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conceito sociológico de família

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Dentro do campo extremamente amplo das ciências sociais, encontramos na Sociologia aquela que busca compreender diversos aspectos da vida humana em sociedade. Dentro dessa busca, que sempre se pauta em métodos de rigor científico, os sociólogos tem encontrado ao longo do tempo diferentes objetos de observação que constituem em diversas unidades de análise.
A partir do conhecimento de que a Sociologia preocupa-se em pensar as relações humanas em sociedade, temos a possibilidade de perceber que esta sociedade encontra- se dividida em diferentes grupos, segmentos,ambientes diferentes que acabam por organizar diferentes tipos de relação e comportamento.
Portanto, uma importante preocupação da Sociologia é a compreensão da particularidade de cada um desses ambientes coletivos em que a sociedade encontra-se organizada. Grupos ideológicos, ambiente de trabalho, recreação, relações de poder, e etc, são exemplos desses diferentes âmbitos da vida social a serem analisados por essa ciência. Entretanto existe um ambiente em que o sujeito encontra-se inserido desde o momento do nascimento: a família.
Via de regra, a família é o primeiro ambiente de socialização do sujeito individual, e por diversos fatores este torna-se um grupo social distinto dos demais. Assim, o ramo da sociologia que propõe uma investigação cientifica e sistematização dos conhecimentos das relações sociais intrafamiliares acabou por ser denominado como Sociologia da Família.
A família enquanto grupo de convivência comumente modifica-se em diversos aspectos ao longo do tempo. Igualmente, seu papel na vida de cada um de seus integrantes se modifica conforme seu desenvolvimento físico, psicológico e intelectual. Dessa forma a Sociologia da família encontra um amplo campo para suas observações e estudos, uma vez que depara -se com tantas variáveis.
Variáveis também são os tipos de relações que possivelmente envolvem uma família. Além do estudo dessa instituição enquanto um grupo mais amplo, a Sociologia da Família ocupa-se ainda mais particularmente desses diferentes laços que possibilitam a constituição do grupo familiar.
Assim, figuram nesse campo de estudo também reflexões acerca das modificações das estruturas familiares ao longo dos séculos, o casamento, a durabilidade dessas relações, a procriação, as relações de amor, as relações entre gerações, as atribuições de cada individuo dentro desse grupo e mesmo as relações de gênero que se estabelecem no interior de uma família independentemente da relação de parentesco existente entre homens e mulheres.
A Sociologia da Família ocupa-se também de estudos voltados para aquilo que hoje conhecemos como infância, o que nem sempre foi uma categoria existente entre os estudiosos. Isso significa pensar também as responsabilidades dos progenitores e as atribuições de direitos e deveres a esses menores, que hoje já são regulamentados legalmente, reconhecendo-se assim um amparo institucionalizado a esses indivíduos.
Temos em Emile Durkheim, grande nome das ciências sociais, importantes ponderações a serem incorporadas nos estudos da Sociologia da Família especialmente por podermos encontrar neste teórico válidas reflexões metodológicas para estudos nessa área além, é claro, de suas análises e opiniões já sistematizadas acerca de questões extremamente válidas para estas áreas, bem como as disfunções do divórcio e o divórcio por mútuo acordo.
O que é uma família. Nos dicionários comuns consta que é o conjunto das pessoas relacionadas, por criação ou geneticamente, a alguém. Pai, mãe, filhos, avôs etc. Na etimologia, provém do Latim familia, que significa o conjunto das propriedades de alguém, incluindo escravos e parentes; familia vem de famulus, que significa escravo doméstico. Historicamente, a família é a instituição mais antiga entre os seres humanos. É o tipo de organização que predominou em muitas culturas. Desde os Mongóis, passando pela África e Europa e chegando na América.
Ao longo dos tempos muitas outras instituições surgiram, mas nenhuma substituiu a família. Porém, tal instituição tem um significado social que vai além da questão genética. Muitas famílias se tornaram verdadeiras organizações comerciais e políticas. Basta observar a formação das máfias. Muito bem exemplificado pela trilogia “O Poderoso Chefão”, a família patriarcal, em que o homem mais velho e mais experiente controla e protege todos aqueles que pertencem aquele grupo. Integrando parentes sanguíneos e pessoas aceitas, o objetivo principal da instituição família é a união e proteção mútua.
Uma característica comum de tal instituição é que, socialmente falando, existe uma questão de escolha ou adaptação. Se um indivíduo não se identifica, ou não é aceito, pela família, ele pode escolher outra que o acolha. Ou mais, ele pode formar a sua própria família, de acordo com princípios próprios. Uma família, enquanto instituição social, não é limitada à consanguinidade, heterossexualidade, nível socioeconómico. O que faz de uma família uma família, é a união, o respeito, a compreensão.
Existem instituições familiares extremamente bem organizadas e coerentes. São aquelas em que a convivência é regida pelo respeito mútuo, compreensão e proteção. São famílias em que o mais importante é a união, e que criam seu próprio conjunto de normas e padrões morais que valorizam a harmonia e o respeito acima de tudo. Existem outras altamente conservadoras, tradicionalistas, e incoerentes que se orientam por padrões morais externos. Por uma honra imposta por aquilo que as outras famílias pensam ou julgam. Existem também famílias desmanteladas. Que não compartilham espaços, confraternizações ou mesmo consideração afetiva.
A instituição familiar, para ser forte e coerente, necessita de determinadas virtudes tais como ética,flexibilidade às diferenças, orientações teóricas e práticas, acompanhamento e instrução dos mais velhos para os mais novos. Presença constante nas fases de transformação e formação da personalidade, sempre disposto a lidar com choques de gerações. Ao contrário, o que temos visto são “famílias” que se limitam ao sustento material. Dar comida, roupa, objetos, e, quando muito, pagar os estudos. 
Essa situação social é cada vez mais comum. E é resultado do fracasso das instituições familiares.  Fracasso perante a diversidade cultural, a liberdade de escolhas e decisões, o choque de gerações e valores.
Tabus culturais e valores morais são grandes desestabilizadores de famílias. Existem muitos casos de moradores de rua, suicídios, envolvimento com drogas e crimes que resultaram de exclusão e rejeição familiar. Homossexualidade, transtornos psicossociais, deficits intelectuais estão entre os motivos que levam a tais problemas. Mas, como já citado, a instituição familiar, muitas vezes pode ser reestruturada ou reconstruída. Quando ocorre a rejeição, por motivos diversos, é comum que se busque construir ou integrar novas instituições.
A principal questão é que, a instituição social “família”, é a mais importante. É dela que partem os valores éticos e morais que introduzem a consciência cidadã, o respeito à diversidade e consciência social. Mesmo que ocorra o contrário em muitos casos. E quando isso ocorre, é melhor que se busque formar ou integrar outras instituições.
A primeira instituição a qual pertencemos, de onde vem nossos primeiros valores e impressões sobre a vida e o mundo a nossa volta. A imagem que a maioria das pessoas tem de família é aquela representada pelo senso comum, mas novas formas de composição familiar estão presentes hoje na sociedade, como o grande número de famílias em que são comandadas por mulheres solteiras. A família tem papel fundamental como educadora e formadora da capacidade de simbolização e de atribuir significado às vivências pessoais nos indivíduos que nela se desenvolvem. O ninho familiar é o locus no qual o indivíduo revela suas tendências inatas e absorve do meio os códigos orientadores de seu desenvolvimento.

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