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Maria Seiane – medicina IESVAP Embriologia do sistema digestório Geral Tem início durante a 4ª semana, quando as pregas cefálica, caudal e laterais incorporam a porção dorsal do saco vitelino no embrião; O intestino primitivo está fechado na sua extremidade cranial pela membrana bucofaríngea e na sua extremidade caudal pela membrana cloacal; O endoderma origina a maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo. o O epitélio das extremidades cranial e caudal é derivado do ectoderma do estomodeu e do proctodeu, respectivamente; o O endoderma especifica informações temporais e posicionais no desenvolvimento do intestino; O mesênquima esplâncnico origina o tecido muscular, conjuntivo e outras camadas da parede do TGI; Intestino Anterior Os derivados do intestino anterior são: A faringe primitiva e seus derivados. 0 sistema respiratório inferior. 0 esôfago e o estômago. 0 duodeno, proximal à abertura do dueto biliar. 0 fígado, o aparelho biliar (duetos hepáticos, vesícula biliar e dueto biliar) e o pâncreas. Todos esses derivados do intestino anterior, exceto a faringe, o trato respiratório e a maior parte do esôfago, são vascularizados pelo tronco celíaco, a artéria do intestino anterior; Esôfago Inicialmente está conectado à traqueia, se separando pelo septo traqueoesofágico. Inicialmente, o esôfago é curto, mas ele se alonga rapidamente, graças, principalmente, ao crescimento e à descida do coração e dos pulmões. Na sétima semana alcança seu comprimento final relativo. O epitélio obstrui parcialmente ou completamente o lúmen porém desobstrui no final do período embrionário. O músculo estriado que forma a camada muscular externa do terço superior do esôfago é derivado do mesênquima dos arcos faríngeos caudais; O músculo liso, principalmente no terço inferior do esôfago, se desenvolve do mesênquima esplâncnico. Malformações: Atresia esofágica o Está associado à fístula traqueoesofágica em mais de 90% dos casos. o Ocorre em decorrência do desvio do septo traqueoesofágico para uma direção posterior; e, da separação incompleta do esôfago do tubo laringotraqueal; o A atresia isolada (5% a 7% dos casos) resulta de uma falha na recanalização esofágica durante a oitava semana de desenvolvimento. o Impede a passagem normal de líquido amniótico para o trato intestinal, resultando em acúmulo de líquido no saco amniótico (polidrâmnio). Estenose esofágica o Geralmente, ocorre no seu terço distal, resulta da recanalização incompleta do esôfago durante a oitava semana, ou de uma falha no desenvolvimento dos vasos sanguíneos esofágicos na área afetada. Hérnia de Hiato congênita o O esôfago não consegue se alongar suficientemente, e o estômago é puxado para o hiato esofágico através do diafragma. Estômago Inicialmente há apenas um tubo, que na segunda parte da 4ª semana sofre uma dilatação, primórdio do estômago. Ele aparece como um alargamento fusiforme da porção caudal do intestino anterior e está orientado no plano mediano; Ocorre sua expansão e ampliação dorsoventral Nas 2 semanas posteriores a parte dorsal expande mais rapidamente que a ventral, marcando a curvatura maior do estomago; Rotação do Estômago Ele gira lentamente, 90° no sentido horário, visto na extremidade cranial, em torno do eixo longitudinal o A face ventral (pequena curvatura) se desloca para a direita, e a dorsal (grande curvatura), para a esquerda; o 0 lado esquerdo original se torna a superfície ventral, e o direito se torna a superfície dorsal; o Extremidade cranial se move para a esquerda e ligeiramente para baixo, e a caudal vai para a direita e para cima. Estômago gira ao redor do eixo anteroposterior. Mesentérios do Estômago Está suspenso na parede dorsal da cavidade abdominal pelo mesentério dorsal — o mesogástrio dorsal; o Originalmente estava no plano mediano, mas é levado para a esquerda durante a rotação no eixo longitudinal, criando um espaço atrás do estômago chamado de bolsa omental ou pequeno saco do peritônio; o Com a continuação da rotação, o mesogástrio dorsal se alonga, e a porção entre o baço e a linha média dorsal gira para a esquerda e se fusiona com o peritônio da parede abdominal posterior – o folheto posterior do mesogástrio dorsal e o peritônio ao redor dessa linha de fusão degeneram. o O pâncreas é originalmente intraperitoneal mas se torna retroperitoneal. o O baço, permanece intraperitoneal, conecta-se à parede corporal na região do rim esquerdo pelo ligamento lienorrenal e ao estômago pelo ligamento gastrolienal. o Por causa da rotação no eixo anteroposterior o mesogástrio dorsal se projeta para baixo, formando um saco com membrana dupla, o omento maior, suas membranas posteriormente irão se fusionar. A camada posterior do omento maior também se funde com o mesentério do cólon transverso. O mesentério ventral ou mesogástrio ventral, durante a mesma rotação é puxado para a direita, ele prende o estômago e o duodeno ao fígado e à parede abdominal ventral; o O omento menor e o ligamento falciforme – que se estende do fígado a parede abdominal ventral – se formam a partir do mesogástrio ventral, que é derivado do mesoderma do septo transverso; -> A margem livre do ligamento falciforme contém a veia umbilical, que é obliterada após o parto para formar o ligamento redondo do fígado; -> 0 omento menor, que vai do fígado à pequena curvatura do estômago (ligamento hepatogástrico) ->Margem livre do omento menor que conecta o duodeno ao fígado (ligamento hepatoduodenal) contém a tríade portal. Essa margem livre também forma o teto do forame epiploico de Winslow, que é a abertura que conecta a bolsa omental ao restante da cavidade abdominal; -> O mesentério ventral também forma o peritônio visceral do fígado Malformações Estenose pilórica hipertrófica congênita o Ocorre quando a musculatura circular e, em um grau menor, a musculatura longitudinal do estômago na região do piloro hipertrofiam; o Resulta numa grave estenose do canal pilórico e na obstrução à passagem de alimento. Assim, o estômago se torna bastante distendido, e o bebe vomita. Bolsa Omental Fendas isoladas (cavidades) desenvolvem-se no mesênquima, formando o espesso mesogástrio dorsal. As fendas logo coalescem e formam uma única cavidade — a bolsa omental, ou pequena bolsa peritoneal A rotação do estômago puxa o mesogástrio dorsal para a esquerda, aumentando assim a bolsa, um grande recesso da cavidade peritoneal. Essa bolsa saculiforme facilita os movimentos do estômago. Conforme o estômago cresce, a bolsa omental se expande e forma o recesso inferior da bolsa omental (desaparece quando as camadas do omento maior se fundem), entre as camadas do mesogástrio dorsal alongadas — o omento maior; A bolsa omental se comunica com a parte principal da cavidade abdominal através de uma abertura — o forame omental – localizado no adulto posteriormente à borda livre do omento menor; Duodeno Se desenvolve a partir da 4ª semana a partir da porção caudal do intestino anterior e da cranial do intestino médio - a junção entre as duas partes é diretamente distal à origem do broto hepático; Cresce formando uma alça em forma de C que se projeta ventralmente e gira com a rotação do estômago para a direita e vai se localizar retroperitonealmente; Durante a 5ª e a 6ª semanas, 2° mês, a luz do duodeno se torna progressivamente menor e é, temporariamente, obliterada, devido à proliferação de suas células epiteliais. o No caso de essa recanalização não ocorrer pode-se desenvolver atresia ou estenose do duodeno, que causam sua dilatação acima da porção obstruída. Normalmente a vacuolização ocorre na degeneração das célulasepiteliais; no final do período embrionário; Nessa época a maior parte do mesentério ventral já desapareceu; O mesoduodeno dorsal desaparece completamente, exceto na região do piloro do estômago, onde a ampola duodenal permanece intraperitoneal. Fígado e aparelho biliar O primórdio hepático surge na metade da 3ª semana (ou início da 4ª) como uma protuberância do epitélio endodérmico na extremidade distal (caudal) do intestino anterior – o divertículo hepático; Fatores de crescimento de fibroblastos (FGps), secretados em níveis suficientes pelo coração em desenvolvimento, interagem com células bipotenciais e induzem a formação do divertículo hepático As células proliferam rapidamente e penetram o septo transverso, ou seja, a placa mesodérmica entre a cavidade pericárdica e o pedículo da vesícula vitelínica; O septo transverso forma o mesentério ventral nessa região As células endodérmicas em proliferação originam cordões entrelaçados de células hepáticas e células epiteliais de revestimento de ductos biliares intra- hepáticos. Simultaneamente a conexão entre o divertículo hepático e o intestino anterior (duodeno) se estreita, formando o ducto biliar. Uma pequena protuberância ventral (caudal) é formada pelo ducto biliar e dá origem à vesícula biliar e ao ducto cístico Os cordões hepáticos epiteliais se mesclam (anastomosam) com as veias vitelina e umbilical, que formam os sinusoides hepáticos. Eles se diferenciam no parênquima (hepatócitos) e formam o revestimento dos ductos biliares. As células hematopoéticas, as células de Kupffer e as células do tecido conjuntivo são derivadas do mesoderma do septo transverso. Esse mesoderma, que se encontra entre o fígado e o intestino anterior e entre o fígado e a parede abdominal ventral, se torna membranoso, formando o omento menor e o ligamento falciforme. o Eles formam a conexão peritoneal entre o intestino anterior e a parede abdominal ventral e são conhecidos como mesentério ventral. Inicialmente os dois lobos tem o mesmo tamanho, mas o direito se torna maior; A hematopoese – formação dos elementos figurados do sangue – se inicia durante a 6ª semana, dando ao fígado uma aparência vermelho-brilhante; o Grandes ninhos de células em proliferação, produzindo hemácias e leucócitos, encontram-se entre os hepatócitos e a parede dos vasos. o A atividade diminui gradualmente durante os últimos 2 meses da vida intrauterina, e no nascimento permanecem apenas algumas pequenas ilhotas hematopoiéticas; Na 9ª/10ª semana, o fígado é responsável por 10% do peso total do feto – por causa dos sinusoides e hematopoese. A formação de bile pelas células hepáticas começa durante a 10ª/12ª semana. o Por causa das rotações do duodeno, a abertura do ducto biliar se desloca gradualmente de sua posição anterior para uma posição posterior; consequentemente, o ducto biliar passa atrás do duodeno; o A entrada da bile no duodeno através do ducto biliar, após a 13ª semana, dá uma cor verde-escura ao mecônio (conteúdo intestinal). O mesoderma na superfície do fígado se diferencia em peritônio visceral, exceto em sua superfície cranial – área nua do fígado – onde o fígado permanece em contato com o restante do septo transverso original – formará o tendão central do diafragma; Inicialmente, as vias biliares extra-hepáticas são ocluídas por células epiteliais, porém se canalizam devido à vacuolização resultante da degeneração dessas células; Malformações: Anomalias do fígado o Pequenas variações na lobulação do fígado são comuns, porém as anomalias hepáticas congênitas são raras. o Variações dos duetos hepáticos, biliar e cístico são comuns e clinicamente significativas; o Duetos hepáticos acessórios podem estar presentes, são canais estreitos que correm do lobo hepático direito para a superfície anterior da vesícula biliar. Atresia biliar extra-hepática o A forma mais comum (presente em 85% dos casos) é a obstrução dos ductos na porta do fígado ou superior a ela. o A icterícia ocorre logo após o nascimento e as fezes são acólicas (cor de terra); o Se não for tratado o bebê pode morrer. Pâncreas Se forma dos brotos pancreáticos ventral (próximo ao ducto biliar) e dorsal (no mesentério dorsal) originados de células endodérmicas do duodeno que crescem entre as camadas dos mesentérios; Na rotação do duodeno para a direita, o broto pancreático ventral se move dorsalmente, junto do ducto biliar - acaba se posicionando imediatamente abaixo e atrás do broto dorsal para posterior fusão; O broto ventral forma o processo uncinado e a porção inferior da cabeça do pâncreas. A porção restante da glândula é derivada do broto dorsal. O ducto pancreático principal (de Wirsung) se forma a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal; A porção proximal do ducto pancreático dorsal é obliterada ou persiste como um pequeno canal, o ducto pancreático acessório (de Santorini) – em cerca de 10% da população os ductos não se fundem; 3º mês: as ilhotas pancreáticas (de Langerhans) se desenvolvem a partir do tecido pancreático parenquimatoso; o As células que contêm glucagon e somatostatina se desenvolvem antes das células secretoras de insulina. O glucacon foi detectado no plasma fetal na 15ª semana A secreção de insulina começa aproximadamente no 5º (10ª semana) mês. Baço É derivado de uma massa de células mesenquimais localizada entre as camadas do mesogástrio dorsal; O baço, um órgão linfoide vascular, começa o seu desenvolvimento durante a 5ª semana, só adquire sua forma no início do período fetal; Lobulado no feto, mas desaparece antes do nascimento – as depressões na superfície superior são remanescentes de sulcos que separavam os lóbulos fetais; Quando o estômago roda, a face esquerda do mesogástrio se funde com o peritônio sobre o rim esquerdo – explicando a fixação dorsal do ligamento esplenorretal; As células mesenquimais do primórdio esplênico se diferenciam para formar a cápsula, a trama de tecido conjuntivo e o parênquima do baço; É um centro hematopoético tanto na vida fetal como na adulta; Intestino médio Os derivados são: 0 intestino delgado, incluindo o duodeno distai até a abertura do ducto biliar. 0 ceco, o apêndice, o colo ascendente e a metade a dois terços do colo transverso. São supridos pela artéria mesentérica superior; Com o alongamento do intestino médio, forma-se uma alça intestinal ventral com a forma de U — a alça intestinal média (AIM) — que se projeta para o remanescente do celoma extraembrionário, na porção inicial do cordão umbilical – 6ª semana; O celoma intraembrionário comunica-se com o extraembrionário, no umbigo. Este movimento do intestino é uma hérnia umbilical fisiológica, que ocorre no início da 6ª semana - as dobraduras das alças do intestino delgado e a formação do ceco ocorrem durante a herniação. A AIM comunica-se com o saco vitelino através de um estreito pedículo vitelínico (ou ducto vitelínico) até a 10ª semana A hérnia umbilical ocorre porque não há espaço suficiente no abdome para o intestino médio em rápido crescimento – principalmente pelo fígado e rins. A AIM tem um ramo cranial (cresce rapidamente e forma as alças do ID) e um ramo caudal (sofre pouca alteração, desenvolve o divertículo de ceco, primórdio do ceco e do apêndice) e é suspensa na parede abdominal dorsal por um mesentério alongado; Rotação da Alça Intestinal Média Enquanto está no interior do cordão umbilical, a alça intestinal média roda 90 graus no sentido anti-horário, em torno do eixo formado pela artéria mesentérica superior; Ramo cranial (intestino delgado) da alça para a direita e o ramo caudal (intestinogrosso) para a esquerda; Durante a rotação, o intestino médio se alonga e forma as alças intestinais (p. ex., jejuno e íleo). Retorno do intestino médio para o abdômen Durante a 10ª semana, os intestinos retornam para o abdome (redução da hérnia do intestino médio) Não se conhece a causa, mas a diminuição do fígado, a regressão dos rins e o aumento da cavidade abdominal são importantes; O ID retorna primeiro e ocupa a parte central do abdômen O IG sofre uma rotação de 180° adicional no sentido anti-horário, para ocupar o lado direito do abdômen. O broto cecal, que aparece por volta da 6ª semana como uma pequena dilatação cônica da porção caudal da alça intestinal primária, é a última parte do intestino a retornar para a cavidade abdominal; Fixação dos intestinos Quando os intestinos se dilatam, se alongam e assumem suas posições finais, seus mesentérios são pressionados contra a parede abdominal posterior. O colo pressiona o duodeno contra a parede abdominal posterior; como resultado, a maior parte do mesentério duodenal é reabsorvida. Por conseguinte, o duodeno derivado do intestino médio não tem mesentério e se localiza retroperitonealmente. O mesentério do colo ascendente se funde com o peritônio parietal nessa parede e desaparece; então, o colo ascendente também se torna retroperitoneal; Outros derivados da alça intestinal média (p. ex., o jejuno e o íleo) retêm os seus mesentérios; O mesocolo transverso se funde com a parede posterior do omento, mas mantém sua mobilidade. Ceco e apêndice Na 6ª semana o primórdio do ceco e do apêndice vermiforme — o divertículo cecal — aparece como uma dilatação do ramo caudal da alça intestinal média; O ápice do divertículo cecal não cresce tão rapidamente, assim, o apêndice é inicialmente um pequeno divertículo do ceco; Se desenvolve durante a descida do cólon, sua posição final é frequentemente posterior ao ceco ou ao cólon. Essas posições do apêndice são chamadas de retrocecal ou retrocólica. Após o nascimento, a parede do ceco cresce de maneira desigual, e o resultado é que o apêndice passa a sair de sua face medial – sujeito a variações de posição. Em aproximadamente 64% das pessoas, o apêndice está localizado em posição retrocecal; Malformações do intestino: Onfalocele congênita o Consiste na persistência dos componentes intestinais na porção inicial do cordão umbilical; o A cavidade abdominal é pequena, pois faltou o estímulo para o seu crescimento; o 0 revestimento da bolsa hernial é formado pelo epitélio do cordão umbilical, um derivado do âmnio; o A onfalocele resulta de um crescimento defeituoso dos quatro componentes da parede abdominal, formados na gastrulação; o Vem constantemente acompanhada de outros problemas; Gastrosquise o Resulta de um defeito lateral ao plano mediano da parede abdominal anterior. o O defeito linear permite a extrusão das vísceras abdominais, sem o envolvimento do cordão umbilical, então são banhadas pelo líquido amniótico; o Geralmente o defeito ocorre do lado direito, lateral ao umbigo, e é mais comum no sexo masculino Intestino posterior Os derivados do intestino posterior são: O terço esquerdo até metade do colo transverso; o colo descendente e o colo sigmóide; o reto e a parte superior do canal anal. O epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra São supridos pela artéria mesentérica inferior; O colo descendente torna-se retroperitoneal quando o seu mesentério se funde com o peritônio da parede abdominal posterior esquerda; O mesentério do colo sigmóide é mantido, porém ele é mais curto do que no embrião. A porção terminal do intestino posterior penetra na região posterior da cloaca, o canal anorretal primitivo; o alantoide penetra na porção anterior, o seio urogenital primitivo Cloaca É uma câmara revestida por endoderma que está em contato com o ectoderma superficial na membrana cloacal – constituída por endoderma da cloaca e ectoderma do proctodeu ou fosseta anal; A cloaca, porção terminal expandida do intestino posterior, recebe o alantoide ventralmente; Septação da Cloaca Septada em porções dorsal e ventral através de uma projeção de mesênquima — o septo urorretal — que se desenvolve/separa no ângulo entre o alantóide e o intestino posterior; O septo cresce em direção a membrana cloacal e desenvolve extensões bifurcadas que produzem pregas das paredes laterais da cloaca; As pregas crescem uma em direção a outra e se fundem formando um septo que divide a cloaca em duas partes: o Reto e porção cranial do canal anal, dorsalmente. o Selo urogenital, ventralmente Na 7ª semana: o septo urorretal já se fundiu com a membrana cloacal, dividindo-a em uma membrana anal dorsal e uma membrana urogenital, maior e ventral. Essa área de fusão no adulto é o corpo perineal. O septo urorretal também divide o esfíncter cloacal em porções anterior (forma os músculos transversos superficial do períneo, bulboesponjoso e isquicavernoso) e posterior (esfíncter anal externo). No final da 8ª semana a membrana anal se rompe, permitindo a comunicação do canal anal com a vesícula amniótica. O ectoderma na região do proctodeu na superfície de parte da cloaca prolifera e invagina, criando a fosseta anal; Canal anal 2/3 superiores são derivados do intestino posterior, e o outro do proctodeu. A junção desses epitélios é indicada pela linha pectinada, localizada no limite inferior das válvulas anais; Cerca de 2 cm acima do ânus está a linha anocutânea ("linha branca"). Este é aproximadamente o local onde os epitélios mudam de tipo, de um epitélio cilíndrico simples para um epitélio pavimentoso estratificado. Hérnia umbilical A hérnia umbilical se apresenta como uma protuberância no local do umbigo; Etiologia: A hérnia umbilical em crianças resulta do fechamento incompleto da fáscia do anel umbilical, através do qual o conteúdo intra-abdominal pode se projetar. Após a separação do cordão umbilical, geralmente, o anel sofre fechamento espontâneo através do crescimento dos músculos retos e fusão das camadas fasciais. Uma falha ou atraso nesse processo leva à formação de uma hérnia umbilical Quando os intestinos voltam à cavidade abdominal durante a 10ª semana e em seguida se herniam através de um umbigo imperfeitamente fechado, forma-se uma hérnia umbilical. A massa protrusa (geralmente o omento maior e parte do intestino delgado) é coberta por tecido subcutâneo e pele; Epidemiologia: Estima-se que 10 a 30% de todas as crianças brancas ao nascimento diminuam para 2 a 10% em um ano; Comum em bebês afro-americanos com incidência relatada em até 26,6%; Comum em bebês prematuros e de baixo peso ao nascer, com incidência de até 84% em recém-nascidos com peso de 1000 a 1500 gramas Fisiopatologia: O anel umbilical primitivo aparece na 4ª semana de gestação na superfície ventral. Contém vasos umbilicais (uma veia e duas artérias), alantoide, ducto vitelino, vasos vitelinos e alça do intestino médio; A hérnia do intestino médio voltará e o cordão definitivo se desenvolverá, contendo os vasos umbilicais – se obliteram após o nascimento, substituídos por ligamentos – cercados pela geleia de Wharton; A falha na obliteração do anel umbilical após a separação do cordão umbilical predispõe ao desenvolvimento de hérnia umbilical. O umbigo também representa um ponto relativamente fraco na parede abdominal que é propenso a hérnia como resultado do aumento da pressão intra- abdominal A hérnia faz proeminência durante o choro, esforço, ou tosse, e pode ser facilmente reduzida através do anel fibroso do umbigo. A cirurgia não é realizada comumente a menos que a hérnia persista até aidade de 3 a 5 anos. Complicações: Encarceramento (Tecido abdominal fica preso e não pode mais voltar a cavidade abdominal), estrangulamento (não existe irrigação sanguínea da porção de intestino encarcerada na hérnia) ou ruptura; Abdômen Geral As paredes do abdome, musculoaponeuróticas, dinâmicas e formadas por diversas camadas não apenas se contraem para aumentar a pressão intra- abdominal como também se distendem de modo considerável, acomodando expansões causadas pela ingestão de alimentos, gravidez, deposição de gordura ou doenças. A cavidade abdominal: Forma a parte superior e principal da cavidade abdominopélvica, a cavidade contínua que se estende entre o diafragma e o diafragma da pelve. Não tem assoalho próprio porque é contínua com a cavidade pélvica. É a localização da maioria dos órgãos do sistema digestório, de partes do sistema urinário (rins e a maior parte dos ureteres) e do baço Áreas: Os quadrantes são delimitados por dois planos: 1. O plano transumbilical, que atravessa o umbigo – dividindo em superior e inferior 2. O plano mediano vertical, que atravessa o corpo longitudinalmente, define as metades direita e esquerda; Parede anterolateral A parede do abdômen é subdividida em paredes anterior, laterais direita e esquerda e posterior para fins descritivos; A parede é musculoaponeurótica, exceto a parede posterior, que inclui a região lombar da coluna vertebral. Formada por pele e tela subcutânea, composta principalmente por gordura, músculos, suas aponeuroses e fáscia muscular, gordura extraperitoneal e peritônio parietal A pele está frouxamente fixada à tela subcutânea, exceto no umbigo, onde está firmemente aderida. Fáscia da parede anterolateral do abdome A tela subcutânea da maior parte da parede contém quantidade variável de gordura. É um depósito de gordura importante Peritônio É uma túnica serosa transparente, contínua, brilhante e deslizante. Reveste a cavidade abdominopélvica e recobre as vísceras; O peritônio consiste em duas lâminas contínuas: O peritônio parietal, que reveste a face interna da parede abdominopélvica; O peritônio visceral, que reveste vísceras como estômago e intestino. As duas lâminas de peritônio consistem em mesotélio, uma lâmina de epitélio pavimentoso simples. Os órgãos intraperitoneais são quase completamente recobertos por peritônio visceral (o estômago e o baço) Os órgãos extraperitoneais, retroperitoneais e subperitoneais estão situados fora da cavidade peritoneal – externamente ao peritônio parietal – e são apenas parcialmente cobertos por peritônio (geralmente apenas em uma face) (rins, fígado, baço, estomago); Cavidade peritoneal: Está dentro da cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade pélvica -contém uma fina película de líquido peritoneal (lubrifica as faces viscerais e contem leucócitos e anticorpos). A cavidade peritoneal é completamente fechada nos homens. Nas mulheres, há uma comunicação com o exterior do corpo através das tubas uterinas, cavidade uterina e vagina. Essa comunicação é uma possível via de infecção externa. A bolsa omental é encontrada posterior ao estômago, ao omento menor e ao fígado e anterior ao pâncreas e ao duodeno. A função do saco menor é prover espaço para o livre movimento do estômago; o Comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental, uma abertura situada posteriormente à margem livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal). O saco menor se comunica com o saco maior via forame epiplóico (forame omental), que encontra- se posterior à borda livre do omento menor. O saco maior se estende do diafragma até a cavidade pélvica. Ele é dividido em compartimento supracólico e infracólico pelo mesocólon transverso. O compartimento supracólico encontra-se anterior e superior ao mesocólon transversos e contém o fígado, o estômago e o baço. O compartimento infracólico é inferior e posterior ao mesocólon transverso e posterior ao omento maior. Contém o intestino delgado, cólon ascendente e cólon descendente. Os sulcos paracólicos permitem a comunicação desses compartimentos; Mesentério: É formado pelas dobras do peritônio que suspendem os órgãos da parede abdominal posterior. Lâmina dupla de peritônio formada pela invaginação do peritônio por um órgão, e é a continuidade dos peritônios visceral e parietal. O mesentério une um órgão intraperitoneal à parede do corpo – geralmente a parede posterior do abdome; Têm um cerne de tecido conjuntivo que contém sangue e vasos linfáticos, nervos, linfonodos e gordura https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bolsa-omental https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estomago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/pancreas https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estomago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/baco https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-delgado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-delgado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon Omento: É formado por duas camadas de peritônio que se fundiram e se estende do estômago e do duodeno proximal até os órgãos vizinhos. É uma extensão ou prega de peritônio em duas camadas que vai do estômago e da parte proximal do duodeno até os órgãos adjacentes na cavidade abdominal O omento maior é uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e cai como uma cortina cobrindo a superfície anterior do intestino delgado; O omento menor se estende superiormente, uma prega peritoneal muito menor, dupla, indo da curvatura menor do estômago e duodeno proximal para o fígado. Ligamento peritoneal: Consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede do abdome. O fígado está conectado: •À parede anterior do abdome pelo ligamento falciforme •Ao estômago pelo ligamento hepatogástrico, a parte membranácea do omento menor; •Ao duodeno pelo ligamento hepatoduodenal, a margem livre espessa do omento menor, que dá passagem à tríade portal: veia porta, artéria hepática e ducto colédoco; O estômago está unido: •À face inferior do diafragma pelo ligamento gastrofrênico •Ao baço pelo ligamento gastroesplênico, que se reflete para o hilo esplênico •Ao colo transverso pelo ligamento gastrocólico, a parte do omento maior semelhante a um avental, que desce da curvatura maior, inferiormente, recurva-se e, então, ascende até o colo transverso. o Todas essas estruturas estão ao longo da curvatura maior do estômago, e todas fazem parte do omento maior; Áreas nuas: áreas descobertas que dão passagem a estruturas neurovasculares; Prega peritoneal: reflexão de peritônio elevada da parede do corpo por vasos sanguíneos, ductos e ligamentos formados por vasos fetais obliterados subjacentes - as pregas umbilicais; Recesso ou fossa peritoneal é uma bolsa de peritônio formada por uma prega peritoneal Músculos abdominais Músculos da parede anterolateral do abdome Tem cinco (pares bilaterais de) músculos: três planos - oblíquo externo do abdome, o oblíquo interno do abdome e o transverso do abdome - e dois verticais - https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/duodeno grande músculo reto do abdome e o pequeno músculo piramidal. O músculo oblíquo externo do abdome é o maior e mais superficial dos planos; O músculo intermediário dos três músculos planos do abdome, o oblíquo interno do abdome é uma lâmina fina que se abre em leque anteromedialmente As fibras do músculo transverso do abdome, o mais interno dos três músculos planos do abdome, seguem em direção mais ou menos transversal, com exceção das fibras inferiores, que seguem paralelas às fibras do músculo oblíquo interno do abdome. O músculoreto do abdome, longo, largo e semelhante a uma tira, é o principal músculo vertical da parede anterior do abdome; O músculo piramidal é um músculo triangular pequeno e insignificante que não é encontrado em cerca de 20% das pessoas. Tensiona a linha alba; Linha alba: segue verticalmente por toda a extensão da parede anterior do abdome e separa as bainhas do músculo reto do abdome bilateralmente À medida que a gordura se acumula na tela subcutânea no período pós-natal, a pele se eleva ao redor do anel umbilical e o umbigo torna-se deprimido. Isso ocorre 7 a 14 dias após o nascimento, depois que o cordão umbilical atrofia e “cai” Pressão intra-abdominal Os músculos oblíquos e transversos do abdome, agindo juntos bilateralmente, formam um cinturão muscular que exerce firme pressão sobre as vísceras abdominais. O músculo reto do abdome participa pouco, ou nada, dessa ação; A compressão das vísceras abdominais e o aumento da pressão intra-abdominal elevam o diafragma relaxado para expelir o ar durante a respiração e com mais força para tossir, espirrar, assoar o nariz, gritar e para a eructação voluntária; As ações combinadas dos músculos anterolaterais também produzem a força necessária para defecação, micção, vômito e parto; Aumenta na inspiração (contração do diafragma) Varia com a posição do corpo: maior na vertical e menor na horizontal É definida como uma pressão uniforme e oculta no interior da cavidade abdominal, oriunda da interação entre a parede abdominal e as vísceras em seu interior, oscilando com a fase respiratória e a resistência da parede abdominal.
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