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Crise epiléptica = definida por sinais ou sintomas transitórios, generalizados ou focais devido a atividade neuronal anormal, síncrona ou excessiva; o Crises focais: limitadas a um hemisférico eproduz sintomas e sinais específicos da região afetada; o Crises generalizadas: afeta região de extensa rede neuronal e por isso seus sintomas/ sinais são mais diversos; o Possuem picos de acometidos em neonatais e idosos, com incidência maior em homens; Crises agudas ou provocadas = insulto agudo ao cérebro de natureza sistêmica, metabólica ou tóxica. Podem ser isoladas ou recorrentes; Crises epilépticas ≠ Epilepsia a epilepsia é um grupo de condições nas quais um distúrbios neurológicos subjacentes resultam em uma tendência crônica a ocorrência de crises recorrentes não provocadas; Critérios para diagnosticar epilepsia: o 1. Ocorrência de 2 ou mais crises não provocadas separadas por mais de 24h; o 2. Presença de crise não provocada e a presença de uma condição subjacente reconhecidamente propiciadora; o 3. Diagnóstico de uma síndroma classicamente relacionada com a recorrência de crises; A prevalência das epilepsias é maior nos países em desenvolvidos e em adultos jovens constitui um agravo de saúde pública; o Nos países desenvolvidos, os idosos são mais acometidos; EEG nem sempre demonstra alterações em epilépticos não conclui diagnóstico; Para crises sintomáticas agudas: o Trauma craniano; o AVE; o Doenças infecciosas; o Distúrbios tóxico-metabólicos; o Abstinência de álcool e drogas. Epilepsia na infância: o Crises febris; o Trauma craniano; o Infecções cerebrais; o Retardo mental; o Paralisia facial; o Transtorno de hiperatividade; Epilepsia nos adultos: o Trauma craniano; o Infecções cerebrais; o AVE; o Doença de Alzheimer; Nas crises focais: agregado de neurônios corticais/ subcorticais desenvolvem pequenos surtos de potenciais de ação de alta frequência devido à mudanças na condutância de cálcio Descarga de espícula no EEG; o Acúmulo pré-sináptico de Ca; Despolarização de neurônios devido ao aumento extracelular de K aumento na liberação de neurotransmissores; o Conforme a excitação aumenta, novos neurônios regionais são recrutados para propagar a crise; Mecanismos que propiciam a despolarização anômala são alterações: o Nos neurotransmissores; o Nos receptores de membrana; o Nos canais iônicos; o Nos segundos mensageiros; o Na expressão gênica de várias proteínas; Nas crises generalizadas dependem dos circuitos tálamo-corticais; o Crises de ausência geram complexos de onda-espícula no EEG alterações de condutância nos canais de Ca nos circuito do tálamo de córtex; o Os neurônios corticais se despolarizam na fase tônica seguidos de despolarização e repolarização rítmicas durante a fase clônica; A iniciação e modulação de crises convulsivas generalizadas envolvem aferentes colinérgicos, noradrenérgicos, serotoninérgicos e histaminérgicos do tronco cerebral e de estruturas do prosencéfalo basal, que modulam a excitabilidade dos mecanismos motores hemisféricos; É difícil um paciente herdar a epilepsia por si só (1% dos pacientes). É mais comum os pacientes herdarem doenças neurodegenerativas que contribuem para o aparecimento do quadro epiléptico; 1. Crises parciais/ focais Sem alteração da consciência da consciência; Possuem sintomas: motores, sensoriais, autônomos e psíquicos; Parcial simples: sintomas dependem da área afetada (tabela na outra página); Parcial complexas: possui aura e comprometimento transitório da consciência (interação com o ambiente, resposta à estímulos verbais e visuais, memória e percepção); o Fase pré-ictal: aura; o Fase ictal: parada brusca de comportamento, olhar vago e imóvel; o Fase ictal: automatismos (mastigar, deglutir, limpar as mãos, demonstração de emoções e gesto de correr; o Fase pós-ictal: confusão mental, amnésia anterógrada e retomada gradual da consciência; Secundariamente generalizadas: inicia- se com aura e se dissemina para ambos os hemisférios é uma convulsão tônico- clônica secundária; 2. Crises generalizadas Se origina em ambos os hemisférios; Sem qualquer início focal detectável; Ausência (pequeno mal): presente na infância e adolescência; o Lapsos súbitos e breves da consciência; o Pode ser imperceptível. o Diminui rendimento escolar; o Tem remissão espontânea na adolescência em 60-70% dos casos; o Respondem bem a anticonvulsivantes; o Não há alterações neurológicas; o Fases: Pré-ictal: sem aura; Início: súbito e brusco; Ictal: breve; Lapsos da consciência: devaneio, automatismos sutis, sem perda de controle postural; Pós-ictal: retomada súbita da consciência, sem confusão mental; o Ausência atípica: perda de consciência mais demorada, início e fim menos bruscos, automatismo mais fortes e respondem menos a anticonvulsivantes associado à alterações neurológicas; Tônico-clônicas: contração muscular generalizada + movimentos repetitivos de extensão e flexão; o 10% dos epilépticos manifestação clássica; o Comum em distúrbios metabólicos; o Fases: Pré-ictal: sem aura; Início súbito e brusco; Ictal: 1 minuto; Tônica: contração muscular, respiração prejudicada (acúmulo de secreção na orofaringe, cianose) e mordedura de língua aumento de PA, FC e de midríase; Clônica: relaxamento e contração muscular vão aumentando os períodos de relaxamento; Pós-ictal: irresponsividade e flacidez muscular, salivação excessiva, estridor, incontinência vesical ou intestinal, confusão mental e recuperação gradual da consciência, cefaleia, fadiga e mialgia; Tônicas e mioclônicas: estão associadas a síndromes epilépticas conhecidas (ex: síndrome de Lennox-Gastaut e epilepsia mioclônica juvenil); o Mioclônica: contração muscular súbita e breve de uma parte ou de todo o corpo (parecem choques). Está associada a distúrbios metabólicos, doenças degenerativas do SNC e lesão cerebral anóxica; Atônicas (mioclônicas negativas): perda súbita de controle postural de 1 a 2 segundos de duração (inclinação da cabeça ou queda); o Breve perda da consciência; o Risco de TCE; 3. Crises não-classificadas Convulsões neonatais; Espasmos do lactente; Ocorre em crianças de 03-07 meses; Espasmos infantis; EEG característico é hipsarritmia (mistura caótica de ondas lentas e de alta amplitude na frequência de 1 a 7 c/s com ondas sharo e spikes; Demonstra deterioração neuropsíquica com lesão neural idiopática (espontânea) ou sintomática; Causas: anóxia neonatal, meningitoencefalite, toxoplasmose, sífilis, etc; Epilepsia mal controlada; Ocorre em crianças de 1-2 anos; Crises epilépticas múltiplas; EEG característicos; Disfunção cognitiva; Causado por lesão cerebral por hipóxia/ isquemia perinatal, infecção, trauma ou desenvolvimento anormal; Prognóstico ruim mal controlada; Surge no início da adolescência; Abalo mioclônico bilateral ou abalados repetidos; Frequentes pela manhã, após o paciente acordar; Precipitada por privação de sono; História familiar de epilepsia; Quadro benigno mas com remissão incompleta incomum; Responde bem a anticonvulsivantes; Surge de mutações nos receptores de GABA; EEG mostra paroxismos generalizados de complexos de onda-espícula; Comumente associado a crises epilépticas parciais complexas; Refratária a anticonvulsivantes; Responde bem a intervenção cirúrgica; Glutamato (ácido glutâmico) neurotransmissor primário do cérebro também é percursor do GABA (neurotransmissor inibitório); o Tem papel nas funções cognitivas (hipocampo e córtex), funções motoras, funções sensoriais e funções do cerebelo; GABA é encontrado em altas concentrações no cérebro e na medulaespinhal; o Seus receptores: GABA-A (córtex cerebral, hipocampo e cerebelo) e GABA-B (amígdala); Causas das crises: o Excesso de excitação pelo glutamato; o Falta de inibição por GABA; Impulsos de neurônios “epilépticos” geram respostas exageradas; Fatores causais que podem estar envolvidos: o Predisposição individual; o Presença de lesão epileptogênica cerebral; o Alterações bioquímicas e elétricas cerebrais; Atendimento de urgência: o Atenção aos sinais vitais; o Suporte respiratório e cardiovascular; o Tratamento; o Tratar infecção subjacente: Infecção do SNC; Perturbações metabólicas; Intoxicações farmacológicas; Paciente sem história anterior: o Episódio era uma crise epiléptica ou um evento paroxístico não epiléptico? o Pesquisar causa do evento: Fatores epileptogênicos; Fat. Predisponentes; Fat. Desencadeantes; o É preciso tratamento da doença subjacente? o É preciso terapia anticonvulsivante? História conhecida de epilepsia; o Identificar causar e fatores desencadeantes; o Determinar adequação ao tratamento atual; Anamnese: entrevistar paciente e testemunha; o Classificação sintomas antes, durante e depois; o Fatores predisponentes: História familiar; Desenvolvimento neuropsicomotor; História de eventos paroxísticos febris e anteriores não reconhecidos; Auras; o Fatores epileptogênicos AVE, TCE, tumor e mal formação vascular; o Fatores desencadeantes: Privação de sono; Doenças sistêmicas; Pertubações eletrolíticas ou metabólicas; Infecção aguda; Fármacos; Álcool e drogas ilícitas; Exame físico: o Pele: esclerose, neurofibrmatose, doença renal ou hepática crônica; o Organomegalia: doença de armazenamento metabólico; o Assimetria de membro; o Ausculta cardíaca e das carótida; Exame neurológico: o Função cortical difusa e hemisfério específica: estado mental, memória, linguagem e pensamento; o Campos visuais; o Função motora: motricidade, reflexos, marcha e coordenação; o Sensibilidade cortical; Laboratório: o Rastrear causas metabólicas: eletrólitos e glicose; o Função hepática e renal; o Triagem para toxinas em grupos de risco; o Punção Lombar para pesquisar meningoencefalites e HIV+; EEG: fazer sempre quando há suspeita de crise epiléptica define o diagnóstico, o tipo e se há síndrome epiléptica; Exames de imagem (TC, IRM, PET e SPECT): para detectar anormalidades estruturais; Tratar causas subjacentes e excluir fatores preciptantes; Iniciar tratamento em qualquer paciente com crise recorrente de etiologia conhecida ou não; Fatores de risco para recorrência: o Exame neurológico anormal; o Estado de mal epiléptico (crise epiléptica contínua com duração superior a 30 minutos ou crises sequenciais sem recuperação da consciência entre elas); o Paralisia de Todd (hemiplegia ou hemiparesia); o História familiar com crises; o EEG anormal; Fatores que demonstram sucesso do desmame: o > 2 anos sem crise; o Nenhuma crise depois do uso da medicação; o Exame neurológico normal; o EEG sem anormalidade; o Epilepsia auto-limitada; Fatores que demonstram fracasso do desmame: o Crise febril na infância; o 10 ou mais crises prévias; o Tempo longo de diagnóstico; o Uso de DAE temporário; o EEG anormal e piora com o desmame; o Exame de imagem alterado; o Politerapia para controle de crises; o Falha de desmame prévio; Levar em consideração o tipo de convulsão, preço, posologia, efeitos colaterais, monoterapia; Crises parciais: o Fenitoína ou carbamazepina podem causar hipertrofia gengival, ataxia, diplopia e tontura; o Fenitoína (200-600mg 2x no dia) hirsutismo, feições grosseiras; o Carbamazepina (400-1600mg 2x no dia) anemia aplásica, leucopenia e hepatotoxicidade; o Também posso usar ácido valproico e lemotrigina; Crises generalizadas: o Ácido Valpróico usado para: Tônico-clônicas; Ausência atípica; Mioclônica; Atônica; o Etossuximida (750-1250mg 2x ou 4x no dia) usada em ausências não complicada; o Lamotrigina (100-600mg 2x no dia) usado para tônico-clônico generalizadas primárias; Tratamento cirúrgico 20% dos pacientes; o Lobectomia temporal; o Remoção exata da lesão; o Remoção do hipocampo e amígdala; o Interrupção das conexões intracorticais; o Ressecção do corpo caloso; o Hemisferectomia; Mecanismos do tratamento: o Potencializam o GABA fenobarbital (60-240mg) e benzodiazepínicos facilitam a abertura dos canais de cloreto mediados por GABA; o Inibem os canais de sódio fenitoína, valproato (500-6.000mg 2x no dia) e lamotrigina bloqueiam a excitação de células que estão disparando repetitivamente o impulso; o Inibem os canais de cálcio etossuximida bloqueia canal de Ca tipo T (associado com crises de ausência); No caso de epilepsia refratária, se perguntar: o Diagnóstico foi correto? o Remédio certo? Se sim, pode ser otimizado? o Paciente está aderindo ao tratamento? o Quais os agravantes? Perda de consciência no período interictal; Crise dura 15-20 min; Uso agudo de terapia anticonvulsivante; Emergência disfunção cardiorrespiratória, hipertermia e perturbações metabólicas; Tratamento: lorazepam, fenitoína, fenobarbital e anestesia (midazolam ou propofol).
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