivo, necessitam de mais água para molhar as 
partículas do pó para que possam ser misturadas e vazadas. 
Composição: gipsita, materiais ativos (reduz a água para mistura), impurezas e sais (controla o 
tempo de presa e expansão). 
Classificação, especificação nº25 ADA: 
● TIPO II – gesso comum ou paris: 
Beta Hemiidrato: calcinação em caldeira, cuba ou forno a céu aberto; cristais com formas e 
tamanhos irregulares; cristais grandes, esponjosos com poros capilares; requer uma quantidade 
superior de água quando comparado com os outros tipos; características menos duras e menos 
resistentes; usado para modelo de estudo, montagem em articulador; (A:P = 0,45 a 0,50). 
● Tipo III – gesso-pedra: 
Alfa hemiidrato: calcinação em autoclave com pressão de vapor d’água; forma prismáticas e 
mais densas; cristais clivados em forma de bastões e prismas, menos porosos, tamanhos 
regulares; requer menos água; usado para modelos de trabalho (prótese total e ortodontia) e 
troqueis com características mais duras e resistentes; (A:P = 0,28 a 0,30). 
● Tipo IV – gesso-pedra (especial) de alta resistência: 
 
Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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Alfa hemiidrato modificado: calcinação em autoclave numa solução de cloreto de cálcio; forma 
e densidade mais regulares; cristais pequenos e menos porosos, mais lisos e densos; requer 
menos água na mistura; utilizado na confecção de troqueis ou modelos que requerem grande 
resistência; (A:P = 0,22 a 0,24). 
● Tipo V – gesso-pedra de alta resistência e alta expansão: 
Gesso produzido pelo processo de calcinação em autoclave e com uma complexa aditivação para 
atingir elevada resistência à compressão, flexão; maior resistência á compressão após 1 hora = 
48 Mpa – diminuição da relação água/pó; maior expansão da presa (de 0,10% para 0,30% após 
2 horas de fundição); tempo de presa de 12min varia mais ou menos 4; troquel; (A:P = 0,18 a 
0,22). 
● Gesso sintético: é possível fazer o alfa e o beta hemiidratado de subprodutos ou de 
produtos perdidos durante a fabricação do ácido fosfórico → propriedades iguais ou 
melhores que os gessos tradicionais; troquel; 
 
A mistura se dá: manual, manual sob agitação, mecânica manual e mecânica – a vácuo ou não. 
Devemos colocar primeiro a água e depois o pó para evitar a formação de bolhas de ar. 
A reação entre o gesso e a água produz gipsita sólida, e o calor envolvido na reação exotérmica 
é equivalente ao calor utilizado originalmente na calcinação. O gesso provavelmente nunca 
atinge 100% de conversão após a presa, a menos que ele seja exposto a uma alta umidade por 
um longo tempo, portando existe hemi-hidrato não reagido no material após a presa. 
Tempo de espatulação (TE): é o tempo transcorrido desde a adição do pó à água até que a 
mistura se complete; mecânica – 20 a 30 segundos e manual de 1 minuto. 
Tempo de trabalho (TT): é o tempo disponível para que a mistura esteja manipulável, tempo 
para usar a mistura; o TT adequado é de 3 minutos; tempo transcorrido do início da mistura até 
o ponto no qual a consistência deixa de ser aceitável para o uso pretendido do produto. 
Tempo de perda de brilho (TPB): do início da mistura até a perda do brilho; momento máximo 
em que podemos usar a mistura = escoamento); 
Tempo de presa (TP): é o tempo transcorrido do início da mistura até que o material cristalize. 
● O controle do tempo de presa considera: processo de fabricação, impurezas, tempo de 
espatulação (pressão e velocidade), relação A:P e a temperatura da água (quando 
exceder 50º ocorrerá um gradual retardamento, e próximo a 100ºC não ocorrerá 
cristalização). 
● Aceleradores: cloreto de sódio, sulfato de sódio, sulfato de potássio e pó de gesso 
(diidratado). 
● Retardadores: cloreto de sódio, sulfato de sódio, bórax, colóides, citratos, acetatos, 
boratos, sangue seco. 
Quanto maior o tempo de espatulação e maior a energia aplicada durante a espatulação, menor 
será o tempo de presa. 
Quanto maior o número de núcleos de cristalização, mais rapidamente os cristais de di-hidrato 
se formarão e mais rapidamente a massa irá endurecer – ou seja, menor o tempo de presa; 
A relação A:P é um fator importante na determinação das propriedades físicas e mecânicas do 
produto final. 
O uso de uma relação A/P mais alta diminui o número de núcleos por unidade de volume, e 
consequentemente o tempo de presa é prolongado. Um aumento na relação também causa uma 
redução na resistência e na expansão de presa do gesso. 
 
Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 
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Se tiver uma maior quantidade de água vai ter uma menor expansão, pois retarda o crescimento 
do cristal para se encontra com o outro; cristais unidos se expandem mais rápido. 
Tempo de presa inicial (TPI): do inicio da mistura até o momento em que a agulha de Gillmore 
menor (113,5g e ponta ativa 2,1mm de diâmetro) não deixe impressões na superfície; indica 
quando se pode trabalhar no modelo. 
Tempo de presa final (TPF): do inicio da mistura até o momento em que a agulha de Gilmore 
maior (454g e ponta ativa 1,05mm de diâmetro) não deixe mais impressão na superfície ou 
marcas ligeiramente perceptíveis; indica que o modelo está rígido. 
Tempo de hidratação: tempo transcorrido do início da mistura até que atinja a temperatura 
máxima. 
Teste de escoamento: “tixotropia”: é o fenômeno de diminuição de viscosidade aparente com 
o tempo de cisalhamento, a uma taxa de cisalhamento constante. 
Expansão de presa: expansão normal: 0,06 a 0,5%; expansão higroscópica: é a expansão de 
presa que ocorre sob a água; duas vezes maior do que a observada com a expansão normal de 
presa – ocorre um crescimento adicional dos cristais, o qual permite o crescimento livre, em vez 
de serem submetidos ao confinamento por tensão superficial; a expansão higroscópica é 
utilizada na fabricação de restaurações fundidas em ligas de ouro. 
 A expansão de um cristal depende do: encontro de um cristal com outro e da tensão 
superficial daágua. 
 O fenômeno de expansão de presa pode ser explicado com base na cristalização. 
 Quando um número suficiente de cristais tiver se formado para produzir um impulso em 
sentido exterior devido ao empurramento entre os cristais, a expansão de presa 
começara a se manifestar. 
 Quanto menor a relação A:P e um maior tempo de espatulação = aumentar a expansão. 
 Quanto maior a relação A:P, maior será o tempo de presa e menor a resistência do 
produto → MENOR EXPANSÃO. 
Resistência: úmida (ou verde) ou seca; de acordo com a especificação 25 da ADA: a resistência 
aumenta quando os modelos de prova secam e pode dobrar em uma semana. 
Poros ou cavidades: técnica de espatulação, relação A:P e técnica de vazamento do gesso no 
molde. 
Desinfecção: soluções desinfetantes podem ser usadas sem afetar a qualidade dos modelos de 
gipsita; técnica de escolha através de borrifadores. 
● Controle de infecções: agente desinfetante: iodo, hipoclorito de sódio ou glutaraldeído. 
!! O modelo de gesso é ligeiramente solúvel em água, recomenda-se imergir em um recipiente 
com água, onde esteja presente detritos de gesso no fundo para promover a saturação da 
solução de sulfato de cálcio. 
O aumento da temperatura da água, diminui a formação do di-hidrato, resultando em uma 
reação de presa mais lenta.

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