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cálculo i licenciatura em matemática L IC E N C IA T U R A E M M A T E M Á T IC A - C Á L C U L O I IF C E S E M E S T R E 2 Ministério da Educação - MEC Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Aberta do Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Diretoria de Educação a Distância Fortaleza, CE 2011 Licenciatura em Matemática Cálculo I Francisco Régis Vieira Alves Presidente Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário da SEED Luís Fernando Massonetto Diretor de Educação a Distância Celso Costa Reitor do IFCE Cláudio Ricardo Gomes de Lima Pró-Reitor de Ensino Gilmar Lopes Ribeiro Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE Cassandra Ribeiro Joye Vice-Coordenadora UAB Régia Talina Silva Araújo Coordenador do Curso de Tecnologia em Hotelaria José Solon Sales e Silva Coordenador do Curso de Licenciatura em Matemática Priscila Rodrigues de Alcântara Elaboração do conteúdo Francisco Régis Vieira Alves Colaboradoras Luciana de Lima Marília Maia Moreira Equipe Pedagógica e Design Instrucional Ana Claúdia Uchôa Araújo Andréa Maria Rocha Rodrigues Carla Anaíle Moreira de Oliveira Cristiane Borges Braga Eliana Moreira de Oliveira Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Glória Monteiro Macedo Iraci Moraes Schmidlin Irene Moura Silva Isabel Cristina Pereira da Costa Jane Fontes Guedes Karine Nascimento Portela Lívia Maria de Lima Santiago Lourdes Losane Rocha de Sousa Luciana Andrade Rodrigues Maria Irene Silva de Moura Maria Vanda Silvino da Silva Marília Maia Moreira Maria Luiza Maia Saskia Natália Brígido Batista Equipe Arte, Criação e Produção Visual Ábner Di Cavalcanti Medeiros Benghson da Silveira Dantas Germano José Barros Pinheiro Gilvandenys Leite Sales Júnior José Albério Beserra José Stelio Sampaio Bastos Neto Lucas de Brito Arruda Marco Augusto M. Oliveira Júnior Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento Samuel da Silva Bezerra Equipe Web Benghson da Silveira Dantas Fabrice Marc Joye Luiz Bezerra de Andrade FIlho Lucas do Amaral Saboya Ricardo Werlang Samantha Onofre Lóssio Tibério Bezerra Soares Revisão Textual Aurea Suely Zavam Nukácia Meyre Araújo de Almeida Revisão Web Antônio Carlos Marques Júnior Débora Liberato Arruda Hissa Saulo Garcia Logística Francisco Roberto Dias de Aguiar Virgínia Ferreira Moreira Secretários Breno Giovanni Silva Araújo Francisca Venâncio da Silva Auxiliar Ana Paula Gomes Correia Bernardo Matias de Carvalho Charlene Oliveira da Silveira Isabella de Castro Britto Wagner Souto Fernandes Créditos IFCE / Diretoria de Educação a Distância/Universidade Federal do Ceará Cálculo I / Francisco Regis Vieira Alves; Coordenação Cassandra Ribeiro Joye. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2011. 225p. : il. ; 27cm. ISBN: 978-85-63953-28-5 1. MATEMÁTICA. 2. LIMITES. 3. CÁLCULO DIFERENCIAL. 4. CÁLCULO INTEGRAL. I. Joye, Cassandra Ribeiro (Coord.). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE. III. Universidade Aberta do Brasil - UAB. IV. Título. CDD – 515 A474c Catalogação na Fonte: Islânia Fernandes Araújo (CRB 3 nº 917) SUMÁRIO AULA 1 AULA 2 AULA 3 AULA 4 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Principais conceitos de funções Afim e Quadrática 10 Definição formal de Limite e Continuidade de Funções em uma Variável Real 37 Assintotas horizontais e verticais 62 Funções Injetoras, Sobrejetoras, Bijetoras, Inversa e Composta 19 Interpretação geométrica da derivada de uma função 84 Derivadas de funções elementares 95 Regras de derivação e regra da cadeia 98 Derivação implícita 104 Outras propriedades e teoremas 25 Outras propriedades e teoremas 48 Conceito de limite: extensões 67 Funções trigonométricas 30 Teorema do Confrontro ou do Sanduíche 56 Esboçando gráfico e o teorema de Bolzano 73 Limites de funções trigonométricas 58 Apresentação 8 Referências 223 Currículo 224 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Funções 9 Estudo das derivadas 81 Limite e continuidade de funções em uma variável real 36 Um pouco mais sobre o conceito de limite 61 6 Cá lcu lo I AULA 5 AULA 6 AULA 7 AULA 8 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Derivadas de funções trigonométricas inversas 109 Valores máximos e mínimos 124 Primitiva e Integral de uma função 163 A Integral de Riemann e o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) 168 Área de figura plana obtida entre curvas 176 Derivada de ordem superior 112 O teorema do valor médio e a regra de L’hospital 133 Informações obtidas a partir da primeira e segunda derivadas de uma função 143 Miscelânea de exercícios resolvidos 152 Taxas relacionadas 115 Funções Hiperbólicas 119 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Integração 162 Derivadas de funções trigonométricas inversas, derivada de ordem superior, taxas relacionadas e funções hiperbólicas 108 Valores extremos de função, teorema do valor médio e a regra de L´Hospital 123 Estudo do comportamento do gráfico de funções mediante o auxílio das derivadas 142 SUMÁRIO AULA 9 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Mudança de variável e integração por partes 182 Outras técnicas de integração: frações parciais 187 Outras técnicas de integração: substituição trigonométrica e hiperbólica 192 Técnicas de integração 181 AULA 10 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Comprimento de arco 200 Área de superfície de revolução 205 Volumes de superfície de revolução 210 Trabalho de uma força 218 Aplicações da integral definida 199 8 Cá lcu lo I APRESENTAÇÃO Querido(a) aluno(a), sem dúvida, iniciamos aqui um dos divisores de águas dos conteúdos estudados nos cursos de Licenciatura em Matemática. Os conteúdos que você conhecerá levaram séculos e séculos até chegar a esta forma “arrumadinha” que encontramos nas grandes obras desta matéria. Antes, porém, muitos homens, desde os gregos, debruçaram- se sobre vários problemas que exigiam os conceitos do Cálculo Diferencial e Integral para serem resolvidos. Para que esses conceitos sejam bem compreendidos, em virtude de nossa experiência no ensino desta disciplina, será necessário destacar alguns aspectos para você, que está iniciando seus estudos nessa área. Como mencionamos, esta teoria levou séculos, precisamente desde o século III a.C., para adquirir o formato em que é apresentado atualmente. Matemáticos, como James Jurin, Bernoulli, D´Alembert, Cauchy, L´Hopital, Weierstrass, Euler, Leibnitz, Newton, entre outros, necessitaram de muito tempo para resolver problemas, os mais diversos, desta teoria. Então, você pode se perguntar: de que forma esse conhecimento contribuirá para a minha formação? A resposta é simples, e nem sempre é lembrada pelo professor de Cálculo. O problema é que as dificuldades que surgiram no passado podem reaparecer e funcionar como entrave e barreira à sua aprendizagem. O segundo aspecto que merece atenção se relaciona ao sistema simbólico que será utilizado para representar os conceitos de Cálculo. O simbolismo peculiar das ciências matemáticas é conseqüência direta do processo de abstração mental. Os conceitos são concebidos, e a simbologia substitui, simplifica, operacionaliza determinadas operações e manipulações com os objetos da Matemática. Desejo a todos, então, uma boa e produtiva aprendizagem. Prof. Francisco Régis Vieira Alves 9AULA 1 AULA 1 Funções Olá aluno(a)! O conceito de função é, sem dúvida, o mais importante conceito estudado durante toda a escolaridade. Aqui apresentamos apenas o essencial sobre o assunto, uma vez que seu uso será apenas instrumental para aplicação no Cálculo. Sugerimos ao atual e futuro professor mais aprofundamento em relação a todas as funções e propriedades mencionadas. Objetivos • Revisar algumaspropriedades essenciais das funções mais importantes presentes na Matemática do ensino fundamental e médio • Aprofundar algumas das propriedades essenciais da função na aplicação do Cálculo 10 Cá lcu lo I Nosso primeiro passo é recordar que um dos principais conceitos estudados, ao longo das séries de escolaridade, é justamente o conceito de função. Curiosamente, a maioria dos alunos de licenciatura não se lembra da definição formal de função, mas se recorda com facilidade de sua interpretação intuitiva, o que é completamente diferente da atividade exigida em Matemática no que diz respeito ao formalismo. 1.1 DEFINIÇÃO FORMAL DE FUNÇÃO A definição formal de função caracteriza esse objeto matemático, distinguindo-o dos outros objetos, além de indicar as regras que podem ser atribuídas à utilização desse objeto. Passemos, então, à sua definição formal. D E F I N I Ç ã o 1 Sejam os conjuntos não vazios ,A B ¹Æ . Uma função :f A B® (lê-se uma função de A em B) é definida por uma regra de associação, ou relação, entre os conjuntos de A e B, de modo que a cada elemento x AÎ é associado a um único elemento y BÎ , de modo que ocorre ( )y f x B= Î . O elemento ( )y f x= é chamado de imagem do elemento x AÎ , por meio da função f, enquanto que o conjunto B é chamado de contradomínio da função, ou simplesmente o conjunto onde a função toma valores. Notamos que, quando mencionamos há pouco o termo ‘regra de associação’, tencionamos estabelecer a importância de para cada x AÎ , temos um único ( )f x BÎ . Lima (2006, p. 13) aponta algumas características importantes deste objeto matemático ao mencionar que a natureza da regra que ensina como obter o valor ( )f x BÎ TÓPICO 1 Principais conceitos de funções - afim e quadrática ObjetivOs • Estudar as definições formais e as propriedades das principais funções – afim e quadrática • Definir funções crescentes e decrescentes 11AULA 1 Tópico 1 quando é dado x AÎ é inteiramente arbitrária, sendo sujeita apenas a duas condições: 1ª) Não deve haver exceções: a fim de que f tenha o conjunto A como domínio, a regra deve fornecer ( )f x para todo x AÎ ; 2ª) Não deve haver ambiguidades: a cada x AÎ , a regra deve fazer corresponder um único ( )f x em B. Temos nos diagramas representados na figura 1 algumas possibilidades possíveis de significação geométrica para sua definição formal. É bom lembrar que os tipos de representação de uma função podem ser diversificados por meio de diagramas de Venn ou por meio do produto cartesiano dos eixos definindo o plano 2 . Figura 1– Representação de uma função em diagrama de Venn e no eixo cartesiano, respectivamente No gráfico à direita (II) acima (figura 1), temos a seguinte descrição analítica: 2 1 se x<3 ( ) 2x 7 se x 3 x x f x ìï + +ï=íï - ³ïî . Note que ocorre, no gráfico, uma bola aberta na parte positiva do eixo das ordenadas (1º quadrante) e uma bola fechada com respeito à parte negativa do mesmo eixo (4º quadrante), pois, se tivéssemos a bolinha fechada nos dois pontos indicados, o ponto 3x = estaria associado a dois elementos distintos no eixo do Oy. Ainda na mesma figura 1 (I), encontramos outros elementos que caracterizam uma função, o seu domínio A e a sua imagem Im( ( ))f x BÌ . Assim sendo, podemos apresentar a definição de domínio de uma função. 1.1.1 DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO D E F I N I Ç ã o 2 O domínio da função x AÎ é o conjunto no qual a função assume seus valores ou os elementos que permitem que a regra que caracteriza a função seja verificada. 12 Cá lcu lo I Por exemplo, se tomamos a função 1 ( )f x x = , sua regra consiste em inverter cada elemento de (reta real). Contudo 0 ( ( ))Dom f xÏ , pois a regra não pode ser verificada para 1 (0) 0 f = . Esta operação não é realizável! Seu gráfico está apresentado na figura 2(I) para valores 0x> . Figura 2– Representação da função 1 ( )f x x = e da função 1 ( )g x sen x æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø , respectivamente Podemos observar a partir da figura 2, do lado direito, que os gráficos de funções nem sempre podem ser facilmente esboçados, apenas explorando o lápis e o papel. Neste caso, exploramos uma ferramenta computacional para plotar o gráfico da função seno descrita por 1 ( )f x sen x æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø . No caso da função 1 ( )f x sen x æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø , temos que seu domínio será descrito por {0}A= - . Mas reparamos que sua imagem permanece limitada em uma faixa de [ 1,1]- . Discutiremos um pouco mais de suas propriedades nas próximas aulas. 1.1.2 IMAGEM DE UMA FUNÇÃO Outro elemento essencial na constituição de uma função é o conjunto que chamamos de imagem da função. Sua definição formal é a seguinte. D E F I N I Ç ã o 3 A imagem de uma função :f A B® é um sub-conjunto B, no qual a função assume seus valores ( )y f x= . Em termos de conjunto, escrevemos Im( ( )) { tal que y= ( )} Bf x y B f x= Î Ì . 13AULA 1 Tópico 1 Como exemplo, no gráfico acima (figura 2), a imagem da função 1 ( )f x x = é Im( ( )) { tal que y>0}f x y= Î . Observando ainda a figura 2, no caso destas funções, percebemos que, toda vez que tomamos um ponto sobre os mesmos, determinamos um par ordenado 2( , )x y Î , em que ( )y f x= . Os elementos com esta propriedade pertencem ao gráfico das funções. Assim, dizemos que o gráfico da função 1 ( )f x x = , pode ser descrito por * 1 1 ( ( )) {( , ) onde y= ( )= e x } x Graf f x x f x x = Î . 1.1.3 GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO No caso de uma função qualquer :f A B® , definimos seu gráfico ( )( ( ))Graf f x como o subconjunto do produto cartesiano A B´ Ì ´ . Seu gráfico é formado pelos pares ordenados ( , ( ))x f x , em que x é arbitrário. Podemos descrever tal conjunto como ( ( )) {( , ) onde y= ( )}Graf f x x y A B f x= Î ´ . De um modo intuitivo, encontramos uma propriedade em todo gráfico de função ( )y f x= que é explicada por Lima (2006, p. 15) de modo que toda reta paralela ao eixo das ordenadas, traçada por um ponto a, deve cortar o gráfico da função ( ( ))Graf f x num e num só ponto. Figura 3– Identificação do gráfico de uma função Por exemplo, vamos considerar as relações entre variáveis descritas por 2 1y x= - e 2 2 1x y+ = (circunferência). Exibimos o lugar geométrico das variáveis no plano 2 . No gráfico do lado esquerdo (figura 4), conseguimos divisar a propriedade geométrica indicada por Lima (2006), enquanto que no gráfico do lado direito, quando marcamos uma V o c ê s a b i a? O lugar geométrico consiste no conjunto de pontos do espaço que gozam de uma determinada propriedade matemática qualquer. 14 Cá lcu lo I reta, ela cortará a circunferência em dois pontos, assim, caso tivéssemos uma função, ela possuiria duas imagens, o que contraria a definição (figura 4). Figura 4– Critério geométrico para identificação de uma função Vamos agora recordar uma definição particular do conceito de função. 1.2 FUNÇÃO LINEAR D E F I N I Ç ã o 4 Chama-se de função afim ou função polinomial do primeiro grau à expressão y ax b= + ou ( )f x ax b= + , em que ,a bÎ , com 0a ¹ . Uma propriedade importante dessa função é que seu gráfico se associa a uma e única reta no plano ´ . Notamos ainda que ( ( ))Dom f x = e Im( ( )) ( ( ))f x CDom f xÌ = . Recordamos dois casos particulares dados por ( ) 2 1f x x=- + ou 2 ( ) 5 x g x - = . Neles observamos que 2a =- e 1b = , no primeiro caso, enquanto que 1 5 a = e 2 5 b =- , no caso de ( )g x . Além disso, temos ( ( )) ( ( ))Dom f x Dom g x= = . Ademais, suas imagens cumprem a condição Im( ( )) Im( ( ))f x g x= = . 1.3 FUNÇÃO QUADRÁTICA – PRINCIPAIS CONCEITOS Outra função particular que deverá ser bastante explorada nesta parte inicial é chamada de função quadrática que definimos agora. D E F I N I Ç ã o 5 Chama-se de função quadrática ou função polinomial do 2º grau a seguinte expressão 2( )f x ax bx c= + + , onde , ,a b c Î e 0a¹ . 15AULA 1 Tópico 1 Salientamos a importância de empregarmos as definições formais com precisão e atenção para que possamos evitar confusões e inconsistência em nossa argumentação. Vejamos agora alguns exercícios interessantes. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Construa os gráficos das seguintes funções: a) 1 se x 1 ( ) 2 se x>1 f x ì £ïï=íïïî b) 2x se x 1 ( ) 2 se x>1 f x ìï £ï=íïïî c) 1 se x 1 ( ) x+3 se x>1 x f x ì + £ïï=íï-ïî SOLUÇÃO: Aconselhamos sempre tomar em cada função alguns pontos particulares, lembrando que é suficiente encontrar dois pontos para exibir o gráfico de uma reta. No item (a), temos os valores 1x £ (cf. figura 5). Por outro lado, quando 1 x< , vemos uma bolinha aberta. De fato, se a bola estivesse fechada, indicaria que, no ponto 1x = , teríamos duas imagens, 1 e 2, respectivamente, o que não acontece no caso de uma função. Figura 5– Gráfico da função 1 se x 1 ( ) 2 se x>1 f x ì £ïï=íïïî e tabelamento do gráfico de ( )f x Para traçar o gráfico, tomando os valores 1 x< , colocamos na tabela acima (figura 5) o valor que possivelmente a imagem assumiria, caso não tivéssemos um buraco no gráfico, apenas para efeito de raciocínio. Para os demais valores, procedemos naturalmente. Para o item (b), podemos observar que o gráfico de 2x se x 1 ( ) 2 se x>1 f x ìï £ï=íïïî é descrito por duas funções. Para o lado esquerdo de 1, temos uma parábola. Para o lado direito, temos uma função constante. Procederemos de forma análoga ao item (a). Montamos as tabelas abaixo (figura 6), para os valores que a função assume 16 Cá lcu lo I no domínio, na condição 1x £ . No outro caso, como temos ( ) 2f x = se 1x> , concluímos que a bolinha neste ponto deve ser aberta. Na tabela, apresentamos o par ordenado (1,2) , apenas para nos auxiliar em termos de construção no gráfico. Figura 6– Gráfico da função 2x se x 1 ( ) 2 se x>1 f x ìï £ï=íïïî e tabelamento do gráfico de ( )f x Para o item (c) 1 se x 1 ( ) x+3 se x>1 x f x ì + £ïï=íï-ïî , quando construímos as mesmas tabelas, perceberemos uma mudança, para valores de 1x> . Temos, então, a reta 3y x=- + . Figura 7– Gráfico da função 1 se x 1 ( ) x+3 se x>1 x f x ì + £ïï=íï-ïî e tabelamento do gráfico de ( )f x . Na figura 7, destacamos que, para 1 x< , do domínio da função, os valores podem se aproximar o quanto desejamos, contudo nunca assumem de fato o valor 1x = , para ( ) 3f x x=- + . 1.4 FUNÇÃO CRESCENTE E DECRESCENTE – PRINCIPAIS CONCEITOS Passamos agora a descrever um comportamento importante no gráfico de funções. 17AULA 1 Tópico 1 D E F I N I Ç ã o 6 Uma função :f A B® , ( )y f x= é crescente em seu domínio, se 1 2 ( ), ( ( )) f xx x Dom f x D" Î = e 1 2x x£ , tenhamos a condição 1 2( ) ( )f x f x£ . Por outro lado, uma função :f A B® é decrescente em seu domínio, se 1 2 ( ), ( ( )) f xx x Dom f x D" Î = e 1 2x x£ . Então temos 1 2( ) ( )f x f x³ . Vejamos os exemplos das funções ( ) 2 1f x x= + e 2( ) 1g x x= - plotadas no software Geogebra vista na figura 8. No gráfico do lado esquerdo da função ( ) 2 1f x x= + , quando um observador analisa seu comportamento, no sentido da esquerda para direita (sentido de crescimento do eixo das abscissas), podemos auferir a propriedade de crescimento dela. Por outro lado, a função 2( ) 1g x x= - apresenta as duas propriedades, ou seja, para 0x £ a função decresce. Em seguida, para 0x> a mesma tende a crescer. Figura 8– Crescimento e decrescimento das funções ( ) 2 1f x x= + e 2( ) 1g x x= - Salientamos que, tomando a função 2( ) 1g x x= - , que possui um domínio em A= e imagem descrita por 2Im( ( )) { tal que y=x 1}g x y= - Ì , podemos restringir V o c ê s a b i a? O software GeoGebra é um programa livre de geometria dinâmica criado por Markus Hohenwarter para ser utilizado em ambiente de sala de aula. O projeto iniciou em 2001 na University of Salzburg e tem continuado o desenvolvimento na Florida Atlantic University. O GeoGebra é escrito em Java e assim está disponível em múltiplas plataformas. Para maiores informações ver página: http:// pt.wikipedia.org/wiki/Geogebra 18 Cá lcu lo I seu domínio, bastando para isso definir uma nova função 2( ) 1h x x= - , para o domínio [ 1,1]A= - Ì . Neste novo domínio de restrição, podemos concluir a partir do gráfico que 2( ) 1h x x= - , : [ 1,1]h - ® não será crescente muito menos decrescente. Nesta parte inicial, discutimos de modo mais aprofundado algumas situações que envolvem funções :f ® do tipo ( )f x ax b= + (afim), em que 0a ¹ ( ,a bÎ ), e funções polinomiais do segundo grau denotadas por 2( )f x ax bx c= + + (quadrática), nas quais 0a ¹ ( , ,a b c Î ). No primeiro caso, encontramos a demonstração em Lima (2004) que seu gráfico deve ser uma reta, enquanto que o lugar geométrico da segunda função é uma parábola. Encerramos esta seção com uma rápida revisão de algumas propriedades relacionadas a funções, de modo especial, para funções afim e quadrática. Na seção seguinte, abordaremos outras propriedades interessantes. 19AULA 1 Tópico 2 TÓPICO 2 Funções injetoras, sobrejetoras, bijetoras, inversa e composta ObjetivO • Estudar, resumidamente, as definições for- mais e as propriedades das funções injetoras, sobrejetoras, bijetoras, composta e inversa No tópico anterior, apresentamos o conceito fundamental em Matemática de função. Agora descrevemos algumas propriedades formais que podem ser observadas a partir do comportamento do gráfico deste objeto conceitual. 2.1 FUNÇÃO INJETORA, SOBREJETORA E BIJETORA 2.1.1 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO INJETORA D E F I N I Ç ã o 7 Dizemos que uma função :f A B® é injetora se, para qualquer 1 2 1 2( ) ( )x x f x f x¹ ® ¹ , equivalentemente, tivermos 1 2 1 2( ) ( )f x f x x x= ® = . 2.1.2 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO SOBREJETORA D E F I N I Ç ã o 8 Dizemos que uma função :f A B® é sobrejetora se, para qualquer elemento y BÎ , obtemos um elemento x AÎ , tal que ( )y f x= . Para que a função seja sobrejetora, é necessário, e suficiente, que tenhamos a condição ( )f A B= . 20 Cá lcu lo I Podemos ver o seguinte exemplo: a função ( )f x ax b= + tanto é injetora como sobrejetora. De fato, quando impomos uma das condições acima 0 1 2 1 2 1 2 1 2( ) ( ) a f x f x ax b ax b ax ax x x ¹ = « + = + « = « = , logo a função ( )f x ax b= + é injetiva. Para que ela seja sobrejetora, necessitamos verificar a condição ( )f A B= . Reparemos que, neste caso : x ax+b f ® ® , temos B = e assim, dado um elemento arbitrário y Î , basta tomar y b x a - = Î , para verificar sua sobrejetividade do seguinte modo: ( ) ( ) ( ) y b y b f x f a b y b b y f x y a a æ ö- - ÷ç= = + = - + = \ =÷ç ÷çè ø . Além dessas duas, vamos citar mais uma definição formal. 2.1.3 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO BIJETIVA D E F I N I Ç ã o 9 Uma função :f A B® é bijetiva ou bijetora, quando possui as propriedades de injetividade e sobrejetividade ao mesmo tempo. Salientamos alguns equívocos recorrentes quando deparamos com esta definição de bijeção. O primeiro refere-se à dificuldade do aluno compreender que pode existir função que é injetora, mas não é sobrejetora e, reciprocamente. Segundo, não podemos falar apenas de relação injetora ou sobrejetora. De fato, quando falamos destas propriedades, a fortiori, precisamos ter uma função. Por exemplo, Lima (2006, p. 15) escreve a função :f ® descrita por 2( )f x x= . Assim, para x Î , f não é injetiva. Temos 2 2( 3) ( 3) 9 (3) (3)f f- = - = = = , embora 3 3- ¹ . Também não é sobrejetora, uma vez que não existe x Î tal que 2( ) 1f x x= =- Î . Lima (2006, p. 16) exibe a função :g ® descrita por ( ) 3 1g x x= + que é injetora, entretanto não sobrejetora. Verifique! 21AULA 1 Tópico 2 Nas próximas lições, estudaremos outras funções, como a função exponencial e as funções trigonométricas, entretanto, por um meio intuitivo, observando a figura9, podemos extrair conclusões a respeito da propriedade injetora e sobrejetora. Figura 9– Sobrejetividade, Injetividade e Bijetividade de algumas funções Vejamos outras propriedades e definições formais referentes a funções e ao comportamento do gráfico de funções. 2.2 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO COMPOSTA E INVERSA 2.2.1 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO COMPOSTA D E F I N I Ç ã o 1 0 Sejam duas funções :f A B® e :g B C® funções tais que o domínio de g é igual ao contradomínio da função f. Neste caso, podemos definir a função composta ( ) ( ( )) :g f x g f x A C= ® que consiste em aplicar primeiro a função ( )f x y= e depois a função ( ) ( ( ))g y g f x= . 22 Cá lcu lo I Figura 10– Representação de uma função composta usando diagramas Vejamos um exemplo de composição de funções. EXERCÍCIO RESOLVIDO Considerando as funções ( )f x x= , 2( )g x x= e 1 ( ) 1 h x x = - , determinar os domínios e as expressões analíticas de ; f g ; h f ; f hg f . SOLUÇÃO: Reparamos que ( )f xD += , ( )g xD = e ( ) {1}h xD = - . Agora vemos que ( )2 2( ) ( )g f x g x x x x= = = = , mas temos que ( )f xD += , assim, ( )g f x x= e g fD += . Por outro lado, 2 2f g (x)=f(x ) x x= = , com ( )g xD = e f gD = . No caso de 1 h f(x)=h( x) x 1 = - , devemos ter como domínio para ( )f xx D +Î = , com x 1 0 1x- ¹ « ¹ e x +Î . Assim, h f {1}D += - . Por fim, temos a função 1 1 f h(x)=f( ) 1 1x x = - - , observando que ( ) {1}h xD = - , mas agora para 1 f h(x) 1x = - , precisamos ter que 1 0x- > , assim podemos escrever que (1, )f hD = +¥ . 2.2.2 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO INVERSA D E F I N I Ç ã o 1 1 Dada uma função :f A B® , consideremos um conjunto Y BÌ . A imagem inversa de Y pela função :f A B® é o conjunto 1( )f Y- , formado por todos os pontos x AÎ tais que ( )f x YÎ . Assim, podemos escrever de modo simplificado que uma função inversa é dado por 1( ) { ; f(x) Y}f Y x A- = Î Î . 23AULA 1 Tópico 2 Repare que, se :f A B® admite inversa, dizemos esta função será invertível, e a denotaremos por 1 :f B A- ® . Na figura 11 abaixo, observamos uma propriedade importante do comportamento do seu gráfico. Figura 11– Gráfico de uma função inversa EXEMPLOS Vejamos por exemplo o comportamento do gráfico de 3( )f x x= e 1 3( )f x x- = , 2( )g x x= e 1( )g x x- = , para 0x> . Nos dois casos, vemos o eixo de simetria y x= . Figura 12– Gráficos das funções inversas de 3( )f x x= e 2( )g x x= Formalmente, dada uma função ( ): f xf D ® e ( )f xA DÌ um subconjunto desta função. Podemos definir uma função :g A® , dada por ( ) ( ) xg x f x A= " Î . Tais funções possuem a mesma expressão analítica, entretanto ( ) ( )g x f xA D D= Ì . Neste caso, dizemos que ( ): f xf D ® é uma extensão da função :g A® . Lima (2006, p. 21) menciona que muitos problemas matemáticos importantes se reduzem a estender um ou várias funções de tal modo que as extensões satisfaçam certas condições. 24 Cá lcu lo I O exemplo mais conhecido é o da função 1 ( )f x x = , que possui seu domínio dado por {0}A= - . Mas podemos tomar a função 1 ( )g x x = , na qual [1,2] {0}x AÎ Ì = - que é uma restrição desta. Por outro lado, podemos, em um sentido contrário, estender o domínio da função 1 ( )f x x = , a partir de 1 se x {0} ( ) 1 se x=0 h x x ìïï Î -ï=íïïïî . Vimos algumas propriedades formais sobre funções e sua representação geométrica. Dentre as inúmeras propriedades que podem ser exploradas, abordaremos ainda outras que serão usadas nas aulas seguintes. Nesta parte inicial, recordamos alguns conceitos importantes. Na seção seguinte, abordaremos outras funções importantes que sempre devem fazer parte do repertório de um conhecimento profundo para o professor. 25AULA 1 Tópico 3 TÓPICO 3 Outras propriedadese teoremas ObjetivOs • Apresentar a função modular • Apresentar a função exponencial e loga- rítmica No tópico anterior vimos as principais características de funções injetoras, sobrejetoras, bijetoras, inversas e compostas. Neste tópico iremos abordar as principais características de função modular, exponencial e logarítma. 3.1 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO MODULAR D E F I N I Ç ã o 1 2 A função módulo ( )f x x= pode ser encarada como uma função definida por sentenças do tipo se x 0 ( ) se x<0 x f x x ì ³ïï=íï-ïî . Vemos seu gráfico na figura 13 (I). Figura 13– função ( )f x x= e função 2( ) 3 2g x x x= - + Por outro lado, por uma via que requer mais trabalho, podemos construir o gráfico de 2( ) 3 2g x x x= - + . Nesse caso, inferimos que 2 3 2 ( 2)( 1)x x x x- + = - - , 26 Cá lcu lo I assim ( ) ( 2)( 1)g x x x= - - . Para aplicar a definição da função módula à expressão ( 2)( 1)x x- - , necessitamos fazer seu estudo de sinal como simplificamos na figura 14. Figura 14– Estudo do sinal da função g(x) Agora como sabemos o comportamento do sinal da expressão, podemos descrevê-la por meio das sentenças ( ) 2 2 3 2 se x 1 ou x>2 ( ) ( 2)( 1) 3 2 se 1<x 2 x x g x x x x x ìï - + £ïï= - - =íï- - + £ïïî . Passaremos agora ao estudo da função exponencial e da função logarítmica. 3.2 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARITMO 3.2.1 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO EXPONENCIAL D E F I N I Ç ã o 1 3 Chama-se função exponencial de base ‘a’ e 1a ¹ a correspondência : x x f a ® . Quando é referida a função sem especificar a base, subtende-se que a base é ‘e’ e neste caso a função é dada por ( ) xf x e= . Apresentamos de modo resumido algumas propriedades dessa função. Figura 15– Gráfico da função exponencial 27AULA 1 Tópico 3 Figura 16– Gráfico da função exponencial Vejamos, por exemplo, os gráficos das funções ( ) 5xf x = e 1 ( ) 7 x h x æ ö÷ç= ÷ç ÷çè ø . Figura 17– Exemplos de Gráficos da função exponencial 3.2.2 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO LOGARITMO D E F I N I Ç ã o 1 4 Chama-se logaritmo de b ( 0)b> na base a ( e 1)a a+Î ¹ ao expoente ‘y’ que é preciso elevar a base ‘a’ para se obter ‘b’. Denotamos por log ya b y a b= Û = . Chama-se a função logarítmica de base ‘a’, com 0a> e 1a ¹ , a correspondência : x loga g x + ® . 28 Cá lcu lo I Notamos que, em qualquer base, log 1 0a = , porque 0 1a = , nas condições acima, e log 1a a = , porque 1a a= . Podemos recordar algumas propriedades já estudadas no contexto escolar, tais como log e loga b yaa b a y= = . No caso em que a e= (número de Nepper descoberto pelo matemático John Nappier (1550-1617)), escrevemos ln em vez de log . São conhecidas também as seguintes propriedades. Sejam , 0x y> e 1a ¹ temos: 1) log ( ) log ( ) log ( )a a axy x y= + 2) log ( ) log ( ) log ( )a a a x x y y = - 3) log ( ) log ( )ya ax y x= × 4) log log log b a b c c a = Abaixo apresentamos de modo resumido algumas de suas propriedades que podem ser observadas no gráfico. Figura 18– Gráfico da função logarítmica Figura 19– Gráfico da função logarítmica V o c ê s a b i a? John Napier nasceu em Edimburgo em 1550 e morreu em 4 de abril de 1617. Foi um matemático, astrólogo e teólogo escocês. 29AULA 1 Tópico 3 Os gráficos das seguintes funções 3( ) logf x x= e 1 5 ( ) logh x x= apresentam um comportamento semelhante ao que exibimos nas figuras 18 e 19, respectivamente. Após esta breve abordagem do conceito de funções exponenciais e logarítmicas, estudaremos as funções trigonométricas. 30 Cá lcu lo I TÓPICO 4 Funções trigonométricasObjetivO • Introduzir principais propriedades de funções trigonométricas No que segue, definiremos as funções (seno, cosseno e tangente) utilizando um círculo de raio r. Seja um ponto ( , )P x y um ponto qualquer da circunferência, e designe-se por r a distância da origem (0,0)O ao ponto ( , )P x y , e por q o ângulo formado que o vetor OP forma com o eixo positivo Ox. Entre os três números descritos x, y e r, teremos as relações descritas na figura 20.Figura 20– Relações trigonométricas: , cos tansen eq q q Acrescentamos que a cada valor do ângulo q corresponde apenas a um e somente um valor de cada uma das três razões consideradas acima, as quais, por este fato, são funções do ângulo q . Vejamos de modo breve algumas de suas propriedades e suas respectivas definições. 4.1 FUNÇÃO SENO ( ) ( )f x sen x= D E F I N I Ç ã o 1 5 Definimos a função seno ( ) ( )f x sen x= como sendo a razão entre o cateto oposto (segmento de medida y) e a hipotenusa OP do triângulo (figura 20). 31AULA 1 Tópico 4 O Resumo das principais características da função seno pode ser visto na figura 21. Figura 21– Características da função seno Para a função ( )y Sen x= , podemos calcular os seguintes valores: 3 (0) 0, ( ) 1, ( ) 0; ( ) 1, (2 ) 0 2 2 Sen Sen Sen Sen Sen p p p p= = = =- = . Novamente, a partir do gráfico (figura 20), vemos que ( ) 1Sen x £ . Repare que, nos trechos de 0 2 p q£ £ e 3 2 2 p q p£ £ , a função é crescente. Por outro lado, nos trechos 3 2 2 p p q£ £ , ela decresce. 4.2 FUNÇÃO COSSENO ( ) cos( )f x x= D E F I N I Ç ã o 1 6 Definimos a função cosseno ( ) cos( )f x x= como sendo a razão entre o cateto adjacente (segmento de medida x) e a hipotenusa OP do triângulo (figura 20). O Resumo das principais características da função cosseno pode ser visto na figura 22. Figura 22– Características da função cosseno 32 Cá lcu lo I No gráfico da função cosseno acima, observamos que ( )y Cos x= é uma função limitada entre 1 ( ) 1Cos x- £ £ , periódica e assume valores positivos e negativos, quando x varia de 00 até 2p . Podemos observar que ( )y Cos x= não é injetora, uma vez que 1 (0) (2 )Cos Cos p= = . Vemos também, a partir do mesmo gráfico, que, entre 0 q p£ £ , a função ( )y Cos x= decresce e, entre 2p q p£ £ , a função é crescente. Depois, no período de 2p , o mesmo comportamento volta a se repetir. Observe o eixo Ox. 4.3 TEOREMA T E O R E M A Existe um único par de funções definidas em , indicada por sen e cos, sa- tisfazendo as propriedades: a) (0) 0Sen = e (0) 1Cos = b) Quaisquer que sejam os reais ,a bÎ , temos ( ) ( ) ( ) ( ) ( )Sen a b Sen a Cos b Sen b Cos a- = - c) Quaisquer que sejam os reais ,a bÎ , temos ( ) ( ) ( ) ( ) ( )Cos a b Cos a Cos b Sen b Sen a- = - d) Existe 0r > tal que 0 ( ) ( ) para 0<x<rSen x x Tg x< < < . Por fim, temos a função tangente descrita abaixo. 4.4 FUNÇÃO TANGENTE ( ) tan( )f x x= D E F I N I Ç ã o 1 7 Definimos a função tangente ( ) tan( )f x x= como sendo a razão entre o cateto oposto (segmento de medida y) e o cateto adjacente (segmento de medida x) (figura 20). 33AULA 1 Tópico 4 O Resumo das principais características da função tangente pode ser visto na figura 23. Figura 23– Características da função tangente A partir destas funções, definimos as funções cos( ) cot ( ) ( ) x g x sen x = , em que temos um domínio dado por { tal que sen(x) 0}={ tal que x , k }x x k pÎ ¹ Î ¹ × Î . Definimos também as funções 1 sec( ) cos( ) x x = , de modo que seu domínio será descrito por { tal que cos(x) 0}={x tal que x onde k } 2 x k p Î ¹ Î ¹ × Î . Na figura 24, exibimos os gráficos destas funções. Figura 24– Gráficos da função cotg x e sec x Por último temos a função 1 cossec( ) ( ) x sen x = , assim, seu domínio será dado por { tal que sen(x) 0}={x tal que x onde k }x k pÎ ¹ Î ¹ × Î . Podemos ver seu gráfico na figura 25. Figura 25– Gráficos da função cossec x 34 Cá lcu lo I Nas ilustrações abaixo, vemos dois exemplos de funções trigonométricas descritas por ( ) ( ) cos( )f x sen x x= + e ( ) ( ) tan( )g x sen x x= + e que podem ser visualizadas na figura 26. Figura 26– gráficos das funções ( ) ( ) cos( )f x sen x x= + e ( ) ( ) tan( )g x sen x x= + Nesta aula inicial, trouxemos, de forma breve, algumas propriedades sobre funções. Certamente outras não foram contempladas. Sugerimos, então, que você, aluno, desenvolva uma lista de propriedades ou conteúdos relacionados ao estudo de funções que poderão ser explorados em outros momentos pelo professor em sala de aula com seus colegas. Na próxima aula, estudaremos a noção de limite. Quanto mais você souber sobre a noção de função, mais facilmente poderá aprender aquilo que virá em seguida. Por isso, estude! 35AULA 1 Tópico 4 aT I V I D A D E D E A P R O F U N D A M E N T O 1. Dadas as funções f e g, determine o domínio da função composta ( ( )) e f(g(x))g f x nos casos: a) =( )f x x e = -( ) 1g x x b) = -( ) 2 3f x x e =( )g x x c) =( )f x x e = -2( ) 1g x x 2. Analise as afirmações a seguir e marque (V) ou (F) nos parênteses. Em seguida, justifique as respostas. a) Uma função pode ser injetora e não ser sobrejetora ( ) b) Uma função pode ser sobrejetora e não ser injetora ( ) c) Uma função pode não ser injetora e não ser sobrejetora ( ) d) Uma função pode ser bijetora e ser constante ( ) e) Uma função bijetora necessariamente será constante ( ) 3. Dadas as funções abaixo, calcule suas inversas denotadas por -1f . a) = + -2( ) 2 3f x x x b) = -( ) 2 3f x x 4. Determine o domínio das funções abaixo. a) = - 2( ) 4f x x b) - = - 2 1 ( ) 1 xh x x c) = +2( ) ( 1)f x Ln x 36 Cá lcu lo I AULA 2 Limite e continuidade de funções em uma variável real Olá aluno(a), Nesta aula, estudaremos dois conceitos (limite e continuidade) que necessitam de uma perspectiva dinâmica de compreensão. O motivo é a sua ligação direta com um processo de aproximação da imagem de uma função, de tendência do seu comportamento, de estabilidade da imagem da função ao decorrer do tempo. Objetivos • Conhecer a noção de limite de funções em uma variável real • Compreender de forma intuitiva e formal a definição de limite de funções em uma variável real • Estudar a noção de continuidade de funções • Descrever algumas propriedades e teoremas básicos 37AULA 2 Tópico 1 TÓPICO 1 Definição formal de limite e continuidade de funções em uma variável real ObjetivOs • Estudar a noção de limite de uma função • Aprender o conceito de limite e de con- tinuidade de uma função A pedra angular do Cálculo é assentada no conceito de limite. Tal conceito necessitou de séculos para atingir a forma com que se apresenta nos livros didáticos. Neste tópico, vamos procurar entender como a noção de limite foi sendo construída, ainda que intuitivamente, e a importância que esse conceito adquire hoje no estudo da Matemática. 1.1 NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITE Consideremos o gráfico representado na figura 1. Podemos perceber a trajetória descrita, pelo gráfico da função ( )y f x= , sobre um domínio ( ( ))Dom f x = . Em alguns trechos, necessariamente, existem interrupções, cortes e saltos. Podemos identificar, inclusive, alguns buracos. Figura 1– Representação do comportamento de uma função Podemos observar, ainda, ‘saltos’ ou ‘rupturas’ nos pontos 3 ; x=0x =- , 38 Cá lcu lo I em que ocorrem as bolas abertas, significando que nestas extremidades o valor não é atingido e/ou assumido pela função. Por outro lado, nos pontos 2 ; x=2 ; x=4x =- , não temos este problema, pois não existem interrupções no gráfico. Vamos, então, analisar mais detidamente uma situação em que não temos ruptura no gráfico de uma função ( )y f x= (no gráfico (I), figura 2). Observamos que, considerando o ponto ( ( ))x p Dom f x= Î e alguns valores de tal que x<px Î , quando tomamos valores arbitrariamente próximos à esquerda do ponto x p= , como consequência, aproximamos as imagens ( )y f x= paulatinamente para o ponto ( )f p que pertence ao eixo das ordenadas. Da mesma forma, considerando valores arbitrariamente próximos à direita de x p= , tal que p<x , consequentemente aproximamos as imagens ( )y f x= , paulatinamente, para o ponto ( )f p . Por outro lado, a mesma propriedade não se verifica no gráfico descrito em (II), ainda na figura 2. De fato, se realizamosa mesma aproximação do ponto tal que p<xx Î (à direita deste ponto), vemos que as imagens ( )y f x= , paulatinamente se aproximam do ponto ( )f p . Contudo, se tomamos a aproximação feita pela esquerda, para x p< , encontramos um ponto no gráfico (bola aberta), uma espécie de ‘ruptura’, ‘salto’ ou ‘interrupção’, que impede nosso processo de aproximação pelo lado esquerdo. Figura 2– Comportamento do limite Podemos perceber, de forma intuitiva, que, no ponto ( ( ))x p Dom f x= Î , estes dois gráficos diferem nas proximidades deste ponto pelos seguintes motivos: (i) em (I) (figura 2), podemos nos aproximar de ( ( ))x p Dom f x= Î pelos dois lados, e as imagens se aproximam de ( )f p em ambos os casos; (ii) em (II), dependendo do lado em que nos aproximamos do ponto, em um caso, as imagens caminham progressivamente na direção de ( )f p , enquanto em outro, as imagens se aproximam de L, mas os valores não são assumidos, uma vez que a bolinha aberta representa a desigualdade restrita < . 39AULA 2 Tópico 1 Existe uma definição formal que descreve todo o processo de aproximação considerado acima, chamado de Limite de uma Função. 1.2 DEFINIÇÃO DE LIMITE DE UMA FUNÇÃO D E F I N I Ç ã o 1 Seja ( )y f x= definida sobre algum intervalo aberto que contém o número a , exceto possivelmente o próprio a . Então, dizemos que o limite de ( )f x vale L, quando x se aproxima, ou quando x tende a “ a ”, e escrevemos ( )x aLim f x L® = se, para todo número 0e> , há um número correspondente 0d> tal que ( )x a f x Ld e- < ® - < . Lima (2006, p. 196) fornece uma interpretação dinâmica deste processo matemático ao mencionar, em linguagem mais simples, que é possível tornar ( )f x arbitrariamente próximo de L, desde que se tome ( )f xx DÎ suficientemente próximo de x a= . Podemos interpretá-la na figura 3. Figura 3– Interpretação geométrica de limites – 0e> (épsilon)/ 0d>(delta) Após essa pequena orientação, vamos considerar o gráfico seguinte da função ( ) 2 1f x x= + , descrito em (I) – figura 4. Vemos que, quanto mais nos aproximamos de 2, pela esquerda e pela direita, mais a imagem desta função se aproxima do ponto 5, no eixo Oy . Repare que 2 ( ( ))x Dom f x= Î . Contudo, podemos retirar este ponto do domínio de At e n ç ã o ! A definição formal de limite de uma função, em geral, causa muita confusão e pouca compreensão. Lembre-se de que certas definições levaram séculos e séculos para serem compreendidas e formalizadas pelos próprios matemáticos. Portanto, não se sinta frustrado se você não conseguir compreender imediatamente tudo o que está sendo visto. Em geral, a compreensão desta definição, e de outras, requer algum tempo de familiarização com os conceitos matemáticos. 40 Cá lcu lo I ( ) 2 1f x x= + . Assim, passamos a ter o gráfico descrito em (II). Neste caso, se realizamos o mesmo processo de aproximação, pela esquerda e pela direita do ponto 2x = , agora para 2x ¹ , sua imagem se aproxima, mas não assume o valor anterior que era justamente 5y = . Figura 4– Gráfico de ( ) 2 1f x x= + O interessante é que, conforme as definições, neste caso 2a = , não importa se este ponto pertence ou não ao domínio da função, o que importa no caso do limite é a aproximação. Em ambos os casos, temos 2 ( ) 5xLim f x® = . Entretanto, no caso (I), temos um dado a mais, (2) 5f = . Já no caso (II), não existe (2)f . Em termos de cálculo do limite, não importa se a função está ou não definida no ponto para o qual realizamos o processo de aproximação. Comparando os dois casos ilustrados acima (figura 4), observamos que, no caso (I), não há salto ou ruptura em seu gráfico. Desse fato decorre uma propriedade comum a diversas funções, que, v o c ê s a b i a? Salientamos as considerações inerentes à História da Matemática feitas por Cajori (1952, p. 260) quando relata que o matemático W. H. Young escrevia o símbolo de limites por ( )x aLt f x= . Por outro lado, Bos (1985, p. 48) explica que Augustain-Louis Cauchy (1789-1857), em sua obra intitulada Cours d´Analyse, empregou a notação ‘ 0 ( )iLim f x i® + ’ para representar este conceito. Como não é relativamente do conhecimento de muitos os motivos pelos quais este matemático empregou sua notação com letra ‘L’ maiúscula, diferentemente da que encontramos nos livros de Cálculo ( lim ( )f x ) que empregam ‘l’ (letra minúscula), preservaremos a notação de Cauchy por todo o curso por um motivo ligado à importância da História da Matemática. 41AULA 2 Tópico 1 em Cálculo, chamamos Continuidade, definida como veremos a seguir. 1.3 DEFINIÇÃO DE CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO D E F I N I Ç ã o 2 Seja uma função do tipo ( )y f x= , dizemos que uma função é contí- nua em x a= se ( ) ( )x aLim f x f a® = . Esta condição pode ser detalhada nas seguintes verificações necessárias para podermos afirmar que uma função é contínua: → Existe ( )f a . → Existe o limite ( ) ( ) ( )x a x a x aLim f x Lim f x Lim f x+ -® ® ®« = . → ( ) ( )x aLim f x f a® = . 1.4 DEFINIÇÃO DE LIMITE LATERAL Nas condições acima de nossa definição formal de continuidade, precisamos definir o sentido formal e o intuitivo/geométrico para as seguintes notações ( ) e ( ) x a x a Lim f x Lim f x- +® ® . Quando tentamos calcular um limite e analisar o comportamento da imagem de uma função, realizamos uma aproximação no domínio da função para o ponto desejado x a= , que, necessariamente, a partir da definição, não precisa pertencer ao domínio da função. Na notação acima, temos a expressão x a-® , a qual significa que realizamos a aproximação do ponto “a” pela esquerda, para valores x a< . Por outro lado, no outro limite, temos a seguinte aproximação no eixo Ox que denotamos por x a+® , que significa que realizamos a aproximação do ponto “a” pela direita, para valores a x< (ver figura 5). Figura 5– Comportamento de aproximação na reta real Assim como fornecemos uma interpretação geométrica para a definição formal de limites por épsilon e delta ( , )e d , podemos interpretar os limites laterais 42 Cá lcu lo I ( ) e ( ) x c x c Lim f x Lim f x+ -® ® segundo a figura 6. Quando verificamos que L M= , concluímos que o limite existe no ponto x c= . Figura 6– Interpretação geométrica dos limites laterais Outro comentário que compreendemos ser necessário diz respeito a não distinção por parte dos livros de Cálculo, mesmo que de modo intuitivo, dos termos ‘salto’, ‘ruptura’, ‘interrupção’, que são explicativos do fenômeno da continuidade de uma função. Vejamos os gráficos na figura 7 no sentido de compreender melhor a distinção que tencionamos estabelecer. Por exemplo, quando tomamos a função 2( ) 4f x x= - , observando o gráfico dela, podemos prever os valores possíveis para os limites laterais que denotamos na figura 7. Figura 7– Gráfico de 2( ) 4f x x= - Agora, na próxima ilustração, consideramos as funções (i) ( ) 2 1f x x= + , (ii) 2 1 se x 1 ( ) 0 se x=1 x f x ì + ¹ïï=íïïî e (iii) 2 1 se x 1 ( ) 2 se x<1 x f x x ì + >ïï=íï-ïî . Com havíamos mencionado, quando recorremos aos livros de Cálculo, observamos o tratamento intuitivo fornecido ao fenômeno local que chamamos de continuidade. Com este tipo de raciocínio induzido por eles, podemos dizer, baseando- 43AULA 2 Tópico 1 se apenas no gráfico, que as funções (ii) e (iii) são descontínuas, pois apresentam ‘salto’, ‘ruptura’, ou ainda uma ‘interrupção’ nos seus respectivos gráficos. Por esta via, podemos declarar que apenas o gráfico (i) apresenta continuidade no ponto 1x = , pois podemos percorrer com a ponta da caneta por todo seu gráfico, sem precisar levantar a ponta da caneta de seu gráfico (cf. figura 8). Figura 8– Gráficos de ( ) 2 1, ( ) 0 ( ) 2f x x f x e f x x= + = =- Por outro lado, quando analisamos o gráfico (ii), necessitamos retirar a ponta da caneta do gráfico no ponto (1,3) , e observamos uma pequena‘interrupção’, uma ‘interrupção’ no gráfico, entretanto o gráfico continua com a mesma trajetória. Já no caso do gráfico (iii), além do ter de retirar, vemos uma mudança de trajetória do gráfico. Neste caso, temos um ‘salto’ no gráfico. Assim, analiticamente, no primeiro caso, temos (i) ( )1 1( ) 2 1 2 1 1 3 (1)x xLim f x Lim x f® ®= + = × + = = . No caso (ii) em que temos uma pequena ‘interrupção’, teremos que o limite existe no ponto, todavia não satisfaz a terceira condição de continuidade 1 ( ) (1)xLim f x f® = . De fato, em (ii), temos 1 1 1 1 ( ) ( ) (2 1) (2 1) 3 x x x x Lim f x Lim f x Lim x Lim x+ - + -® ® ® ®= « + = + = , todavia, a partir do gráfico, 1(1) 0 3 ( )xf Lim f x®= ¹ = . O caso (iii) é o mais grave, no sentido de que nenhuma das condições que caracterizam a continuidade podem ser verificadas. De fato, observamos pelo gráfico que não existe um valor que seja a imagem do ponto 1x = , por meio dos gráficos acima. Assim, não existe (1)f . Além disso, quando tentamos calcular o limite - - + + < > ® ® ® ® = - =- × =- ¹ = + = 1 1 1 1 1 1 ( ) ( 2 ) 2 1 2 3 (2 1) ( ) x x x x x x Lim f x Lim x Lim x Lim f x . Deste modo, ao significado pouco claro designado pelos livros didáticos, acrescemos ao sentido da descontinuidade as equivalências: Quando observamos uma ‘interrupção’ ou pequena ‘ruptura’ no gráfico, temos descontinuidade, entretanto existe o limite ( ) ( ) ( )x a x a x aLim f x Lim f x Lim f x+ -® ® ®« = . 44 Cá lcu lo I Quando observamos um ‘salto’ no gráfico de uma função, temos uma descontinuidade e o limite não existe. Vejamos agora alguns teoremas relacionados com a noção de limite. 1.5 TEOREMAS DE LIMITE T e o r e m a 1 Sejam ,a bÎ , então ( )x aLim c c® = . Ou seja, o limite de uma constante é a própria constante. T e o r e m a 2 Sejam , ,a b m Î , então ( )x aLim mx b m a b® + = × + . T e o r e m a 3 Sejam os seguintes limites ( )x aLim f x L® = e ( )x aLim g x M® = , então pode- mos afirmar que (i) [ ( ) ( )]x aLim f x g x L M® ± = ± (ii) [ ( ) ( )]x aLim f x g x L M® × = × (iii) ( ) [ ] ( )x a f x L Lim g x M® = , admitindo que 0M ¹ . (iv) ( )x aLim c f x c L® × = × (v) ( )n nx aLim x a® = , onde n +Î (vi) ( )( ) n nx aLim f x L® = , sabendo que ( )x aLim f x L® = existe. (vii) n nx aLim x a® = , onde 0a> e 0n> (inteiro positivo) ou 0a £ e 0n< (inteiro ímpar). EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: a) 2 2(5 ) 5 ( ) 5 2 10.x xLim x Lim x® ®= × = × = b) 2 22 2 2 2 2 2 ( 4 1) ( ) (4 ) (1) 2 4 ( ) 1 4 4 2 1 3. x x x x x Lim x x Lim x Lim x Lim Lim x ® ® ® ® ® - + = - + = = - + = - × + =- c) 2 2 2 2(2 3) (2 ) (3) 2 ( ) 3 2 2 3 7.x x x xLim x Lim x Lim Lim x® ® ® ®+ = + = × + = × + = d) 33 3 ( 2)2 1 . 2 ( 2) 5 x x x Lim xx Lim x Lim x ® ® ® -- = = + + 45AULA 2 Tópico 1 e) 22 2 2 2 2 ( 1)1 4 1 3 . 1 ( 1) ( 1) 3 x x x x Lim xx Lim x Lim x Lim x ® ® ® ® -- - = = = + + + f) 1 11 2 2 2 1 1 ( 2) ( 2)2 3 3 3 . 21 3 43 ( 3 ) ( 3 ) x x x x x Lim x Lim xx Lim x x Lim x x Lim x x ® ® ® ® ® + ++ = = = = = ++ + + Descrevemos a seguir, resumidamente, algumas dicas que podem auxiliar no cálculo de limites. a) Fatoração: às vezes, é necessário fazer a divisão de polinômios. Exemplo: 3 0 02 0 1x x x x Lim Lim x® ® = = , pois 0 mas x 0x ® ¹ . Ou, no caso 2 23 2 2 22 ( 2 1)( 2) ( 2 1)3 2 9 4 ( 2)( 2) ( 2) 4x x x x x x x xx x Lim Lim Lim x x x x®- ®- ®- - + + - +- + = = =- - - + - . b) Racionalização: é necessário reescrever os limites, multiplicando numerador e denominador pelo conjugado. Exemplo: 0 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ( 2 2)x x x x x x x Lim Lim Lim x x x x x® ® ® + - + - + + + - = × = = + + + + 0 0 1 1 1( 2 2) 2 2 x xLim x ¹ ®= =+ + . c) Substituição de variáveis: em alguns casos, é preciso substituir variáveis para achar o limite. Exemplo: Calcule o limite: 3 1 1 1x x Lim x® - - . Observamos que 1 1 6 2 3 3 23 323 2 e t e tx x x x t x t x x×= = \ = = « = = . Portanto, 23 1 1 3 1 1 11x x x t Lim Lim tx® ® - - = -- . Contudo, quando passamos o limite para outra variável, não podemos mais usar 1x ® . Passamos a trabalhar com a variável t, observando que 6 6 66t 1 t 1 t 1x t= ® \ ® Þ = ® . Segue, então, que 2 1 1 13 2 2 ( 1)( 1) ( 1)1 2 1 ( 1)( 1) ( 1) 3t t t t t tt Lim Lim Lim t t t t t t® ® ® - + +- = = = - - + + + + . 46 Cá lcu lo I EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 Consideremos a seguinte função 2 1 ( ) 1 x f x x - = - . Neste caso, podemos observar que (1)f não pode ser calculada, portanto a função ( )f x não está definida no ponto 1x = . Contudo, poderíamos definir a seguinte função 2 1 se x 1 ( ) 1 2 se x=1 x g x x ì -ïï ¹ï= -íïïïî . Note que agora, para ( )g x , é possível calcular o valor de (1) 2g = . No entanto, pelo gráfico (II) representado abaixo na figura 9, podemos ver que, se 1 e 1x x- +® ® , sua imagem se aproxima de 0,5y = . Figura 9– Comportamento da imagem Analiticamente, escrevemos: 1 1 12 1 1 1 1 . 1 ( 1)( 1) ( 1) 2x x x x x Lim Lim Lim x x x x® ® ® - - = = = - - + + Nos cálculos acima, realizamos a seguinte simplificação 1 1 ( 1)( 1) ( 1) x x x x - = - + + . Em hipótese alguma, cancele uma grandeza, a menos que você saiba de antemão que a grandeza é não nula. Nesse caso, você deve cancelar a expressão ( )1 0x- ¹ , porque a variável x se aproxima de 1, mas não assume esse valor. Lembre-se de que o que importa no cálculo de limites é a aproximação. EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 Vamos ver outro caso mais simples. Consideremos a função 2 2 9 3 ( ) x f x x + - = . Podemos desconfiar que este limite vale quanto? Solução: Podemos proceder da seguinte forma, considerando a expressão: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 9 3 9 3 9 3 9 9 1 . . 9 3 [ 9 3] [ 9 3] [ 9 3] x x x x x x x x x x x x x + - + - + + + - = = = = + + + + + + + + = 47AULA 2 Tópico 1 Acima, novamente cancelamos uma grandeza não nula. Por outro lado, chegamos à seguinte identidade: 2 2 2 9 3 1 9 3 x x x + - = + + . Agora, aplicamos o símbolo do limite nesta igualdade e obtemos: 2 0 02 2 2 9 3 1 1 1 1 3 3 69 3 (0) 9 3 x x x Lim Lim x x ® ® + - = = = = ++ + + + . Neste tópico, introduzimos a noção de limite e a noção de continuidade de funções. Em seguida, destacamos algumas de suas propriedades. Deparamos também com algumas expressões obtidas por manipulações algébricas. Nas próximas aulas, estudaremos outras formas de limites que, de modo geral, requerem outras formas e técnicas de manipulação, apesar de que a compreensão do comportamento do gráfico destas funções é essencial para que possamos prever a existência ou não de um limite. 48 Cá lcu lo I TÓPICO 2 Outras propriedadese teoremas ObjetivOs • Estudar limites no infinito • Estudar limites infinitos A definição formal de limite, como já acentuamos, representa um processo longo e conflituoso entre os matemáticos. Desde os gregos até o século XIX, vários matemáticos buscaram uma definição precisa para um dos principais conceitos do Cálculo. Neste tópico, ampliaremos um pouco mais este conceito. 2.1 DEFINIÇÃO – LIMITES NO INFINITO d e f i n i ç ã o 3 Seja ( )y f x= uma função :f X ® , em que X é um conjunto ilimitado superiormente, definiremos i) {( ) 0, 0; tal que x X, x>A f(x) L } definição xLim f x L Ae e®+¥ = Û " > $ > Î ® - < . De modo semelhante, temos uma função :f X ® , com domínio ilimitado inferiormente, escrevemos ii) {( ) 0, 0; tal que x X, x< A f(x) L }. definição xLim f x L Ae e®-¥ = Û " > $ > Î - ® - < Figura 10– Comportamento da imagem no infinito 49AULA 2 Tópico 2 Na figura acima, vimos o comportamento geométrico do gráfico da função e a partir dele auferimos informações a respeito do comportamento da imagem da função. Observe o gráfico da função 1 ( )f x x = e = 1 ( )g x x , vemos que, quando ( ) 0x f x®+¥Þ ® , e repare que ®-¥Û = ® 1 ( ) 0x g x x . Quando empregamos a notação x ®+¥ , em termos da significação em LínguaPortuguesa, estamos referindo-nos que a variável real x assume infinitos valores positivos. Em termos de orientação no eixo das abscissas, analisamos os valores assumidos da esquerda para direita. Por outro lado, ao empregarmos a notação x ®-¥ , desejamos significar que x Î está assumindo valores do lado esquerdo do eixo das abscissas, cada vez menores. Simbolicamente, escrevemos o comportamento da função do quadro acima por 1 0xLim x®+¥ = e ®-¥ = 1 0xLim x . Reparamos que, neste caso particular de limites no infinito, temos 0L = de acordo com nossas definições. Vejamos os casos em que observamos a necessidade de seu emprego. EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 Calcule os limites indicados por lim ( )x x a x®+¥ + - e lim ( 2 )x x x®+¥ + - . Observe que lim ( )x x a®+¥ + =+¥ e ( )xLim x®+¥ ®+¥ . Portanto, o limite todo requerido apresenta o comportamento lim ( ) ( ) ( )x x a x®+¥ + - ® +¥ - +¥ , que representa uma indeterminação. Para evitá-la, usamos a seguinte igualdade: ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) x a x x a x x a x a x a x x a x x a x x a x + - + + + - + - = = = + + + + + + Temos então ®+¥ ®+¥ ®+¥ + - + + + - + - = = = + + + + ( )( ) ( ) [ ] ( ) ( )x x x x a x x a x x a x Lim x a x Lim Lim x a x x a x = ® ® +¥+¥+ + +¥ 0 ( ) a a a . 50 Cá lcu lo I Observamos que, para a solução de lim ( 2 )x x x®+¥ + - , segundo as manipulações acima, devemos ter como consequência que 2 lim ( 2 ) lim 0 ( 2 )x x x x x x®+¥ ®+¥ + - = = + + . Esse método analítico por vezes encobre o que de fato acontece com a imagem da função, assim, ao observar o comportamento da imagem da função ( ) 2f x x x= + - , podemos compreender melhor, na medida em que x assume valores infinitamente grandes e positivos. Vejamos agora algumas regras operacionais relacionadas com limites no infinito. 2.2 ALGUMAS PROPRIEDADES DE LIMITES NO INFINITO Vejamos alguns exemplos de aplicação deles. EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 Resolva os limites 1 5xLim x®¥ æ ö÷ç + ÷ç ÷çè ø e 2 3 xLim x p ®-¥ æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø . Solução: Teremos que ( )®¥ ®¥ ®¥ æ ö æ ö÷ ÷ç ç+ = + =÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø ( )1 1 5 5 5 i x x xLim Lim Limx x . No segundo T e o r e m a 4 Sejam os seguintes limites ( )xLim f x L®±¥ = e ( )xLim g x M®±¥ = então: (i) [ ( ) ( )]xLim f x g x L M®±¥ + = + (ii) [ ( ) ( )]xLim f x g x L M®±¥ - = - (iii) [ ( ) ( )]xLim f x g x L M®±¥ ´ = ´ (iv) [ ( )] . ( )x xLim c f x c Lim f x c L®±¥ ®±¥× = = × (v) ( ) ( )x f x L Lim g x M®±¥ = e 0M ¹ (vi) sejam ,m nÎ , sem fatores comuns, então ( ) m m n n xLim f x L®±¥ = , onde m nL Î . v o c Ê s a b i a? A expressão 0 1 0 = não admite cancelamento do zero. Expressão como essa é chamada indeterminação justamente por não se poder predizer que valor o quociente pode assumir, uma vez que tanto a função do numerador como a função no denominador ( ) ( ) f x g x podem estar se aproximando de zero. 51AULA 2 Tópico 2 caso, temos ( ) 2 2 3 1 3 3 0 0 iv x xLim Limx x p p p®-¥ ®-¥ æ ö æ ö÷ç ÷ç÷= × = × =ç ÷ç÷ ÷çç ÷ è øçè ø . Aqui estamos usando a seguinte propriedade 2 1 0xLim x®¥ = . De modo intuitivo, esse limite pode ser explicado na medida em que o numerador a fração 2 1 x é constante igual a 1 (ou qualquer constante), enquanto que seu denominador 2x cresce assumindo valores apenas positivos e grandes (expoente par). Esta propriedade pode ser generalizada, tomando-se n um inteiro qualquer, teremos que 1 0x nLim x®¥ = . As regras operacionais que surgem quando desenvolvemos o estudo da teoria dos limites no infinito são extensas e requerem muita prática para que fiquemos acostumados com elas. Na sequência, apresentaremos uma tabela extraída do livro de Guidorizzi (1998, p. 108-109) e exibiremos todas as que vamos aplicar na resolução dos limites que surgirão ao longo desta seção. 2.3 OUTRAS PROPRIEDADES DE LIMITES NO INFINITO T e o r e m a 5 Sejam ( ) e g(x)f x duas funções, então temos as seguintes propriedades: a) ( ) [ ( ) ( )] ( ) [ ( ) ( )] x x x x Lim f x Lim f x g x Lim g x Lim f x g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì ì=+¥ + =+¥ï ïï ïÞí íï ï=+¥ ´ =+¥ï ïî î b) ( ) , [ ( ) ( )] se L>0 ( ) [ ( ) ( )] se L<0 x x x x Lim f x L L Lim f x g x Lim g x Lim f x g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì ì= Î ´ =+¥ï ïï ïÞí íï ï=+¥ ´ =-¥ï ïî î c) { ( ) [ ( ) ( )] ( ) x x x Lim f x Lim f x g x Lim g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì =-¥ïï Þ ´ =-¥íï =+¥ïî d) { ( ) , [ ( ) ( )] ( ) x x x Lim f x L L Lim f x g x Lim g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì = Îïï Þ + =+¥íï =+¥ïî e) { ( ) , [ ( ) ( )] ( ) x x x Lim f x L L Lim f x g x Lim g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì = Îïï Þ + =-¥íï =-¥ïî f) ( ) [ ( ) ( )] ( ) [ ( ) ( )] x x x x Lim f x Lim f x g x Lim g x Lim f x g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì ì=-¥ + =-¥ï ïï ïÞí íï ï=-¥ ´ =+¥ï ïî î g) ( ) , [ ( ) ( )] se L>0 ( ) [ ( ) ( )] se L<0 x x x x Lim f x L L Lim f x g x Lim g x Lim f x g x ®+¥ ®+¥ ®+¥ ®+¥ ì ì= Î ´ =-¥ï ïï ïÞí íï ï=-¥ ´ =+¥ï ïî î 52 Cá lcu lo I Observamos que os teoremas acima possibilitam algumas ‘operações’ com os símbolos +¥ e -¥ . Por exemplo, você poderá deparar com símbolos do tipo ( )+¥+ +¥ , como, por exemplo, se desejamos avaliar o limite ( )2 xxLim x e®+¥ + . Uma análise desse limite nos conduz à seguinte expressão: ( ) ( ) ( )2 2x xx x xLim x e Lim x Lim e®+¥ ®+¥ ®+¥+ = + =+¥+¥=+¥ . Outra mani- pulação diz respeito a ( )-¥+ -¥ =-¥ . Também há coisas do tipo ( )L × +¥ =+¥ , quando 0L> e ( )L × +¥ =-¥ se 0L< . Notamos que a expressão ( )L × +¥ =+¥ pode ser interpretada intuitivamente quando multiplicamos a grandeza L , uma infinidade de vezes, por grandezas positivas. Mas podem surgir problemas graves, para os quais, neste primeiro curso, ainda não dispomos de mecanismos matemáticos capazes de lidar com o comportamento destas operações. Em todo caso, algumas destas propriedades, graças aos teoremas acima, deverão ser adotadas por nós, sem maiores pormenores, em virtude de tratarmos apenas de um curso introdutório. EXERCÍCIO RESOLVIDO 3 Segundo os exemplos que foram extraídos de Guidorizi (1998, p. 110), calcule os seguintes limites (a) 2(3 5 2)xLim x x®+¥ - + e (b) 3 2 3 1 2 1x x x Lim x x®+¥ + - + + Solução: Observamos que 2(3 5 2) 3( ) 5 ( ) 2 .xLim x x®+¥ - + = +¥ - × +¥ + ®+¥-¥ P r e c i s a m o s manipular a expressão e uma técnica usual requer que coloquemos em evidência a maior potência da variável ‘x’, de modo que 2(3 5 2)xLim x x®+¥ - + = 2 2 5 2 (3 ) [3 0 0] [3 0 0] .xLim x x x®+¥ = × - + =+¥× - + =+¥× - + =+¥ Isso significa que, quando x ®+¥ , a imagem da função se aproxima v o c Ê s a b i a? No cálculo de alguns limites, poderemos deparar com expressões do tipo ( )+¥- +¥ ; ( )+¥- -¥ ; 0 ×¥ ; ¥ ¥ ; 0 0 ;1¥ ; 00 ; 0( )¥ . Esses símbolos representam o comportamento da imagem da função e nos dizem se a função tende a se aproximar de um único valor, de vários valores finitos ou de infinitos valores enumeráveis ou não. Assim, não podemos concluir nada sobre o possível resultado do LIMITE, por isso chamamos de INDETERMINAÇÕES. Quando não há indeterminação, podemos calcular direto: ( ) ( ) ( ) ( ) ® ® ® ® ® - + - = - + - = 3 2 3 3 2 3 3 3 3 lim 4 7 5 9 lim 4 lim 7 lim 5 lim9 51. x x x x x x x x x x x 53AULA 2 Tópico 2 de valores extremamente grandes e positivos. No segundo caso, temos 33 2 2 ( ) 3( ) 13 1 2 1 2( ) ( ) 1x x x Lim x x®+¥ ¥ + ¥ -+ - +¥ = ® + + ¥ + ¥ + +¥ . Mas, passamos a calculá-lo empregando a mesma técnica do exemplo anterior escrevendo o limite 3 3 2 3 2 2 2 2 3 2 3 1 [1 ]3 1 1 12 1 [2 ] 3 1 [1 ] [1 0 0] 1 1 1 [2 0 0] 2[2 ] x x x xx x x xLim Lim x x x x x x xLim x x x ®+¥ ®+¥ ®+¥ + -+ - = = + + + + + - + - = × ®+¥× =+¥× =+¥ + ++ + Vamos aproveitar ainda o gráfico da função 1 ( )f x x = para motivar a definição de limites infinitos. De fato, observando o comportamento dos ramos (ver figura 11) de seu gráfico, na medidaem que 0x ® . No caso do gráfico da função 1 ( )f x x = , com 0x> , tomamos as aproximações de 0x +® (pelo lado direito da origem). Enquanto no caso de 1 ( )f x x = , para 0x < . Mas, neste caso, consideramos 0x -® (aproximação pela esquerda). Figura 11– Comportamento de 1 ( )f x x = A partir desta situação particular, chegamos às seguintes definições formais sobre limites infinitos. 54 Cá lcu lo I 2.4 DEFINIÇÃO – LIMITES INFINITOS D e f i n i ç ã o 4 Seja uma função :f X ® . Definiremos o símbolo ( )x aLim f x® =¥ significando que podemos fazer os valores da imagem ( )f x ficarem arbitrariamente grandes, por meio de uma escolha adequada de x nas proximidades do ponto x a= . De modo particular, escrevemos ( )x aLim f x® =+¥ e ( )x aLim f x® =-¥ , e recordamos que a aproximação pode ser feita do lado esquerdo de x a= ( x a-® ) e pelo lado direito ( x a+® ). De modo particular, podemos descrever os limites da ilustração anterior por 0 1 x Lim x +® =+¥ e 0 1 x Lim x -® =-¥ . Vejamos mais um exercício resolvido. EXERCÍCIO RESOLVIDO 4 Analise o comportamento de 3 2 3x Lim x +® - , 3 2 3x Lim x -® - . Solução: Observamos pelo gráfico (ver figura 12) que, quanto mais tomamos valores arbitrariamente próximos de 3x +® (lado direito), os valores de suas imagens são cada vez maiores, assim escrevemos 3 2 3x Lim x +® =+¥ - . Baseando ainda no gráfico e considerando as aproximações pela esquerda ( 3x -® ), vemos pelo gráfico que as imagens assumem valores cada vez menores, portanto 3 2 3x Lim x -® =-¥ - . Observamos que, nestes casos, não podemos inferir e explicitar de fato que valores a imagem da função 2 ( ) 3 f x x = - está assumindo e, sim, prevendo seu comportamento baseando-se no gráfico que está na figura 12, além do fato de que não mencionamos nenhum teorema formal. 55AULA 2 Tópico 2 Figura 12– Comportamento de 2 ( ) 3 f x x = - Como você pode ver, são várias as propriedades. Pesquise a demonstração desses teoremas em livros de Cálculo. Fornecemos acima algumas dicas operacionais que podem evitar alguns erros ao longo do estudo dos limites. Todavia, apenas o treinamento e o estudo constante poderão auxiliar você no real amadurecimento desta noção. No tópico seguinte, apresentamos alguns teoremas que possibilitam a análise de propriedades interessantes. 56 Cá lcu lo I TÓPICO 3 Teorema do Confronto ou do Sanduíche ObjetivOs • Conhecer propriedades relacionadas ao teorema do confronto • Identificar algumas das dificuldades do teorema Neste tópico, retomamos a aplicação de algumas das propriedades que envolvem limites. Veremos que, na maioria das vezes, não é simples o cálculo de limites. Em alguns casos, apenas com o uso do computador, podemos ter uma ideia do comportamento do gráfico de uma função. TEOREMA DO SANDUÍCHE OU DO CONFRONTO T e o r e m a 6 Sejam ( ), ( ) e h(x)f x g x , tais que , , :f g h A B® funções que satisfazem a desigualdade ( ) ( ) ( )h x f x g x£ £ , para todo x AÎ . Se for válido que ( ) ( )x a x aLim h x L Lim g x® ®= = , então é válido ( )x aLim f x L® = . Figura 13– Interpretação geométrica do teorema do confronto 57AULA 2 Tópico 3 EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 Considere os limites da função 1 1 0x xLim Limx x®¥ ®¥ - = = e note que ( )1 1 ( ) 1 1 ( ) 1 sen x sen x sen x x x x - £ «- £ £ « £ £ , para todo *x Î , pelo teorema do sanduíche, temos que 6( ) ( )1 1 0 0 0 Teorema x x x x sen x sen x Lim Lim Lim Lim x x x x®¥ ®¥ ®¥ ®¥ - = £ £ = ® = . EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 Calcule o valor de 2 cos( ) 3x x Lim x®¥ - + . Solução: Novamente, temos cos( ) 1 1 cos( ) 1 1 cos( ) 1 3 2 cos( ) 1x x x x£ «- £ £ « ³- ³- « ³ - ³ . Portanto, 2 cos( )1 3 1 2 cos( ) 3 3 3 3 x x x x x - £ - £ « £ £ + + + , para todo {3}x Î - . Segue que 2 cos( )1 3 0 0 3 3 3x x x x Lim Lim Lim x x x®¥ ®¥ ®¥ - = £ £ = + + + . Assim, pelo Teorema do Confronto, escrevemos 2 cos( ) 0 3x x Lim x®¥ - = + . Concluímos este tópico salientando o potencial de um suporte tecnológico em oferecer significado e sentido para teoremas do Cálculo que há tempos se restringiam a uma exploração eminentemente analítica. Tais malabarismos algébricos podem fornecer respostas, todavia, para uma mente pouco treinada, carecem de significação. Na sequência, veremos o estudo de limites no contexto de funções trigonométricas. 58 Cá lcu lo I TÓPICO 4 Limites de funções trigonométricas ObjetivO • Estudar a noção de limites com funções trigonométricas Vimos anteriormente a noção de continuidade para alguns tipos de funções. Podemos considerar casos específicos, como as funções trigonométricas ( ) ( ); ( ) os( ); ( ) ( )f x sen x g x c x h x tg x= = = são contínuas em seus domínios. Mas apresentaremos aqui somente o limite 0 0 ( ) ( ) 1 x x sen x sen x Lim Lim x x - +® ® = = . Vimos um teorema (ver aula 1 tópico 4) o qual garante que podemos conseguir 0r > , tal que 0 ( ) ( )sen x x tg x< < < , para 0 x r< < . A partir da desigualdade 0 ( ) ( )sen x x tg x< < < , dividimos por 1 ( ) 1 ( ) ( ) x sen x sen x cos x \ < < e, para 0 x r< < , temos ( ) ( ) 1 sen x cos x x < < . Por outro lado, observe que, se temos 0 0 ( )r x x r- < < ® < - < , em virtude do teorema, escrevemos - - - - < < Þ = - < = < \ < < - - - é Ìmpar Co-seno Par ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 ( ) ( ) 1 ( ) 1. Senosen x sen x sen x sen x cos x cos x cos x cos x x x x x Conclui-se que, para 0 x r< < , teremos o Limite 0 0 0 ( ) ( ) ( ) 1 ( ) 1 1 Aplicando x x x sen x sen x cos x Lim cos x Lim Lim x x® ® ® < < Þ < < = . Nesta desigualdade, 0 0 ( ) ( ) 1x x sen x Lim cos x Lim x® ® < < , usaremos o Teorema do Confronto, lembrando que as funções seno e cosseno são contínuas, o que pode ser observado intuitivamente pelos seus gráficos, respectivamente. Assim, temos 59AULA 2 Tópico 4 0 0 0 0 ( ) 1 (0) ( ) 1 ( ) ( ) 1 1 1 x x Teorema do Confronto x x sen x cos Lim cos x Lim x sen x sen x Lim Lim x x ® ® ® ® = = < < \ < < « = . O que nos leva a apresentar o seguinte teorema. TEOREMA DO LIMITE FUNDAMENTAL T e o r e m a 7 7 0 ( ) : 1x sen x Teorema Lim x® = Demonstração: Feita nas argumentações anteriores. Veremos que muitos limites podem ser resolvidos analiticamente a partir desta relação fundamental, porém destacamos sempre a importância da análise do gráfico das funções em análise, quando possível. EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 Calcule o limite, usando o teorema do Limite Fundamental 0 (5 ) x sen x Lim x® . Solução: Consideraremos a expressão (5 ) (5 ) (5 )5 5 [ ] 5 (5 ) 1 sen x sen x sen x x x x = × = × e chegaremos a 0 0 0 (5 ) 5 5 [ ] 1 5 (5 ) 1 1 x x x sen x Lim x ® ® ¹ × = × = . EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 Calcule o limite usando o teorema do Limite Fundamental 0 2 1 ( ) x cos x Lim x® - . Solução: Consideraremos a expressão 2 2 2 2 2 1 ( ) 1 ( ) 1 ( ) 1 ( ) 1 ( ) (1 ( )) cos x cos x cos x cos x x x cos x x cos x - - + - = × = + + . Por outro lado, lembraremos que 2 2 2 2 2 2 ( ) ( ) 1 ( ) 1 ( ) (1 ( )) (1 ( )) sen x sen x sen x cos x x cos x x cos x = - ® = × = + + 0 0 ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 1 1 [ ] 1 1 1 (1 ( ) (1 ( )) 1 (0) 2 2 Teorema x x sen x sen x sen x sen x Lim x x cos x x x cos x cos® ¹ × × \ × × = × × = × = + + + Observe que, se tentássemos resolver direto, depararíamos com a expressão 60 Cá lcu lo I 0 0 2 2 0 1 ( ) (1 ( )) 1 1 0 ( ) 0 0 x x x cos x Lim cos x Lim x Lim x ® ® ® - - - = = = , uma indeterminação. Até aqui, vimos algumas propriedades, teoremas e regras operatórias com limites. A maioria delas pode requerer demonstração, utilizando argumentos de Análise (disciplina avançada). Como vimos, aplicamos apenas, sem demonstração, alguns resultados, inclusive para as funções trigonométricas. aT I V I D A D E D E A P R O F U N D A M E N T O 1. Calcule o seguinte limite 3 2 82x x Lim x® - - e 3 0 1 1 x x Lim x® + - . 2. Calcule os seguintes limites (a) 2( 5)xLim x x®-¥ - + e (b) 4 2 3 3 1 2 2x x x Lim x x®+¥ + + + - . 3. Calcule o valor de 2cos (2 ) 3 2x x Lim x®+¥ - . 4. Resolva os limites indicados por 0 (7 ) 4x sen x Lim x® e 0 ( cot ( ))xLim x g x® × . 5. Demonstre que as funções seno e cosseno são contínuas em todo seu intervalo. g u a r d e b e m i s s o ! Os limites 2 0 2 2 0 2 ( ) ( ) com x x sen x Lim x sen x Lim x ® ® não devem ser confundidos, pois não são resolvidos do mesmo modo, apesar de fornecerem o mesmo resultado. 61AULA 3 AULA 3 Um pouco mais sobre o conceito de limite Muitos matemáticos, no momento em que se deu o primeiro contato com a noção de limite, relataram algumas dificuldades no que se refere ao seu entendimento. Todavia, com a persistência e dedicação, temos a convicção que obtemos uma boa aprendizagem sobre este assunto. Objetivo • Conhecer outras propriedades relacionadas à noção de limites e funções 62 Cá lcu lo I TÓPICO 1 Assíntotas horizontais e verticais ObjetivOs • Apresentar as assíntotas horizontais e verticais ao gráfico de uma função • Estudar exemplos de funções que envol- vam as assíntotas horizontais e verticais Dizemos que uma reta r é uma assíntota de uma curva C quando um ponto ao mover-se ao longo de uma parte extrema da curva se aproxima desta reta. Em outras palavras, a reta assintótica r e a curva C ficam arbitrariamente próximas à medida que se afastam da origem do sistema de coordenadas. Vamos observar o gráfico das seguintes funções: 2 2 1 ( ) 1 x f x x - = + e 1 ( )g x x = . Observamos em (I), na figura 1, que o gráfico de ( )f x não ultrapassa a reta de equação 1y = , paralela ao eixo Ox. Por outro lado, para 0x> , o gráfico da função 1 ( )g x x = (figura 1 – (II)) não ultrapassa a reta de equação 0y = , por mais próximo que esteja da origem ou mesmo quando x ®+¥ . De forma semelhante, para 0x < , temos a mesma reta 0y = em relação a qual o gráfico (ramo esquerdo) não toca. Figura 1– Assíntotas horizontais aos gráficos 2 2 1 ( ) 1 x f x x - = + e 1 ( )g x x = As retas acima, descritas no eixo Oy , por 1 0y e y= = , são chamadas de retas 63AULA 3 Tópico 1 assíntotas horizontais ao gráfico das funções exibidas acima. Vejamos sua definição formal logo em seguida. Com relação aos dois limites anteriores e a presente definição, observamos que, no primeiro caso, obtemos 1L = , e no segundo caso 0L = . 1.1 ASSÍNTOTA HORIZONTAL D e f i n i ç ã o 1 A reta descrita por y L= é chamada de assíntota horizontal da curva ( )y f x= se ( ) ou ( )x xLim f x L Lim f x L®+¥ ®-¥= = . Observe que, empregando as regras operacionais discutidas na aula anterior, poderíamos ter calculado os mesmos limites da seguinte forma: 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 (1 ) (1 ) (1 0)1 1 1 11 (1 0)(1 ) (1 ) x x x xx x xLim Lim Lim L x x x x ®¥ ®¥ ®¥ - - -- = = = = = + ++ + . Por outro lado, temos 1 0xLim Lx®+¥ = = e 1 0xLim Lx®-¥ = = . Vamos agora considerar os gráficos das seguintes funções 22 1 ( ) 3 5 x f x x + = - , ( )2( ) 1g x x x= + - e 2( ) 1h x x x x= + + + . No primeiro caso, com respeito ao seu gráfico, observamos que o gráfico da primeira função ( )f x admite três retas assíntotas, duas horizontais e uma assíntota vertical (ver figura 2). No caso da função ( )2( ) 1g x x x= + - , pelo seu gráfico, divisamos apenas uma reta assíntota horizontal, o próprio eixo Ox. Por fim, por meio do gráfico, sem recorrer ao aparato analítico, inferimos que a função ( )h x possui uma assíntota horizontal (ver figura 3). Na sequência, por meio das condições operatórias fornecidas pelas definições exibidas há pouco, necessitamos identificar exatamente os valores e a equação analítica de cada reta assíntota aos gráficos discutidos. Figura 2– As assíntotas das funções 22 1 ( ) 3 5 x f x x + = - e ( )2( ) 1g x x x= + - 64 Cá lcu lo I Figura 3– A assíntota da função 2( ) 1h x x x x= + + + Veremos alguns exemplos e, logo na sequência, descrevemos a definição formal de assíntota vertical que exploramos até este momento por um viés bastante intuitivo. EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 Vamos considerar agora as seguintes funções 2 1 ( )f x x = e 2 ( ) 3 g x x = - . Descrevemos os seus gráficos (figura 4). Em (I), vemos que, quanto mais x se aproxima da origem, os valores que ( )f x assume são extremamente grandes e positivos. Analiticamente, temos 2 20 0 1 1 x x Lim Lim x x + -® ® =+¥= . Em (II), quando nos aproximamos da reta 3x = pelo lado direito, vemos que 3 ( ) x Lim g x+® =+¥ e, pelo outro lado, vemos que 3 ( ) x Lim g x-® =-¥ . Figura 4– Assíntotas das funções 2 1 ( )f x x = e 2 ( ) 3 g x x = - Apresentamos agora a definição formal de assíntota vertical. 1.2 ASSÍNTOTA VERTICAL Adaptado de Leithold (1982), temos a seguinte definição: 65AULA 3 Tópico 1 D e f i n i ç ã o 2 A reta x a= é chamada de assíntota vertical da curva ( )y f x= se pelo menos uma das condições seguintes estiver satisfeita: i) ( )x aLim f x® =+¥ ii) ( ) x a Lim f x+® =+¥ iii) ( ) x a Lim f x-® =+¥ iv) ( )x aLim f x® =-¥ v) ( ) x a Lim f x-® =-¥ vi) ( ) x a Lim f x+® =-¥ EXERCÍCIO RESOLVIDO 2 Consideremos as funções ( ) ( )f x tg x= e ( ) ( )g x ln x= apresentadas abaixo. Na figura 5, em (I), vemos que as retas e 2 2 x x p p = =- são assíntotas verticais. Do mesmo modo, em (II), para a função ( ) ( )g x ln x= , há uma assíntota vertical em 0x = . Figura 5– Assíntotas verticais de ( ) ( )f x tg x= e ( ) ( )g x ln x= EXERCÍCIO RESOLVIDO 3 Interprete geometricamente os seguintes limites: ( ) x a Lim f x-® =+¥ , ( ) x a Lim f x+® =+¥ , ( )x aLim f x-® =-¥ . Na figura 6, em (I), temos a descrição do limite ( ) x a Lim f x-® =+¥ . Em (II), encontramos o gráfico de ( ) x a Lim f x+® =+¥ . Consequentemente, o limite ( ) x a Lim f x-® =-¥ em (III). = 66 Cá lcu lo I Figura 6– Comportamento geométrico dos limites: ( ) x a Lim f x-® =+¥ , ( ) x a Lim f x+® =+¥ e ( )x aLim f x-® =-¥ De modo resumido, apresentamos o seguinte quadro esquemático. Figura 7– Quadro esquemático de assíntotas Nessa seção, estudamos alguns conceitos interessantes e propriedades relacionadas aos limites, como no caso de retas assíntotas. Na próxima seção, estudaremos o limite no contexto de outras funções. 67AULA 3 Tópico 2 TÓPICO 2 Conceito de limite: extensões ObjetivO • Introduzir a noção de limite no contexto de funções exponenciais e logarítmicas Já estudamos as potências com expoente racional do tipo m mnna a= . Neste capítulo, estudaremos potências com expoente real. Observamos inicialmente que, se temos duas funções ( ) ( )f r g r= para todo r racional ( rÎ ), então podemos verificar que ( ) ( ), xf x g x= " Î . Trata-se de um problema típico de densidade, cuja explicação se dá somente no campo da Análise Real, que você estudará bem mais adiante. Seja 0a> e 1a ¹ um número real arbitrário. Se existem duas funções f e g definidas e contínuas em tais que, para todo r racional, temos ( ) ( )f r g r= . Então poderá existir apenas uma função definida e contínua para todo o conjunto. Enunciamos sem demonstrar o próximo teorema. 2.1 LIMITE DE UMA FUNÇÃO EXPONENCIAL Fundamentando-se por Guidorizzi (1997, p. 130), teremos: v o c Ê s a b i a? Algumas propriedades que envolvem os conjuntos numéricos são aparentemente simples de serem observadas, mas difíceis de serem demonstradas. Por exemplo, dado um intervalo de extremos racionais, encontramos no seu interior um número irracional. Da mesma forma, se temos um intervalo de extremo irracional, podemos encontrar um número racional no seu interior. At e n ç ã o ! O estudo da demonstração desse teorema é essencial ao conteúdo de outra disciplina, como Matemática Básica I. A compreensão das propriedades
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