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APS filosofia do Direito e Direitos Humanos


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Nome: Barbara Luiz Sales Turma:003209B02 RA:8973169 
Prof°: Emerson Malheiro Matéria: Filosofia do Direito e Direitos Humanos 
 
APS: Filosofia do direito e Direitos Humanos – Descumprimento da obrigação de 
investigar e punir o homicídio do Sr. Garibaldi. 
 
Primeiramente, podemos analisar que se trata sobre um caso de responsabilidade 
do Estado, onde ocorre o descumprimento de uma obrigação de investigar e punir o 
Homicídio do Senhor Sétimo Garibaldi, que ocorreu em 27 de novembro de 1998, durante 
uma operação extrajudicial de despejo de famílias de trabalhadores sem terra, que 
ocupavam uma fazenda no Município de Querência do norte, Estado do Pará. Por 
conseguinte, vimos que a Corte Interamericana é competente, conforme o artigo 62.3 da 
Convenção para conhecer o presente caso, em razão do Brasil ser Estado Parte da 
Convenção Americana. 
Em 27 de novembro de 1998, Garibaldi foi privado de sua vida durante uma 
operação de desocupação extrajudicial na Fazenda São Francisco, na cidade de Querência 
do Norte, Estado do Pará. Deste modo, a fazenda ocupada por cerca de cinquenta famílias 
vinculadas ao MST, aproximadamente 5 horas da manhã, um grupo com cerca de vinte 
homens encapuzados e armados, chegou à Fazenda efetuando diversos disparos ao ar, 
ordenando para aqueles trabalhadores saíssem de suas barracas e dirigir-se ao centro de 
acampamento e permanecer deitados ao chão. Ocorre que, Garibaldi ao se locomover para 
ir ao centro de acampamento, foi ferido em sua perna com um projetil de arma de fogo 
calibre 12, disparado por uns dos indivíduos encapuzados, deste modo, Garibaldi ferido, 
não resistiu e veio falecer em decorrência de uma hemorragia. No mesmo dia, os policiais 
militares comparecerão ao local do crime, entretanto, averiguando o lugar encontraram 
Ailton Lobato, logo, foi solicitado diligência para encontra-lo, pois havia sido 
reconhecido por testemunhas entre os membros armados, quando o mesmo foi abordado 
pelos policiais, encontraram consigo um revolver calibre 38, e como não possuía licença 
para portá-lo, foi detido em flagrante por posse ilegal de arma, logo, inseriu um inquérito 
policial em investigação ao homicídio de Garibaldi. 
Entretanto, vemos que houve violação das garantias judiciais e a proteção 
judicial, deste modo, a convenção interamericana possui obrigação de proporcionar 
recursos judiciais efetivos às vítimas de violações dos direitos humanos, logo, devem ser 
substanciados com as regras do devido processo legal. Consequentemente, a família da 
vítima possui o direito de o Estado averiguar os fatos que sejam efetivamente investigados 
pelas autoridades, respeitando os requisitos de independência, efetividade e celeridade, 
sendo assim, as vítimas de violações de direitos humanos possui o direito de recorrer aos 
tribunais para fazer respeitar seus direitos, deste modo, deve-se contar com um processo 
simples e breve, onde a justiça a proteja contra as autoridades que violam seus direitos 
fundamentais elencados na constituição federal e na convenção interamericana. 
Em vista dos fatos alegados, considera-se que os órgãos estatais encarregados da 
investigação relacionada com a morte violenta de Garibaldi, cujo objetivo é a 
determinação dos fatos, a identificação dos responsáveis e sua possível sanção, devem 
realizar sua tarefa de forma diligente e exaustiva. Bem como, o bem jurídico recai sobre 
a investigação obriga a redobrar esforços nas medidas que devam ser praticadas para 
cumprir seu objetivo, sendo assim, a omissão e negligência dos órgãos estatais, fere o 
bem estar social das pessoas. 
Diante do exposto, a parte de Garibaldi, alega que o Estado não levou em 
consideração o inquérito policial, deste modo, não ocorreu a investigação para analisar os 
co-proprietários da Fazenda e sócios da Favoretto, não intimou outras pessoas que 
presenciaram os fatos da declaração, além das oitos testemunhas, o escrivão que havia 
prestado informação nos autos sobre o disparo com a arma apreendida a Ailton Lobato, 
atuou posteriormente como delegado de policia a cargo do inquérito, não verificou a 
estadia de Morival Favoreto na residência de Eduardo Minutolli, não se cotejou a arma 
apreendida com as cápsulas de projéteis calibre 38 encontrada no lugar do crime, deste 
modo, a arma desapareceu da Vara Loanda, o Ministério Público soube do 
desaparecimento da arma calibre 38 e não solicitou uma investigação sobre o 
desaparecimento, em contraste, solicitou o arquivamento do inquérito, não solicitaram a 
presença Vandelei Garibaldi como testemunha, nem o suposto comprador da 
caminhonete de Morival Favoreto, as supostas divergências nas declarações dos 
trabalhadores não existiram, juíza não fundamentou a decisão de arquivamento do 
Inquérito. Entretanto, a parte interessada, ainda interpôs um mandado de segurança para 
garantir seu direito a que se continuasse com o Inquérito do homicídio. 
Por conseguinte, o estado afirma que realizou uma perícia da arma apreendida, 
a qual não houve conclusão do último momento que houve um disparo, o escrivão Ribeiro 
encarregado, efetuou inspeções na fazenda onde foi detido Ailton Lobato em busca de 
armas, mas não encontrou, Morival foi interrogado sobre sua arma e afirmou que não 
andava armado, Ailton Lobato foi interrogado, mas exerceu seu direito constitucional de 
permanecer em silêncio, não foi interrogado os demais integrantes do grupo armado a 
Morival, pois o mesmo negou a participação no crime, os demais proprietários da Fazenda 
não obteve mais declarações, pois não forma mencionados pelas testemunhas, em relação 
à caminhonete foi verificado a sua venda com anterioridade à desocupação, ademais, não 
era necessário realizar perícia nos recibos da consulta médica, pois o médico Flair 
Carrilho, afirma que havia emitido e não possuía o registro de pessoas que 
acompanhavam seus pacientes durante o atendimento médico. Outrossim, o Estado 
reconhece que a comparação balística entre a arma apreendida e as cápsulas encontradas 
no lugar do crime, poderiam ter sido realizadas, deste modo, entende-se em seu critério, 
com exceção a falta de perícia, não existe falhas no Inquérito que devessem ser sanadas 
pelo Estado. 
Em suma, a corte interamericana obtém o julgamento do Sr. Garibaldi de 
reparação, tendo que o Estado conduzir eficazmente e dentro de um prazo razoável o 
Inquérito e qualquer processo que chegar a abrir, como consequência deste, para 
eventualmente sancionar os autores da morte do senhor Garibaldi, do mesmo modo o 
Estado deve investigar, se for o caso, sancionar as eventuais faltas de funcionais nas quais 
poderiam ter incorrido os funcionários públicos a cargo do Inquérito. O tribunal 
estabeleceu uma sentença declaratória da existência de violação constitui uma forma de 
reparação, entretanto, considerando as consequências que a violação cometida às vítimas, 
a impunidade pelo senhor Garibaldi, a corte estima o pagamento em compensação fixada, 
por conceito de danos imateriais em favor daqueles familiares considerados vítimas da 
violação dos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Interamericana, com relação ao artigo 1.1 
da mesma. Em consequência o tribunal ordena ao Estado o pagamento de U$50.00,00 
(cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América) a favor de Iracema Garibaldi e 
U$20.000,00 (vinte mil dólares dos Estados Unidos da América) a favor de cada uma das 
seguintes vítimas: Darsonia Garibaldi, Vandelei Garibaldi, Fernando Garibaldi, Itamar 
Garibaldi, Itacir Garibaldi e Alexandre Garibaldi. Além do mais, o Estado deve pagar 
para Iracema Garibaldi e seus filhos mil dólares, pelos gastos de transporte e de gestões 
os quais teria despendido Iracema Garibaldi em procura de apoio aos seus familiares, 
como dano material e imaterial, dentro de um prazo de um ano, contado a partir da 
notificação da mesma. Por conseguinte, a Cortedetermina em equidade o pagamento de 
U$8.000,00 (oito mil dólares dos Estados Unidos da América) a título de custas e gastos, 
essa quantia inclui os gastos futuros em que possam incorrer as vítimas durante a 
supervisão do cumprimento desta sentença e deverá ser entregue dentro de um ano a partir 
da notificação da presente sentença à senhora Iracema Garibaldi. Deste modo, o 
pagamento às vítimas deve ser feito em dólares dos Estados Unidos da América, 
utilizando para o cálculo respectivo o tipo de câmbio que se encontra vigente na bolsa de 
Nova York, no dia anterior ao pagamento. 
Portanto, vemos que ocorreu a violação dos direitos humanos 8.1 e 25.1 da 
Convenção Interamericana, onde o estado possui obrigação de investigar violações de 
direitos humanos, e devem garantir os direitos reconhecidos na convenção, deste modo, 
o dever de investigar não pode ser visto como uma simples formalidade, mas como um 
dever jurídico. Podemos analisar que em casos de morte violenta, como ocorreu do Sr. 
Garibaldi, o Estado ao tomar o conhecimento do fato, deve iniciar a investigação, devendo 
ser realizada por todos os meios legais disponíveis e orientada à determinação da verdade, 
sendo assim, os familiares possuem o direito de saber o que aconteceu a vítima. Podemos 
destacar-se que a duração de um processo é um direito fundamental constituído na 
Constituição Federal.