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Parecer Jurídico Boa Vista, 06 de junho de 2021 Referente à: Pensão alimentícia e Autocomposição no âmbito dos núcleos de Conciliação. Trata-se do expediente sobre meios de amparar quem precisa, na qual se equivalem da pensão alimentícia, para fazer valer o direito de quem busca tanto por meios legais (judiciário) quanto por meios fora do judiciário, como autocomposição no que tange a conciliação. É o relatório, passo a opinar. Fundamentação Penção alimentícia é um direito que a pessoa que não possa, por si só, suprir todas as suas necessidades básicas poderá pedir aos parentes, os cônjuges ou companheiros uns aos outros para viver numa condição social boa, como previsto no artigo 1.694 e seguintes do Código Civil. O benefício tem como grande objetivo preservar o sustento e o bem-estar daquela pessoa que necessita. Embora seja comumente falado pelos cidadões, pensão “alimentícia’’, na verdade o valor a ser pago não deve apenas se limitar ao pagamento de alimentos á parte necessitada, mas o valor deve garantir também os custos como educação, moradia, vestuário, saúde, dentre outros que porventura a ser necessários. “[…] alimentos, em Direito, denomina-se a prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para que possa atender às necessidades da vida. A palavra tem conotação muito mais ampla do que na linguagem vulgar, em que significa o necessário para o sustento. Aqui se trata não só do sustento, como também do vestuário, habitação, assistência médica em caso de doenças, enfim de todo o necessário para atender às necessidades da vida: e, em se tratando de criança, abrange o que for preciso para sua instrução”. Como descreve RODRIGUES, Silvio. Direito de Família. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Deste modo, muitos acham que a pensão alimentícia fica atrelado só aos filhos, todovia como destacado acima no que prevê o artigo 1.694 do código civil, vai mais longe que isso, tanto os filhos podem pedir pensão dos seus genitores quanto os genitores ou avós podem pedir dos filhos ou netos, como o ex-cônjuge ou ex-companheiro e outros parentes próximos, com necessidade comprovada. Do que trata o assunto, pensão pode ser fixa ou por porcentagem, varia muito os casos e na hora de pedir, mas na questão, nota-se que tudo no direito é relativo, assim como a vida, uma hora você está bem financeiramente e outra hora você já não estará estão bem. Sendo assim, fixado uma vez o valor pelo juiz, ocorrendo ou melhoria de vida ou baixa qualidade de vida financeira de quem paga ou quem recebe a pensão, pode- se pedir a revisão de alimentos, uma vez para assegurar a proporcionalidade que um dos três pilares da fixação da pensão. Logo abaixo temos um exemplo de revisão do jurisprudêncial; Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível : AC 10045130004323001 MG Ementa EMENTA: EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS DESTINADOS AO EX CÔNJUGE - ALTERAÇÃO PARCIAL DO BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - REDUÇÃO DA POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE - VALOR MENSAL RECEBIDO PELA ALIMENTADA ACRESCIDO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA SUPERA O VALOR QUE RESTA AO ALIMENTANTE APÓS DESCONTO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA - PENSÃO ALIMENTÍCIA REDUZIDA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Os alimentos são devidos aos cônjuges em função do dever de mútua assistência. Se for minorada a possibilidade financeira do alimentante ou houver a redução da necessidade do alimentado, é possível a redução do encargo ou até mesmo sua exoneração, não sendo razoável manter integralmente a pensão que faz com que o alimentado receba mensalmente quantia superior à do próprio alimentante. Assim, ficando claro que ao passar dos anos, podemos ter uma mudança financeira na qual fica significamente a buscar o direito de revisão alimentícia. Hoje em dia, existe outros meios de resolver esse litígio, pois o cidadão já tem agregado na sua cabeça que só se resolver conflitos no judiciário, mas a verdade que existe meios alternativos, uma delas é a Conciliação. A conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual um terceiro facilitador pode adotar uma posição mais activa, poém neutra com relação ao conflito e imparcial. Ela é muito incentivada pois é considerada a melhor forma de resolução de conflitos: é mais rápida, mais barata, mais eficaz e pacífica muito mais. O risco da injustiça é muito menor, pois os próprios envolvidos, com ajuda do juiz ou conciliador, definem a solução para o problema, assim, todos saem vitorioso. Como demostra um julgado do TRT – 1; Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - AGRAVO DE PETIÇÃO : AP 01014288120175010323 RJ Ementa ACORDO HOMOLOGADO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. DEDUÇÃO DAS PARCELAS AJUSTADAS E PAGAMENTO DIRETO AO ALIMENTADO. ENCARGO LEGAL DO EMPREGADOR. Comprovada a existência de ordem judicial da Vara de Família para a retenção de 20% (vinte por cento) sobre os ganhos líquidos do reclamante, excluído apenas o FGTS, encargo do empregador que prescinde de cláusula expressa no Termo de Conciliação para o seu cumprimento, inexiste qualquer irregularidade na dedução do referido percentual das parcelas ajustadas, desde que comprovado o pagamento ao alimentado, caso dos autos, motivo pelo qual não existem diferenças a serem cobradas. Decisão a não merecer reforma. Assim, pensão alimentícia pode ser resolvida por mais de 1 modo, basta o requerente buscar sua melhor forma para que atenda o seu pedido Conclusão Por todo o exposto até aqui, conclui-se, com o estudo realizado, que as legislações vigentes como também os meios da instituição do procedimento extrajudicial, que é muito importante para a sociedade em geral, principalmente para o alimentante, já que as modificações vigentes trouxeram um formato mais coercitivo para o cumprimento da obrigação, buscando agilizar a ação para requerer o alimento devido, isso tudo para que garanta a dignidade da pessoa humana. É o parecer. Boa Vista -RR, 06/06/2021
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