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IBMR 
Graduação em Psicologia 
Disciplina: Sociedade e Comportamentos Grupais 
Professor: Fernanda Mendes 
Semestre: 2021.1 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
 
Nome dos Alunos: Matrícula Campus 
Ana Carolina de Oliveira Beltrão 2020200244 Botafogo 
Amanda Dutra da Silva Gomes Pereira 2020202682 Botafogo 
Amanda de Moura Batista 2020202467 Botafogo 
Igor Matheus Alves Buarque 2021106175 Botafogo 
Paloma Müller Machado Fidelis 2021102432 Barra 
Raphael Chang G Silva 2020204199 Barra 
Sarah Da Rocha Da Silva 2020202647 Botafogo 
 
 
 A palestra de Lindomar nos levou a conscientização da adoção quando desromantizou 
a mesma e relatou diversos acontecimentos reais. O processo de adoção é seguido por sete 
sessões com 2 a 3 horas de duração cada e utiliza diversos recursos e atividades individuais e 
grupais, sendo uma das técnicas utilizadas o psicodrama. Esses encontros são feitos após o 
cadastro das famílias que tem interesse em adotar. O roteiro das sessões são: aquecimento, 
dramatização e compartilhamento. A 1ª sessão é focada no impacto da questão de gênero, a 
2ª sobre as origens das crianças, a 3ª e 4ª é voltada para a adoção tardia, devolução e 
dramatização, a 5ª habilitação da adoção, a 6ª sobre o grande compartilhamento (famílias 
lgbts e as fissuras do sistema) e por último, a 7ª com as entrevistas individuais. 
 No entanto, esta apresentação dará ênfase a segunda sessão onde é retratado com 
muita especificidade a origem de cada criança, seu histórico familiar, experiências, 
convivências etc, causando uma reflexão em cada família adotante que o adotado não irá vir 
“zerado” mas sim que já faz parte de uma realidade seja em qualquer faixa etária que esteja. É 
de suma importância levar esse conhecimento aos futuros pais, pois é necessário retirar essa 
venda que os filmes e novelas colocam em nossos olhos, desconfigurando o real cenário 
adotivo. A adoção não é o mesmo que acolhimento familiar que é temporário e não tem por 
objetivo a permanência e sim de retornar a família biológica ou parentes próximos. 
 "O comportamento humano não depende somente do passado, ou do futuro, mas 
do campo dinâmico atual e presente. Esse campo dinâmico é "o espaço de vida que contém 
a pessoa e o seu ambiente psicológico”. Lewin propõe a seguinte equação, para explicar 
o comportamento humano: onde o comportamento é o resultado da interação entre a pessoa 
e o meio ambiente que a rodeia. 
 Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoção “É um procedimento 
legal pelo qual alguém assume como filho, de modo definitivo e irrevogável, uma criança ou 
adolescente nascido de outra pessoa.”, por isso é imprescindível trabalhar essa mentalidade 
nos futuros pais a fim de enxergarem como de fato seus filhos biológicos, onde não há a 
possibilidade de devolver um ser humano. É fundamental trabalhar com os pais que o principal 
é fazer seus filhos felizes. 
 Além disso, outro pressuposto de alta relevância é compreender que a pessoa adotada 
não é uma tábua rasa que após chegar a uma nova casa irá se enquadrar em uma estrutura já 
montada de conceitos morais, éticos e visão de mundo. Por essa razão que, segundo o 
Ministério Público do Paraná, “Das cerca 5 mil crianças e adolescentes cadastradas no Brasil, 
91,94% têm mais de seis anos de idade (4.616), 19,06% (958) são negras e 35,21% (1.768) têm 
algum problema de saúde ou deficiência. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
apontam que, entre os 42.480 pretendentes à adoção, 86,73% não aceitam adotar crianças 
com mais de seis anos de idade, 44,53% não querem adotar crianças negras e 62,01% não 
concordam em adotar crianças com problemas de saúde ou alguma deficiência.” Os dados 
estatísticos revelam que crianças mais velhas ou com alguma deficiência, ou seja, com mais 
experiências ou que podem dar mais trabalho seja financeiro ou psicológico, tende a serem 
menos adotadas e muitos passam dos 18 anos da mesma forma. 
 A guarda não termina com os vínculos jurídicos da criança com sua família de origem; a 
tutela faz sentido quando não háum dos genitores vivos e que não tenha sido destituído do 
poder familiar. Ao passo que na adoção, necessariamente, não há mais vínculos jurídicos entre 
o infante e sua família de origem: os genitores consentiram com a adoção, são mortos ou 
foram destituídos do poder familiar. A Destituição do Poder Familiar acontece quando os 
genitores ou pais adotivos não cumprem com os deveres referentes à parentalidade. A 
legislação afirma que a pobreza não justificaria a retirada dos poderes dos genitores, porém, a 
esmagadora maioria das destituições do poder familiar tem a pobreza extrema como principal 
fator sobre a ruptura dos vínculos parentais originais. 
 O cuidado com a infância e a adoção judicial de filhos diz de delicadas questões que 
precisam ser enfrentadas, notadamente relacionada à desigualdade social e a importância de 
reconhecer a vida pregressa das crianças adotadas. É preciso abandonar a ideia da criança 
idealizada, porque quanto mais idealizada, mais abstrata essa adoção vai ser. 
 Considerando-se que a adoção seja o único meio possível para exercer a parentalidade 
seja a adoção da própria prole ou filhos de outrem através de uma adoção jurídica, faz-se 
relevante esse projeto de exercício parental uma vez que pode se considerar que muitos 
infantes de classe média e alta são condenados a "filhos de ninguém" ficando a mercê de 
adultos que delegam a empregados todas as atribuições pertinentes ao exercício parental. 
Sendo assim, ser pai ou mãe vai muito além de ser um genitor, condição essa que pode não ser 
privilégio de muitos.É rever posturas, valores, atitudes, rever a própria vida em uma grande 
arte, a arte da humildade frente ao fato de que ninguém nasce pai ou mãe (ou até mesmo 
filho), vamos aprendendo a ser em um continuo processo, a cada etapa da vida. 
 
REFERÊNCIAS 
 
DARÓS, Lindomar. Adoção. In: SD0174 SOCIEDADE E COMPORTAMENTOS GRUPAIS 
PSI211N2BAA - 202110.136139.08.Blackboard, 2021. Disponível em: < https://ca-
lti.bbcollab.com/collab/ui/session/playback/load/e52b67e19cca4e2082739c9bf96c18e7>. 
Acesso em: 31maio 2021. 
 
LADVOCAT, Cynthia; DIUANA, Solange. Guia de Adoção - No Jurídico, no Social, no Psicológico 
e na Família. 1° Edição. São Paulo: EditoraRoca, 2014. 
 
MADOGLIO MACIEL DE LIMA, Jhuliany. Adoção Tardia No Brasil E As Dificuldades Para A 
Aceitação. UOL,2019. Disponível em: 
<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/adocao-tardia-no-brasil-e-as-
dificuldades-para-a-aceitacao.htm>. Acesso em: 11 de junho 2021 
Ministério Público do Paraná. Criança e Adolescente. MPPR,2019. Disponível em: 
<http://crianca.mppr.mp.br/2019/05/21555,37/Idade-cor-da-pele-e-problemas-de-saude-
diminuem-as-chances-de-adoc>. Acesso em: 11 de junho 2021

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