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1 CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: Contabilidade Avançada TEMA 2: Arcabouço teórico relacionado com os investimentos. TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO Tema 2: Tipos de investimentos efetuados pelas empresas CONCEITOS “AMPLO”: De forma genérica, o termo “investimentos” se confunde com o conceito de ativo, designando todas as aplicações de recursos feitas pela empresa a fim de atingir os seus objetivos operacionais. É nesse sentido que se fala em “retorno sobre o investimento” – que nada mais é do que a comparação do lucro operacional com o total aplicado pela empresa em seu ativo – ou, ainda, nos fluxos de caixa, quando é segregada a movimentação decorrente das atividades de “investimentos” – com base na variação dos valores do ativo. (RIOS e MARION, 2017) “RESTRITO”: Abrange apenas as aplicações feitas pela empresa em valores que não estejam ligados diretamente às suas atividades operacionais, especialmente em títulos e valores mobiliários, seja em caráter temporário ou permanente.t(RIOS e MARION, 2017) CLASSIFICAÇÕES DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS São as ações de sociedades anônimas ou quotas de sociedades limitadas que uma sociedade denominada INVESTIDORA adquire de outra sociedade denominada INVESTIDA. A. INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS Para a empresa que, por qualquer circunstância de mercado, passa a ter capital de giro que deverá ficar ocioso por certo período e não quer que esse capital fique parado sem lhe proporcionar rendimento, a única solução é aplicar essas disponibilidades em investimentos de natureza temporária, tais como: fundos e certificados de depósitos bancários, títulos públicos, ouro, dólar, ações ou quotas de outras sociedades etc. Quando a empresa necessitar repor o seu giro, basta converter em numerário essas aplicações temporárias. 2 Quando adquiridas com a intenção de venda (aplicações disponíveis para a venda), ou seja, adquiridas com a intenção de ESPECULAÇÃO. B. INVESTIMENTOS PERMANENTES São, essencialmente, as aplicações efetuadas pela empresa na aquisição de quotas ou ações de sociedades com as quais mantém relação de dependência técnica, financeira ou de controle administrativo comum. Essas participações devem ser, normalmente, de natureza estável e financeiramente expressivas. São também considerados investimentos permanentes as aplicações de recursos em bens não utilizados nas atividades da empresa: imóveis alugados para terceiros, terrenos sem destinação específica, quadros e obras de arte, ações de COLIGADAS, ações de CONTROLADAS etc. Quando adquiridas com a intenção de permanência, ou seja, sem a intenção de venda, representando uma extensão da atividade econômica da investidora. BALANÇO PATRIMONIAL A. INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS De modo geral, os investimentos considerados temporários são classificados no ativo circulante e, em casos especiais, no ativo não circulante, no grupo realizável a longo prazo. Exemplos: Aplicações financeiras de liquidez imediata (fundos bancários, poupança, ouro, moeda estrangeira etc.): ___________________________________________________________. Aplicações financeiras de curto e longo prazos (certificados de depósitos bancários, depósitos a prazo, debêntures etc.): ____________________________________________________________ Participações em outras sociedades:______________________________________________________________ 3 ATENÇÃO!!! 1) No caso específico das participações em outras sociedades, o que vai definir a classificação no balanço é a intenção do investidor de permanecer com aquela aplicação por tempo indeterminado ou simplesmente esperar por uma elevação do preço de mercado para poder realizar lucros. (RIOS e MARION, 2017) 2) No caso de aquisição de QUOTAS de outras sociedades, não há porque se pensar em participações temporárias, visto que não se negociam quotas no mercado de valores mobiliários e sim ações e outros títulos emitidos por companhias. Desta forma, se determinada sociedade adquire quotas de uma sociedade limitada, automaticamente, há PRESUNÇÃO DE PERMANÊNCIA e, portanto, automaticamente são classificadas no Ativo Não Circulante Investimentos, entendimento este apoiado pela legislação do IR. B. INVESTIMENTOS PERMANENTES Os investimentos considerados permanentes, como regra geral, são classificados no ativo não circulante, no grupo de investimentos. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Os critérios de avaliação de ativos estão dispostos no art. 183 da Lei nº 6.404/76, atualizada pelas Leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009. A. INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS Os investimentos temporários, as aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e títulos de crédito que se encontrem classificadas no ativo circulante ou no não circulante, realizável a longo prazo, deverão ser avaliadas: a. pelo valor justo quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; b. pelo valor de custo de aquisição ou pelo valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor de sua provável realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito. (RIOS e MARION, 2017) ATENÇÃO !!! O CPC 15 (R1), no Apêndice A, define valor justo como: “(…) o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória”. 4 O art. 183 da Lei nº 6.404/76 define como valor justo para investimentos o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros, e para instrumentos financeiros o valor que se pode obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes. B. INVESTIMENTOS PERMANENTES Os investimentos considerados permanentes podem ser avaliados pelos seguintes métodos: a. Participações permanentes em outras sociedades: poderão ser avaliadas pelo método do custo de aquisição ou da equivalência patrimonial, dependendo da característica do investimento. b. Propriedades para investimento: devem ser avaliadas a valor justo, preferencialmente, ou pelo método do custo, conforme política contábil adotada pela entidade. c. Demais investimentos permanentes: outros investimentos, como obras de arte, aplicações em ouro, joias etc., devem ser avaliados pelo método de custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor ou pelo valor de mercado, quando este for inferior. (RIOS e MARION, 2017) ATENÇÃO !!! PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTOS De acordo com o CPC 28, pode-se definir propriedade para investimento como a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para: (a) o uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou (b) a venda no curso ordinário do negócio. 5 MAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL DE APOIO AO ESTUDO FORAM EXTRAÍDAS DAS SEGUINTES PUBLICAÇÕES: CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis INSTRUÇÃO CVM Nº 247, DE 27 DE MARÇO DE 1996 PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de. Contabilidade avançada: texto e testes com as respostas . 8. ed. – São Paulo: Atlas, 2012. RIOS, Ricardo Pereira, MARION, José Carlos. Contabilidade avançada: de acordo com as normas brasileiras de contabilidade (NBC) e normas internacionais de contabilidade (IFRS). 1. ed. – São Paulo:Atlas, 2017 Professor: Carlos Eduardo Pires Faria Contato: cefaria@unicarioca.edu.br Currículo: Graduado em Ciências Contábeis pela UFRJ. Especializações em: Contabilidade Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV; e Finanças Públicas pela UCAM. Mestrado em Ciências Contábeis pela UERJ. Autor do Livro: “Dicionário de Termos de Contabilidade Pública” mailto:cefaria@unicarioca.edu.br