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PATOLOGIA DO ESÔFAGO O esôfago conecta a boca ao estômago, serve basicamente para transporte de alimento. Possui simples histologia. Principais sintomas de um paciente com algum problema no esôfago: Pirose Dor retroesternal Disfagia Hematêmese Disfagia progressiva Obstrução Emagrecimento Principais patologias: Divertículo de Zenker (faringoesofágico) Membranas e anéis esofágicos Acalásia: idiopática e doença de chagas Esofagites Esôfago de barrett Varizes esofágicas Tumores esofágicos -DIVERTÍCULO DE ZENKER: abaulamento logo atrás da epiglote (na mucosa da parede posterior da faringe, acima do m. cricofaríngeo). É um local que há perda da força muscular (perda da elasticidade tecidual e redução do tônus muscular) e origina uma formação sacular. É o divertículo mais comum do esôfago, ocorrendo geralmente após os 60 anos de idade. O bolo alimentar deglutido exerce pressão dentro da faringe acima do esfíncter esofagiano superior e causa a herniação da mucosa e submucosa através da área de fraqueza anatômica. Tem como causas o refluxo gastresofágico e a incoordenação motora entre a deglutição e o relaxamento do m. cricofaríngeo. Pode haver acúmulo de alimentos no local, causando mal hálito e desconforto ao paciente. -ESOFAGITES Ex: química, por irradiação, infecciosas, de refluxo, eosinofílica, outras (reação enxerto X hospedeiro, doenças bolhosas, doenças de crohn) O esôfago tem coloração normal esbranquiçada e lisa, é comum (em análise de peça) encontrar ele acastanhado e irregular, indicando úlcera. - ESOFAGITE QUÍMICA: álcool, ácidos, álcalis, corrosivos, fluidos quentes, fumo. As lesões causadas por esses agentes podem resultar em úlceras, necrose, tecido de granulação. Em crianças: comum ingestão acidental de produtos de limpeza Em adultos: pesquisar sobre possibilidade de tentativa de homicídios Imagem clássica na endoscopia: descamação do esôfago Imagem clássica na microscopia: intenso infiltrado inflamatório na submucosa, edema na superfície (espongiose) e células inflamatórias também entre as células da mucosa. -ESOFAGITE INFECCIOSA: bacterias, fungos (cândida), vírus (herpes, CMV, HIV). Na endoscopia: áreas arredondas e avermelhadas, mostrando processo irritativo no esôfago. Na cândida dá para ver bolas brancas ao redor de todo o esôfago, e entre essas bolas bem avermelhado. Biópsia: partes sem mucosa (um “buraco”) = ulceração. -Na úlcera dá para ver células amoldadas (parece uma moeda), uma em cima da outra (típico do herpes); - Se for cândida, da pra ver umas estruturas, que em coloração especial, dá para ver que são hifas e esporos. - CMV: núcleos em olho de coruja: núcleos bem evidentes. -ESOFAGITE DE REFLUXO: DRGE (doença do refluxo gastro- esofágico) É o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior, acomete principalmente indivíduos acima de 40 anos. Sinais e sintomas como: azia, disfagia, regurgitação de gosto ácido. Com o relaxamento do esfíncter, o alimento que estava no estômago volta, porém completamente ácido, lesando a mucosa do terço inferior. O esôfago fica bem eritematoso (avermelhado) com descamações. -ESOFAGITE ESODINOFÍLICA Aumento da incidência recentemente; pacientes frequentemente tem doenças alérgicas associadas a intolerância a certos alimentos. Clínica: impactação de alimentos e disfagia Enorme presença de eosinófilos na microscopia. Diagnóstico diferencial: doenças de Crohn e DRGE Tratamento: evitar alimentos alergenos. -VARIZES ESOFAGEANAS O sangue venoso do TGI passa pelo fígado atrvés da veia porta, antes de voltar para o coração. É o que permite que medicamentos e outros materiais absorvidos pelo intestino sejam processados no fígado antes de caírem na circulação sistêmica se esse paciente tem algum problema no fígado (hepatite, cirrose, etc) que vai represar esse sangue, causa uma hipertensão portal, fazendo as veias se dilatarem. Como no esôfago as veias estão mais fracas por serem mais superficiais, as varizes são mais evidentes. O bolo alimentar fica passando nesse esôfago com varizes, no que passa uma comida mais ressecada, pode lesar e gerar sangramento. É grave! O terço inferior é o mais dilatado, seguido pelo médio e depois o superior. -ESÔFAGO DE BARRETT É uma complicação da DRGE crônica (+/- 10%); presença de metaplasia intestinal dentro da mucosa esofágica; típica de homens brancos de 40-60 anos. A mucosa esofágica é atingida pelo bolo ácido, que acaba ficando irritada causando esofagite e pode gerar a metaplasia intestinal (esôfago começa a produzir células caliciformes produtoras de muco), para que com a produção do muco a acidez seja neutralizada. O problema é que toda mudança/adaptação celular gera alteração nuclear, a qual pode ter mutações. Se essas mutações vêm acompanhadas de displasia, aumento as chances de ter câncer. A maioria de indivíduos com Barrett nao vai desenvolver tumor (1 em 200). É pouco, mas é maior que a população em geral. -TUMORES ESOFÁGICOS Benignos: PAPILOMA ESOFÁGICO É um papiloma: projeção da mucosa para fora, como se fosse uma verruga. Vai fazer uma endoscopia e acha a “bolota”, tem que examinas porque pode ser o papiloma, mas pode ser câncer. Malignos: -ADENOCARCINOMA: Maioria surge do esôfago de Barret: o risco é de 40 a 125 vezes maior nesses indivíduos, então tem que ficar de olho. Típico paciente: homem branco obeso com mais de 40 anos, Ocorre no terço inferior do esôfago Dor e dificuldade de deglutiçãoperda de peso. Na microscopia encontra glândulas de tamanhos variados (não é normal na mucosa esofágica), núcleos de formas variadas, cromatina irregular, presença de nucléolos, figuras de mitose. - CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS Homens acima de 45 anos, história de alcoolismo e tabagismo, bebidas quentes ingeridas com frequência (ou seja, lesões químicas), 8x mais frequente em negros que em brancos. 50% ocorrem no terço médio do esôfago. Na microscopia encontra diversas células escamosas: irregulares, cromatina irregular, nucléolo evidente, figura de mitose, ou seja: células epiteliais escamosas atípicas malignas. -OUTROS TIPOS (RARO) Carcinoma de pequenas células do esôfago: forma um bloco de células pequenas, não tão irregulares. Tumor de células granulares: debaixo da mucosa. ESTADIAMENTO: Olhar a profundidade do tumor e se os linfonodos estão acometidos ou não. Tumor dentro da mucosa, sem invadir a membrana basal, é intraepitelial excelente prognóstico. Se entrar na mucosa e superficialmente à submucosa T1 Se já está invadindo submucosa e camadas musculares (circular interna e longitudinal externa) T2 Se invade as camadas acima e chega no tecido adiposoT3 Invade tudo e chega em outros órgãos/estruturas T4 Se linfonodos não acometidos N0 Se atinge N1, N2... Essas classificações servem para ter noção do prognóstico e de qual será o tratamento mais adequado.
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