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Qualidade de Vida no Trabalho 1ª edição 2017 Qualidade de Vida no Trabalho 3 6Unidade 6 Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Para iniciar seus estudos Olá, caro estudante! Muito bom tê-lo nesta unidade de aprendizagem! Aprenderemos juntos sobre as medidas ou estratégias que são utili- zadas pelas organizações para melhorar as condições de trabalho e de vida dos colaboradores. Já é de seu conhecimento que a motivação e o comprometimento com a execução das tarefas são preponderantes para um diferencial competitivo organizacional, certo? Assim, aprenderemos como as empresas podem organizar-se de forma competitiva para imple- mentarem a QVT em seus ambientes empresariais! Espero que possamos aprender muito nessa unidade! Vamos lá? Objetivos de Aprendizagem Nesta unidade de aprendizagem, você irá compreender: • Estratégias para implantar programas de QVT. • Sistemas de recompensa e aspectos críticos relacionados à QVT. • Atuação sistêmica da QVT. 4 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação 6.1 Programas de Qualidade de Vida – QVT Os processos de mudanças os quais as empresas vêm enfrentando em decorrência dos constantes avanços tecno- lógicos e da demanda cada vez mais personalizada por parte dos clientes têm exigido uma posição diferenciada das organizações em relação à qualidade e à produtividade. Para que as empresas possam sobreviver nesse mercado tão fluido e mutável, a participação dos trabalhadores nos processos organizacionais é de fundamental importância. Nesse sentido, o modelo de gestão das organizações que reconhece a importância das pessoas – considerando- -as o seu principal capital intelectual e desenvolvendo programas e medidas que visam à melhoria das condições de trabalho e de vida dos funcionários – terá como resultados mais motivação e comprometimento dos seus funcionários com as tarefas realizadas (LIMONGI, 2003). Uma administração estratégica de recursos humanos busca sempre uma retenção dos seus melhores funcionários; perceba que condições de trabalho que resultam na qualidade de vida dos funcionários é um fator diferenciador e competitivo das empresas. As empresas devem buscar perceber seus colaboradores como parceiros do negócio e, dessa forma, galgar uma posição melhor no mercado (BOOG, 2002). Quando se discute qualidade de vida no trabalho, vários conceitos podem ser abordados, como a promoção de atividades voluntárias, áreas destinadas ao lazer, estímulos motivacionais no trabalho, administração do tempo dis- ponível, ginástica laboral, maior participação nos resultados, entre outros temas (LIMONGI, 2003). Nesse sentido, os programas de QVT, quando implementados de forma eficaz, apresentam resultados que refletem na redução do absenteísmo e do presenteísmo, no aumento da produtividade, no alcance da eficiência nas atividades, na melho- ria do clima organizacional, no bem-estar físico e psicológico e na saúde em geral dos colaboradores. Absenteísmo: Ausência do indivíduo no local ou espaço em que seria obrigatória sua pre- sença. Presenteísmo: Compreende-se a presença física do colaborador no espaço laboral, porém, com ausência de produtividade. Assim, o colaborador está presente no trabalho, mas men- talmente ausente. Glossário Perceba que os resultados alcançados com os programas de QVT dependerão da especificidade de cada um, con- forme for implementado pelas organizações. Existem empresas que desenvolvem programas que incentivam uma alimentação saudável; outras estabelecem estratégias de incentivo ao consumo de frutas e fibras na alimentação. Como resultado, as empresas buscam controle ou redução do peso corporal e desenvolvem programas de preven- ção da obesidade. Algumas empresas também incentivam as boas práticas de hábitos diários, divulgando-os em cartazes e na intranet, tudo isso buscando a melhoria da qualidade de vida dos seus colaboradores. Em termos gerais, o tema QVT desenvolve-se com a finalidade de promover boas condições de vida e bem-estar das pessoas. Vale ressaltar que as organizações bem-sucedidas serão aquelas que conseguirem equilibrar os objetivos organizacionais e os objetivos individuais dos seus colaboradores (BOOG, 2002). A figura a seguir rela- ciona os benefícios de um programa de qualidade de vida. 5 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Figura 1 - Resultados de um programa de QVT. Legenda: A figura ilustra os benefícios dos programas de qualidade de vida, incluindo bem-estar, saúde, felicidade e produtividade, entre outros. Fonte: <https://sergiobatistacoach.files.wordpress.com/2014/05/qualidade-de-vida.jpg> Perceba que existem empresas que apresentam uma concepção errônea de qualidade de vida no trabalho, cen- trando suas ações somente na promoção da segurança no trabalho e da saúde de seus trabalhadores. Ao contrá- rio de uma visão míope sobre a QVT, vale relembrar que ela diz respeito a um melhor ambiente para trabalhar-se, a um relacionamento positivo com o superior, a estímulos motivacionais, à satisfação de trabalhar na empresa e, de forma geral, ao bem-estar de todos (LIMONGI, 2002; 2003). Um dos resultados de um diagnóstico sobre a Qualidade de Vida no Trabalho é a identificação das competências que os colaboradores necessitam desenvolver com a finalidade de aumentar seus conhecimentos e suas expe- riências e proporcionar melhores resultados empresariais (LIMONGI, 2002; 2003). Nesse sentido, faz-se neces- sária a adoção de programas de QVT que são planejados e executados por empresas que realmente voltam suas estratégias para o bem-estar de seus colaboradores. Tais programas podem atuar na prevenção de problemas de saúde dos colaboradores por meio de incentivos de exercícios, uma boa prática alimentar e bons hábitos diários. Na visão do autor Chiavenato (2006), em um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT), é possível auxiliar os funcionários a identificarem os riscos que podem impactar a saúde de cada um; estimular e promover práticas educativas para que conheçam os riscos de saúde relacionados à pressão sanguínea elevada, ao fumo, à obesidade, à dieta pobre e ao estresse. Dessa forma, um PQVT tem como uma de suas finalidades encorajar os funcionários a adotarem um estilo de vida mais saudável por meio de exercícios, boa alimentação e acompanha- mento do estado de saúde. Muito embora as empresas desenvolvam atividades orientadas ao bem-estar dos colaboradores, tal atitude não é suficiente para proporcionar um ambiente tranquilo, seguro, agradável; diante disso, é importante a adoção de programas de QVT, que aprimoram de forma positiva o clima e a cultura organizacionais, o comportamento das pessoas e a eficácia organizacional. Na próxima seção, serão apresentadas a você as etapas para a implantação do PQVT. Vamos lá? https://sergiobatistacoach.files.wordpress.com/2014/05/qualidade-de-vida.jpg 6 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação 6.2 Implantação de PQVT Uma empresa que desenvolve e implementa um programa de QVT, além de tornar o ambiente de trabalho mais propício para a execução das atividades, configura-se como uma empresa mais competitiva, pois agrega valor aos seus produtos e serviços. Para Limongi (2002; 2003), a princípio, os PQVT foram desenvolvidos com o obje- tivo de atender à ergonomia, à medicina e à segurança do trabalho, ou seja, promover a saúde em geral dos colaboradores. Dessa forma, a saúde e a integridade do trabalhador foram aliadas aos fatores de melhoria do desempenho e maximização da produtividade da empresa. Assim, afirma Limongi-França (2007), para a exe- cução de um PQVT, é necessário considerar um conjunto de critérios de QVT que levem em conta o potencial humano, a saúde e a segurança no trabalho dos colaboradores. O quadro a seguir aponta alguns critérios a serem considerados em um PQVT. Quadro 1 - Critérios a seremconsiderados em PQVT. CRITÉRIOS FOCO Organizacional Imagem, treinamento e desenvolvimento, processos e tecnologia, comitês de decisão, ausência de burocracia e rotinas pessoais. Biológico Semana interna de prevenção de acidentes, controle de riscos ergonômicos (PPRA), ambulatório médico, ginástica laboral, refeição, saúde, comissão (CIPA). Psicológico Recrutamento e seleção, avaliação do desempenho, camaradagem, carreira, salário, vida das pessoas. Social Convênios comerciais, tempo livre, lazer, filhos, cesta básica, previdência privada, financiamento de cursos. Legenda: O quadro apresenta os critérios que devem ser considerados em PQVT, como critérios organizacionais, biológicos, psicológicos e sociais. Adaptado de Limongi-França (2007). Assim, um PQVT envolve atos legislativos, ações orientadas para a humanização da organização, fatores físicos, sociológicos, tecnológicos e psicológicos que contribuem para o alcance da satisfação dos colaboradores. Em relação à abordagem sociotécnica da QVT, esta envolve a pessoa, o trabalho e a organização e concebe o ser humano em suas dimensões biológica, psicológica e social. A dimensão biológica refere-se às características físicas construídas ao longo da vida; a dimensão psicológica aos aspectos afetivos, emocionais e de raciocínio; e a dimensão social abrange os valores, as crenças, a família, o trabalho e a comunidade a que os grupos per- tencem (LIMONGI, 2007). Perceba que, com a evolução do conceito de QVT, foi incorporada a dimensão organizacional, que considera variáveis culturais e aspectos dos ambientes organizacionais e também as práticas e políticas administrativas. Para Limongi (2002; 2003), a partir desse contexto de evolução do conceito da QVT é que surgiu o instrumento denominado critérios de análise BPSO-96, Biológica, Psicológica, Social e Organizacional. Assim, os primeiros PQVTs receberam o nome de PPS – Programas de Promoção da Saúde – e consideraram os seguintes aspectos: • atividades de coordenação do PPS que seriam responsáveis pelos resultados das atividades implantadas; • mobilização e sensibilização da alta administração e definição do investimento para o PPS; 7 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação • mapeamento das necessidades dos colaboradores, utilizando-se aplicação de questionário para defini- ção do escopo do programa; • planejamento de custos e recursos da empresa disponíveis para a implantação do PPS. O que você deve compreender é que os programas de QVT, quando implementados de forma eficiente, pos- suem a capacidade de proporcionarem resultados excelentes nas empresas. Perceba que é possível realizar a relação entre QVT e produtividade; nesse sentido, os administradores realizam um investimento no bem-estar da empresa e, como consequência, maximizam a produtividade, o que torna as organizações mais competitivas (LIMONGI-FRANÇA, 2007). A produtividade é um critério competitivo para as organizações, uma vez que define a sobrevivência das empre- sas em relação ao cumprimento de seus objetivos e metas. Nesse sentido, afirma Limongi-França (2004, p. 44), que a produtividade é “o grau de aproveitamento pelos meios utilizados para produzir serviços e bens, a pers- pectiva é aproveitar ao máximo os vários recursos disponíveis para chegar no resultado desejado, e superando o mercado competitivo”. Assim, a produtividade faz parte da atuação sistêmica de um PQVT. Os programas de QVT geram melhorias no comportamento e estilo de vida dos colaboradores e melhorias na organização quanto a competividade e desenvolvimento das pessoas. Ao definir seus programas de QVT, as empresas assumem um compromisso de desenvolverem estratégias de valorização dos seus colaboradores, garantindo mais qualidade na entrega das demandas dos produtos e serviços e disponibilizando um ambiente afetivo para que a produtividade possa ser alcançada em longo prazo. A QVT, para Limongi (2002; 2003), inclui, além de boas condições de trabalho, um plano de cargos e salários coerente com a carreira; assim, o cargo deve ser interessante, desafiador e compensador de tal forma que possa ser um estímulo ao comprometimento e à produtividade dos colaboradores. Com o objetivo de acompanhar as melhorias da QVT, as empresas podem utilizar-se de indicadores da qualidade e da produtividade, que deverão apresentar as especificidades de cada objetivo empresarial. O maior ganho para as empresas com um PQVT é a satisfação dos colaboradores com as atividades que realizam; de forma direta, tal resultado impacta na satisfação dos clientes e em maior qualidade nos processos. A figura a seguir ilustra os benefícios proporcionados por um PQVT: 8 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Figura 2 – Benefícios de um PQVT. Legenda: A figura ilustra, em formato de ciclo, os benefícios de um programa de qualidade de vida no tra- balho, o que inclui, por exemplo, equilíbrio nas relações com a família, trabalho e comunidade. Fonte: <http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2010/08/qualidade-de-vida-no-trabalho-e-saude.html> Antes de apresentar para você o passo a passo de implantação de um PQVT, ressalta-se que é importante para as organizações criarem uma visão a ser percebida pelo funcionário de que a empresa na qual ele se encontra inse- rido está desenvolvendo estratégias voltadas para o bem-estar de seus colaboradores, e que essas estratégias abrangem o ambiente interno e externo das organizações. Limongi (2004) indica a necessidade da legitimidade das práticas de gestão no trabalho, a qual se relaciona com a qualidade e a aceitação das decisões empresariais pela maioria, respeitando o posicionamento da minoria, os direitos e deveres de cada um, as decisões estratégicas e comportamentais, tudo isso com a finalidade de orien- tar as empresas a alcançarem um melhor desempenho econômico-financeiro. Assim, você deve perceber que a legalidade, a legitimidade e a produtividade são fatores que, dentro de um PQVT, irão garantir um pleno desen- volvimento do potencial humano. Você sabia que é importante que as pessoas legitimem um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, ou seja, que aceitem e internalizem os aspectos relacionados à QVT? Isso trans- mite credibilidade ao programa e contribui para mais eficiência organizacional e realização humana nas empresas. http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2010/08/qualidade-de-vida-no-trabalho-e-saude.html 9 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação A aceitação dos colaboradores das atividades definidas no PQVT é essencial para a obtenção de excelência pro- fissional por parte deles, ou seja, reforça as práticas e os valores de QVT (LIMONGI, 2004). Tal atitude legitima a integridade das pessoas, maximiza sua aprendizagem, contribui para o crescimento delas dentro da empresa e permite que elas se identifiquem com a cultura da empresa. A criação da identidade dos colaboradores com os valores empresariais influencia as pessoas a sentirem-se motivadas a produzirem cada vez melhor. Para os autores, também é importante que, durante a implementação do programa, sejam considerados os aspectos que conduzem ou conduzirão as mudanças nas organizações, bem como o engajamento dos cola- boradores e o monitoramento das atividades que serão implementadas no programa de qualidade de vida. Os programas de QVT não precisam ser necessariamente custosos para as empresas; podem ser desenvolvidos pro- gramas de baixo custo, por exemplo, ações diárias nas empresas que fornecem informações sobre a qualidade da alimentação, a importância da prática de exercícios físicos, as vantagens de um trabalho em equipe e de um clima organizacional positivo (CHIAVENATO, 1999). O modelo de implantação do PQVT elaborado por Fernandes (1996) apresentou a importância do apoio das várias áreas de conhecimentos teóricose técnicos sobre QVT, composto por cinco etapas: 1) as ações de sensibi- lização que serão utilizadas na empresa; 2) a preparação da equipe responsável pelo projeto; 3) a fase de coleta de informações sobre as condições do trabalho na empresa – diagnóstico; 4) o cronograma de implantação das etapas do programa de qualidade; e 5) a avaliação de como o programa está sendo desenvolvido e sua forma de disseminação para os outros setores. A figura a seguir ilustra os eixos relacionadas ao PQVT. Figura 3 – Variáveis relacionadas ao PQVT. Legenda: A figura ilustra os eixos compreendidos pela PQVT, como meio ambiente, saúde e bem-estar e vínculo com a comunidade. Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_UOuRODUYWHQ/TRjHtDA3RlI/AAAAAAAAABg/7LDACGzBKDE/s1600/18847.jpg Para a implantação de um Programa de QVT, deve-se considerar ainda (SILVA, 1997): • Uma coordenação que realize o gerenciamento, o planejamento, a implantação e a avaliação do PQVT com vistas a futuram correções. • Capacidade de sensibilização da direção da empresa. • Disponibilidade para ouvir os funcionários e permitir sua participação, pois o programa deve considerar as necessidades dos colaboradores. http://3.bp.blogspot.com/_UOuRODUYWHQ/TRjHtDA3RlI/AAAAAAAAABg/7LDACGzBKDE/s1600/18847.jpg 10 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Caro estudante, assista ao vídeo https://www.youtube.com/watch?v=qoxW13XryFM e reforce mais seu aprendizado sobre QVT! Faça anotações em seu caderno. Existem, dessa forma, vários autores que discorrem sobre as etapas de implantação de um PQVT. A seguir, apre- sento a você, de uma forma geral e detalhada, cinco etapas para a implantação de um PQVT na percepção de Limongi (2007; 2003; 2002) e O’Donell (2000). 6.2.1 Fases de Implantação de PQVT 1° Fase - Sensibilização: A fase de sensibilização não deve envolver dicas de saúde ou de comportamento organizacional que são divulga- das aos colaboradores de forma isolada, mas informações associadas a outros dados que serão relevantes e farão sentido para os colaboradores. Ou seja, um PQVT deve apresentar uma grande fonte de informação que mobi- lize e sensibilize os colaboradores de uma empresa para uma mudança de hábitos ou de postura no ambiente empresarial. Sendo assim, mais do que apresentar informações aos colaboradores, é necessário mostrar que existem formas de prevenção a doenças que podem surgir em decorrência de péssimos hábitos no espaço labo- ral. Perceba que essas ações conjuntas compõem a sensibilização no PQVT. A sensibilização em um PQVT pode ser compreendida como a forma de transmissão de informações aos cola- boradores de uma empresa, com o objetivo de aumentar sua compreensão sobre as condições de trabalho, de tal forma que possam agir proativamente com o objetivo de mudarem os seus hábitos e usufruírem de um bom estado de saúde. Nas organizações, a sensibilização diz respeito a ações que chamam a atenção das pessoas para maximizarem o seu nível de interesse sobre os aspectos relacionados à saúde no ambiente do trabalho. Dessa forma, podem ser desenvolvidas diversas ações para manter as pessoas saudáveis. Essas ações podem ser classificadas em ações de recuperação, proteção e promoção da saúde. As ações de recuperação da saúde são aquelas orientadas para as pessoas que já se encontram doentes e têm por finalidade estimular uma recuperação do ponto de vista físico, psicológico e social. As ações de proteção da saúde são orientadas à prevenção dos indivíduos a agentes nocivos presentes no trabalho, à utilização de equipamentos de proteção individual no trabalho e à vacinação. As ações de promoção da saúde, por sua vez, orientam para a prevenção de doenças. Sobre as doenças no espaço laboral, afirma Limongi (2012, p. 107) que: As LER/Dort – lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – são as doenças de maior prevalência entre as relacionadas ao trabalho em nosso país. De acordo com o INSS, são a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil... As lesões atingem o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional, já que a maior incidência ocorre na faixa de 30 a 40 anos. A figura a seguir apresenta uma estratégia de sensibilização que pode ser utilizada em um PQVT. https://www.youtube.com/watch?v=qoxW13XryFM 11 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Figura 4 – Estratégias de sensibilização de um PQVT: Mudança de postura e hábitos. Legenda: Mudança de hábitos Fonte: <http://kinexfisioterapia.com.br/2016/07/20/voce-sabe-sentar-serie-habitos-sem-dor/ Em um PQVT, é necessário ainda trabalhar os aspectos relacionados à não exclusão dos participantes, buscar transformar as crenças limitadoras em crenças possibilitadoras, responsabilizar os colaboradores pelo “ser” (coparticipante do processo), realizar o preparo e a capacitação da equipe multidisciplinar que vai atuar no PQVT, disseminar a filosofia de que a qualidade de vida no trabalho é igual a qualidade do “ser”. Também é preciso trabalhar a percepção do empregador, que não deve conceber os programas de prevenção como uma despesa, mas sim como um investimento, ou seja, trabalhar também a falta sensibilização do empregador. Os programas de QVT podem ser realizados em forma de grupos de apoio e podem ser uti- lizadas ações educacionais, de mudanças de comportamento e muitas atividades vivenciais e práticas com a finalidade de estimular o colaborador a desenvolver o sentimento de per- tencimento no PQVT! 2° Fase - Preparação Você deve compreender que, apesar de as implantações de programas de QVT serem específicas de cada orga- nização, é possível padronizar algumas fases a serem implementadas, tomando-se como referência um bom marco teórico e técnico voltado para o PQVT. Nessa fase de preparação, as ferramentas institucionais que serão utilizadas para o desenvolvimento do programa de QVT (como a definição de modelos, a escolha dos compo- http://kinexfisioterapia.com.br/2016/07/20/voce-sabe-sentar-serie-habitos-sem-dor/ 12 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação nentes da equipe que irá conduzir o projeto) são estruturadas, com o objetivo de garantir um resultado positivo para as organizações. 3º Fase - Diagnóstico Esta fase envolve a coleta de informações relacionadas ao funcionamento e à natureza da parte técnica da empresa. Essas informações devem ser comparadas com as características sociais referentes à percepção de satis- fação dos trabalhadores sobre as condições de trabalho disponibilizadas pela empresa. É aqui que os programas são estruturados para serem implementados de forma que possam realmente modificar os comportamentos ou hábitos negativos dos colaboradores. Por essa razão a fase de diagnóstico é necessária: para que os programas possam ser realizados considerando os aspectos que realmente serão alvo das ações de um PQVT. Um exemplo são os programas que visam à prevenção da hipertensão; nesse caso prático, é necessário que os participantes recebam feedback ou resposta sobre seu estado de saúde. Tal ação ou diagnóstico permitirá à pessoa estabelecer um sentido entre seu estado de saúde e as ações ou os objetivos do PQVT. O colaborador, dessa forma, será induzido a modificar o seu comportamento para uma situação de melhoria positiva de saúde. Perceba que podem ser formados grupos de apoio e que é de fundamental importância que os colaboradores se identifiquem com as ações e com as pessoas que irão compor o PQVT. É muito importante desenvolver estraté- gias bem consolidadas e legitimadas pelos participantes em PQVT para que, no término do programa, os com- portamentos negativos que forem diagnosticados como prejudiciais à saúde não sejam reincidentes. 4° fase - Concepção e Implantação do Projeto Nesta fase, é elaborado um cronograma detalhando prazos e datas para a efetivaçãodas ações de melhorias dentro da organização. São elaborados os programas a partir das informações verificadas no diagnóstico. Nesta fase, é importante que a equipe envolvida no projeto disponha de informações reais para que as melhorias pos- sam ser realizadas de forma eficiente e eficaz. A figura a seguir ilustra os dados de uma pesquisa realizada em 2011 com mais de 500 gestores sobre o que eles pensam sobre o PQVT: 13 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Figura 5 – O que dizem os gestores dos programas de qualidade de vida. Legenda: A figura demonstra os dados sobre uma pesquisa de opinião dos gestores sobre o PQVT. Nesse sentido, 70% dos entrevistados afirmaram que a qualidade de vida é um imperativo estratégico para as organizações. Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/seudinheiro/51363/Qualidade-de-vida-um-benef%C3%ADcio-que- -n%C3%A3o-tem-pre%C3%A7o.htm Dessa forma, a quarta fase visa proporcionar aos colaboradores das empresas um programa de qualidade de vida saudável, conforme as necessidades diagnosticadas. Na prática, as organizações devem aliar o conteúdo do PQVT com as ações de melhoria a serem alcançadas. Assim, seria incoerente divulgar ações de um programa de controle de peso se é uma prática no ambiente de trabalho o consumo de alimentos de alto teor calórico ou de alto nível de açúcar. Um programa de qualidade de vida no trabalho deve implementar ações orientadas para uma alimentação sau- dável, hábitos de atividades físicas e o próprio cardápio da empresa deve ser composto por refeições com ali- mentos saudáveis. Perceba que o PQVT é estratégico, pois as práticas de melhorias de vida devem ser alinhadas às estratégias da organização, ou seja, o ambiente interno organizacional deve ser modificado para que o PQVT possa ser legitimado pelos participantes. http://www.brasil247.com/pt/247/seudinheiro/51363/Qualidade-de-vida-um-benef%C3%ADcio-que-n%C3%A3o-tem-pre%C3%A7o.htm http://www.brasil247.com/pt/247/seudinheiro/51363/Qualidade-de-vida-um-benef%C3%ADcio-que-n%C3%A3o-tem-pre%C3%A7o.htm 14 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação 5° Fase - Avaliação e difusão Nesta última fase do programa de QVT, são analisados os resultados alcançados no início do processo. É neces- sário que as informações analisadas sejam as mais reais possíveis para que seja realizada uma comparação com o que foi planejado e o que foi realizado. Tal ação é importante para que os desvios sejam corrigidos e os acertos possam ser divulgados para toda a orga- nização. É sempre importante a realização a avaliação do programa para que as ações sejam mais eficazes, o que tornará a melhoria da qualidade de vida dos funcionários prioridade na organização, tendo como resultado um melhor desempenho organizacional. Sobre o PQVT, afirma Fernandes (1996, p. 62) que: [...] deve-se salientar que não basta decidir adotar simplesmente a sigla QVT, sem a inclusão de esforços estruturados para orientar mudanças no sistema de recompensas, mudanças de tec- nologia e no ambiente de trabalho, mudanças nos métodos de gestão para promover processos participativos e envolvimento dos empregados e, mais importante, sem uma sólida base filosófica e acreditar no milagroso efeito na satisfação dos trabalhadores. Vale ressaltar que nessa última fase são importantes ações com o intuito de reforçar algumas práticas importan- tes para que o programa de QVT possa ser consolidado, por exemplo: • A importância de um gestor que seja responsável pelo programa de qualidade de vida no trabalho e que assuma uma postura de líder de tal forma que as pessoas possam identificar-se e assumir a necessidade da mudança. • É necessário convencer os colaboradores de “empoderamento” (ou empowerment) na medida em que possam colaborar com suas opiniões e sugestões de melhoria para o PQVT. • Vale frisar que a existência de material impresso é importante para que os colaboradores possam apre- sentá-lo para seus familiares e recorrerem às ações do PQVT caso tenham dúvidas. • O apoio organizacional é preponderante para que todos os organizadores possam dar credibilidade às ações do PQVT e difundirem entre si as práticas de melhoria de saúde. Empoderar: Verbo que se refere ao ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem. Empowerment: Conceito de Administração de Empresas que significa “descentraliza- ção de poderes”, ou seja, sugere uma maior participação dos trabalhadores nas ativi- dades da empresa ao lhes ser dada maior autonomia de decisão e responsabilidades. Fonte: <https://www.significados.com.br> Glossário https://www.significados.com.br 15 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Figura 6 – Ações de melhoria de um PQVT. Legenda: A figura ilustra ações positivas de um PQVT, como redução da rotatividade, melho- ria de postura, redução de acidentes e melhoria do bem-estar, entre outras. Fonte: <http://temasemdebate.comriobranco.com/07/pausa-para-combater-o-estresse-no-ambiente-de-trabalho/> Perceba que existem alguns aspectos críticos a serem considerados em um PQVT, por exemplo, a cultura da organização e sua disponibilidade em assumir a implementação do programa. A legitimidade do programa é um fator importante, pois a organização, por meio de uma liderança, deve assumir a postura e criar no ambiente do trabalho um sentimento (que possa ser percebido pelos colaboradores) de que as ações do PQVT realmente são para a melhoria do clima organizacional e do bem-estar em geral de seus colaboradores. Na próxima seção, são apresentados alguns aspectos críticos de um PQVT e a necessidade de uma atuação sistêmica organizacional. http://temasemdebate.comriobranco.com/07/pausa-para-combater-o-estresse-no-ambiente-de-trabalho/ 16 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação 6.2.2 Sistemas de recompensa O QVT busca extrair o melhor que o colaborador tem a oferecer para a organização e aumentar o seu nível de satisfação com o desempenho de suas funções. Podemos notar que o PQVT estabelece profundo respeito com o ser humano e auxilia no atingimento da satisfação, da produtividade e do nível alto de qualidade. Organizações entendem que para atingir o seu cliente externo elas precisam primeiro cuidar do seu cliente interno, proporcionando recompensas e benefícios para o funcionário que contribui e atende aos padrões esta- belecidos no PQVT. De acordo com Chiavenato (1999), as organizações que valorizam e aplicam recompensas aos colaboradores estão investindo diretamente no cliente externo. Algumas empresas estabelecem recompensas para os seus colaboradores em função do alcance e da efetivação das ações do PQVT. Essas recompensas podem ser realizadas em forma de prêmios ou ações que estimulem o colaborador a não ter recaídas em sua mudança de hábito. Podemos citar alguns fatores que representam que o QVT atua de forma construtiva e positiva na organização quando: o colaborador está satisfeito com o trabalho realizado; enxerga futuro profissional dentro da empresa; quando é reconhecido pelo trabalho executado; o salário está de acordo com os padrões trabalhistas; há um sistema de benefícios e recompensas obtidos pelo trabalho executado, entre outros. De acordo com o novo modelo de gerenciamento de pessoas, notamos que o sistema de recompensa será efi- ciente ao passo que consiga agregar valor ao conteúdo e ao contexto do cargo pelo qual o colaborador é res- ponsável. O sistema de recompensa funcionará como um modelo de planos de recompensas e incentivos que impulsionem a satisfação, a melhoria no comportamento, a melhoria de tarefas, o clima organizacional e a reor- ganização do trabalho. Compreenderá tanto as recompensas diretas (comissões, salário, PL, benefícios sociais) como as indiretas (promoções, elogios, desenvolvimento da pessoa no trabalho etc.).No modelo de QVT de Nadler e Lawler, segundo Chiavenato (1999), os sistemas de recompensa deverão estar associados com os resultados obtidos pelo funcionário e com as recompensas adicionais. Essa combinação tem por objetivo influenciar a motivação do colaborador na busca por melhores salários em troca de resultados supe- riores. Podemos chamar essa combinação de remuneração variável. Atualmente, as empresas buscam inovações nos sistemas de remuneração por entenderem que isso afeta o clima da organização. Assim, o PQVT tem papel fundamental na implantação e na execução para garantir o atin- gimento do objetivo da organização. Quanto mais funcionários satisfeitos, melhores serão o clima e a qualidade na entrega do trabalho. 6.2.3 Aspectos críticos de um PQVT Como foi abordado inicialmente, um PQVT deve atuar de forma holística, ou seja, de forma sistêmica; isso quer dizer que deve envolver toda a organização. Para que isso ocorra, a postura das empresas deve ser a de assumir o PQVT como uma ação de melhoria para o ambiente interno e principalmente para os colaboradores. O PQVT considera que o bem-estar no ambiente de trabalho contribui diretamente para a produtividade dos colaboradores e que esse fator está totalmente relacionado a um dos objetivos dos sistemas de recompensas que se destinar a reforçar os estímulos motivacionais no ambiente de trabalho (KANAANE, 2009). Dessa forma, quanto melhor o desempenho do colaborador no ambiente de trabalho, maior sua chance de ser reconhecido e recompensado na organização. Por outro lado, afirma Gil (2001), as dificuldades oriundas dos PQVT podem estar relacionadas aos custos para a empresa e à ausência de percepção de que o PQVT tem, como alvo principal, os colaboradores e não a organi- 17 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação zação. A ausência da adesão da alta administração também constitui uma barreira para o PQVT. Nesse sentido, é importante que as empresas percebam que os programas de QVT estão direcionados à efetivação de melhoria organizacional, à satisfação do indivíduo e a condições favoráveis para que as pessoas possam desenvolver suas atividades. É necessário que exista uma reconciliação entre os objetivos dos indivíduos e os objetivos propostos pela organização. Reforça ainda Gil (2001) que os programas de qualidade de vida no trabalho têm como objetivo criar uma organização mais humanizada. O quadro a seguir discorre sobre os aspectos positivos gerados pelos programas de QVT: Quadro 2 - Aspectos positivos gerados pelos programas de QVT. Camada Biológica (18%) Redução de doenças/faltas • redução no número de doenças/ afastamento. • menor absenteísmo, distanciamento ou diminuição da doença. • menos falta ao trabalho. Redução de custos com assistência médica melhoria no estilo de vida • ação concreta e determinada para a promoção da saúde. • importância de um estilo de vida mais saudável. • modelos de vida sadia para melhorar o estilo de vida. • as empresas estão investindo pesadamente em programas de QVT e estão cuidando do bem-estar físico e emocional de seus funcionários. Camada Psicológica (15%) Melhor satisfação interna • funcionários mais satisfeitos. • aumenta o grau de satisfação dos funcionários. Melhoria na autoestima/imagem dos funcionários / Aumento da motivação • mais motivação e comprometimento. • reforça o vínculo dos funcionários. • aumenta o grau de responsabilidade. 18 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Camada Social (18%) Empregados mais conscientes e politizados • as pessoas estão mais conscientes da importância de manter um estilo de vida saudável. • população mais questionadora. • novo perfil profissional interessado em sua própria qualidade de vida. • funcionários com mais alto grau de exigência. Melhoria do clima organizacional (relacionamentos) • relacionamentos mais saudáveis. • integração dos funcionários. Aumento da preocupação com qualidade de vida • pessoas e empresas têm demonstrado interesse crescente pelo tema. • maior conscientização sobre QVT. • muitas ações estão sendo feitas. • preocupação com o bem-estar dos trabalhadores. • alto grau de receptividade. Camada Organizacional (49%) Aumento da produtividade • funcionários saudáveis e satisfeitos produzem mais e melhor. • empregado saudável é produtivo. Aumento da competitividade • habilidade para conseguir novos clientes. • as empresas que não se modernizam estarão fadadas ao fim de sua existência. • conseguirem melhor vantagem competitiva. • estão organizacional mais arrojada/competitiva Imagem da empresa • marketing para a empresa. • melhor imagem externa. • os consumidores buscam produtos de empresas cuja identificação com a imagem é positiva. • aparecem na mídia, ganham prêmios. 19 Qualidade de Vida no Trabalho | Unidade 6 - Qualidade de Vida no Trabalho: a fase de implantação Redução dos custos • redução das perdas de processos e do trabalho ISO 9000 • exigências para certificação ISO 9000. • QVT tem sido associada à ISO 9000. • crescentes necessidades das empresas de obterem certificações ISO. Exigência de qualidade • resultados da empresa. • otimização dos recursos da empresa. • lucratividade. • melhores resultados. • emprego saudável gera lucro. Legenda: O quadro descreve as vantagens da implementação do PQVT nas dimensões Biológica, Psicológica, Social e Orga- nizacional (BPSO). Fonte: Limongi-França (2003, p. 138). Quando as organizações não apresentam barreiras para a implantação do PQVT, o resultado é uma visão biopsi- cossocial da qualidade de vida no trabalho orientada para a preocupação do indivíduo em todas as suas dimen- sões. Nesse sentido, a saúde passa a não ser concebida como a ausência de doença, mas como uma necessidade, conforme corrobora Boog (2002). Dessa forma, um PQVT permite autonomia no trabalho, feedbacks constantes sobre o desempenho, ajustes de tarefas, ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo e equilíbrio entre os objetivos dos indivíduos em situação de trabalho e os propostos pela organização. 20 Considerações finais Nesta unidade, você compreendeu: • O modelo de gestão das organizações, que reconhece a impor- tância das pessoas como sendo o seu principal capital intelectual e desenvolve programas e medidas que visam à melhoria das con- dições de trabalho e de vida dos funcionários. • As empresas devem buscar perceber seus colaboradores como parceiros do negócio e, dessa forma, galgar uma posição melhor no mercado. • Os programas de QVT, quando implementados de forma eficaz, apresentam resultados que se refletem na redução do absente- ísmo e do presenteísmo, em aumento da produtividade, alcance da eficiência nas atividades, melhoria do clima organizacional, bem-estar físico e psicológico e melhoria da saúde em geral dos colaboradores. • Os resultados alcançados com os programas de QVT depen- derão da especificidade de cada programa implementado pelas organizações. • O tema QVT desenvolve-se com a finalidade de promover boas condições de vida e bem-estar das pessoas. Vale ressaltar que as organizações bem-sucedidas serão aquelas que conseguirem equilibrar os objetivos organizacionais e os objetivos individuais dos seus colaboradores. • Um dos resultados de um diagnóstico sobre a Qualidade de Vida no Trabalho é a identificação das competências que os colabo- radores necessitam desenvolver com a finalidade de ampliarem seus conhecimentos e suas experiências e proporcionar melhores resultados empresariais. • Em um programa de qualidade de vida no trabalho – PQVT, é possível auxiliar os funcionários a identificarem os riscos que podem impactar a saúde de cada um; estimular e promover práti- cas educativas para os funcionários a fim de que estes conheçam os riscos de saúde relacionados à pressão sanguínea elevada, ao fumo, à obesidade, à dieta pobre e ao estresse.Referências bibliográficas 21 CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ______. Recursos humanos: O capital humano das organizações. 8. ed., 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. BOOG, Gustavo G. Manual de gestão de pessoas e equipes. Vol. 2 – Estratégias e Tendências. São Paulo: Gente, 2002. Fernandes, E. C. Qualidade de vida no trabalho. Salvador: Casa da Qua- lidade, FGV, 1996. GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2001. KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 2009. LIMONGI, Ana Cristina. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT: Concei- tos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2012. LIMONGI, Ana Cristina. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. ______. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2007. ______. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT: Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2003. 22 LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no Trabalho – QVT: conceito e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. SILVA, Marco Aurélio; MARCHI, Ricardo. Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho. Rio de Janeiro: Best Seller, 1997. _GoBack
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