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P R 1 N E U R O L O G I A Para uma adequada compreensão das doenças neurológicas é preciso um bom conheci- mento de neuroanatomia e neurofisiologia e do efeito(s) que a(s) doença(s) exercem sobre a estrutura e a função (fisiologia) normal. Síntese de todos os detalhes da história clínica, do exame neurológico e demais exames auxiliares (testes neuropsicológicos, exames de imagem, líquor, EEG..) HISTÓRIA NEUROLÓGICA: Em certas doenças as afecções neurológicas a história cllínica será o único meio de se chegar a um diagnóstico (ex: cefaléia primaria—tipo enxaqueca) • Ênfase as queixas principais e expandir suas características • Curso da doença • Ocorrência cronológica de cada manifestação, características, modo de início, fatores precipitantes, duração, tratamentos, progressão Objetivo: Reunir dados pertinentes que irão levar a uma análise correta da doença do pa- ciente Quando bem realizada deverá fornecer o diagnóstico antes do exame físico/neurológico, testes e/ou exames auxiliares. V A N E S S A L U D W I G SINTOMAS SINAIS Manifestações subjetivas da doença. Como relatadas pelo paciente Manifestações objetivas da doença. Serão revelados pelo exame físico, clínico, neurológico e exames auxiliares. P R 1 N E U R O L O G I A Craniossinostose—Escafocefalia *Sutura metópica: até 4 meses Sutura sagital/interparietal: entre os parietais EXAME NEUROLÓGICO • Estado mental / Status mental / exame neuropsicológico • Teste da função dos nervos cranianos • Sistema motor (avaliação da força muscular e do tônus motor) • Sistema sensitivo / sensibilidade • Reflexos profundos e superficiais • Função cerebelar • E outros sinais: Avaliação da marcha, exame das meninges, funções corticais superio- res, funções neurovegetativas. Exame do estado mental/consciência Através da comunicação durante a tomada da história clínica Personalidade Estado intelectual Reações emocionais ou estado emocional Orientação Atenção e concentração: visível na ectoscopia Compreensão Insight e julgamento crítico Memória (imediata, curto prazo, longo prazo) Julgamento Raciocínio Abstrato Linguagem Escrita Leitura Cálculos Exemplo: teste do mini mental Nível da consciência V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A NERVOS CRANIANOS • Nervo com maior trajeto dentro do crânio: Abducente *hipertensão intra-craniana • Nervo que sai posteriormente: troclear *músculo oblíquo superior V A N E S S A L U D W I G NERVOS CRANIANOS NERVO OLFATÓRIO ÓPTICO OCULOMOTOR TROCLEAR TRIGÊMEO ABDUCENTE FACIAL VESTIBULO- COCLEAR GLOSSOFARÍN- GEO VAGO ACESSÓRIO HIPOGLOSSO P R 1 N E U R O L O G I A V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A SISTEMA MOTOR Trato corticoespinhal / piramidal * Reflexo de babinski = lesão na via piramidal (AVC, esclerose múltipla, traumatismo, deficiência de vitamina B12, neoplasias do SNC) * tractografia V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A SISTEMA SENSITIVO V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A REFLEXOS V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A SINAIS CEREBELARES As manifestações principais de disfunção cerebelar são os distúrbios de coordenação mus- cular, locomoção e equilíbrio Dissinergia – perda da capacidade/ faculdade de realizar movimentos +ou- complexos (decomposição do movimento – modo robô ou marionete) Dismetria – perda da habilidade em calibrar a distância , velocidade ou força do movi- mento Disdiadococinesia – Comprometimento da capacidade de realizar movimentos rápidos alternados Hipotonia Hipercinesia ou movimentos anormais ( tremor intencional ( ativo , cinético ou termi- nal) Anormalidade de marcha e postura Distúrbios de fala Nistagmo ( Vias Cerebelo vestibular) Rigidez Reflexos Profundos : Pode haver reflexos pendulares. Outros sinais: Rigidez nucal (cervical) Sinal de brudzinski Sinal de romberg Sinal de hoffmann Sinal de tromner Sinal de chaddock (parte lateral do pé) Sinal de opeenheim (borda anterior tíbia) Sinal de gordon (panturrilhas) Sinal de Bragard (lasegue + dorsoflexão do pé) Sinal de sicard (lasegue + extensão do halux) Sinal de spurling (lasegue e todas variações acima—teste de estiramento) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A 2° causa de morte no mundo (associada a eventos coronarianos) e de morbidade Envelhecimento da população: Incidência dobra a cada década de vida após os 55 anos de idade Segundo DATASUS, 1° causa de morte no BRASIL. DEFINIÇÃO Manifestação clinica e/ou anatomopatológica causada por comprometimento da circulação cerebral FATORES DE RISCO: ligados a aterotrombose, fontes embolígenas, inflamação arteriais e hemorragias. V A N E S S A L U D W I G MODIFICÁVEIS TRATÁVEIS HAS (6x), DM (4x) Tabagismo Alcoolismo Dislipidemia Fibrilação arterial (17x) Estenose de carótidas e/ou vertebrais (e de seus ramos intracranianos) Condições hemorrágicas NÃO—MODIFICÁVEIS Idade Raça Negra e Asiática Sexo Masculino (30%) Fatores genéticos AVC Obstrutivo/ Isquêmico Trombose: Aterosclerose (principal causa) Embolia (originadas do coração/ artéria aorta ou carótidas) Dissecção da Parede Arterial Arterite (inflamações especificas das artérias cerebrais / rara / estudo histológico) Compressão Malformação AVC Hemorrágico Parenquimatosos ou Subaracnóideos / micóticos * Ruptura de microaneurismas (AVC hemorrágico parenquimatoso) Ruptura de aneurismas (AVC hemorrágico subaracnóideo) Malformações Discrasia sanguínea. P R 1 N E U R O L O G I A ABORDAGEM CLÍNICA O doente ingressa com: Alteração da consciência Déficit neurológico focal Cefaleia severa Obtém-se informações detalhadas Exame físico geral Exame neurológico Exclusão de: Trauma craniano Encefalopatia metabólica Alteração psiquiátrica Infecções do SNC ou outra região Diagnóstico clínico de AVE Tomografia cerebral Garantir ao paciente = * Via aérea livre/Monitoramento/Via venosa adequada * V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A NIHSC (ESCALA DE AVALIAÇÃO DE AVC) Quantificar a gravidade e prognóstico Trombólise > ou = 16 Lesão extensa >15 HCD e > 20 HCE V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A ESCORE ICH (Hemphill Stroke) AVC hemorrágico AVEI Acidente vascular encefálico isquêmico OBSTRUÇÃO**** Classificação: • Ataque isquêmico transitório • Déficit neurológico isquêmico reversível • Infarto: trombótico (aterosclerótico), embólico (cardíaco), lacunar, em evolução, he- morrágico • Trombose venosa central Etiologia—95% dos casos: 20%: embolia de origem cardíaca 50%: arteriosclerose intracraniana difusa, estenose de artérias carótidas ou vertebrais, estenose artérias intra-cranianas 25%: microangiopatia (‘’doença de pequenos vasos’’) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Fatores cooperativos: Hiperlipemia Hipertensão Arterial Instável Tabagismo AIT prévio Infarto lacunares: HAS *lesões pequenas < 15mm (capsula interna, tálamo e ponte) FATORES DE RISCO HEMATOLÓGICOS: Associados com hipercoagulabilidade relativa: • Anticorpo antifosfolipidio (anticorpo anticardiolipina / anticoagulante lúpico –LES) • Síndrome paraneoplasica • Infecções graves • Pós-trauma severo • Gravidez e puerpério • Anticoncepcionaisorais Associados com anormalidades de anticoagulantes naturais: • Antitrombina 3 • Proteína C • Proteína s Outras condições: • Deficiência de plasminogênio • Concentração excessiva de ativador / inibidor de plasminogênio • Trombocitemia essencial • Policitemia • Púrpura trombocitopênica trombótica • Coagulação intravascular disseminada V A N E S S A L U D W I G ALTO RISCO MÉDIO RISCO Prótese valvar mecânica Doença do nó sinusal Endocardite infecciosa Trombo no VE Cardiopatia dilatada IAM recente (< 3 semanas) Prótese valvar biológica Doença valvar Aneurisma do septo atrial Placa de ateroma > 4mm na aorta Flutter Atrial IAM > 4 semanas e < 6 meses P R 1 N E U R O L O G I A Sinais/Sintomas—território carotidiano • Disfunção motora contralateral atingindo membros e/ou face, geralmente com intensi- dade diferente (Apraxia, Paralisia ou Paresia, Disartria) • Amaurose Fugaz (para AIT) • Hemianopsia homônima contralateral, geralmente acompanhado ao déficit motor • Alexia, agrafia, acalculia, afasia se há lesão no hemisfério dominante • Disfunção sensitiva atingindo membros e/ou face, para todas as modalidas (hipoestesia, parestesia) • Negligencia do lado afetado (hemisfério não dominante) Síndrome de Gerstamann Apraxia ideomotora Agrafia Alexia Acalculia Desorientação direta—esquerda Agnosia digital Sinas/Sintomas—território vértebro-basilar • Disfunção motora geralmente dos 4 membros e/ou face uni ou bilateral (Dismetria, Pa- ralisia ou Paresia) • Cegueira cortical ou quadrantopsia bilateral • Disfunção sensitiva dos 4 membros e/ou face uni ou bilateral (Hipoestesia, Parestesia) • Alterações do equilíbrio (Vertigem, Ataxia, Nistagmo) • Alterações de outros nervos cranianos (Diplopia, Disartria, Disfonia, Disfagia) Síndrome de Weber: AVC do pedúnculo cerebral Síndrome de Wallenberg PICA—bulbo Síndromes lacunares (20%) * hemiparesia motora pura, proporcionada, com disartria e sem alteração sensitiva. * hemianestesia/hipoestesia, para todas as modalidades, proporcionada; sem alteração motora, disartria, alteração visual ou cognitiva. * disartria, disfagia, paresia VII e XII, paresia e parestesia no braço e mão. * paresia membro inferior e face; ataxia do membro inferior e membro superior. * paresia ou perda sensitiva isolada de membro inferior, membro superior ou face, sem alteração visual ou cognitiva. EXAMES COMPLEMENTARES Imagem, laboratorial TC de crânio Laboratorial: Hemograma, VSH, TP, KTTP, fibronogenio, perfil lipididoc, glicose, ureia, cre- atinina, função hepática, acido úrico. V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Específicos: eletroforese de proteínas, homocisteína, hormônios tireoidianos, eletroforese da hemoglobina, estudos imunológicos e sorológicos, liquor. Ecodoppler de artérias carótidas, subclávias e vertebrais; Doppler transcraniano; Ecocardio AngioTC e AngioRM Avaliação cardiológica: ECG, Holter Ecocardiograma transtoracico e transesofagico RX de tórax Testes para atividade inflamatória e para estados pro-trombóticos,; outros conforme ana- lise clinica inicial e evolução CONDUTA Conduta 1 / Geral 1. Via aérea livre; oxigênio 2-3 l / min. se há hipóxia 2. Monitoramento cardiológico, pressórico e oximétrico 3. Cabeceira de leito a 30º de inclinação 4. Se em coma: proteção de pele, higiene oral com antisséptico, proteção de córneas, cuidados na fixação de cânula traqueal 5. Fisioterapia e mobilização precoces 6. Hipertermia com paracetamol 500 mg 6/6 horas 7. Manter glicemia abaixo de 160 mg/dl, com insulina regular Conduta 2 A- Aspirina - 200-500 mg/dia associação de mais outro anti-agregante anticoagulação: sem efeito melhor que AAS em DVE trombótica. Considerar situações especiais: * estenose intracraniana / extracraniana crítica, até resolução definitiva se possível (cirúrgica? angioplástica?) * AIT de repetição, sem possibilidades de ou melhora com outros tratamentos * trombose venosa cerebral, sem hemorragias * coagulopatias * infarto em evolução B- hipotermia ? C- sedação, se necessário (clonazepan, alprazolan) D- heparina profilática de trombose venosa V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Conduta 3 Manejo da pressão arterial Não usar hipotensores de ação rápida (sublingual ou endovenoso) Antes de anti-hipertensivo, sedar o doente Se indicado, reduzir a PAM a 40% da inicial, no máximo; preferir Captopril ou Enalapril Considerar níveis pressóricos prévios (hipertenso crônico) Controle pressórico AVCI: recomenda-se evitar o tratamento da pressão arterial elevada nas primeiras 24 horas do AVCI, exceto nos casos com níveis pressóricos extremamente elevados (pressão sistólica > 220 mmHg ou pressão diastólica > 120 mmHg) e naqueles com alguma condição clínica aguda que requeira redução pressórica (isquemia miocárdica, insuficiência renal, insuficiência cardíaca descompensada e dissecção de aorta). Nesse ca- so, uma conduta razoável pode ser uma redução inicial de 15% nos níveis pressóricos, acompanhada do monitoramento da função neurológica. Nos casos com indicação ao tra- tamento trombolítico intravenoso, recomenda-se tratamento anti-hipertensivo quando os níveis forem ≥ 185 x 110 mmHg. Complicações da fase aguda: Infeciosas: respiratória e/ou urinaria Outras: Desnutrição/desidratação, hemorragia digestiva alta, escaras de decúbito, disfun- ção de esfíncteres, depressão. Neurológicas: Edema cerebral e hipertensão intracraniana, hidrocefalia, crises convulsivas, recorrência de infarto. TROMBÓLISE Critérios de inclusão: Idade: 18-80 anos Instalação do quadro: < 4,5 horas—EV (ate 6 horas para trombólise intra-arterial) Ausência à tomografia de: edema, efeito-massa, apagamento de sulcos, hemorragias (sinais indiretos precoces) Critérios de exclusão: AVEI com pouco sintomas e tendendo a melhora Antecedentes de AVC I, trauma craniano nos últimos 3 meses AVC pregresso com sequela incapacitante Crises convulsivas no inicio dos sintomas Uso de anticoagulante oral Uso de heparina nas 48 horas precedentes Alterações no coagulograma: TP>15 segundos/RNI >1,7/ Plaquetas < 100.000/mm3 Glicemia < 50mg/dl ou > 400mg/dl Cirurgia de grande porte nas 2 semanas precedentes Suspeita de sangramento ativo Suspeita de dissecção aórtica ou vertebral IAM recente (entre 24 horas e 21 dias) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A PAS > 185mmHg ou PAD > 110mmHg com pouca resposta a hipotensores Qualquer indicio ou suspeita de hemorragia no SNC CONDUTA: Escala NIH: qualquer piora de índice, suspender administração Banco de sangue no hospital, com disponibilidade de hemoderivados prontamente Alteplase TROMBOSE VENOSA CEREBRAL Etiologia infecciosa: mastoidite, otite, sinusite, pele da face, couro cabeludo Etiologia não infecciosa: Policitemia vera, Leucemias, Desidratação, Efeito remoto de car- cinoma, Várias síndromes Pró-trombóticas, doença de Behçet, vasculites, puerpério, anti- concepção hormonal. Mortalidade de 20% com pior prognostico quando ocorre infarto hemorrágico Clínica: Variável, conforme a localização, velocidade de progressão, extensão da trombose e etio- logia. Trombose venosa cortical: Cefaleia, náusea e vômitos, crises convulsivas, sinais focais progressivos, diminuição do nível da consciência. Trombose do seio lateral: Edema cerebral, com síndrome HIC, extensão para veia ju- gular: lesão de IX, C e XI nervos cranianos homolaterais Trombose do seio sagital superior: Síndrome HIC Trombose do seio petroso inferior ou superior: Diplopia por lesão do VI nervo crania- no e dor facial. Trombose do seio cavernoso: Cefaleia, sinais oculares homolaterais: proptose, amau- rose, oftalmoplegia, equimose bipalpebral, dor fronto-periorbitária (1° ramo do V nervo craniano) extensão possível para outro seio cavernoso, seio petroso superior,veia jugular, seio lateral com somação de sinais. Exames complementares: TC de crânio RM de crânio Angio-TC ou angio-RM do crânio Angiografia cerebral Laboratorial: hemograma com plaquetas, VHS, coagulograma, proteína C e S, anticorpos anti-fosfolípes, ANCA C E ANCA P, fator antinuclear, outros indicadores. V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A TRATAMENTO Repouso Cabeceira do leito a 30° Hidratação Anticoagulação, exceto se há hemorragia significativa Anti-agregantes plaquetários, iniciando 1-2 semanas apís o início do quadro se contra- indicada anticoagulação Anti-edematoso (manitol ou dexametasona) somente com papiledema persistente e redu- ção da visão Trombólise: sem evidencia atual de beneficio e contra-indicada se houver hemorragia Anticovulsivantes Sedação: alprazolam ou clonazepam Analgésicos e anti-eméticos Prevenção secundária Estatinas (atorvastatina 20 mg) redução agressiva do colesterol sérico AVC, AIT AAS (150mg/d) / Clopidogrel (75mg/d) AVEH SUB-ARACNOIDEO Acidente vascular encefálico hemorrágico Incidência maior: mulheres e raça negra Fatores de risco: Tabagismo, abuso de drogas (estimulantes), HAS Índice de mortalidade: 25% Prevalência de aneurismas congênitos: 0,5-1% da população Risco de ruptura de aneurisma: Mínimo: diâmetro até 3mmm Expressivo: diâmetro acima de 5mm Muito alto: diâmetro maior de 10mm Quadro clínico: • Cefaleia/nucalgia • Náuseas/vômitos • Redução do nível de consciência • Eventualmente sinais focais (hemiparesia, paralisia de III par / Putamen, capsula interna (50%): hemiplegia, paresia, hemihipoestesia, hemia- nopsia, disfasia, afasia (hemisfério dominante), desvio conjugado dos olhos. Tronco cerebral (6%): torpor ou coma, tetralogia, paresia, oftalmoplegia ou des- vio conjugado dos olhos, alterações respiratórias. • Sinais de irritação meníngea • Hipertermia de origem central V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Causas: Ruptura de aneurisma (75%) Ruptura de MAV (10%) HAS grave Distúrbios de coagulação (incluindo toxinas exógenas) Indivíduos assintomáticos devem receber investigação, se: • Houver 2 ou mais casos de aneurisma em parentes de 1° grau • Rim policístico • Síndrome de Marfan • Síndrome de Ehlers-Danlos *atenção para cefaleia tipo enxaqueca exclusivamente unilateral e com sintomas focais • Cefaleia satélite Escala de HUNT & HESS I: assintomático, cefaleia discreta, rigidez de nuca leve II: cefaleia moderada a grave, rigidez de nuca, sem déficit exceto paresia de nervos cra- nianos III: sonolência, confusão mental, sinais focais leves IV: torpor, hemiparesia moderada a severa, alterações vegetativas V: coma profundo, rigidez de decerebração Exames complementares: TC de crânio Exame de liquor Angiografia digital encefálica Laboratorial: hemograma, coagulograma, proas de função hepática Eventuais: doppler transcraniano; outros conforme analise clinica inicial e evolutiva Conduta Repouso Cabeceira do leito a 30° Emolientes fecais Antitussígenos Analgésicos: paracetamol ou tramadol Sedação com alprazolan ou clonazepan Nimodipina até 96 horas do ictus: 60 mg de 4/4 horas V.O por 21 dias (hipotensão arteri- al) Heparina profilática 5.-000 ui sc 12/12 horas Hipertensão arterial: enalapril 10 mg 12/12 horas ou captopril 12,5mg 8/8 horas. Se ne- cessário (PAM > de 120 mmHg ou PAS > 180 mmHg: nitroprussiato de sódio EV 0,5- 20mg/kg/min. Inundação ventricular: dexametasona 10mg EV (ataque) e 4 mg 6/6 horas até 10 dias Angiografia cerebral o mais precoce possível V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A AVEH—HEMORRAGIA INTRA-PARENQUIMATOSA Acidente vascular encefálico hemorrágico Cerebelo (10%): ataxia grave, vômitos, progressão com paralisia facial, nistagmo, alte- rações no olhar conjugado e alterações respiratórias e de consciência (EMERGÊNCIA CI- RURGICA) Lobares (10-32%): associadas a anormalidades estruturais/pacientes etilistas, angiopa- tia amiloide (pacientes idosos normotensos) Exames complementares: TC do crânio Laboratorial: hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, glicose Angiografia digital encefálica Outros exames conforme avaliação clínica inclusive evolutiva Conduta Monitoramento cardiológico e pressórico Sedação: clonazepan ou alprazolan Sedação de tosse; emolientes fecais Cabeceira do leito a 30° - 45° Diuréticos osmóticos (manitol) Evitar agentes hipoosmolares Considerar tratamento neurocirúrgico: Hematomas supratentoriais: Glasgow 6 a 12, lesões lobares, entre 30-80 cm3 Hematomas cerebelares: drenagem cirúrgica considerada se SCG<13 ou >4cm Conduta Cirúrgica Decisão individualizada com base em: Condição neurológica Idade Tamanho e localização do hematoma Desejo da família e paciente em relação a medidas heroicas face a doença catastrófica V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Ex: paciente diabético que tem hipoglicemia e convulsiona: distúrbio metabólico. EPILEPSIA Definida como ‘’um distúrbio cerebral caracterizado pela predisposição persistente do cé- rebro para gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas , cognitivas psi- cológicas e sociais desta condição Crises epilépticas: manifestações epilépticas (excessivas e/ou hipersíncronas) usualmente auto limitadas de neurônios cerebrais Prevalência: Variam entre 1,5-5% na população Classificação: CRISES NÃO CLASSIFICAVEIS (não se enquadram nos outros tipos) V A N E S S A L U D W I G CONVULSÃO EPILEPSIA É uma descarga neuronal, paroxística, anor- mal, suficiente para provocar eventos clini- camente detectáveis tanto pelo paciente co- mo por um examinador. Define-se pela recorrência das crises con- vulsivas (pelo menos duas) e pelo fato de serem espontâneas (não provocadas por fe- bre, insultos agudos ao sistema nervoso central ou desequilíbrios tóxico-metabólicos graves) CONVULSÃO FOCAL/PARCIAL CONVULSÃO GENERALIZADA Localizada em uma área cerebral Localizada em todo o córtex cerebral Divididas em: Simples (consciência não é afetada) Complexas (fenômenos neuropsiquiátricos) TIPO MAIS COMUM DE CONVULSÃO EM ADULTOS Primeiras manifestações clinicas indicam o envolvimento inicial de ambos os hemisfé- rios P R 1 N E U R O L O G I A CRISES EPILÉPTICAS FOCAIS Originam-se em redes neuronais limitadas a um hemisfério cerebral, as quais podem ser restritas ou distribuídas de forma mais ampla, para cada tipo de crise, o inicio critico é consistente de uma crise para outra com padrões de propagação preferenciais. O ritmo icatal pode envolver o hemisfério contralateral, mas cada tipo de crise individual tem um local de inicio consiste. *VAI ENVOLVER APENAS UM LADO DO CORPO* CRISES EPILÉPTICAS GENERALIZADAS Originam-se em algum ponto de uma rede neuronal e rapidamente envolvem e se distri- buem em redes neuronais bilateral. Embora algumas crises possam parecer localizadas quando analisadas individualmente, a lateralização não é consistente de uma crise para outra. *ACOMETE OS DOIS LADOS -> SEMPRE ACOMETE A CONSCIENCIA* CRISES FOCAIS EVOLUINDO PARA EPILÉPTICAS BILATERIAS Substitui o termo Crises Secundariamente generalidas CAUSAS Genética A epilepsia , no estado atual de conhecimento , é o resultado direto de um defeito genéti- co conhecido ou presumido no qual as crises são o sintoma fundamental do distúrbio. ¨Estrutural ou metabólica¨ Incluem neste grupo condições estruturais , metabólicas ou doenças associadas ao risco aumentado de desenvolver epilepsia em estudos apropriadamente desenhados. Adquiridas como lesões vasculares, traumáticas e infecciosas.... Malformações do desenvolvimento cortical e outras. ¨Causa desconhecida¨ INVESTIGAÇÃO DE PACIENTE COM EPILEPSIA Depende do contexto clínico, tipo de síndrome, idade, tipos de crises, presença ounão de retardo mental, de doenças associadas, entre outros. Eletroencefalograma (EEG) é fundamental. Oferece sinais de distúrbios epileptiforme cau- sado por disfunção neuronal durante o período em que o paciente está assintomático, isto é , entre as crises (interictal) ou durante o registro das crises (ictal) Neuroimagem: praticamente todos os pacientes com epilepsia devem ser submetidos a exames (RM ou TC), exceto aqueles com formas típicas de epilepsia generalizada primaria (mioclônica juvenil, ausência da infância) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Atenção em especial: Pacientes com inicio de crises recentes Pacientes com alterações focais no exame neurológico Pacientes com epilepsia de difícil controle e com isso candidatos a tratamento cirúrgico (esclerose temporo medial—principal causa de cirurgia) TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Crises epilépticas podem ocorrer em vigência de uma condição transitória e reversível, sendo denominadas crises sintomáticas agudas. Estas crises não necessariamente reque- rem tratamento com DAEs, mas sim controle do fator desencadeante Quando iniciar? Em geral o tto medicamentoso é instituído após uma segunda crise não provocada Quando parar? Em geral a retirada de medicamentos é considerada quando o paciente permanece 2 anos sem crise. Os fatores de risco precisam ser investigados criteriosamente. Em caso de crise congênita: permanece (Carbamazepina, clobazam..) Medicações: V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A EPILEPSIA x CRISES NÃO EPILÉPTICAS PSICOGÊNICAS * grupo mais desafiador* V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Condição adquirida, que representa um decréscimo em relação ao nível cognitivo prévio com comprometimento das funções sociais e funcionais, em geral com memoria e outras funções acometidas. -> Prejuízo cognitivo progressivo -> Interferência na funcionalidade -> Excluir intoxicação -> Excluir delírium CRITÉRIOS PARA DEMÊNCIA (DSM-IV) O desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados por 1 e 2 1. Comprometimento da memória 2. Um ou mais dos seguintes distúrbios: Afasia, Apraxia, Agnosia, Distúrbio das funções executivas. Alterações significativa na atividade social ou profissional, representando declínio. Demência pode ser etiologicamente relacionada a uma condição médica geral, ao efei- to persistente de uso de substância (incluindo exposição a toxinas), ou à combinação desses fatores Os déficits não ocorrem exclusivamente durante episódio de delirium EPIDEMIOLOGIA: Prevalência aumenta com a idade Após 60 anos dobra a cada 5 anos Após 85 anos -> 35-45% Maior em analfabetos Alzheimer: HF + CLASSIFICAÇÃO NOSOLÓGICA: Demência Sem evidência de lesão estrutural -> se torna reversível. Com evidência de lesão estrutural V A N E S S A L U D W I G DEMÊNCIA DEGENERATIVA OU IRREVERSIVEL Alzheimer Corpos de Lewi Demência fronto-temporal DEMÊNCIA NÃO DEGENERATIVA E/OU POTENCIALMENTE REVERSÍVEL Multi infartos: vascular HCF PN P R 1 N E U R O L O G I A Alguns medicamentos podem desenvolver um quadro demencial (Benzodiazepínicos e neurolépticos) Vôzinho com depressão, não confundir! Alteração de marcha, incontinência urinaria, declínio cognitivo– Hidrocefalia (TC-> filatação ventricular); (Lep-test: punção lombar) DOMÍNIOS COGNITIVOS V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A ATENÇÃO Excitação: faz alusão ao nosso nível de ativação e nível de atenção, cansaço/energia Atenção focada: faz alusão à nossa habilidade (atenção à estimulo) Atenção constante: habilidade para se central em um estímulo ou atividade durante um período longo de tempo Atenção seletiva: habilidade para se centrar em um estímulo ou atividade na presença de outros estímulos que desviam a atenção Atenção alternada: a habilidade para alterar a atenção focada entre dois estímulos Atenção dividida: a habilidade para se central ou prestar atenção a diferentes estímulos ao mesmo tempo TESTES LINGUAGEM-> Atenção-> Memória e aprendizagem-> função executiva-> cognição social MEEM: avalia atenção, memória, linguagem MOCA: para quem faz psicotécnico Bateria breve de imagens Teste do relógio Fluência verbal MEEM BATERIA BREVE MOCA RASTREIO LABORATORIAL OUTROS V A N E S S A L U D W I G Hemograma e VHS TSH, T4 Vitamina B12 VDRL, FTA-Abs HIV Ureia, Creatinina, Na+, K+, Ca+ TGO, TGP, função hepática TC/ RM Avaliação neuropsicológica LCR (liquor) EEG (eletroencefalograma) PET TC (função/metabolismo cerebral) P R 1 N E U R O L O G I A DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS OU IRREVERSÍVEIS Causa mais comum: Alzheimer 60-80% Caracteriza-se: Inicio insidioso de comprometimento da memória (déficit de aprendizado e de novas tarefas) seguido de alterações das funções executivas, visoconstrutivas e de linguagem Normalmente > 65 anos Tentativas de uniformizar diagnóstico: necessita mais estudos Exames de sangue PET RM Diagnóstico clínico DOENÇA DE ALZHEIMER Prevalência aumenta com a idade 10% > 70 anos 23,4% > 85 anos Atrofia*** (fissura subiana) Atrofia aumenta espaço? Aumenta sulcos? ANATOMOPATOLÓGICO: atrofia cortical (temporal mesial—hipocampo e entorrinal) e placas senis e emaranhado neurofibrilares Fisiopatologia: placas neuríticas beta-amiloide, emaranhados neurofibi- lares de proteína tau e atrofia cortical -> Lobos temporais mesial V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Diagnóstico diferencial: Doença tireoidiana (lembrar sempre da tireoide—paciente hipo -> hipoativo) Deficiência de vitaminas: alcoolismo, deficiência de B12 Tumor cerebral Demência fontotemporal: alterações comportamentais sem significativa alteração da memória Intoxicação exógena: epilepsia, depressão, ansiedade, insônia Infecção crônica Hidrocefalia de pressão normal: distúrbio precoce da marcha Depressão Doença de Creutzfeldt-Jackob: progressão rápida, ataxia, rigidez, mioclonia V A N E S S A L U D W I G FASE INICIAL • Perda de memória • Problemas cognitivos Localização (perde-se) Funções prejudicadas no trabalho e em casa Finanças FASE INTERMEDIARIA: incapacidade • Perde-se com frequência • Não consegue trabalhar • Necessita supervisão diária • Comportamento, boas maneiras e rotinas diárias assim como fala superficial podem estar preservados • Linguagem: prejudicada -> capacidade de compreensão, fluência • Apraxias: comer, vestir-se, copiar figuras geométricas, adivinhações simples, calculo simples, horário. FASE AVANÇADA • Vagam a esmo • Incapacidade de discernimento e raciocínio • Alucinações e delírios • Perda das inibições • Alterações do padrão de sono e vigilia Tornam-se rígidos, mudos, incontinentes e confinados ao leito P R 1 N E U R O L O G I A DEMÊNCIA DE INÍCIO PRECOCE Antes dos 65 anos (pré senil) Investigação ampla (causas reversíveis) Prevalência mais baixa (DA>DV>DLFP) Terapia cognitiva comportamental (TAG) -> diminui em 50% as recaídas (depressão) EXAME FÍSICO: Mini exame do estado mental MOCA IMAGEM: RM: atrofia temporal PET-TC com fluordeoxiglicose: hipometabolismo temporo-parietal posterior TRATAMENTO: Estímulo cognitivo Anti colinérgicos: Donepezila: 5-10mg/d Memantina: 5mg/d Aumentos 5mg/d por semana Recomendado: 10 mg 12/12h Reação medicamentosa*** = importância de usar cada fármaco individualmente DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY Segunda causa de demência degenerativa Normalmente afeta > 75 anos • Frequência de 15-20% (necropsia) / Prevalência 3-30% Características histopatológicas:corpos de Lewy intracelulares e neuritos de Lewy com presença abundante de placas senis e esparços novelos neurofibrilares Perfil cognitivo mescla características corticais e subcorticais: quadro de parkisonismo +/- 1-1,5 anos após os sintomas iniciais de declínio cognitivo (precoce) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Critérios DIAGNÓSTICOS: Parkinsonismo espontâneo Alucinações visuais Disfunção visuoespacial Distúrbios do sono REM Flutuação cognitiva (melhora e piora, melhora e piora) 1 = diagnóstico possível 2 = define o diagnóstico PARKINSONISMO ESPONTÂNEO ATÍPICO Bradicinesia e rigidez simétrica com pouco ou nenhum tremor Menor resposta a L-dopa2: se o paciente tem Parkinson responde bem ao dopa. Na demência de Parkinson é necessário pelo menos 1 ano entre o início das alterações parkinsonianas e o das alterações cognitivas; um intervalo menor sugere DCL (demência) Flutuação cognitiva: Critério principal e mais prevalente 90% Variações pronunciadas na atenção e nível de consciência Geralmente períodos curtos (minutos, horas, mas até semanas) Sonolento e só desperta com estímulos vigorosos diferenciar de delirium e do fenômeno do por do sol Atenção!!! Na demência sempre tem os sintomas dos sentidos cognitivos antes do sintomas de Parkinson No Parkinson tem sempre os sintomas de Parkinson primeiro e depois os declínios cognitivos Alucinações visuais: Recorrentes, bem estruturadas, detalhadas e em fase inicial (Alzheimer normalmente não tem ou se tiver é em fase tardia) Critérios secundários: Quedas recorrentes Alterações do sono e do comportamento Síncopes Sensibilidade aos neurolépticos e benzodiazepínicos Outros tipos de alucinações V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A DEMÊNCIA FRONTO-TEMPORAL Degeneração lobar fronto-temporal Grupo heterogêneo clinicamente e neuropatológico—3 subgrupos Prevalência: 10% (30-50% HF +) Pré-senil (< 65 anos) Idade de início 45-65 anos (idade mais precoce) Sobrevida: 8-10 anos AFASIA E ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS Perda das inibições (quer sair pelado), compulsões Tarefas de construção, cópia e cálculo menos afetadas no início. RM: atrofia frontal e temporal * Atrofia focal das porções anteriores do cérebro PREDOMINA ALTERAÇÃO COMPORTAMENTAL -> vcDLFT (atrofia bifrontal) Atrofia bifrontal Sintomas insidiosos com mudança da personalidade e comportamento interpessoal Alterações dos hábitos alimentares Raro delírios PERDA PROGRESSIA DAS HABILIDADES LINGUÍSTICAS -> demência semântica Atrofia temporal anterior Início dos sintomas 55-70 anos Caracterizada por distúrbio da linguagem fluente Perda progressiva da linguagem falada, levando à anomia e a dificuldade de compreensão de palavras Após 2-3 anos sintomas comportamentais AFASIA PROGRESSIVA NÃO FLUENTE (APNF) Atrofia perisilviana no HD Idade média: 63 anos Sintomas iniciais: redução na produção de palavras Redução do comprimento das frases Dificuldade de articulação V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A DOENÇA DE PICK Termo usado para doença fronto temporal Usado apenas como diagnóstico anatomopatológico: Gliose, perda neuronal e neurônios tumefactos ou em balão, com inclusões citoplasmáti- cas que se coram pela prata Autossômica dominante: Cromossomo 17 Gene Tau TRATAMENTO DA DLFT Inibidores da recaptação da serotonina: Trazadona Antipsicóticos: Quetiapina Controverso: Anticolinérgicos (Donepezila) e Memantina DEMÊNCIAS NÃO DEGENERATIVAS E/OU POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS Doença vascular cerebral = Demência por múltiplos infartos + Encefalopatia ateroscleróti- ca + Doença de Binswanger Prevalência de 50% Forma mais prevalente das demências secundárias Mais prevalente em países onde o controle dos fatores de risco é escasso Comprometimento cognitivo vascular * Outras causas não degenerativas: Pós trauma Pós infecciosa Carências vitamínicas Causas metabólicas -> Paciente hipertenso, DM, obeso, sedentário e teve vários infartos -> entupimento -> comprometimento cognitivo vascular Reversíveis: 5-47% Metabólicas, tumores, HCF obstrutiva, HSD crônico, infecções, condições toxicas, doenças sistêmicas, vasculites, insuficiência hepática, depressão, hipovitaminoses DEMÊNCIA VASCULAR = COMPROMETIMENTO COGNIITVO VASCULAR Mais prevalente das demências secundárias Doença vascular cerebral = demência por múltiplos infartos -> comprometimento cogniti- vo vascular V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Múltiplos infartos -> infarto lacunar Prevalência de 50% Mais prevalente em países onde o controle dos fatores de risco é escasso (da HAS, DM, dislipidemia) -> Cérebro em risco Perda das funções cognitivas: Afasia, agnosia, apraxia, disfunção executiva Interferência na vida diária Resultado de doença cerebrovascular isquêmica ou hemorrágica ou de distúrbios cardio- vasculares ou circulatórios AVC lacunar é o tipo de infarto cerebral mais comum Déficits neurológicos, Babinski HPP: HÁS, DM, Ateromatose microangiopatia Imagem: RM: múltiplas áreas de infarto Diagnostico diferencial: Leucoaraicose (anormalidade da substancia branca subcortical bi- lateral) DOENÇA DE BISNWANGER (Comprometimento cognitivo vascular subcortical) Provável diagnóstico: Demência Doença cerebrovascular Relação entre demência e doença cerebrovascular (Inicio após 3 meses do AVC / Dete- rioração abrupta / Flutuações, deterioração em degraus) Características clínicas compatíveis (Alteração precoce de marcha/ Desequilíbrio e quedas frequentes / Sintomas urinários (não urológicos) / Paralisia pseudobulbar / Al- terações de personalidade / Déficits subcorticais V A N E S S A L U D W I G FATORES DE RISCO FATORES PROTETORES Homem AVC prévio Transtornos aterogênicos Ingestão de gorduras Alta escolaridade Exercício físico Não há evidencia cientifica de que suple- mentação vitamínica ou ingesta de peixes ou ômega 3,4 P R 1 N E U R O L O G I A Manifestações clínicas: inicio sutil e progressão lenta Confusão leve Apatia Alterações de personalidade: euforia, agressividade, excitação e déficit de memoria 50% alteração de marcha Mais tarde: incapacidade de discernimento e dependência de outras pessoas Tratamento das causas subjacentes: HAS, DM, Ateromatose Baixa probabilidade de recuperação das funções cognitivas perdidas Podem ser usados anticolinérgicos e antidepressivos inibidores da recaptação da serotoni- na DEMÊNCIAS NÃO DEGENERATIVAS E/OU POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS: HCF PN Rara 0,2-3% > 65 anos 50% fator predisponente (trauma, hemorragia) Fisiopatologia: dilatação ventricular desproporcional ao grau de atrofia Potencialmente reversível Quadro clinico: alteração da marcha, cognição e incontinência urinaria QUESTÕES V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A As síndromes parkinsonianas estão entre as condições neurodegenerativas mais frequen- tes São classificadas entre os transtornos do movimento ou as doenças extrapiramidais e constituem uma das causas importantes de morbidade e de incapacidade É o segundo tipo mais frequente de transtorno do movimento Constitui a principal causa de Parkinsonismo em estudos epidemiológicos e correspondem a 40-75% de todas as causas de OS Não se conhece a causa da DP, de modo que ela também é chamada de OS primário ou DP idiopática É primariamente um estado patofisiológico resultante de uma disfunção dos sistemas do- paminérgicos do SNC. A disfunção pode ser causada por envolvimento de neurônios dopaminérgicos da Subs- tância Negra ( Nigra) por várias doenças, perda de neurônios de Estriado , que recebem inputsda Substância Nigra ou desordem metabólicas ou agentes farmacológicos que com- prometem a neurotransmissão dopaminérgica nos gânglios da base. PARKINSONISMO OU SÍNDROME PARKINSONIANA CRITÉRIOS : Presença de pelo menos 2 entre 4 sinais cardinais: Bradicinesia (lentificação dos movimentos) Tremor (habitualmente em repouso, mas pode ser postural ou cinético) Rigidez (aumento do tônus simétrico, tanto na extensão quanto na flexão do membro) Instabilidade postural (dificuldade na manutenção do ortostatismo, com ocorrências de quedas. Parkinsonismo secundário: • Induzido por drogas • Vascular • Pós-TCE • Pós tumor cerebral • Por intoxicação exógena • Por distúrbios metabólicos (hipoparatireoidismo) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Parkinsonismo atípico ou síndrome ‘’’Parlinson-plus’’ • Paralisia supranuclear progressiva (PSP) • Atrofia de múltiplos sistemas (MAS) • Degeneração corticobasal (DCB) • Demência com corpos de Lewvy (DCL) Parkinsonismo idiopático Paralysis Agitans É o protótipo do parkisonismo e é de longe o tipo mais comum, afetando cerca de 1% da população com idade acima dos 50 anos. A doença inicia insidiosamente e progride lentamente por um tempo variável de 10-20 anos até culminar com uma invalidez severa V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Apresentação clínica típica O curso clínico da doença em casos não tratados pode ser dividido em 5 estágios Estágio 1 • Doença leve normalmente unilateral • Sintoma inicial mais comum é um tremor no membro superior em repouso • A tríade clássica de Parkinsonismo (tremor, rigidez e acinesia) também pode acometer o membro inferior • Exame já aparece: perda destreza dos movimentos da mãe, disdiadococinesia, micro- grafia Estágio 2 • Envolvimento bilateral com alterações /modificações posturais • A medida que a doença gradualmente torna-se bilateral o paciente passa a assumir uma postura inclinada para frente ao ortostatismo e ao caminhar • Movimentos realizados inconscientemente tais com o balançar os braços ao caminhar, expressões /mímica facial tornam –se reduzidos • Alguns pacientes já começam a gradualmente abandonar o emprego, se afastar de eventos sociais e apresentar desinteresse . Depressão reativa começa aparecer. En- tretanto, incapacidade física ainda é mínima /pequena Estágio 3 • Distúrbio de marcha pronunciado e moderada incapacidade generalizada • O inicio de propulsão ou retropulsão reflete comprometimento de reflexos posturais e marca o início do 3* estágio • Os passos tornam-se mais rápidos e curtos e devido retropulsão e propulsão as quedas passam a ser frequentes assim como paradas súbitas • Paciente passa a ter dificuldade pra se vestir sozinho e realizar pequenas e simples ta- refas Estágio 4 • Incapacidade significante • Depois de alguns ano com a progressão da doença o paciente necessita assistência pa- ra atividades da vida diária e já não é possível ou capaz de viver sozinho. Quedas fre- quentes, comprometimento motor . O tremor pode diminuir , porém a rigidez e bradi- cinesia aumentam. Estágio 5 • Invalidez completa • O paciente torna-se severamente rígido e bradicinético. Já não consegue permanecer de pé e/ou caminhar. • Fácies fica sem expressão, fala monótona, intelegível V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A • Disfagia severa e perda de saliva pela boca, devido boca aberta e deglutição espontâ- nea comprometida • Alimentação torna-se difícil e aumento propensão para infecções, desidratação e efei- tos da imobilidade e caquexia TRATAMENTO Objetivo: repor os estoques de Dopamina no gânglios da base (Corpo estriado) A Dopamina não pode cruzar a barreira hemato encefálica, portanto a terapia consiste em utilizar seu precursor metabólico, Levodopa, a qual cruza a barreira. A Levodopa é absorvida no intestino delgado e rapidamente é convertida para dopami- na pela enzima Dopa descarboxilase . A Levodopa é o tratamento mais efetivo atualmente disponível para tratar D. Parkin- son, porém não é efetiva em Parkinsonismo secundário ou Parkinsonismo iatrogênico induzido por bloqueio dos receptores de Dopamina. Dopa descarboxilase exerce um papel crucial na terapia com Levodopa. Se a atividade dessa enzima é aumentada nos tecidos periféricos, como por exemplo , na coadminis- tração de Vitamina B6 ( piridoxina) , um cofator para dopa descarboxilase , os efeitos da levodopa são totalmente abolidos O tratamento da Doença de Parkinson é apenas sintomático , já que nenhuma droga existente se mostrou eficaz em alterar a história natural do Parkinsonismo Sendo a deficiência de dopamina o principal problema bioquímico da DP, o tto com a Levodopa é o mais eficaz em virtude da sua conversão para esse neurotransmissor . Existem duas enzimas principais envolvidas na degradação da Levodopa: A dopadex- carboxilase periférica (DDC) e a catecol-O-Metiltransferase ( COMT). A associação de inibidores da DDC – Carbidopa ou benserazida, em combinação com a Levodopa impedem a sua conversão em dopamina na corrente sanguínea, reduzindo efeitos colaterais periféricos ( náuseas, vômitos, tonturas) permitindo que maiores do- ses de Levodopa cruzem a barreira hemato encefálica e sejam convertidas em dopa- mina no cérebro. Complicações do uso da Levodopa: Encurtamento da duração do efeito (wearinf off) Acinesia matinal ou noturna, o fenômeno on-off (período sob efeito da medicação—on, alternando com períodos sem efeito—off ) e o bloqueio motor ou congelamento (freezing), o que acomete usualmente as pernas, durante a marcha. V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Devido oscilações/flutuações relacionadas a levodopa surgem as hipercinesias, os movi- mentos anormais involuntários, coreiformes ou distônicos, sendo denominados discinesi- as. Pico de dose -> período ON—coreiformes Períodos OFF –distônicos Fisioterapia Devido aos sintomas motores da doença , há comprometimento progressivo das funções do paciente , o que pode ser minimizado e recuperado pela associação da intervenção fi- sioterapêutica ao tratamento medicamentoso Fonoaudiologia Da mesma forma, a fonoaudiologia apresenta importância nos casos em que a hipofonia tem repercussão funcional ou quando há engasgos, sugerindo a possibilidade de disfagia, com risco de aspirações. Outros profissionais da área de saúde também podem auxiliar nas medidas de intervenção dos pacientes com DP, de acordo com as necessidades e as prioridades de cada caso, co- mo o terapeuta ocupacional, o neuropsicólogo e o nutricionista. V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A Um dos principais motivos para buscar avaliação médica Cefaleia primária x Cefaleia Secundária (sinais de alarme para outras patologias— tratamento específico) 80-90% da população brasileira terá pelo menos um tipo de cefaleia ao longo da vida Por que ocorre a dor? • Estimulação de nociceptores periféricos devido a lesão tecidual, distensão visceral e outros fatores • Vias produtoras de dor danificadas ou ativadas indevidamente (SNP ou SNC) * vasos intracranianos, dura mater, núcleo trigemio, tálamo, hipotálamo, córtex Avaliação: V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A * pela manhã: gravidade + líquor (produção de líquido noturna) = Pressão V A N E S S A L U D W I G Características Semiológicas Cefaleia Primária Cefaleia Secundária Frequência da Dor Cefaleia intercalada com períodos assintomáticos Cefaleia contínua sem períodos assintomáticos Lateralização Bilateral ou unilateral Mais comum unilateral Horário do dia Qualquer horário do dia Mais comum/intensa durante o sono Presença de sinais clínicos Pouquíssimos sinais Exame neurológico pode apre- sentarvários sinais Perda de peso Nunca Dependendo da etiologia muito comum. Início da dor A dor começa lenta com piora progressiva da inten- sidade A dor começa já forte (menos de 60 segundos atinge seu pico de intensidade) conhecida com cefaleia padrão Thunderclap (Ex. aneurisma cerebral) Idade de início Geralmente iniciam antes dos 40 anos Qualquer idade, início após os 60 anos é altamente sugestivo de cefaleia secundária Padrão de evolução A cefaleia mantém sua in- tensidade durante suas cri- ses A cefaleia tende a piorar pro- gressivamente aumentando a sua intensidade *RM P R 1 N E U R O L O G I A DIAGNÓSTICO: Clínico (97% pela história da dor de cabeça) (2,7% pelo exame físico) (0,3% por exames) RED FLAGS *** • Cefaleia de início súbito • Primeira dor de cabeça forte • ‘’Pior" dor de cabeça de todos os tempos • Vômitos que precedem a dor de cabeça • Piora subaguda ao longo de dias ou semanas • Dor induzida por flexão, levantamento, tosse • Dor que perturba o sono ou se apresenta imediatamente ao acordar • Doença sistêmica conhecida • Início após os 55 anos • Febre ou sinais sistêmicos inexplicáveis • Exame neurológico anormal • Dor associada à sensibilidade local, por exemplo, região da artéria temporal Cefaleia secundária: febre, perda de peso e claudicação da mandíbula ou ao mastigar MENINGITE Cefaléia aguda, intensa, com rigidez de nuca e febre Pode ter algumas características migranosas (fotofobia, dor pulsátil, náuseas) Diagnóstico: pela suspeita clínica e avaliação liquórica 3 testes de vibração meníngea: Brudzinski, Teste de rigidez de nuca, Kerning V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A HEMORRAGIA INTRACRANIANA • Hemorragia subaracnóide Causa mais comum: Trauma Dor de cabeça súbita, máxima dor <1min (até 5 min), rigidez de nuca Rotura de aneurisma TC; líquor (até 7 dias) *déficit motor, alteração de par craniano.. • Hemorragia intraparenquimatosa Causa mais comum: hipertensão Cefaleia geralmente bem localizada + déficit focal Malformação arteriovenosa AVC hemorrágico * perda de consciência.. TUMOR CEREBRAL Cefaleia continua, profunda, piora com esforço ou mudança de decúbito, náuseas Pode ser parecida com as características migranosas Nova cefaleia em pacientes com tumor -> metástase? Carcinomatose meníngea? Perda ponderal (CA estômago, pâncreas), outros sinais sistêmicos, alteração neurológica focal (geralmente progressiva) Ressonância com lesão temporal esquerda (corte axial) * PENSAR em metástase (50%) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A ARTERITE TEMPORAL (células gigantes)/ Horton Doença inflamatória. Vasculite crônica granulomatosa sistêmica. Acomete artérias de grande e médio calibre. Notadamente os ramos extracranianos das carótidas Circulação carotídea extracraniana Idosos: > 70 anos (M>H) Cefaleia (em pontadas, maior tensão no escalpo, unila- teral ou bilateral) Polimialgia reumática, claudicação de mandíbula, febre, perda de peso, perda visual VHS aumentado, biópsia artéria temporal Tratamento: corticoides CEFALEIA PÓS-INFECCIOSA OU TRANS-INFECCIOSA Mais comum Durante ou após uma infecção sistêmica ou localizada (COVID) Cefaleia de leve a moderada intensidade, holocraniana, em aperto, pode haver piora com movimentação e esforço Tratamento: infecção de base, analgésicos ENXAQUECA Cefaleia primária Alta prevalência (15% M; 6% H) Elevado impacto sob a qualidade de vida Alto absenteísmo laboral/educacional Alta sensibilidade a estímulos ambientais e sensitivos V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A FISIOPATOLOGIA Disfunção dos sistemas de controle sensitivos monoaminérgicos localizados no tronco en- cefálico e hipotálamo Ativação celular no núcleo trigeminal Liberação de neuropeptídeos vasoativos (CGRP) Projeções para tálamo e hipotálamo 5HT – serotonina (triptanos) Dopamina – desregulação (bocejo, náusea) Genética – migrânea hemiplégica familiar DIAGNÓSTICO Náusea Vômito Fotofobia FASES DA MIGRÂNEA/ENXAQUECA 1– PRODROME (6-48 horas) *quando percebe-se* 2– AURA (1 hora) antes da dor (náuseas, vômitos, alteração visual, tontura) 3– CEFALÉIA / geralmente: Enxaqueca (4-72 horas) Cefaleia do tipo tensional: 30min-7 dias (em aperto) Cefaleia trigemino-autonômica: 2 min-180min (lacrimejamento, hiperemia ocular) Sintomas associados: vômito, fotofobia, fonofobia 4– RECUPERAÇÃO (1-72 horas) V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A PRODROMO (6-48 horas) AURA (5-60minutos) Fenômeno neurológico focal que antecede ou acompanha a dor de cabeça; Sensorial, Motora ou de linguagem Escotomas visuais (tristeza), escotomas cintilantes ou fosfenos, DOR DOR: Inicia leve e atinge sua intensidade máxima entre 15-60 minutos Intensidade moderada a grave; 4-72 horas; exceto na população pediátrica: 1-72 horas Thunderclap: + aguda; inicia rápido Enxaqueca: inicio gradual V A N E S S A L U D W I G Psicológicos Neurológicos Sistêmicos Depressão Fotofobia Rigidez de Nuca Euforia Fonofobia Calafrios Irritabilidade Hiperosmia Polaciúria Inquietude - Anorexia Lentidão Mental - Diarréia/Constipação Hiperatividade - Retenção Hídrica Fadiga - Compulsão Alimentar Sonolência - HIPOTÁLAMO CORTICAL HIPOTÁLAMO/DOPAMINA P R 1 N E U R O L O G I A LOCALIZAÇÃO SINTOMAS ASSOCIADOS • Náuseas e vômitos • Fotofobia • Osmofobia • Fonofobia • Tontura • Alodinia: sensibilidade da pele FASE PÓS-DRÔMICA • Dificuldades de Concentração • Sensação de cansaço • Irritabilidade • Euforia • Fraqueza e dores musculares • Anorexia • Aumento do apetite V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A TRATAMENTO AGUDO Individualizado conforme dor e sintomas associados • DOR LEVE A MODERADA Analgésicos simples Paracetamol (até 750mg 6/6h), dipirona (até 1g 6/6h) Anti-inflamatórios não esteroidais Naproxeno 500/550mg 12/12h Cetoprofeno 100mg 12/12h (ou 150mg/dia) Ibuprofeno até 600mg 8/8h Opióides – benefício pequeno (baixo nível de evidência – não recomendados de roti- na/ NÃO USAR) • DOR MODERADA A INTENSA Triptanos Ação rápida – rizatripano, sumatriptano Ação prolongada – naratriptano Em associação com analgésicos e/ou anti-inflamatórios Terapia endovenosa Dor intensa >24h de dor Muita náusea e vômitos Analgésicos, anti-inflamatórios, anti-eméticos Refratários: corticóides, clorpromazina Anti-eméticos Domperidona (até 10mg 8/8h) Metoclopramida (até 10mg 8/8h) Ondansetrona (até 8mg 8/8h) Isolados ou em associação ao tratamento da dor V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A TERAPIA PROFILÁTICA • Candidatos: Alta frequência de crises (≥4/mês) Baixa/sem resposta a terapias agudas Crises incapacitantes Duração por 6 a 12 meses a partir da melhora clínica Alguns casos necessitam por mais tempo • Probabilidade de sucesso – 50% (cada medicação) V A N E S S A L U D W I G MEDICAÇÃO DOSE EFEITOS COLATERAIS BETA-BLOQUEADORES PROPRANOLOL 40-120MG 2X/DIA CANSAÇO, SINTOMAS POSTURAIS, CONTRAINDICADO NA ASMA METOPROLOL 25-100MG 2X/DIA IDEM TIMOLOL 20-60MG/DIA IDEM NADOLOL 20-160MG/DIA IDEM ANTIDEPRESSIVOS AMITRIPTILINA 10-75MG A NOITE SEDAÇÃO NORTRIPTILINA 10-75MG A NOITE IDEM VENLAFAXINA 37,5-225MG/DIA NÁUSEA, TONTURA, INSÔNIA MEDICAÇÃO DOSE EFEITOS COLATERAIS ANTICONVULSIVANTES TOPIRAMATO 25-200MG/DIA PARESTESIAS, ALTERAÇÃO COGNITI- VA, PERDA DE PESO, NEFROLITÍASE, GLAUCOMA VALPROATO 250-1000MG 2X/DIA SEDAÇÃO, TREMOR, ALOPECIA, TE- RATOGÊNICO GABAPENTINA 600-3600MG/DIA SEDAÇÃO, TONTURA OUTRAS CLASSES FLUNARIZINA 5-15MG 4X/DIA SEDAÇÃO, GANHO PONDERAL, PAR- KINSONISMO, TONTURA CANDESARTANA 4-24MG/DIA HIPOTENSÃOERENUMAB 70-140MG/MÊS APLICAÇÃO, CONSTIPAÇÃO MIGRÂNEA CRÔNICA TOXINA BOTULÍNICA A 155U EFEITOS DA APLICAÇÃO P R 1 N E U R O L O G I A V A N E S S A L U D W I G NUTRACÊUTICOS DOSE EFEITOS COLATERAIS COENZIMA Q10 300MG/DIA NÁUSEA, DIARRÉIA CITRATO DE MAGNÉSIO 400-600MG/DIA DIARRÉIA RIBOFLAVINA 400MG/DIA POLIÚRIA, URINA AMARELADA CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL Cefaleia primária mais comum (14-78%) Pode ser episódica ou crônica Bilateral, ‘’em faixa’’ ‘’Livre’’ de sintomas associados (fotofobia, náuseas) Fisiopatologia: Desordem na regulação central da dor/ maior tensão muscular? Bilateral ‘’cinta’’ ao redor da cabeça Não piora com atividade física rotineira Ausência de náuseas (exceto na dor intensa)/ Foto ou Fonofobia Dor irradia-se do crânio para baixo, para o pescoço ou para a região da articulação temporo-mandibular Dolorimento craniano Dor em pressão ou aperto/ Duração de 30 minutos até 7 dias P R 1 N E U R O L O G I A INTENSIDADE MODERADA TRATAMENTO CEFALEIAS TRIGEMINO-AUTONÔMICAS Cefaleia estreitamente unilateral Manifestações autonômicas: Lacrimejamento, infeção conjuntival, congestão nasal, plenitude auricular, DOR é do tipo excruciante (muito forte). Dor cíclica (circadiana e circanual) TIPOS: Cefaleia em salvas/ Hemicrânia paroxística/ Hemicrânia contínua / SUNCT / SUNA V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A APRESENTAÇÃO CLÍNICA: Localização: Retro-orbital; Supra-orbital: temporal, mandíbula, dentes superiores e inferiores, ouvi- do, nariz, pescoço, ombro. Padrão: unilateral (30% podem alternar) • Início Desconforto vago -> piora até dor excruciante 86% dos pacientes apresentam sua intensidade máxima ao final de 9 minutos DIFERENTE DAS CEFALÉIAS “THUNDERCLAP” • Manutenção Dor excruciante ou apresenta discretas flutuações • Final Abrupto e com rápida diminuição da intensidade Alguns mantêm desconforto leve entre crises SINTOMAS AUTONÔMICOS Congestão nasal e ocular, hiperemia Comportamento durante uma crise: 68-93% dos pacientes ficam inquietos, são incapazes de sentar-se ou deitar-se Os pacientes comprimem o local da dor, colocam gelo ou água quente sobre o ponto Raros casos de violência têm sido descritos, como bater a cabeça contra a parede. Alguns pacientes se suicidam durante uma crise, motivo pelo qual esta cefaléia é de- nominada de CEFALÉIA SUICIDA V A N E S S A L U D W I G P R 1 N E U R O L O G I A TRATAMENTO V A N E S S A L U D W I G ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO 2° causa de morte no mundo (associado a eventos coronarianos)/ DATASUS: 1° causa de morte no BR Incidência dobre a cada década de vida após os 55 anos AVC OBSTRUTIVO/ISQUÊMICO: Trombose (aterosclerose) principal causa/ Embolia/ Dissecção/ Arterite/ Compressão/ Malformação AVC HEMORRÁGICO: parenquimatoso ou subaracnóideo/ Causas: micro aneurisma (intraparenquimatoso) Trauma/aneurisma (subaracnóideo)/ Malformação/ Discrasia Fatores de risco: quando não modificáveis: Idade (55anos); Raça negra e asiática, masculino, fatores genéticos/ Quando modificáveis: HAS (6x), DM (4x), Tabagismo, alcoolismo, dislipidemia/ Quando tratáveis: Fibrilação arterial (17x), estenose de carótidas, condições hemorrágicas Clínica: Alteração da consciência, déficit neurológico focal (perda de movimento local), cefaleia severa Excluir: trauma, encefalopatia, alteração psiquiátrica, infecções do SNC. Diagnóstico clínico + TC • Garantir ao paciente via área livre, monitoramento, via venosa adequada NIHSC (escala de avaliação de AVC)/ trombólise =/+ 16 ESCORE ICH (avc hemorrágico) AVEI (obstrução) Classificação: ataque isquêmico transitório, déficit neurológico isquêmico reversível, infarto (trombo, embólico, lacunar (HAS), em evolução..) trombose venosa central (seios) Etiologia: arteriosclerose (50%), microangiopatia (25%), origem cardíaca (20%). Fatores que cooperam: hiperlipemia, HAS, tabagismo, AIT prévio Sinais e sintomas (carotidiano): apraxia, paralisia, paresia, disartria, hemianopsia, alexia, agrafia, acalculia, afasia, amaurose fugaz (AIT), hipoestesia, parestesia. Negligência do lado não afetado. Sinais e sintomas (vertebro-basilar): dismetria, paralisia, parestesia, cegueira cortical, hipoestesia, parestesia, vertigem, ataxia, nistagmo, diplopia, disartria, disfonia, disfagia. Exames: TC de crânio. Laboratoriais: hemograma, creatinina (função renal). Cardiológico: doppler de carótidas e eletrocardiograma Conduta 1: manter via área livre, via venosa adequada, temperatura ideal, glicemia abaixo de 160, com insulina regular Conduta 2: AAS, temperatura ideal, sedação se necessário, heparina profilática Conduta 3: manejo da pressão arterial: > 220/120 ou em caso de isquemia miocardia, IR, IC descompensada e dissecção de aorta/ Em caso de trombólise: menor que 185/110 TROMBÓLISE: 18-80 anos/ início do quadro < 4,5horas, TC sem edema, efeito-massa, apagamento de sulcos, hemorragias). Exclusão: sangramento, uso de ACO, plaquetas < 100.000/ glicemia < 50 ou > 400, IAM recente (entre 24horas e 21 dias), crises convulsivas, trauma craniano nos últimos 3 meses, AVEI com poucos sintomas. AVEH subaracnóideo Mulheres negras/ Tabagismo, abuso de drogas estimulantes, HAS Chance de ruptura (75%): até 3mm (mínimo) de 5-10mm (expressivo) maior que 10mm (muito alto) *maior que 7mm ou com sangramento: CIRURGIA Sinais e sintomas: cefaleia, nucalgia, náuseas, vômitos, redução da consciência, sinais focais (paralisia do III par), sinais de irritação meníngea, hipertermia. ESCALA DE FISHER: 3 (maior vasoespasmo) ESCALA de Hunt&Hess: I: assintomático, cefaleia discreta, rigidez de nuca leve/ II: cefaleia moderada a grave, rigidez de nuca, sem déficit excesso paresia de nervo craniano/ III sonolência, confusão mental, sinais focais leves/ IV: torpor, hemiparesia moderada a severa, alterações vegetativas/ V: coma, rigidez de decerebração Exames: TC de crânio/ Exame de liquor/Doppler Hemograma, função hepática/ coagulograma/Angiografia cerebral + PRECOCE possível Conduta: repouso, cabeceira do leito 30°, antitussígenos, analgésicos, sedação se necessário, HAS, heparina profilática, angiografia AVEH intraparenquimatoso Sinais e sintomas: cefaleia LOCALIZADA, nucalgia, náuseas, vômitos, redução da consciência, sinais focais (paralisia do III par): Gânglios da base (50%), Lobares (10-32%), Cerebelo (10%) *EMERGÊNCIA, tronco cerebral (6%) *Origem HIPERTENSIVA (microaneurisma) Exames: TC de crânio/ Hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, glicose/Angiografia cerebral + PRECOCE possível CONDUTA: monitorar coração e pressão, sedação, sedação da tosse, cabeceira 30-45°, diuréticos, evitar agentes hipoosmolares, considerar tto cirúrgico (Glasgow 6 a 12, lesões lobares, hematoma para drenagem cirúrgica/ verificar idade, condição neurológica, tamanho e localização do hematoma, desejo da família e paciente EPILEPSIA Recorrência de crises convulsivas (pelo menos 2) e pelo fato de serem espontâneas FOCAL/PARCIAL: uma área cerebral/ simples (consciência não afetada) complexa (fenômeno neuropsiquiátrico) *MAIS COMUM CONVULSAO EM ADULTOS/ APENAS UM LADO GENERALIZADA: todo o córtex cerebral/ ACOMETE OS DOIS LADOS * sempre acomete a consciência Causas: genética, estrutural/metabólica (malformação, trauma, infecções)/ desconhecida GRUPO MAIS DESAFIADOR: CRISES PSICOGÊNICAS INVESTIGAÇÃO DE PACIENTE: Clínica? Tipo de síndrome? Idade? Tipo de crise? Retardo mental? Doenças associadas? EEG (é fundamental) durante período assintomático (entre crises ou durante registro das crises) NEUROIMAGEM: TODOS = TC/RM, exceto aqueles com epilepsia generalizada (mioclônica juvenil, ausência da infância) Atenção: paciente com início de crises recentes/ alterações focaisno exame neurológico/ paciente com epilepsia de difícil controle (esclerose temporo medial – epilepsia do lado temporal) principal causa de cirurgia TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Crises sintomáticas agudas (não necessitam de tratamento com DAEs) mas sim, controle do fator desencadeante TTO iniciado após segunda crise NÃO provocada. Retirada somente quando o paciente permanece 2 anos sem crise. *investigar fatores de risco Crise congênita: não retirar medicação*** Valproato/ácido valpróico: episódios mioclônicos, crise do tipo ausência não usar: mulheres em período fértil, obesos e idosos. DOENÇA DE PARKINSON Transtornos do movimento ou doenças extra-piramidais (Causa importante de morbidade e incapacidade) 2° tipo + frequente de transtorno de movimento (1° Alzheimer) Causa: Disfunção do sistema dopaminérgicos do SNC (substância negra) ou desordem metabólica/agentes farmacológicos Diagnóstico: pelo menos 2 BABINSKI não faz parte da DP Bradicinesia (lentificação dos movimentos) Tremor (em repouso, mas pode ser postural ou cinético) Rigidez (aumento do tônus simétrico, tanto flexão quanto extensão) Instabilidade postural (dificuldade do ortostatismo, com ocorrência de quedas) PRIMEIRA ETAPA: diagnosticar (pelo menos 2 dos 4) SEGUNDA ETAPA: exclusão da DP *Síndrome rígido-hipocinética Babinski* Parkison pós-TCE? Parkinson vascular? (AVC) TERCEIRA ETAPA: sustentar diagnostico, pelo menos 3 Tremor em repouso, inicio unilateral, doença progressiva, assimetria persistente, resposta excelente a LEVODOPA (70-100% melhora), evolução clínica de 10 anos ou mais Parkinsonismo secundário: induzido por drogas, vascular, pós-TCE, pós tumor cerebral, por intoxicação exógena ou distúrbios metabólicos (tireoide) Parkinsonismo atípico: demência de corpos de lewy Parkinsonismo idiopático: raro. Início insidioso e progride lentamente (10-20 anos) até culminar em invalidez severa ESTÁGIO 1 unilateral, tremor em repouso, tríade (tremor, rigidez, bradicinesia) ESTÁGIO 2 bilateral, postura inclinada para frente, balança os braços ao caminhar, depressão reativa ESTÁGIO 3 distúrbio de marcha e moderada incapacidade, retropulsão e propulsão a quedas, dificuldade em pequenas tarefas ESTÁGIO 4 incapacidade significante (rigidez e bradicinesia aumentam) *tremor pode diminuir ESTÁGIO 5 invalidez completa (hígido e bradicinético) não permanece em pé e nem caminha. Sem expressão, inteligível, deglutição comprometida TRATAMENTO: Sintomático = Repor estoques de Dopamina nos gânglios da base LEVODOPA** (não efetiva em parkisonismo secundário ou iatrogênico) Levodopa converte-se em dopamina pela enzima dopa descarboxilase (diminui os efeitos colaterais) FISIOTERAPIA FONOAUDIOLOGA Complicações do levodopa: encurtamento da duração/ acinesia matinal ou noturna/ fenômeno on-off/bloqueio motor ou congelamento nas pernas/ hipercinesias DEMÊNCIA Decréscimo do nível cognitivo, comprometendo as funções sociais e funcionais, com memória e outras funções acometidas DEGENERATIVA/IRREVERSIVEL: Alzheimer, Corpos de Lewi, Demência fronto-temporal, Parkinson NÃO DEGENERATIVA/REVERSÍVEL: Multi-infartos vascular, HCF PN, doença de binswanger Prevalência aumenta com a idade (após 60 dobra a cada 5) • Prejuízo cognitivo progressivo, interferência na funcionalidade, excluir intoxicação e delirium HF +, maior em analfabetos CRITÉRIOS PARA DEMÊNCIA: 1.Comprometimento da memória 2.Um ou + dos seguintes: Afasia, Apraxia, Agosia, distúrbios das funções executivas. Alterações significativa na atividade social/profissional, representando declínio Alteração de marcha, incontinência urinaria, declínio cognitivo... Exposição a toxinas ou a combinação de fatores (toxinas + condição médica geral) Medicamentos que podem desenvolver quadro demencial: benzodiazepínicos e neurolépticos Demência é diferente de depressão TESTES: MEEM, MOCA, BATERIA BREVE DE IMAGENS, TESTE DO RELÓGIO, FLUÊNCIA VERBAL Linguagem -> atenção -> memória e aprendizagem -> função executiva -> cognição social Rastreio laboratorial: Hemograma, VHS, vit B12, HIV, TSH, T4, VDRL, UREIA, CREATININA, TGO, TGP... TC/RM, LIQUOR, EEG, PET TC (metabolismo cerebral), avaliação neuropsicológica IRREVERSIVEL/DEGENERATIVA Alzheimer (+ comum) > 65 anos FASE INICIAL: perda da memória, problemas cognitivos (perde-se, finanças, funções prejudicadas) FASE INTERMEDIARIA: perde-se com frequencia, não consegue trabalhar, necessita supervisão, linguagem prejudicada (Boas maneiras preservadas – comer, agir, se vestir) FASE AVANÇADA: incapacidade de raciocínio, perda das inibições, alteração do sono e vigília, alucinações e delírios RM: atrofia (aumento de espaços/sulcos) *fissura subiana DD: doença tireoidiana, deficiência de vitB12, tumor, demência fronto temporal, intoxicação exógena, hidrocefalia de pressão normal, depressão. Demência de início precoce (< dos 65 anos) Atrofia temporal. TTO estímulo cognitivo: Anticolinérgicos/ Antocolinestera´sicos de ação no SNC (Donepezila) Demência com Corpos de Lewy (2° + comum) > 75 anos Critérios diagnósticos: Parkisonismo espontâneo (bradicinesia, rigidez simétrico com pouco ou nenhum tremor) intervalo menor de 1 ano = demência, Alucinações visuais, disfunção visuoespacial, distúrbios do sono REM, flutuação cognitiva (90%) (1: diagnostico possível/2: define diagnóstico) Critérios secundários: Quedas recorrentes, alterações do sono e comportamento, sincopes, sensibilidade aos neurolépticos e benzodiazepínicos e outros tipos de alucinação. Demência fronto-temporal (pré-senil) 45-65 anos Afasia e alterações comportamentais (perda das inibições), compulsão, perda progressiva das habilidades linguísticas RM: atrofia frontal e temporal (focal das porções anteriores do cérebro) *doença de pick (diagnostico anatomopatológico) TTO: serotonina (trazadona), antipsicótico (quet) REVERSÍVEL/NÃO DEGENERATIVA Demência vascular (Comprometimento cognitivo vascular) Perda das funções cognitivas: afasia, agnosia, apraxia, disfunção executiva/ interferência na vida diária Fatores de risco: homem, AVC prévio, ingestão de gorduras (transtornos aterogênicos) Fatores protetores: alta escolaridade, exercício físico AVC LACUNAR (tipo de infarto cerebral + comum) babinski* RM: múltiplas áreas de infarto DD: leucoaraicose (anormalidade da substância branca) Doença de Bisnwanger (comprometimento cognitivo vascular subcortical) Progressão lenta: confusão leve, apatia, alteração de personalidade, 50% alteração de marcha TTO: causa subjacentes (HAS,DM. Ateromatose) Hidrocefalia de pressão normal (HCF PN) > anos Quadro clínico: Alteração de marcha, demência (cognição prejudicada), incontinência urinaria CEFALEIA Cefaleia primária: Tensional, Enxaqueca/Migrânea, Cefaleia em facadas, ao esforço e em salva/trigêmino autonômicas Cefaleia secundária: infecção sistêmica, ferimento na cabeça, distúrbio vascular, AVCH subaracnóideo, tumor cerebral. EXAMES COMPLEMENTARES UTEIS (RM) DOR = estimulação de nociceptores periféricos devido lesão tecidual, distensão visceral e outros fatores Primária: com períodos assintomáticos, unilateral ou bilateral, qualquer horário, mantem sua intensidade Secundária: sem períodos assintomáticos, comum unilateral, mais comum durante o sono, piora progressivamente (febre, perda de peso, claudicação da mandíbula/ao mastigar) Red flags (SINAIS DE ALERTA): cefaleia de início súbito, primeira dor de cabeça forte, pior dor de cabeça de todos os tempos, vômitos queprecedem a dor de cabeça, piora ao longo de dias ou semanas, dor induzida por flexão, levantamento ou tosse, dor que perturba o sono ou se apresenta imediatamente ao acordar, doença sistêmica conhecida, inicio após os 55 anos, febre ou sinais sistêmicos inexplicáveis, exame neurológico anormal, dor associada a sensibilidade local (artéria temporal) Meningite Cefaleia aguda, intensa, com rigidez de nuca e febre Características migranosas (fotofobia, dor pulsátil, náuseas) 3 testes: Brudzinski, teste de rigidez de nuca, Kerning Hemorragia intracraniana Subaracnóidea (trauma) rotura de aneurisma, TCE. Dor de cabeça súbita <1min, rigidez de nuca. Déficit motor, alteração de par craniano/ TC** Intraparenquimatosa (hipertensão): cefaleia localizada + déficit focal/ perda de consciência/ Tumor cerebral Cefaleia continua, profunda, piora com esforço ou mudança de decúbito, náuseas Perda ponderal (CA estômago, pâncreas), alteração neurológica focal *pensar em metástase (50%) Arterite Temporal (de células gigantes) Doença inflamatória que acomete artérias de grande e médio calibre. Mulheres > 70 anos Cefaleia em pontadas, unilateral ou bilateral VHS aumentado (15-30) TTO: corticoides Cefaleia pós-infecciosa ou trans-infecciosa Durante ou após uma infecção sistêmica ou localizada (COVID). Cefaleia holocraniana, piora com esforço TTO: infecção de base e analgesicos Enxaqueca Mulheres Alta sensibilidade a estímulos ambientais e sensitivos Critérios diagnósticos: Pelo menos 2: dor unilateral, dor forte e latejante, dor que piora com movimento, dor de intensidade grave a moderada Pelo menos 1: náuseas/vômitos, fotofobia, fonofobia Dor intensidade máxima entre 16-60 minutos/ exceto criança: 1-72 horas FASES: PRODROME(6-48horas) -> AURA(1hora) náuseas, vômitos, alteração visual, tontura-> CEFALEIA(4-72horas) vomito, foto/fonofobia-> RECUPERAÇÃO(1-72horas) Localização: unilateral fixa, unilateral alternante ou bilateral TTO: leve a moderada: analgésicos: paracetamol/dipirona AINES: cetoprofeno/ibuprofeno/ opioides: fase aguda da enxaqueca não usar. Moderada a intensa: triptanos / terapia endovenosa / refratários *anti-eméticos Terapia profilática (alta frequencia de crises > 4 mês)/ Baixa/sem resposta a terapias agudas/ Crises incapacitantes) BB (propranolol), Antidepressivos (amitriptilina) Anticonvulsivantes (topiramato) Outras classes (flunarizina) Migrânea crônica (botox) Nutracêuticos (coenzima q10) Cefaleia do tipo Tensional Bilateral ‘’em faixa’’ Livre de sintomas associados (foto/fonofobia, náuseas) Não piora com atividade física rotineira Dor em pressão/aperto (30min-7 dias) TTO: analgésicos, AINES, crônica: amitriptilina/ não medicamentoso: acupuntura, técnicas de relaxamento Cefaleia trigemino-autonomicas / em salva Unilateral *Lacrimejamento, congestão nasal e ocular DOR muito forte 9 min (retro-orbitária/supra-orbitária (temporal, mandíbula, dente, ouvido, nariz, pescoço, ombro) Pacientes inquietos, comprimem o local da dor.. *cefaleia suicida TTO: oxigênio 3L por minuto, verapamil, topiramato, indometacina (paroxística – orgásmica) P R 2 N E U R O L O G I A É uma doença de baixa prevalência, mas tem grande impacto social por ser a que mais provoca sequelas neurológicas em adultos JOVENS, principalmente na América do Norte e Europa Apresenta características mistas, tanto de doença auto-imune quanto de doença degene- rativa PROTÓTIPO DAS DOENÇA INFLAMATÓRIA DESMIELINIZANTE! Está assumindo uma importância significativa, pois afeta predominantemente adultos eco- nomicamente ativos, provocando impacto financeiro às famílias e a sociedade. Em alguns países desenvolvidos chega a ser a causa mais comum de incapacidade em adultos. Sua prevalência varia conforme a localização geográfica, apresentando maiores taxas nas regiões mais setentrionais do planeta. EUA, Canadá e muitos países do norte da europa apresentam as mais altas ocorrências, chegando a 240 casos por 100.000 habitantes, co- mo acontece no Canadá. FISIOPATOLOGIA: • Doença imunomediada, predominantemente inflamatória, mediada pelas células T. • Pode dividir a fisiopatologia em três tipos de processos, os quais hoje se acredita que ocorram simultaneamente, e não sequencialmente, como antes se acreditava. Esses processos são inflamação, desmielinização e perda axonal. predisposição * Linfócitos tipo T, reconhecem partículas que constituem a membrana de mielina e desen- cadeiam vírus, príons, bactérias... E acabam promovendo uma fagocitose dessas estrutu- ras. INFLAMAÇÃO: O Indivíduo predisposto à EM possui linfócitos T pré-ativados contra antígenos presen- tes na molécula da mielina ( por ex., proteína básica da mielina, glicoproteína oligo- dendrocítica, glicoproteína associada a mielina e, etc.) Esses Linfócitos T pré-ativados, penetram no SNC e estimulam os linfócitos CD4 nati- vos a se diferenciarem em Linfócitos CD4 Th1 e CD4Th2 As Células Th1 produzem citocinas inflamatórias , com IL-2, TNF e IFN gama, ativando as células apresentadoras de antígenos, a micróglia, e aumentando a cascata de even- tos pró –inflamatórios. Aumento a adesão endotelial ( moléculas de adesão celular , p. ex., V- CAM) e rola- mento da células T, seguido de transmigração desses linfócitos em direção ao tecido inflamado. V A N E S S A L U D W I G P R 2 N E U R O L O G I A DESMIELINIZAÇÃO: • Pode ser resultado de dano direto das células de Schwann, provocada pelas células in- flamatórias, ou dano indireto, pelo ambiente provocado pela inflamação. • A remielinização é prejudicada pelo seguintes fatores: perda dos oligodendrócitos ( precursores de mielina), sinais inibitórios provocados pela inflamação, obstrução dos oligodendrócitos causada pela cicatrização e reduzida receptividade dos axônios lesa- dos a remielinização. PERDA AXONAL: • Ocorre em qualquer estágio da doença, tanto durante um primeiro surto quanto após 30 anos • Estudos apontam que a lesão axonal é mais intensa nos primeiros anos após o diag- nóstico, diminuindo com o passar do tempo. Em todos os estágios da doença, há au- mentada velocidade de perda neuronal e consequente atrofia. A velocidade de redu- ção do volume de tecido neurológico ocorre na taxa de 0,6 a 1% ao ano; em indiví- duos normais é de 0,1 a 0,3 % ao ano. A perda axonal é seletiva , acometendo prefe- rencialmente as fibras de menor calibre. QUADRO CLÍNICO/SINTOMAS Relativos à disfunção do SNC Mais comuns: Perda aguda de visão unilateral (neurite óptica) Tetraplegia e/ou paraplegia aguda Hemiplegia Ataxia Alterações sensitivas V A N E S S A L U D W I G P R 2 N E U R O L O G I A FORMAS DE EVOLUÇÃO DIAGNÓSTICO Quadro clínico + RNM/líquor O mais importante para o diagnóstico de EM é o quadro clínico, seguido de achados de Ressonância Nuclear Magnética (RNM). O líquido cerebroespinhal somente adquire impor- tância diagnóstica se a RNM não for típica. Os achados no líquido cerebroespinhal mais importantes são a presença de bandas oligo- clonais e o índice aumentado de igG, podendo haver pleocitose. Deve se considerar que a EM não apresenta um marcador biológico que sirva como crité- rio diagnóstico . Existe um somatório ou combinado de achados clínicos e de exames, co- nhecido como critérios de MacDonald que determinam uma maior sensibilidade e especifi- cidade ao diagnóstico. Após realização do diagnóstico, deve-se classificar o paciente coma escala de EDSS (Expanded Disability Status Scale) V A N E S S A L U D W I G Surto-remissão (remitente-recorrente): Secundariamente progressiva: é a mais comum, correspondendo a 80- 85%das formas iniciais da doença. Há uma piora em surtos, podendo haver remissão
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