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INFECTOLOGIA (P5) LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 1 Definição Doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos embora poucos adoeçam. Acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos, mas também pode afetar os olhos e órgãos internos. Agente etiológico Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo. Infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann. Esse parasita é intracitoplasmático do macrófago, de alta infectividade e baixa patogenicidade. Tempo de incubação: de 2 a 5 anos para os casos paucibacilares e 5 a 10 anos para os multibacilares. Mais comum em homens. Reservatório Homem: única fonte de infecção. Tatu, macaco, chimpanzé. Suscetibilidade Influência genética História familiar Transmissibilidade: Fonte multibacilar não tratada. Tempo de incubação: 7 meses-10 anos (2-7 anos). Quadro clínico Os principais sinais e sintomas da hanseníase são: Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber; Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas; Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose); Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local. Além dos sinais e sintomas mencionados, pode-se observar: Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos; Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés; Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras; Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos) e ressecamento da pele; Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito; Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares comuns) e tornozelos (tibiais posteriores); Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; Ressecamento e sensação de areia nos olhos. Classificação a. Hanseníase Indeterminada Forma inicial. Evolui espontaneamente para a cura. Apenas uma lesão. Hipocromia. Distúrbio da sensibilidade. b. Hanseníase Tuberculóide Forma benigna e localizada. Poucas lesões. Limites bem definidos. Ausência de sensibilidade. Anidrose, Alopecia. Filetes nervosos espessados. INFECTOLOGIA (P5) LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 2 c. Hanseníase Dimorfa Forma intermediária. Forma Tuberculóide <-> Forma Virchowiano. Variedade de lesões. Grande número lesões. Lesões Foveolares: Áreas centrais deprimidas e Limites internos nítidos e externos difusos. Acometimento nervoso extenso. d. Hanseníase Virchowiana Maior gravidade. Placas infiltradas e nódulos. Coloração eritemato-acastanhada. Infiltração facial (face leonina). Comprometimento simétrico de troncos nervosos. Reações Hansênicas a. Reação Tipo 1 (Reação Reversa) Forma paucibacilar. Aparecimento de novas lesões. Reagudização de lesões. Dor espontânea nos nn. Periféricos. Aumento de áreas hipo/anestésicas. b. Reação Tipo 2 (Eritema Nodoso) Forma multibacilar. Nódulos eritematosos dolorosos. Vesículas, pústulas, bolhas, úlceras. Sintomas constitucionais. Classificação Operacional Paucibacilar (< 5 lesões) Multibacilar (> 5 lesões ou Baciloscopia positiva) Diagnóstico Clínico-Epidemiológico • Definição de caso > 1 Sinais cardinais Lesões de pele + Alteração da sensibilidade Espessamento de nn. + Alteração Motora/Sensitiva/Autonômica Baciloscopia positiva Baciloscopia da pele: Esfregaço intradérmico Lóbulos auriculares, Cotovelos, Lesão. Exame histopatológico Tratamento Poliquimioterápico (PQT). Ambulatorial. Disponível nas unidades públicas de saúde. Drogas: Rifampicina (RFM), Dapsona (DDS), Clofazimina (CFZ). Esquemas Terapêuticos Hanseníase Paucibacilar Rifampicina - 600mg 1X/mês (dose supervisionada) Dapsona - 100mg 1X/mês (dose supervisionada) + 100mg/dia 6 cartelas em até 9 meses Hanseníase Multibacilar Rifampicina: 600mg/mês (dose supervisionada). Dapsona: 100mg/mês (dose supervisionada) + 100mg/dia. Clofazimina: 300mg/mês (dose supervisionada) + 50mg/dia. 12 cartelas em até 18 meses Reações Hansênicas Manter PQT. Prednisona 1mg/Kg/dia. Talidomida 100-400mg/dia.
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