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PATOLOGIA GÁSTRICA O epitélio gástrico é revestido por muco para proteger contra o ácido produzido pelo próprio estômago. Forças danificadoras: ácido e enzimas pépticas Forças defensivas: secreção superficial de muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo para permitir produção de muco e bicarbonato, capacidade regenerativa apical, elaboração de prostaglandinas (defesa nas inflamações). Essas forças trabalham em equilíbrio. O problema é quando as forças danificadoras estão aumentadas ou as defensivas diminuídas, o que acaba gerando lesão -GASTRITE AGUDA Aumento da secreção de ácido ou diminuição do fluxo sanguíneo → ruptura da camada mucosa → dano epitelial → gastrite aguda -Etiologia: AINEs, álcool, fumo, quimioterapia, uremia, infecções sistêmicas, estresse intenso (traumas, queimaduras, cirurgias…), substâncias cáusticas (suicidio), irritação ou congelamento gástrico, trauma mecânico (sondas), gastrectomia distal. Esse processo normalmente tem instalação rápida, por isso é chamada de gastrite aguda. -GASTRITE CRÔNICA -Epidemiologia Endemia mundial, países desenvolvidos 30 a 60%, países em desenvolvimento 70 a 90%, -Modos de transmissão: pessoa-pessoa, vias fecal-oral, oral-oral, condições sanitárias e habitação. -Etiologia: helicobacter pylori, imunológica (auto-imune), álcool, fumo, pós-cirúrgica (refluxo enterogástrico), motoras e mecânicas, irradiação, doenças granulomatosas, outras (doenças sistêmicas, enxerto x hospedeiro). H. pylori: causa mais comum da gastrite crônica, presente na maioria dos casos com úlceras duodenais, úlceras gástrica ou gastrite crônica; normalmente assintomático; relacionado a pobreza e superpopulação; transmissão fecal-oral. O H. pylori entra no estômago, entra no muco e se adere à superfície da mucosa gástrica. Por interação bioquímica, ele pega a ureia e vai começar a dissolver o muco, até que algumas áreas ficam sem proteção. O bolo alimentar extremamente ácido entra em contato direto com as células estomacais causando a formação da úlcera. -Patogenia: H. pylori → o muco lesado incentiva a produção de proteínas, citocinas → gera processo inflamatório → chega neutrófilos, linfócitos, plasmócitos → pode gerar metaplasia, atrofia ou displasia → gastrite por H. pylori. Isso demanda um tempo, por isso é crônica. Na microscopia mucosa gástrica está extremamente celular (muitos neutrófilos, plasmócitos, acúmulo linfóide). Na coloração especial dá para ver tracinhos=H. Pylori. Gastrite autoimune (atrofica): representa menos de 10% das gastrites crônicas; poupa o antro (atinge principalmente corpo e fundo), relaciona à hipergastrinemia, anticorpos contra células parietais. Vai ter concentração de pepsinogênio I reduzida→ induz hiperplasia das células endócrinas antrais → deficiência de B12 → secreção defeituosa de ácido gástrico (acloridria). Patogenia: perda de células parietais → diminuição do ác gástrico e fator intrínseco → estímulo da liberação de gastrina → hipergastrinemia e hiperplasia das células G antrais produtoras de gastrina → falta do fator intrínseco → desabilita absorção de B12 → deficiência de B12 e anemia megaloblástica. Ainda vai ter: atrofia das glândulas oxínticas do corpo gástrico, infiltrado inflamatório por linfócitos e metaplasia intestinal. Na microscopia tem poucas glândulas gástricas, aumento de células inflamatórias, metaplasia intestinal gástrica. -ÚLCERAS PÉPTICAS Afetam estômago ou duodeno H. pylori é a causa mais comum; fumo; DPOC; AINEs; sequência de uma gastrite crônica. Fatores externos ao tubo digestivo: hipersecreção ácida (hipercalcemia e hiperparatiroidismo), insuficiência vascular e proliferação celular (radiações ou quimioterapia). -Úlcera gástrica: lesão grave e profunda da mucosa gástrica. Sintomas: dor abdominal que irradia para o esterno, dor que agrava com os alimentos, fraqueza, perda de peso, hemorragias gastrointestinais (hemetemeses ou melenas) e vômito. Complicações: perfuração gástrica, peritonite Diagnóstico: raio x, endoscopia digestiva com biópsia, sangue oculto nas fezes pode dar uma grande dica. Tratamento: antiácidos; antagonistas de receptores de H2; proteção da mucosa (sucralfato); suspender consumo de álcool, café AINEs e tabaco; inibidor de bomba de prótons; cirurgia (controle da hemorragia). -Úlceras de estresse: lesões múltiplas e bem demarcadas da mucosa gástrica e duodenal, pouco profundas e quase sem reação inflamatória. Normalmente assintomáticas. Etiologia: doenças graves, politraumatizados (hipotensão, hipóxia aguda), ingestão crônica de AINEs. -TUMORES GÁSTRICOS BENIGNOS EPITELIAIS: -Pólipos gástricos: são pequenas lesões gástricas, assintomáticos na maioria dos casos e são diagnosticados por acaso durante uma endoscopia digestiva alta. São mais comuns em adultos e mulheres. Sinais e sintomas: no início passam despercebidos. Quando mais evidentes, podem dar uma sensação de saciedade ou incômodo depois das refeições. Anemia, perda de peso, icterícia, hipertrofia do fígado e acumulação de líquido no abdomen podem ser percebidos em um estágio mais avançado. Tratamento cirúrgico: retira-se a maior parte do estômago e dos gânglios linfáticos adjacentes. Os resultados são melhores em casos em que os pólipos não invadiram profundamente as paredes do estômago. Prognóstico: quanto mais precoce for detectada a doença, maiores serão as chances de cura e sobrevida prolongada. -Pâncreas ectópico: abaulamento no estômago que quando mandado para biópsia, encontra-se células pancreáticas. É um pâncreas que durante a embriologia ele ficou para trás. -Leiomioma: formação de um nódulo na camada muscular do estômago. Ele tem que ser examinado, se for de tecido muscular é leiomioma (benigno). Tem que ser retirado, na maioria das vezes é grande, pode até sangrar. -CÂNCER GÁSTRICO 4º tumor maligno mais frequente entre homens e 6º entre mulheres; incidência aumenta a partir de 35-40 anos; incidência vem diminuindo, mas a mortalidade permanece alta; a sobrevida em 5 anos é em torno de 30% nos países desenvolvidos e 20% nos em desenvolvimento. Etiologia: fatores ambientais, genéticos e alimentares; fatores infecciosos: H. pylori em linfomas MALT e adenocarcinomas gástricos. Atrofia gástrica, carcinóides e adenocarcinomas também podem estar na etiologia. Sequência das alterações do carcinoma: estômago normal → sofre alguma coisa → processo inflamatório → dano epitelial → atrofia → metaplasia → mutação → displasia → carcinoma. -Adenocarcinoma gástrico: tipo histológico mais comum (905) Tipo intestinal: tende a formar massas volumosas. Forma glândulas muito parecidas com o intestino. Tipo difuso (anel de sinete): tende a se infiltrar na parede. Células com espaços claros e o núcleo na periferia. A maioria se localiza principalmente na pequena curvatura do antro; sintomas similares a gastrite crônica; associado a baixo nível econômico; atrofia da mucosa multifocal, metaplasia intestinal. -Linfoma: não tem mais glândula nenhuma, muito acúmulo linfóide, a mucosa gástrica está tomada por linfócitos. Está muito relacionado à H. pylori. FATORES PROGNÓSTICOS DAS NEOPLASIAS DO ESTÔMAGO Prevenção Diagnóstico precoce Tratamento de fatores etiológicos Diagnóstico da patologia Estadiamento clínico-patológico: profundidade de invasão e linfonodos. Classificação de Borrmann: -Tipo I: polipóide -Tipo II: ulcerado com bordas bem delimitadas -Tipo III: ulcerado infiltrativo -Tipo IV: infiltrativo difuso -Tipo V: câncer gástrico que não se encaixa em nenhum
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