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Maria Seiane Farias – medicina IESVAP Anatomia É um alargamento do canal alimentar em formato de J diretamente inferior ao diafragma no abdome; O estômago tem quatro regiões principais: Cárdia: a parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do estômago. Fundo gástrico: a parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do óstio cárdico. ->A incisura cárdica está situada entre o esôfago e o fundo gástrico. O fundo gástrico pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou pela combinação destes. Corpo: parte principal do estomago Parte pilórica: dividida em 3; ->Antro pilórico: liga o corpo ao estômago e leva ao canal pilórico; ->Canal pilórico: também repassa ->Piloro: é a região esfincteriana distal da parte pilórica. É um espessamento acentuado da camada circular de músculo liso que controla a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno O estômago também tem duas curvaturas Curvatura menor: forma a margem direita côncava mais curta do estômago. A incisura angular, parte inferior da curvatura, indica a junção do corpo gástrico com a parte pilórica do estômago. A incisura angular situa-se logo à esquerda da linha mediana Curvatura maior: forma a margem convexa mais longa do estômago. Quando o estômago está vazio, a túnica mucosa forma grandes rugas, as pregas gástricas, que podem ser vistas a olho nu. O piloro se comunica com o duodeno do intestino delgado por meio de um esfíncter de músculo liso chamado músculo esfíncter do piloro Histologia O estômago é coberto por peritônio, exceto nos locais em que há vasos sanguíneos ao longo de suas curvaturas e em uma pequena área posterior ao óstio cárdico; Sustentado pelo mesogástrio As duas lâminas do omento menor estendem-se ao redor do estômago e separam-se de sua curvatura maior como o omento maior A parede do estômago é composta pelas mesmas camadas básicas que o restante do canal alimentar, com certas modificações; É dividido histologicamente por 3 regiões, de acordo com o tipo de glândula encontrada: Onde existem as glândulas cárdicas, pilóricas e gástricas ou fúndicas; Cárdia: Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. As porções terminais dessas glândulas são frequentemente enoveladas, com lúmen amplo. Muitas das células secretoras produzem muco e lisozima (uma enzima que destrói a parede de bactérias), mas algumas poucas células parietais produtoras de H+ e Cl– (que formarão HCl no lúmen) também podem ser encontradas. Fundo e corpo: A mucosa nas regiões do fundo e do corpo está preenchida por glândulas tubulares, das quais três a sete abrem-se em cada fosseta gástrica. As glândulas contêm três regiões distintas: istmo, colo e base. A distribuição dos diferentes tipos celulares epiteliais nas glândulas gástricas não é uniforme. O istmo tem células mucosas em diferenciação que substituirão as células da fosseta e as superficiais, células-tronco e células parietais (oxínticas). O colo contém células-tronco, mucosas do colo (diferentes das mucosas do istmo e da superfície) e parietais (oxínticas); a base das glândulas contém principalmente células parietais e zimogênicas (principais). Células enteroendócrinas estão distribuídas pelo colo e pela base das glândulas. Piloro (antropilórico) Contém fossetas gástricas profundas, nas quais as glândulas pilóricas tubulosas simples ou ramificadas se abrem. Comparada à região da cárdia, a região pilórica apresenta fossetas mais longas e glândulas mais curtas Essas glândulas secretam muco, assim como quantidades apreciáveis da enzima lisozima. A região pilórica contém muitas células G, intercaladas com células mucosas. Estímulo parassimpático, presença de aminoácidos e aminas no lúmen, bem como distensão da parede do estômago, estimulam diretamente a atividade das células G, que liberam gastrina, a qual, por sua vez, ativa a produção de ácido pelas células parietais. Tipos de células: Células tronco: Encontradas em pequena quantidade na região do istmo e do colo, as células-tronco são colunares baixas com núcleos ovais próximos da base das células. Apresentam uma elevada taxa de mitoses. Algumas células já comprometidas com a linhagem de células superficiais migram nessa direção (incluindo a fosseta) para repor as células mucosas, que se renovam a cada 4 a 7 dias. Outras células-filhas migram mais profundamente nas glândulas e se diferenciam em células mucosas do colo ou parietais, zimogênicas ou enteroendócrinas. Essas células são repostas muito mais lentamente que as células mucosas superficiais. Células mucosa do colo: são observadas agrupadas ou isoladamente entre as células parietais no colo das glândulas gástricas. Elas têm formato irregular, com os núcleos na base das células e os grânulos de secreção próximos da superfície apical. O tipo de mucina secretada é diferente daquela proveniente das células epiteliais mucosas da superfície e tem inclusive propriedades antibióticas. Células parientais (oxínticas): observadas principalmente no istmo e no colo das glândulas gástricas e são mais escassas na base. São células arredondadas ou piramidais, com um núcleo esférico que ocupa posição central e citoplasma intensamente eosinofílico. As características mais marcantes das células ativas são a abundância de mitocôndrias (eosinofílicas) e a invaginação circular profunda da membrana plasmática apical, formando um canalículo intracelular. Na célula em repouso, muitas estruturas tubulovesiculares podem ser observadas na região apical logo abaixo da membrana plasmática. Nesta fase a célula contém poucos microvilos. Quando estimulada a produzir H+ e Cl–, as estruturas tubulovesiculares se fundem com a membrana celular para formar o canalículo e mais microvilos, provendo assim um aumento generoso na superfície da membrana celular. o A secreção é estimulada pelo sistema parassimpático, histamina e a gastrina - são potentes estimulantes da produção de ácido clorídrico, sendo ambos secretados pela mucosa gástrica. A gastrina também apresenta um efeito trófico na mucosa gástrica, estimulando o seu crescimento. Células zimogênicas (principais): predominam na região basal das glândulas gástricas e apresentam características de células que sintetizam e exportam proteínas. Sua basofilia deve-se ao retículo endoplasmático granuloso abundante. Os grânulos em seu citoplasma contêm uma proenzima, o pepsinogênio. Que é convertido na enzima proteolítica pepsina no ambiente ácido do estômago. Há sete pepsinas diferentes no suco gástrico humano, e todas ativas em pH menor que 5. Em humanos, as células zimogênicas também produzem a enzima lipase. Células enteroendócrinas: encontradas principalmente próximas da base das glândulas gástricas. Produz diversos hormônios que são secretados ao longo do sistema digestório. Na região do corpo do estômago, a 5- hidroxitriptamina (serotonina) e a grelina são os principais produtos de secreção. No antro, a gastrina (células G) constitui o principal hormônio secretado e é essencial para diversas funções gástricas; Mucosa gástrica Formadas por sulcos pouco profundos que dividem a superfície do estômago em áreas irregulares abauladas, denominadas áreas mamilares. Esses sulcos proporcionam uma área ligeiramente aumentada de superfície para a secreção. Separando a mucosa submucosa adjacente existe uma camada de músculo liso, a muscular da mucosa; O epitélio que reveste a superfície e as fovéolas gástricas do estômago é do tipo colunar simples.o As células colunares são as células mucosas da superfície. – cada célula apical apresenta formato de cálice contendo grânulos de mucinogênio; o Por isso no epitélio se forma muco – protege contra componentes mais ásperos do quimo, a superfície contra a acidez do suco gástrico, por causa do bicarbonato e potássio. o Todo o epitélio está em contato com o tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria), que contém células musculares lisas e células linfoides. Prostaglandinas: estimulam a secreção de bicarbonato, aumentam a espessura da camada de muco por meio da vasodilatação na lamina própria; Três camadas adicionais encontram-se profundamente à túnica mucosa: A tela submucosa do estômago é composta por tecido conjuntivo areolar. A túnica muscular tem três camadas de músculo liso (em vez das duas encontradas no esôfago e nos intestinos delgado e grosso): uma camada longitudinal externa, uma camada circular média e fibras oblíquas internas. o As fibras oblíquas estão limitadas principalmente ao corpo gástrico. A túnica serosa é composta por epitélio escamoso simples (mesotélio) e tecido conjuntivo areolar; a porção da túnica serosa que recobre o estômago é parte do peritônio visceral. Na curvatura menor do estômago, o peritônio visceral se estende para cima até o fígado como o omento menor. Na curvatura maior do estômago, o peritônio visceral continua para baixo como o omento maior e reveste os intestinos Fisiologia Funções: Mistura a saliva, os alimentos e o suco gástrico para formar o quimo. Serve como reservatório para o alimento antes da liberação para o intestino delgado. Secreta suco gástrico, que contém HCl (mata bactérias e desnatura proteínas), pepsina (começa a digestão de proteínas), fator intrínseco (auxilia na absorção de vitamina B12) e lipase gástrica (auxilia na digestão de triglicerídios). Secreta gastrina no sangue; Função motora do estômago: Armazenamento Poucas ondas peristálticas são observadas na região do fundo gástrico, que tem principalmente uma função de armazenamento. À medida que o alimento entra no estômago, formam-se círculos concêntricos de alimento na porção oral do estômago; Quando o alimento distende o estômago, o “reflexo vagovagal” do estômago para o tronco encefálico e de volta para o estômago reduz o tônus da parede muscular do corpo do estômago, de modo que a parede se distende. Mistura e propulsão Os sucos digestivos do estômago são secretados pelas glândulas gástricas presentes em quase toda a extensão da parede do corpo do estômago, exceto ao longo de faixa estreita na pequena curvatura do órgão. Em vez disso, a maior parte das ondas começa no corpo gástrico e se intensifica à medida que alcança o antro pilórico. Ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura, iniciam-se nas porções média a superior da parede gástrica e deslocam-se na direção do antro, desencadeadas pelo ritmo elétrico básico da parede. Cada onda peristáltica move o conteúdo gástrico do corpo gástrico para baixo para dentro do antro pilórico, em um processo conhecido como propulsão. O óstio pilórico normalmente permanece quase, mas não completamente, fechado. A maior parte das partículas de alimento no estômago inicialmente são grandes para passar através do óstio pilórico, elas são forçadas para trás para o corpo gástrico, em um processo de retropulsão. Ocorre então outra rodada de propulsão, movendo as partículas de alimentos de volta para o antro pilórico. É um ciclo que se repete até o êxito. O resultado líquido destes movimentos é que o conteúdo gástrico é misturado ao suco gástrico, por fim sendo reduzido a um líquido com consistência de sopa chamado quimo. Quando as partículas do quimo ficam pequenas, elas podem passar através do óstio pilórico, em um fenômeno conhecido como esvaziamento gástrico. É um processo lento. Dentro de 2 a 4 h após a ingestão de uma refeição, o estômago já esvaziou seu conteúdo para o duodeno. Os alimentos ricos em carboidratos permanecem menos tempo no estômago; alimentos ricos em proteína permanecem um pouco mais, e o esvaziamento é mais lento após uma refeição rica em gordura contendo grandes quantidades de triglicerídeos. Esvaziamento do estomago: Bomba pilórica: ondas peristálticas intensas irão formar anéis constritores que causam esvaziamento; Papel do piloro: permanece em leve contração tônica o tempo todo, influência de sinais nervosos e hormonais.
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