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Manual de Curso de Licenciatura em Geografia

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Manual de Curso de licenciatura em Ensino 
de Geografia – 1o ano 
Climatogeografia 
GA103 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino a Distância 
Centro de Informação Geográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância 
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no 
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de 
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a 
processos judiciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância - CED 
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa 
 
Moçambique - Beira 
Telefone: 23 32 64 05 
Cel: 82 50 18 44 0 
Fax:23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual, 
dr. Alfredo Lapissone, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições 
na elaboração deste manual: 
: 
 
Análise conteudista/Revisão dr. Sérgio Arnaldo Gove 
Pela maquetização e revisão final 
 
dr. Heitor Simão Mafanela Simão 
 
 
 
Elaborado Por: dr. Alfredo Lapissone 
Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira 
Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED 
 
Revisão: dr. Sérgio Arnaldo Gove 
Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira 
Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED 
 
Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. Heitor Simão Mafanela Simão 
Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira 
Mestrando em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica 
Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED 
 
 
 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 i 
 
Índice 
Visão geral 1 
Bem-vindo a Climatogeografia ...................................................................................... 1 
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 2 
Como está estruturado este módulo................................................................................ 2 
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3 
Acerca dos ícones ........................................................................................ 3 
Habilidades de estudo .................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 4 
Avaliação ...................................................................................................................... 5 
Unidade I 7 
Introdução a Climatologia ............................................................................................. 7 
Introdução ............................................................................................................ 7 
Sumário ......................................................................................................................... 9 
Exercício ..................................................................................................................... 10 
Unidade II 11 
Natureza e campo da climatologia ............................................................................... 11 
Introdução .......................................................................................................... 11 
Sumário ....................................................................................................................... 12 
Exercícios.................................................................................................................... 12 
Unidade III 13 
Factores e elementos climáticos ................................................................................... 13 
Introdução .......................................................................................................... 13 
Sumário ....................................................................................................................... 14 
Exercícios.................................................................................................................... 14 
Unidade IV 16 
Observações meteorológicas ........................................................................................ 16 
Introdução .......................................................................................................... 16 
Sumário ....................................................................................................................... 23 
Exercícios.................................................................................................................... 23 
Unidade V 24 
Os Sistemas Climáticos ............................................................................................... 24 
Introdução .......................................................................................................... 24 
 Climatogeografia GA103 ii 
 
Sumário ....................................................................................................................... 37 
Exercícios.................................................................................................................... 37 
Unidade VI 38 
Efeitos de Enso em Moçambique ................................................................................. 38 
Introdução .......................................................................................................... 38 
Sumário ....................................................................................................................... 44 
Exercícios.................................................................................................................... 44 
Unidade VII 45 
Climas da terra ............................................................................................................ 45 
Introdução .......................................................................................................... 45 
Sumário ....................................................................................................................... 52 
Exercícios.................................................................................................................... 53 
Unidade VIII 54 
Classificação Climática de Koppen .............................................................................. 54 
Introdução .......................................................................................................... 54 
Sumário ....................................................................................................................... 57 
Exercícios.................................................................................................................... 57 
Unidade IX 58 
Atmosfera Terrestre ..................................................................................................... 58 
Introdução .......................................................................................................... 58 
Sumário .......................................................................................................................64 
Exercícios.................................................................................................................... 65 
Unidade X 66 
Camadas da Atmosfera ................................................................................................ 66 
Introdução .......................................................................................................... 66 
Sumário ....................................................................................................................... 69 
Exercícios.................................................................................................................... 69 
Unidade XI 70 
Equílibrio Térmico Na Atmosfera................................................................................ 70 
Introdução .......................................................................................................... 70 
Sumário ....................................................................................................................... 74 
Exercícios.................................................................................................................... 74 
Unidade XII 75 
Efeitos da Radiação no Topo da Atmosfera ................................................................. 75 
Introdução .......................................................................................................... 75 
 Climatogeografia GA103 iii 
 
Sumário ....................................................................................................................... 82 
Exercícios.................................................................................................................... 83 
Unidade XIII 84 
Circulação Geral da Atmosfera .................................................................................... 84 
Introdução .......................................................................................................... 84 
Sumário ....................................................................................................................... 85 
Exercícios.................................................................................................................... 85 
Unidade XIV 86 
Causas da Circulação Geral ......................................................................................... 86 
Introdução .......................................................................................................... 86 
Sumário ....................................................................................................................... 92 
Exercícios.................................................................................................................... 93 
Unidade XV 94 
Circulação média a superficie ...................................................................................... 94 
Introdução .......................................................................................................... 94 
Sumário ....................................................................................................................... 96 
Exercícios.................................................................................................................... 96 
Unidade XVI 97 
Circulações Regionais e Locais ................................................................................... 97 
Introdução .......................................................................................................... 97 
Sumário ..................................................................................................................... 103 
Exercícios.................................................................................................................. 103 
Unidade XVII 104 
Nuvens ...................................................................................................................... 104 
Introdução ........................................................................................................ 104 
Sumário ..................................................................................................................... 108 
Exercícios.................................................................................................................. 108 
Unidade XVIII 109 
Formação de Precipitação. ......................................................................................... 109 
Introdução ........................................................................................................ 109 
 Climatogeografia GA103 iv 
 
Sumário ..................................................................................................................... 111 
Exercícios.................................................................................................................. 111 
Unidade XIX 112 
Processo de Bergeron ................................................................................................ 112 
Sumário ..................................................................................................................... 118 
Exercícios.................................................................................................................. 118 
Unidade XX 119 
Processo de Colisão - Coalescência ........................................................................... 119 
Introdução ........................................................................................................ 119 
Sumário ..................................................................................................................... 122 
Exercícios.................................................................................................................. 122 
Unidade XXI 123 
Medidas de Precipitação. ........................................................................................... 123 
Introdução ........................................................................................................ 123 
Sumário ..................................................................................................................... 125 
Exercícios.................................................................................................................. 125 
Unidade XXII 126 
Massas de Ar ............................................................................................................. 126 
Introdução ........................................................................................................ 126 
Sumário ..................................................................................................................... 129 
Exercícios.................................................................................................................. 129 
Unidade XXIII 130 
Correntes Maritimas .................................................................................................. 130 
Introdução ........................................................................................................ 130 
Sumário ..................................................................................................................... 136 
Exercícios.................................................................................................................. 137 
Unidade XXIV 138 
Análise e previsão do Tempo ..................................................................................... 138 
Introdução ........................................................................................................ 138 
Sumário ..................................................................................................................... 142 
Exercícios.................................................................................................................. 143 
 
 Climatogeografia GA103 1 
 
Visão geral 
Bem-vindo a Climatogeografia 
 
Este módulo constituium dos suportes do curso de Geografia, o 
qual retrata especificamente conteúdos da climatologia. 
Neste contexto, a cadeira climatologia no presente Módulo, 
pretende contribuir para a promoção do conhecimento sobre o 
processo, transformações e dinâmica do clima no sentido de, 
proporcionar aos estudantes uma visão clara e abrangente da 
importância do estudo da climatologia para o desenvolvimento em 
todas as áreas da vida, consciencializá-los a acerca das alterações 
climáticas provocadas pela acção do homem e incentiva-los a traçar 
estratégias para sua mitigação ou solução. 
Objectivos do curso 
Quando terminar o estudo de Climatogeografia será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 Definir os principais conceitos em climatogeografia. 
 Caracterizar as principais camadas da atmosfera terrestre. 
 Explicar os factores do fluxo energético. 
 Descrever as leis fundamentais da radiação Solar e terrestre. 
 Explicar o ciclo da água na atmosfera e os fenómenos com ele 
relacionados. 
 Distinguir estados de tempo, tipos de ventos e massas de ar. 
 
 
 Climatogeografia GA103 2 
 
Quem deveria estudar este 
módulo 
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser 
professores da disciplina de Geografia, que estão a frequentar o curso de 
Licenciatura em Ensino de Geografia, do Centro de Ensino a Distância na 
UCM. Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos 
sobre a Climatogeografia. 
 
Como está estruturado este 
módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos por Universidade Católica de 
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados 
da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo 
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais 
actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do módulo. 
 Climatogeografia GA103 3 
 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por 
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África 
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia. 
 
Habilidades de estudo 
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores 
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os 
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é 
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que 
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos: 
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente 
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em 
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de 
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com 
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo 
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem 
interrupção? 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da 
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já 
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria 
do que saber pouco sobre muitas partes. 
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, 
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a 
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda 
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua 
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar 
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o 
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e 
a outras actividades. 
 Climatogeografia GA103 4 
 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma 
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A 
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de 
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode 
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode 
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados 
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a 
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
desconhece; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o 
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, 
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de 
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, 
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, 
contacteo pessoalmente. 
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, 
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de 
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase 
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza 
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de 
expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem 
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode 
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras. 
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque 
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam 
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu 
próprio saber e desenvolva suas competências. 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do 
período presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. 
 Climatogeografia GA103 5 
 
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser 
dirigidos ao tutor\docentes. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os 
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do 
autor. 
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) 
palavrasde um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, 
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a 
realização dos trabalhos. 
 
 
Avaliação 
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com 
base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual, 
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de 
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a 
cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes 
e 1 (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como 
ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, 
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das 
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. 
consulteos. 
 
 
 Climatogeografia GA103 7 
 
Unidade I 
Introdução a Climatologia 
Introdução 
A climatologia é uma ciência muito mais recente do que o conceito 
clima, mas mesmo a nova ciência tem tido diferentes objectivos e 
métodos desde a sua existência. 
Tal como muitos domínios das ciências, a climatologia sofreu 
muitas modificações nas últimas décadas e continua actualmente a 
evoluir com rapidez. O significado dos diferentes conceitos e 
termos foi-se modificando, acompanhando a evolução desta 
ciência. 
Esta unidade temática apresenta as ideias chaves da climatologia 
como ciência e como uma base para o desenvolvimento da 
sociedade. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Definir a Climatologia; 
 Identificar os diferentes tipos de Climatologia; 
 Reconhecer a importância da Climatologia para o desenvolvimento da 
sociedade. 
 Definir Meteorologia. 
 
 
Generalidades 
Na abordagem do conceito Climatologia, parece oportuno começar 
por dizer os significados de cada um dos termos e conceitos 
fundamentais da climatologia. 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 8 
 
Os conceitos de tempo e clima 
De acordo com o Vocabulário Meteorológico Internacional, define-
se Clima como “ o conjunto flutuante das condições atmosféricas, 
caracterizado pelos estados e evoluções do tempo numa dada área”. 
Assim, quando falamos do clima de um local estamos a referir-nos 
a um conjunto de condições meteorológicas típico dessa local e que 
podem sofrer certas modificações. Por “condições meteorológicas” 
entende-se o conjunto dos valores de elementos meteorológicos, ou 
outras variáveis, num dado período e local. 
Por tempo (weather) entendemos o estado médio da atmosfera 
numa dada porção de tempo e em determinado lugar. Por outro 
lado, clima é a síntese e do tempo num dado lugar durante um 
período de 30-35 anos. 
 
A Climatologia 
A climatologia significa o estudo dos climas, tanto no que se refere 
aos aspectos da sua existência em diversos locais e períodos sobre 
o globo, como no que se refere aos fenómenos que causaram esses 
climas. 
De acordo com o Vocabulário Meteorológico Internacional (VMI), 
climatologia é “ o estudo das causas, variações, distribuições e 
tipos dos climas”. Outra definição da climatologia sugere uma 
razão pela qual as pessoas a estudam: climatologia é o estudo das 
generalidades que se podem obter a partir de exemplos do 
comportamento passado da atmosfera. Portanto, esta tem como 
objecto de estudo as particularidades geográficas dos climas e a sua 
distribuição. 
J.O.Ayoade ( 1986 p.2 ) “ A meteorologia é geralmente definida 
como ciência da atmosfera e está relacionada ao estado fisico, 
dinamico e quimico da atmosfera e `as interacções entre eles e a 
 Climatogeografia GA103 9 
 
superficie terrestre subjacente. Climatologia é o estudo cientifico 
do clima”. 
Há uma considerável semelhança no conteúdo da climatologia e da 
meteorologia. O meteorologista e o climatólogo, contudo, diferem 
significativamente em sua metodologia. Enquanto o meteorologista 
emprega as leis da física clássica e as técnicas matemáticas em seu 
estudo de processos de atmosféricos. O climatólogo utiliza 
principalmente técnica estatística quando retira informações a 
respeito do clima a partir das informações disponíveis sobre o 
tempo. Pode-se dizer, portanto, o meteorologista estuda o tempo, 
enquanto o climatólogo estuda o clima. Entretanto, a climatologia 
esta baseada na meteorologia que, por sua vez, esta baseado nos 
princípios da física e da matemática. Portanto, há uma relação 
estreita entre meteorologia climatologia. A meteorologia engloba 
tanto tempo como clima, enquanto os elementos da meteorologia 
devem necessariamente estar incorporados na climatologia para 
torná-la significativa e científica. O tempo e o clima podem, juntos 
ser considerados como consequência e uma demonstração da acção 
dos processos complexos na atmosfera, nos oceanos e na terra. 
 
 
Sumário 
A definição da climatologia sugere uma razão pela qual as pessoas 
a estudam, assim, faz-se climatologia para obter uma ideia geral do 
que se pode esperar da atmosfera no futuro, com base em exemplos 
da forma como a atmosfera se comportou no passado, para poder se 
explorar os benefícios potenciais desta às actividades humanas, 
como por exemplo de cada um dos seguintes grupos: actividade de 
sobrevivência, de comércio, de organização social, de comodidade 
social e de ciência. 
 Climatogeografia GA103 10 
 
Exercício 
 
1. Diferencie o tempo do clima? 
2. Faça uma análise crítica do conceito Climatologia? 
3. Distinga Climatologia da Meteorologia quanto a 
metodologia. 
4. Indique cinco questões importantes para a sua vida, para as 
quais a resposta dependa dos registos climatológicos. 
NB: Entregar os exercícios: 3 e 4 desta unidade. 
 
 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 11 
 
 
Unidade II 
Natureza e campo da climatologia 
Introdução 
Conforme mencionamos anteriormente, a climatologia trata dos 
padrões de comportamento da atmosfera, verificados durante um 
longo período de tempo. Ela está mais preocupada com os 
resultados dos processos autuantes na atmosfera do que com suas 
operações instantâneas. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Mencionar os Campos da climatologia 
 Reconhecer a importância da Climatologia para o 
desenvolvimento da sociedade. 
 
O campo da climatologia é bastante amplo e pode-se fazer subdivisões, 
com base nos tópicos enfatizados ou na escala dos fenómenos 
atmosféricos que são ressaltados. Como subdivisões tópicas da 
climatologia temos as seguintes, entre outras: 
 
1. Climatologia regional: é a discrição dos climas em áreas seleccionadas 
da terra. 
 
2. Climatologia sinóptica: é o estudo do tempo e do clima em uma área 
com relação ao padrão de circulação atmosférica predominante. 
A climatologia sinóptica é, assim, essencialmente uma nova abordagem 
para a climatologia regional. 
 
 Climatogeografia GA103 12 
 
3. Climatologia Física: envolve a investigação do comportamento dos 
elementos do tempo ou processos atmosféricos em termos de princípios 
físicos. Neste, dá –se ênfase à energia global e aos regimes de balanço 
hídrico da terra e da atmosfera. 
 
4. Climatologia Dinâmica: enfatiza os movimentos atmosféricos em 
várias escalas, particularmente na circulação geral da atmosfera. 
 
5. Climatologia Aplicada: enfatiza a aplicação do conhecimento 
climatológico e dosprincípios climatológicos nas soluções dos problemas 
práticos que afectam a humanidade. 
6. Climatologia Histórica: é o estudo do desenvolvimento dos climas 
através dos tempos. 
Diversas outras subdivisões são reconhecidas na literatura. Estas incluem, 
por exemplo, climatologia agrícola, a bioclimatologia, a climatologia das 
construções, a climatologia urbana, a climatologia estatística, etc. Estas 
subdivisões podem ser enquadradas em uma das seis subdivisões 
reconhecidas. A climatologia agrícola, a bioclimatologia, a climatologia 
das construções são, por exemplo, aspectos da climatologia aplicada. 
Sumário 
O estudo dos vastos campos da climatologia não esgota. Das seis 
subdivisões tópicas aqui apresentadas aparecem como guia do estudante 
para melhor compreender os conteúdos. 
Exercícios 
1. Faça uma análise exaustiva sobre a importância do estudo 
da Climatologia Aplicada para os tempos actuais. 
2. Indica a importância da Climatologia agrícola para a 
sociedade. 
NB: Entregar o exercício: 2 desta unidade 
 Climatogeografia GA103 13 
 
Unidade III 
Factores e elementos climáticos 
Introdução 
Nesta unidade abordaremos sobre os conceitos de elementos e 
factores climáticos. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Definir elementos e factores climáticos; 
 Identificar os instrumentos meteorológicos. 
 
 
Elementos climáticos 
Segundo o Vocabulário Meteorológico Internacional (VMI), um 
elemento climático é “ qualquer das propriedades ou condições da 
atmosfera que, em conjunto, determinam o estado físico do tempo 
ou clima num dado local para um determinado momento ou 
período “. 
A temperatura do termómetro seco, a temperatura do termómetro 
molhado, a velocidade vectorial do vento, a nebulosidade, as 
rajadas do vento, a visibilidade, a humidade do solo, o índice do 
conforto humano, etc, são todos elementos climáticos de acordo 
com a definição dada no VMI. 
Não são os valores assumidos pelas variáveis, mas sim elas 
próprias, que constituem os elementos climáticos. A temperatura do 
termómetro molhado, é uma variável e é um elemento climático; 
mas 18˚c não é um elemento climático. 
 
 
 Climatogeografia GA103 14 
 
Factores climáticos 
De acordo com o VMI, factores climáticos, são “ certas condições 
físicas diferentes dos “elementos climáticos” que controlam o clima 
(latitude, altitude distribuição de terras e mares, topografia, 
correntes oceânicas, etc.) ”. Assim, factores climáticos são agentes 
geradores ou influenciadores, que provocam as condições, ou os 
valores dos elementos que constituem o clima. 
 
Sumário 
Os factores climáticos são agentes geradores ou influenciadores, 
que provocam as condições, ou os valores dos elementos que 
constituem o clima. 
Factores climáticos, são certas condições físicas diferentes dos 
elementos climáticos que controlam o clima. O elemento climático 
é qualquer das propriedades ou condições da atmosfera que, em 
conjunto, determinam o estado físico do tempo ou clima num dado 
local. 
 
Exercícios 
1. Dos elementos que seguem diga quais são , os elementos 
climáticos e factores climáticos? 
a) Altura da estação acima do nível do mar, ou altitude da 
estação 
b) Direcção do vento 
c) Latitude da estação 
d) Temperatura do ponto de orvalho 
e) Precipitação média mensal 
 Climatogeografia GA103 15 
 
f) Média anual do número de dias com temperatura 
superior a 35°c. 
2. O clima é a síntese dos factores e elementos do clima. 
Argumente? 
 
NB. Entregar o exercício: 2 desta unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 16 
 
 
Unidade IV 
Observações meteorológicas 
Introdução 
Nesta unidade abordaremos questões ligadas as observações 
meteorológicas, a natureza das observações e sobre os diferentes 
tipos de observações. 
Falaremos ainda de instrumentos fundamentais em meteorologia 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Caracterizar observações meteorológicas; 
 Identificar os diferentes tipos de observações 
meteorológicas; 
 Identificar os instrumentos meteorológicos. 
 
 
Observações Meteorológicas 
Para realizar um estudo científico da atmosfera é necessário, em 
primeiro lugar, recolher e organizar dados meteorológicos. Muitas 
das observações podem ser executadas aplicando simplesmente os 
órgãos dos sentidos, especialmente o da vista. Por exemplo, pode-
se observar a quantidade de nuvens presentes no céu. Essas 
observações chamam-se observações sensoriais. 
 
Frequentemente, no entanto, torna-se necessário recorrer a 
instrumentos como prolongamento dos sentidos. Por exemplo, 
 Climatogeografia GA103 17 
 
podemos ler um termómetro para determinar a temperatura do ar. 
As observações deste tipo chamam-se observações instrumentais. 
As observações dos diversos elementos meteorológicos são 
executadas nas estações de observação meteorológica. 
 
Classificação das estações 
As estações meteorológicas podem ser classificadas do seguinte 
modo: 
(a) Estações sinópticas 
(b) Estações climatológicas 
(c) Estações de meteorologia aeronáutica 
(d) Estações de meteorologia agrícola 
(e) Estações especiais 
 
Estações sinópticas são aquelas que se executam observações 
meteorológicas para efeitos de meteorologia sinóptica, que é o 
ramo da meteorologia que se ocupa da descrição do tempo real, 
baseada nas observações marcadas nas cartas geográficas. A 
finalidade deste estudo é a previsão das futuras evoluções do estado 
do tempo. 
 
Estações climatológicas servem para obtenção de dados 
meteorológicos de interesse para fins climatológicos. O clima 
correspondente ás condições meteorológicas consideradas num 
período de longa duração. 
 
Estações de meteorologia aeronáutica, estas localizam-se nos 
aeroportos, criadas para responder às necessidades especiais da 
aviação. 
 
 Climatogeografia GA103 18 
 
Estações de meteorologia agrícola ocupam-se da agricultura no 
sentido mais lato, incluindo horticultura, criação de animais e 
silvicultura. Estas estações executam observações especiais do 
meio físico, assim como observações de natureza biológica. 
 
Estações especiais são criadas para avaliar acontecimentos 
meteorológicos particulares. Incluem estações para observação de 
perturbações atmosféricas, detecção de hidrometeoros por meio de 
radar, hidrologia, medição da radiação, etc. 
 
Os diferentes tipos de observações 
Os elementos meteorologicos observados nas estações 
meteorologicas dependem dos fins a que se destinam as 
observações. Os pormenores são os seguintes: 
(a) Observações sinópticas 
Em todas estações da rede sinóptica executam-se 
observações dos seguintes elementos: 
i. Tempo presente e tempo passado; 
ii. Direcção e velocidade do vento; 
iii. Quantidade, tipo ou tipos e altura das bases das 
nuvens; 
iv. Visibilidade; 
v. Temperatura do ar; 
vi. Humidade; 
vii. Pressão atmosférica; 
viii. Características e tendência da pressão atmosférica; 
ix. Quantidade de precipitação; 
x. Estado do solo; 
 
(b) Observações Climatológicas 
 Climatogeografia GA103 19 
 
Nas estações climatológicas principais são executadas 
observações de todos ou da maior parte dos seguintes 
elementos: 
i. Estado do tempo; 
ii. Vento; 
iii. Visibilidade; 
iv. Temperatura do ar; 
v. Humidade; 
vi. Pressão atmosférica; 
vii. Precipitação; 
viii. Insolação; 
ix. Temperatura do solo. 
 
(c) Observações de meteorologia aeronáutica 
As observações executadas nos aeródromos satisfazem as 
necessidades especiais da aviação, as quais serão tratadas na 
parte dedicada à meteorologia aeronáutica. As observações 
sinópticas e climatológicas também podem ser executadas 
nos aeródromos. 
 
(d) Estações de meteorologia agrícola 
O programa de observações numa estação meteorológica 
agrícola inclui observaçõesdo meio físico, tais como: 
i. Temperatura e humidade do ar a diferentes níveis; 
ii. Temperatura do solo; 
iii. Conteúdo de humidade do solo s diversas 
profundidades; 
iv. Turbulência e mistura de ar nas camadas baixas; 
v. Hidrometeoros e outros factores de equilíbrio da 
humidade; 
vi. Insolação e radiação. 
 
(e) Observações especiais 
 Climatogeografia GA103 20 
 
A natureza dos elementos meteorológicos observados em 
estações especiais depende do fim para que foi criada a 
estação. No entanto, as observações incluem: 
i. Registo, com equipamento simples, da duração da 
insolação; 
ii. Medições da evaporação; 
iii. Registo contínuo da radiação solar global e cósmica 
numa superfície horizontal. 
 
Horas das observações 
Como regra geral, é preciso proceder tão rapidamente quanto 
possível á estimativa dos elementos que constituem uma 
observação sinóptica de superfície. 
No caso de uma observação sinóptica de superfície, a hora real da 
observação é a hora a que se procede a leitura do barómetro. 
A hora da observação, é por acordo internacional, a hora indicada 
nas resoluções da OMM (Organização Meteorologica Mundial). 
A hora oficial da observação, é a hora oficial determinada pelo 
serviço meteorológico competente. É conveniente que esta hora 
seja o mais próximo possível da hora da observação. 
Em meteorologia é conveniente utilizar o relógio de 24 horas. A 
meia-noite é 0000 ou o começo de um novo dia. Portanto, 0600 
serão 6 horas da manha e 1800 serão 6 horas da tarde. Note-se que, 
para designar a meia-noite, não se usa 2400. 
As observações sinópticas devem ser executadas em todo o mundo 
de acordo com uma hora universal, que são 0000, 0600, 1200 e 
1800 TMG, com observações intermédias às 0300, 0900, 1500, e 
2100 TMG. 
As horas das observações Climatológicas são 0900, 1500 e 2100 
TMG. 
 Climatogeografia GA103 21 
 
 
Funções dos observadores 
São as seguintes as funções dos observadores: 
 Manter os instrumentos em bom estado, 
 Mudar os gráficos dos instrumentos registadores, 
 Executar as observações sinópticas e climatológicas com 
devido rigor, 
 Codificar e transmitir os resultados das observações, 
 Elaborar os registos semanais e / ou mensais dos dados 
climatológicos. 
 
Instrumentos Meteorológicos 
Localização e exposição dos instrumentos meteorológicos 
 
A localização dos instrumentos meteorológicos deve ser tal que 
permita que as condições do ambiente se encontrem bem 
representadas. Assim, deve encontrar-se afastado da influencia 
imediata das arvores e edifícios e tanto quanto possível, não deve 
estar situado sobre vertentes inclinadas, cumes, penhascos ou 
covas, nem na sua proximidade. 
 
Esta regra não é aplicável aos instrumentos destinados a medir a 
precipitação. Estes exigem uma distribuição conveniente de árvores 
e arbustos ou seu equivalente, para servirem de protecção contra 
vento. Por outro lado, estas obstruções não devem ser tais que 
gerem turbulência, o que seria inconveniente para observações. 
Em geral, as estações climatológicas devem estar situadas num 
local e sob condições que permitam o funcionamento contínuo da 
estação durante, pelo menos dez anos. A exposição deve 
permanecer inalterada durante, um período de longa duração. 
 Climatogeografia GA103 22 
 
Nas estações de meteorologia aeronáutica é necessário ter cuidado 
com a colocação dos instrumentos, a fim de assegurar que os 
valores sejam, tanto quanto possível, representativos das condições 
existentes no aeródromo ou perto dele. 
De forma semelhante, as estações de meteorologia agrícola devem 
estar situadas num local representativo das condições agrícolas e 
naturais da região. 
 
Características recomendáveis dos instrumentos 
meteorológicos 
As características mais importantes que os instrumentos 
meteorológicos devem possuir são: 
 A regularidade de funcionamento; 
 A precisão; 
 A simplicidade de concepção; 
 A facilidade de utilização e de manutenção; 
 A robustez de construção. 
 
Os elementos observados com recurso a instrumento 
meteorológico: 
 Duração da insolação; 
 Temperatura do ar, da água e do solo; 
 Pressão atmosférica; 
 Humidade; 
 Direcção e velocidade do vento à superfície; 
 Altura da base das nuvens; 
 Evaporação. 
 
Tipos fundamentais de instrumentos meteorológicos 
Os instrumentos podem dividir-se em dois tipos fundamentais: 
(a) Instrumentos de leitura directa; 
 Climatogeografia GA103 23 
 
(b) Instrumentos registadores. 
Os instrumentos de leitura directa são mais rigorosos, mas as 
medições dos elementos meteorológicos só podem ser executadas 
durante a leitura. Quando se pretende obter medições a outras 
horas, é necessário utilizar instrumentos registadores, que mantém 
um registo contínuo das medições. Chama-se instrumentos 
registadores. No entanto, estes devem estar o máximo possível livre 
de atrito. 
Sumário 
Para realizar um estudo científico da atmosfera é necessário, em 
primeiro lugar, recolher e organizar dados meteorológicos e fazer 
as observações meteorológicas usando instrumentos adequado para 
cada objectivo da observação 
Exercícios 
1. Estabeleça a distinção entre observações sensoriais e 
instrumentais. Dê um exemplo de cada tipo de observações. 
2. Descreva as características essenciais dos seguintes tipos de 
estações meteorológicas: 
a) Estações sinópticas. 
b) Estações climatológicas 
3. Estabeleça a distinção entre as seguintes horas de 
observação meteorológica: 
a) Hora real da observação 
b) Hora da observação 
c) Hora oficial da observação 
NB. Entregar os exercícios: 3 desta unidade. 
 Climatogeografia GA103 24 
 
Unidade V 
Os Sistemas Climáticos 
Introdução 
A melhor e a mais forte, e bem conhecida flutuação natural do clima, em 
escalas interanuais, é o fenómeno ENSO. A Oscilação Sul é uma 
flutuação atmosférica de grande escala centrada no Oceano Pacífico 
equatorial. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Analisar os fenómenos climáticos; 
 Caracterizar o fenómeno Enso; 
 Descrever os efeitos Enso em Moçambique. 
 
Clima e análise climática 
O tempo e o clima estão interligados. Uma ajuda a descrever e 
explicar o outro. Enquanto o Tempo refere-se às condições 
atmosféricas que existem num dado momento, ou por um período 
de tempo relativamente curto, e Clima refere-se às condições de 
longo termo descritas pelas médias e extremos do tempo a longo 
termo. Clima, por isso, é mais do que uma simples média do tempo. 
Descrições do clima devem reconhecer os extremos, frequências, e 
a variabilidade dos elementos. Os elementos são os mesmos ambos 
para o tempo e clima (temperatura, pressão do ar, vento, humidade, 
precipitação, condições do céu, etc.). 
Aos aspectos dos mecanismos e papel do controlo climático na 
influência e explicação das condições do tempo foram 
preliminarmente abordados na unidade anterior. Os mecanismos de 
 Climatogeografia GA103 25 
 
controlo da latitude (relações terra-sol e radiação solar), diferenças 
de terra e água (zonas continentais e marítimas), elevação 
(altitude), formações terrestres, correntes oceânicas, padrões 
globais de pressão, e a circulação geral da atmosfera (ventos), todos 
têm sido usados para descrever as condições do tempo. Este mesmo 
mecanismo de controlo, quando suficientemente persistentes 
durante anos para ser factor dominante para uma região, torna-se a 
base para a descrição do clima duma região. Os termos comuns 
para climas, tais como tropical, temperado, polar, árctico, 
subtropical e, latitude média todos sugerem ao principal 
mecanismo de controlo de latitude sobre um elemento importante - 
a temperatura. Clima da montanha sugere o papel da elevação e 
relevo. Continental e marítimo como termos para clima implicam 
que as massas da terra e massas de água recebem e absorvem a 
radiação solardiferentemente. 
Uma vez que o tempo está relacionado com o clima, assim o clima 
está relacionado com a vegetação. As condições climáticas da 
temperatura, humidade, e o brilho do sol têm uma influência 
esmagadora sobre a vegetação natural duma região. É importante 
ver que muitos termos usados para descrever uma região climática 
são nomes para uma região de vegetação também. Tais termos de 
vegetação climática incluem savana, floresta tropical, estepe, 
Mediterrâneo, deserto, pradaria, mata, taiga, boreal e tundra. As 
definições usadas para determinar as fronteiras de alguns tipos de 
clima são valores relacionados com a tolerância de vegetação. 
Os padrões da precipitação estão também estreitamente 
relacionados com os limites de vegetação. A isoiética para a 
precipitação anual de 250 mm define claramente as regiões áridas 
do mundo, e a isoiética para a precipitação anual de 500 mm é uma 
ligeira aproximação de regiões semi-áridas. 
Muitos factores podem influenciar as mudanças no clima durante 
períodos de centenas a dezenas de milhares de anos. Os níveis de 
 Climatogeografia GA103 26 
 
mudança dos constituintes atmosféricos (dióxido de carbono, 
ozono, matérias de partículas das actividades humanas e 
actividades vulcânicas), os efeitos dos seres humanos e animais 
sobre o solo e cobertura vegetal da terra (mudando os albedos da 
superfície), mudanças na emissão solar (variações na actividade da 
mancha solar), e mudanças nos movimentos e alinhamentos da 
terra como um planeta no sistema solar (variações orbitais e 
deambulações polares) são todas possíveis causas das mudanças 
climáticas de longo termo. Alguns destes factores de longo termo 
podem mesmo influenciar o tempo actual, embora os problemas na 
justificação desta afirmação sejam formidáveis. 
 
O FENÓMENO ENSO (El Niño e La Nña) 
Caracterização do fenómeno 
Através do Pacífico Tropical, a atmosfera e o oceano são 
associados através da troca de calor, humidade e quantidade de 
movimento na junção. Os Ventos Alíseos de leste conduzem a água 
de superfície quente na direcção oeste e ambos intensificam o 
“thermocline” e alimentam energia à convecção, elevando o ar 
sobre a Ásia e as ilhas da Indonésia. O ar superior volta e a penetrar 
no Pacífico oriental, completando deste modo um ciclo conhecido 
como a Circulação de Walker. Durante um evento El Niño 
(esquerda) os Ventos Alíseos enfraquecem, o foco da convecção e 
da precipitação muda para direcção leste, as temperaturas da 
superfície do mar tornam-se mais quente no Pacífico Leste 
equatorial e o “thermocline” torna-se menos inclinado. Durante as 
condições de La Niña (à direita) os Ventos Alíseos fortificam-se, a 
convecção é firmamente ancorada sobre a Ásia e as ilhas da 
Indonésia, as temperaturas da superfície do mar arrefecem pelo 
Pacífico central e oriental. Os ventos Alíseos fortificados penetram 
no termoclino no oeste mas causam a subida mais forte de água fria 
profunda e um aumento do termoclina para a superfície no leste. 
 Climatogeografia GA103 27 
 
Condições normais (meio) representam a condição imediata entre 
os estados El Niño e La Niña. 
 
Mudanças dramáticas ocorrem de ano para ano além do limite das 
estações. O verão ano seguinte é dificilmente o mesmo como o ano 
anterior; em alguns locais um inverno terá uma seca e o seguinte 
trará cheias. Dado que a estrutura geográfica da terra não muda de 
ano para ano e o sol emite quase exactamente a mesma quantidade 
de energia dentro e fora dum ano, estas flutuações podem parecer 
estranhas. Muito do progresso durante os últimos 100 anos na 
compreensão delas centrou-se sobre como a atmosfera e os oceanos 
interagem no longo termo. O mais notável neste processo foi a 
descoberta da Oscilação Sul atmosférica e mais tarde como ela 
interage os oceanos tropicais. 
 
O que são El Niño, La Niña e a Oscilação Sul? 
A Oscilação Sul foi primeiro descrito e nomeado na parte inicial do 
século 20 pelo Sir Gilbert Walker. Agora é normalmente definido 
em outros termos das flutuações mensais e sazonais na diferença de 
anomalia de pressão do ar entre Tahiti e Darwin (o Índice de 
Oscilação Sul-SOI). O padrão de pressão do ar de superfície de 
grande escala balança entre um extremo, com a pressão ao nível do 
mar acima do normal sobre a Indonésia e norte da Austrália e 
pressão abaixo do normal sobre maior parte do Pacífico oriental 
(SOI negativo), e vice-versa. 
 Climatogeografia GA103 28 
 
Por séculos pescadores das comunidades costeiras do norte de Perú 
e Equador têm usado o termo El Niño para descrever um 
aquecimento anula das águas do largo do oceano durante 
Dezembro (do Espanhol, o tempo de El Niño-o menino ou menino 
Cristo). El Niño é agora usado para descrever o extenso 
aquecimento da superfície do oceano pelo Pacífico oriental e 
central durando três ou mais estações. Quando esta região muda de 
temperaturas para baixo do normal, chama-se La Niña. 
A Oscilação Sul e o El Niño estão estreitamente ligados um com 
outro e são colectivamente chamados como o fenómeno El 
Niño/Oscilação Sul. ENSO oscila entre condições quentes (El 
Niño), com SOI negativo, e frias La Niña, com SOI positivo. No 
século XX houve, usando uma definição para estes eventos, 23 
eventos El Niño e 23 eventos La Niña. 
 
O que causa ENSO? 
 Na primeira descrição da circulação do ar zonal de grande escala 
pelo Pacífico (a Circulação de Walker), Walker notou em particular 
os Ventos Alíseos Lestes a levantar a humidade pelo Pacífico para 
alimentar as chuvas das monções da Austrália e Índia. Na alta 
atmosfera, o ar que tiver levantado nas tempestades convectivas 
volta para oeste e baixa sobre o Pacífico oriental, completando 
assim esta circulação. Walker ligou a força de mudança da 
circulação (A Oscilação Sul) com o comportamento das monções 
indianas. 
O pensamento moderno acerca do ENSO basea-se numa hipótese 
primeiro posta em diante por Jacob Bjerknes nos meados da década 
60. Ele notou que em condições normais, os persistentes Ventos 
Alíseos tropicais ‘empurram’ a água de superfície do oceano para 
oeste causando a subida da água fria da superfície ao largo da costa 
do Perú. Durante um evento El Niño, o aparecimento da anomalia 
das temperaturas de superfície do mar positiva no Oceano Pacífico 
 Climatogeografia GA103 29 
 
equatorial e oriental é acompanhada pela queda da pressão 
atmosférica e uma redução do gradiente da pressão do nível do mar 
normal que conduz os Ventos Alíseos. Os ventos Alíseos são 
enfraquecidos e a subida da água fria ao largo da costa do Perú é 
reduzida, reforçando assim a anomalia da temperatura positiva 
inicial. 
O efeito final destas interacções dá o aparecimento de grandes 
quantidades de água quente despejando lentamente para trás e para 
frente pelo Pacífico equatorial e uma grande oscilação leste-oeste 
no fornecimento do calor à atmosfera a partir do Oceano Pacífico. 
No pico dum evento El Niño, todo o Oceano Pacífico tropical fica 
mais quente do que normal e a temperatura global do ar perto da 
superfície aquece enquanto o oceano fornece calor à atmosfera. A 
enorme capacidade de calor do oceano comparado com a atmosfera 
torna-a lenta para responder à forçantes (estações por anos) das 
mudanças rápidas do sistema atmosférico (dias a semanas). Esta 
enorme diferença em tempos de resposta conduzem à oscilações 
auto-sustentáveis no Pacífico tropical que atingem o ponto máximo 
cada 2-7 anos produzindo o fenómeno El Niño/La Niña. 
 
Implicações sobre clima no mundo 
ENSO é a razão principal para anomalias climáticas que podem 
durar uma estação ou mais em muitas partes do mundo. Sobre o 
Pacífico Tropical, o enfraquecimento é até reverso do padrão 
normal da elevação do ar sobre a Ásia e o ar penetrante no Pacífico 
oriental durante um evento El Niño altera a circulação das regiões 
tropicais circunvizinhas, especialmente pelo OceanoÍndico para 
África e sobre América do Sul ao Oceano Atlântico. A mudança na 
convecção tropical, e deste modo os locais da atmosfera de 
aquecimento dominante, provoca ondas ou impulsos longos nos 
ventos oeste das latitudes altas e médias. Estas ondas e impulsos de 
grande escala na atmosfera mudam os locais das correntes de jacto 
 Climatogeografia GA103 30 
 
e as trajectórias de tempestades, alterando padrões de tempo em 
regiões muito distante. 
 
Os efeitos do ENSO 
Variabilidade climática nos trópicos 
As regiões equatoriais recebem mais calor do sol do que as 
latitudes médias e altas. Elas comportam-se bem, portanto, como a 
máquina de calor para o sistema climático. Qualquer variabilidade 
tropical é limitada portanto para ter repercussões fora nas latitudes 
mais altas. 
O El Niño/Oscilação Sul domina a variabilidade climática tropical 
mas há evidências emergentes de associação atmosfera-oceano 
similar algures nos trópicos. Pesquisas recentes sugerem a 
possibilidade de ambos oceano Atlântico e Índico comportarem de 
formas similares. Nenhuns padrões de temperatura de superfície do 
mar (SST) tropical destes oceanos estão lado a lado com o ENSO 
do Pacífico ou em força ou no alcance global. O Oceano Pacífico 
tropical é duas vezes mais extenso do que qualquer um deles e há 
maior alcance para áreas maiores de anomalia e maior 
deslocamento geográfico. Por conseguinte, o Pacífico tem um 
impacto maior, e os modos de variabilidade equatorial das outras 
bacias oceânicas têm consequências menos dramáticas sobre o 
clima global. Entretanto, eles são uma importante parte da história. 
Padrões de Temperatura da Superfície do Mar (SST) do Oceano 
Índico 
 Ao contrário do Oceano Pacífico, o vento de superfície que flui 
sobre o Oceano Índico tropical não tem uma componente na 
direcção leste persistente. A subida forte da água do mar costeira ao 
largo do Corno de África durante as monções do verão fornecem 
arrefecimento sazonal das temperaturas de superfície do mar e 
reforça os padrões da pressão da superfície que conduzem os 
 Climatogeografia GA103 31 
 
ventos das monções da Índia. Análise recente de histórico do 
oceano e dados atmosféricos sugerem que cada poucos anos ou 
mais há uma oscilação Leste para Oeste de águas quentes similares 
às dos eventos El Nlño e La Niña do Pacífico. Por exemplo, quando 
a temperatura no Oceano Índico ocidental está muito acima do 
normal, como foi em 1997, tende a produzir inesperadamente 
chuva muito intensa na África Oriental, e condições mais secas na 
Indonésia e norte de Austrália. Este comportamento envolve ambos 
a mudança na precipitação de larga escala e os Padrões de 
Temperatura da superfície do mar (SST). Estes padrões de 
variabilidade estão ligados ao ENSO embora a associação ainda 
não esteja bem compreendida. Eles podem, contudo, ajudar a 
explicar porque a força das monções na Índia e a chuva na África 
Oriental têm, por anos, respondido às vezes de forma inesperada 
aos eventos El Niño e La Niña no Pacífico. 
Padrões de Temperatura da Superfície do Mar (SST) do Oceano 
Atlântico 
O Oceano Atlântico tem as características de duas grandes bacias 
oceânicas ligadas ao equador, além de ser uma simples grande 
bacia. Esta diferença significa que é provável mostrar algo 
diferente do comportamento interanual em relação aos Oceanos 
Pacífico e Índico. Estudos sugerem que o modo dominante de 
variabilidade interanual e mais longa no Atlântico tropical é um 
padrão bipolar norte-sul de anomalias da temperatura da superfície 
do mar e pressões de vento com foco nos paralelos 15° N e 15° S 
sobre quais as SSTs oscilam em cada 10 a 20 anos. As variações 
dos padrões de temperatura da superfície do mar estão em fase com 
o reforço e enfraquecimento dos Ventos Alíseos. As ligações entre 
estas flutuações e o ENSO e sua importância no clima dos trópicos 
permanecem uma quebra-cabeça. Contudo, é reconhecido que as 
anomalias de temperatura da superfície do mar no Golfo da Guiné 
têm uma influência na queda de precipitação no Sahel. 
 Climatogeografia GA103 32 
 
Os efeitos do ENSO-El Niño e ENSO-La Niña em várias partes 
do mundo 
Às vezes as temperaturas da superfície do mar do Oceano Pacífico 
equatorial, central e oriental estão mais quentes ou mais frias que 
normal. Estes episódios de aquecimento e arrefecimento 
normalmente referem-se respectivamente aos eventos El Niño e La 
Niña. Embora o primeiro seja mais conhecido que o segundo, 
ambos são aspectos bem conhecidos e parte essencial do EL 
Niño/Oscilação Sul (ENSO). As suas ocorrências têm 
consequências globais. 
 
ENSO-El Niño 
Características 
Um evento de El Niño produz um padrão consistente de 
temperaturas e precipitação acima e abaixo do normal em todo o 
mundo que alteram com as estações. Nos estágios iniciais do seu 
desenvolvimento (Junho-Agosto) os efeitos são mais fortes nos 
trópicos e nos sistemas de tempo de inverno do hemisfério 
sul.Perto do pico do desenvolvimento (Dezembro-Fevereiro) os 
impactos mantêm-se dentro dos trópicos mas nas latitudes mais 
altas, mudam para afectar os sistemas de tempo do inverno no 
hemisfério norte. 
 
 
 Climatogeografia GA103 33 
 
 
Fig.2. A fase inicial e o pico do desenvolvimento do El Niño 
 
Principais consequências 
Durante os episódios de El Niño, os padrões normais de 
precipitação e pressão atmosférica tropicais são perturbados. A 
convicção e chuvas tropicais estendem-se para Leste pelo Oceano 
Pacífico., atingindo as Américas em direcção ao fim do ano. 
Enquanto o evento El Niño desenvolve-se de Junho a Setembro 
chuva em partes do Sudeste da Austrália é muitas vezes bem 
abaixo do normal. Condições mais secas que normal pode também 
ser observadas na África Austral durante o inverno austral. A chuva 
de monção de verão da Índia e China tende a ser mais errático e 
muitas vezes não penetra no noroeste da Índia e norte da China. 
Na América do sul, durante os eventos El Niño, actividade de 
tempestade anormal traz chuva anormal para a costa central do 
Chile, particularmente nos períodos de inverno e primavera austral. 
Mais tarde, durante o verão austral, chuvas frequentes e muitas 
vezes intensas inundam os subtrópicos leste das Andes 
(particularmente nas áreas de captação dos sistema dos rios Paraná 
e Paraguai). Durante o verão austral, as regiões costeira do sul de 
equador e norte de Perú, normalmente secas, experimentam muitas 
vezes chuvas torrenciais. Em contraste, maior parte da Bacia 
 Climatogeografia GA103 34 
 
Amazónica e a região nordeste do Brasil tornam-se atacadas pela 
seca, e chuva é reduzida na Indonésia, Malásia, as Filipinas e norte 
da Austrália. As práticas tradicionais de corte e queimadas no norte 
da Amazónia e Indonésia têm sido catalisadoras para grandes 
incêndios florestais e problemas sérios de saúde provocados pelo 
fumo e nevoeiro. 
Uma outra consequência dos eventos El Niño é a influência sobre o 
desenvolvimento de Ciclones Tropicais em todo mundo. O declínio 
da actividade dos furacões no Atlântico tropical e as Caraíbas é 
mais óbvia. No oceano Pacífico Oeste, em ambos os lados do 
equador, o número de tempestades tropicais não varia 
apreciadamente com ENSO mas há uma tendência de eles 
formarem-se e recurvarem para latitudes mais altas mais a leste do 
que o normal durante os eventos EL Niño. Como resultado, 
algumas regiões como as Filipinas e as ilhas do sudoeste do 
Pacífico, que dependem da passagem de tempestades tropicais para 
chuvas de verão sofrem deficiências durante eventos de El Niño. 
Também a actividade de ciclones tropicais normalmente aumenta 
no Pacífico oriental e no sudoeste do Pacífico a leste da linha 
internacional de mudança de data, enquanto em volta da Austrália a 
actividade declina. 
O elevado calor da atmosfera tropical no Pacífico central e oriental 
também afecta padrões da circulação atmosféricanas altas 
latitudes. As correntes de jactos mudam seus locais as depressões 
de latitudes médias são dirigidas ao longo de diferentes cursos e 
tendências para serem mais vigorosas que normais no Pacífico 
nordeste. Aquecimento anormal, humidade de ar é bombada no 
oeste de Canadá, Alasca e o extremo norte dos EUA. Temporais 
tendem a ser mais frequentes no norte do Golfo do México e ao 
longo da costa sudeste dos EUA, resultando em condições mais 
húmidas que normal ali. 
 
 Climatogeografia GA103 35 
 
 
ENSO-La Niña 
Características 
Um evento La Niña também produz um padrão consistente de 
temperaturas e precipitação acima e abaixo do normal em todo o 
mundo que altera com as estações. Nos estágios iniciais do 
desenvolvimento (Junho-Agosto) os efeitos são as mais fortes nos 
trópicos e nos sistemas de tempo de inverno do hemisfério sul. 
Perto do pico do desenvolvimento (Dezembro-Fevereiro) os 
impactos permanecem dentro dos trópicos mas nas latitudes mais 
altas, mudam para afectar sistemas de tempo de inverno do 
hemisfério norte. 
 
Fig.3. A fase inicial e o pico do desenvolvimento do La Niña 
 Climatogeografia GA103 36 
 
Principais consequências 
Quando o Pacífico muda para um modo La Niña, o efeito é para 
suprimir nebulosidade e chuva no Pacífico equatorial, central e 
oriental, especialmente nas estações de inverno e primavera do 
hemisfério norte. Ao mesmo tempo a chuva é elevada na Indonésia, 
Malásia e norte de Austrália durante o verão austral, e nas Filipinas 
durante o verão do norte. Condições mais húmidas que a média são 
também observadas na África Austral e o norte do Brasil durante a 
estação de verão austral, enquanto o sul do Brasil e Argentina 
central tendem a ser mais secas que o normal nas suas estações de 
inverno. Durante o verão do norte, as Caraíbas e o norte da 
América do Sul são normalmente mais frias e húmidas que o 
normal. 
Os eventos La Niña têm uma influência pronunciada durante o 
inverno e primavera austral na maior parte da Austrália, produzindo 
chuva bem acima da média, especialmente no leste do continente. 
No verão nortenho, as monções na Índia tendem a ser mais fortes 
que normal, especialmente no noroeste. 
Em muitos locais, o impacto de eventos La Niña sobre a actividade 
de tempestades tropicais em todo o mundo tende a ser o reverso de 
eventos El Niño, com o número de tempestades aumentando no 
Atlântico tropical e a região de génese no Pacífico noroeste 
mudando para oeste. Ainda mais a norte, sistemas de baixas 
pressões de latitudes médias tendem a ser mais fracas que normal 
na região do Golfo de Alasca. Isto favorece o ar mais frio no 
Alasca e o Canadá ocidental, que muitas vezes penetra no noroeste 
dos EUA. O sudeste dos EUA, pelo contrário, torna-se mais quente 
e mais frio que normal. 
 
 Climatogeografia GA103 37 
 
Sumário 
El Niño é usado para descrever o extenso aquecimento da 
superfície do oceano pelo Pacífico oriental e central durando três 
ou mais estações. Quando esta região muda de temperaturas para 
baixo do normal, chama-se La Niña. 
Durante um evento El Niño, os Ventos Alíseos enfraquecem, o 
foco da convecção e da precipitação muda para direcção leste, as 
temperaturas da superfície do mar tornam-se mais quente no 
Pacífico Leste equatorial e o “thermocline” torna-se menos 
inclinado. Durante as condições de La Niña (à direita) os Ventos 
Alíseos fortificam-se, a convecção é firmamente ancorada sobre a 
Ásia e as ilhas da Indonésia, as temperaturas da superfície do mar 
arrefecem pelo Pacífico central e oriental. Os ventos Alíseos 
fortificados penetram no termoclino no oeste mas causam a subida 
mais forte de água fria profunda e um aumento do termoclina para 
a superfície no leste. Condições normais representam a condição 
imediata entre os estados El Niño e La Niña. 
 
Exercícios 
1. Defina o fenómeno Enso? 
2. Faça uma breve caracterização do fenómeno Enso? 
3. Quais os factores que concorrem para o surgimento do 
Enso? 
4. Que consequências o Enso trazem para os climas do 
mundo? 
NB. Entregar os exercícios: 1 e 3 desta unidade. 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 38 
 
Unidade VI 
Efeitos de Enso em Moçambique 
Introdução 
Nesta unidade falaremos dos efeitos do ENSO em Moçambique. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Identificar os efeitos negatives do Enso. 
Os efeitos do ENSO em Moçambique 
Vários estudos levados a cabo mostram que a variabilidade 
interanual da precipitação é o factor determinante da variabilidade 
de colheitas e produção agrícola nas regiões de clima tropical. Por 
outro lado, há provas que maior parte da variabilidade interanual de 
chuva em Moçambique está associada à eventos de ENSO. 
A fase fria (La Niña) causa chuva acima da média climatológica, 
enquanto a fase quente (El Niño) origina chuva abaixo da média e 
consequentemente provoca temporadas de seca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 39 
 
ENSO- El Niño em Moçambique 
A influência do El Niño sobre os padrões de precipitação em 
Moçambique está resumidamente ilustrada nas figuras a baixo. As 
mesmas fornecem o espectro das anomalias observadas nas regiões 
norte, centro e sul do país, como resultado do fenómeno, num 
período e meses de estudo iguais. 
 
Fig.4. anomalias de precipitação observadas na parte norte do país 
A figura representa as anomalias de precipitação observadas na 
parte norte do país, de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em 
relação aos valores normais durante os episódios El Niño. Pode ser 
visto que os valores registados estão largamente a baixo da média 
climatológica (590.6mm) nos anos de episódios de EL Niño. 
 
 Climatogeografia GA103 40 
 
A figura 2 mostra as anomalias de precipitação observadas na parte 
central do país, de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em relação 
aos valores normais durante os episódios El Niño. Pode ser 
observado que os valores de precipitação registados estão 
largamente a baixo da média climatológica (631.1mm) nos anos 
dos episódios El Niño. Nos 14 anos de El Niño, apenas três valores 
de precipitação registados estão acima do normal. 
 
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação 
normal durante os eventos El Niño, na região central (JFM) 
A figura 3 representa a anomalias observadas na parte sul do país, 
de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em relação aos valores 
normais dos os episódios El Niño. Pode-se observar que os valores 
registados estão grandemente a baixo da média climatológica 
(631.1mm) nos anos dos eventos El Niño. Nos 14 anos de El Niño, 
apenas três valores acima do normal foram registados. 
 
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação 
normal durante os eventos El Niño, na região sul (JFM) 
 
Segundo o Boletim do Sistema Nacional de Aviso Prévio para a 
Segurança alimentar, referenciado por um estudo (Benessene, M.; 
2002), o efeito do fenómeno El Niño sobre a produção de cereais 
em Moçambique pode ser dramático. Por exemplo, em 1989/90 as 
estimativas de produção de produção de cereais no país foram de 
691.000 toneladas, enquanto em 1991/2, como uma consequência 
 Climatogeografia GA103 41 
 
da seca que afectou o país naquela época da cultura, a produção de 
cereais atingiu apenas 227.000 toneladas, representando menos que 
um terço da produção do ano anterior. Durante a época 1994/5, 
também afectada pelo eventos ENSO, estima-se que cerca de 
200.000 toneladas foram perdidas como consequência das 
temporadas de secas que afectaram as regiões sul e centro do país. 
 
ENSO- La Niña em Moçambique 
A influência do fenómeno La Niña sobre os padrões de 
precipitação é bem conhecida. Sabe-se muito bem também que a 
ocorrência do fenómeno La Niña está associado ao aumento da 
frequência de ciclones tropicais que se formam no Oceano Índico, 
atravessa o Madagáscar e atingem Moçambique.Um dos efeitos 
imediatos dos tais ciclones são as cheias, que podem também ser 
causadas pela actividade da ZCIT e pela chuva intensa além das 
fronteiras do país (uma vez que maior parte dos rios de 
Moçambique nascem em países à montante e fluem para o oceano 
Índico depois de atravessar o território nacional). 
Por exemplo, as cheias que tiveram lugar nos anos de 1965, 1971, 
1974, 1984, 1989, e as mais recentes e devastadoras de 2000 e 
2001, estavam associadas com La Niña. As cheias de Janeiro e 
Fevereiro de 2000 danificaram e destruíram muitos hectares de 
terra e culturas, causaram mortes e danos incontáveis, 
principalmente nos rios Zambeze, Púnguè, Búzi, Save, Limpopo e 
Incomáti, que inundaram vastas áreas das suas bacias e terras 
baixas perto da costa. 
 Climatogeografia GA103 42 
 
 
Fig.4. As drámaticas e históricas cheias do ano 2000 foram uma consequência 
dos eventos La Niña 
A figura representa a anomalias observadas na parte norte do país, 
de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em relação aos valores 
normais dos os episódios La Niña. Pode-se observar que os valores 
registados estão grandemente a baixo da média climatológica 
(590.6mm) nos anos dos eventos La Niña. 
 
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação 
normal durante os eventos La Niña, na região norte (JFM) 
 
 
A figura 5 representa a anomalias observadas na região centro do 
país, de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em relação aos valores 
normais durante os episódios La Niña. Pode-se observar que os 
valores registados estão grandemente acima da média climatológica 
(631.2mm) nos anos dos eventos La Niña. 
 Climatogeografia GA103 43 
 
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação 
normal durante os eventos La Niña, na região centro (JFM) 
 
A figura 6 representa a anomalias observadas na região sul do país, 
de Janeiro a Março, entre 1961 e 2002, em relação aos valores 
normais durante os episódios La Niña. Pode-se observar que os 
valores registados estão largamente abaixo da média climatológica 
(397.2mm) nos anos dos eventos La Niña. 
 
 
Resumo dos efeitos do ENSO em Moçambique 
Analisando resumidamente os dados representados nos gráfico 
conclui-se que em Moçambique maior parte da variabilidade 
interanual da precipitação está associada aos eventos El Niño e La 
Niña. A fase fria (La Niña) produz precipitação acima da média e 
 Climatogeografia GA103 44 
 
eventualmente cheias, enquanto a fase quente (El Niño) produz 
precipitação abaixo da média e consequentente secas. 
El Niño e La Niña são oscilações normais, previsíveis a partir das 
temperaturas da superfície do mar, em que o homem não pode 
interferir. Eles são fenómenos naturais, variações normais do clima 
da terra, que existem há milhares de anos e continuarão a existir. 
 
Sumário 
Analisando resumidamente os dados representados nos gráfico 
conclui-se que em Moçambique maior parte da variabilidade 
interanual da precipitação está associada aos eventos El Niño e La 
Niña. A fase fria (La Niña) produz precipitação acima da média e 
eventualmente cheias, enquanto a fase quente (El Niño) produz 
precipitação abaixo da média e consequentes secas. 
 
Exercícios 
1. Faça uma análise sobre a influência do Enso em 
Moçambique? 
 
NB. Entregar o exercício: 1 desta unidade 
 
 
 
 
 Climatogeografia GA103 45 
 
Unidade VII 
Climas da terra 
Introdução 
Até aqui têm sido descritos vários elementos do clima em 
correlação com os diversos factores que os condicionam. Contudo, 
na natureza não ocorrem fenómenos isolados. Todos eles agem em 
inter-relações e interconexões muito complexas. 
Da interacção dos vários elementos e factores do clima num 
determinado lugar resulta um dado clima, cujas características 
serão dadas por esses elementos do clima. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Identificar os tipos de clima 
 Caracterizar os tipos de clima; 
 
 
Classificação dos tipos de clima 
Geralmente, aos tipos de clima corresponde uma determinada zona 
da terra com um determinado tipo de cobertura vegetal, tipo de 
solo, comportamento dos cursos de água. 
De modo a cobrir todos os tipos de clima existentes na terra, opta-
se por uma simplificação da classificação, na qual inclui os 
seguintes tipos climáticos: 
 Climas quentes 
 Climas temperados 
 Climas frios 
 Climas de altitude 
 Climatogeografia GA103 46 
 
Estes tipos de clima apresentados acima, distribuem-se à superfície 
atendendo a latitude e a continentalidade, ou, seja, eles estendem-se 
do Equador aos pólos e do litoral ao interior dos continentes. 
 
Características dos tipos de clima e a sua localização 
Climas Quentes: 
Clima equatorial 
É um tipo de clima que se localiza numa faixa estreita ao longo do 
equador, em média até 5˚, tanto a Norte como a sul. 
Encontra-se principalmente na bacia do rio Congo, em África, nas 
ilhas da insulíndia e ainda parte da costa oriental da América 
Central, Brasil e Madagáscar. 
A precipitação é abundante ao longo de todo o ano sobretudo no 
período da tarde, após a passagem do sol pelo zénite, não existindo 
desse modo um período tipicamente seco, com a média superior a 
60 mm de chuva e é essencialmente do tipo convectivo. 
A temperatura compreende as médias mensais superior a 20˚C, e, 
como tal a amplitude térmica é baixa, em geral inferior a 5˚C. 
Porém, o mesmo não se verifica com a amplitude diária, porque é 
sensivelmente superior a 10˚C. 
O vento é fraco e , por vezes, reina a calma absoluta. É assim uma 
região pouco ventilada, o que o torna mais difícil suportar a 
temperatura elevada e a forte humidade. 
 
Clima tropical 
Este tipo de clima localiza-se ao Norte e sul do clima equatorial, 
ou, melhor, circunda-o, de um modo geral, entre os 5˚ e 25˚ de 
latitude Norte e Sul. 
 Climatogeografia GA103 47 
 
As regiões do globo que possuem este tipo de clima são a 
Venezuela, parte da Colômbia, todo o interior do Brasil, o Sudão, a 
África Oriental e parte da África Austral e o Norte de Austrália. Na 
Índia e Indochina, o clima é determinado pelas monções. 
À medida que se afasta do Equador, diminui o período da estação 
húmida e aumenta a estação seca, até alcançar o clima semi-
desértico e desértico. 
Deste modo, considera-se o clima tropical como um clima de 
transição entre o equatorial bastante húmido e o desértico bastante 
seco. 
De acordo com a duração do período seco, pode-se distinguir um 
clima tropical húmido, aquele que apresenta uma estação húmida 
mais longa que a seca, cerca de 7 meses ao ano, e um clima tropical 
seco, aquele que apresenta uma estação húmida mais curta que a 
seca, de cerca de 5 meses. 
A temperatura mantêm-se igualmente elevada durante todo o ano, 
porque o sol não está muito longe do zénite e os dias e as noites 
não apresentam grande variação ao longo do ano. As médias 
mensais mantêm-se sempre superiores a 18˚C. 
A precipitação em média corresponde a 1000 mm do tipo 
convectivo acompanhada de trovoadas violentas. 
 
Clima desértico 
Este tipo de clima, estendem-se entre os 15˚ e 30˚ de latitude, quer 
Norte, quer sul, na zona de altas pressões tropicais e de subsidência 
do ar. Regra geral não alcança a margem oriental dos continentes 
devido aos ventos alísios e as correntes marítimas quentes. 
Abrangendo essencialmente o Norte do México, e o Sueste dos 
Estados unidos, todo o Norte de África e parte de África do Sul 
(Calahari), a Arábia, o irão, o Paquistão, todo o interior da 
Austrália, o litoral do Perú e do Chile. 
 Climatogeografia GA103 48 
 
Este clima é caracterizado por temperaturas elevadas e aridez 
acentuadas. A amplitude térmica diurna pode alcançar 20˚C. Na 
estação quente, durante o dia, a temperatura pode alcançar mais de 
40˚C. À noite o arrefecimento é brusco, na ordem de 16˚C e na 
estação fria a temperatura à

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