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Capítulo 3 - Quais os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na hidrolipodistrofia ginóide e como avaliá-la

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- -1
ESTÉTICA CORPORAL I
CAPÍTULO 3 – QUAIS OS MECANISMOS 
FISIOLÓGICOS ENVOLVIDOS NA 
HIDROLIPODISTROFIA GINOIDE E COMO 
AVALIÁ-LA?
Tâmara Gomes
- -2
Introdução
Conhecida popularmente como celulite, a hidrolipodistrofia ginoide (HLDG) é uma disfunção estética
representativa ao que se refere à busca por tratamentos em centros estéticos. Você sabe por que seu
acometimento se restringe, em sua maioria, ao sexo feminino? Neste capítulo, você irá compreender como a
anatomia da pele da mulher influencia no desenvolvimento da celulite. Diversas são as causas mencionadas
como fatores predisponentes da celulite. Mas você sabe mesmo quais desses fatores são mitos ou verdades? A
sua etiologia é multifatorial e envolve fatores nutricionais, hábitos de vida e a hereditariedade. Já o processo
fisiopatológico envolve quatro grandes importantes fatores. Você conhece os fatores fisiopatológicos da celulite?
Pode-se dizer que são a anatomia, a condição do tecido conjuntivo e as alterações vasculares. Já o quarto
mecanismo, fatores inflamatórios, não recebe o apoio de todos os autores como fisiopatologia da HLDG.
Com tantos fatores envolvidos no desenvolvimento da celulite, a sua avaliação deve ser minuciosa. Com o
desenvolvimento de tantos estudos, ainda se utiliza “grau” para avaliação de celulite? A literatura recente ainda
relata que o grau da celulite deve ser avaliado, mas não considerado como único critério avaliativo e fator
determinante para diagnosticar a disfunção estética. Diversos outros fatores devem ser inspecionados em um
exame físico antes de se definir a disfunção presente em cada cliente.
Tenha uma boa leitura!
3.1 Conceito e características da hidrolipodistrofia ginoide 
(HLDG)
A disfunção popularmente conhecida como “celulite”, a hidrolipodistrofia ginoide, apresenta outras
nomenclaturas científicas: fibroedema geloide (FEG), lipodistrofia ginoide (LDG), adiposidade edematosa,
deformação dermopaniculosa e linfóstase cutânea regional (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Clique nas abas a seguir e
conheça o termo correto para nomear essa condição e porquê.
HLDG
O termo HLDG é uma denominação correta, visto que significa: de “água”; , relativo a “gordura”;hidro, lipo
, desordem nas trocas metabólicas do tecido; e, é referente à forma da mulher (SARRUF et al.,distrofia ginoide 
2011).
Celulite
Já o termo “celulite” não condiz com a disfunção estética, visto que o sufixo “ite” é indicativo de inflamação, e os
estudos não identificam uma inflamação da célula. Como o termo celulite é bastante utilizado nas clínicas de
estética e nas diversas mídias, redes de divulgação e também em sites de pesquisas científicas, neste capítulo
também abordaremos tal termo em sua descrição (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A HLDG é uma alteração no tecido dérmico e na tela subcutânea, a qual pode ter o acometimento circulatório
associado, a formação de nódulos fibróticos e a queixa álgica local. A presença de dor está associada à
compressão que a fibrose exerce sobre as estruturas do tecido e as terminações nervosas (BORGES; SCORZA,
2016). Clique para conhecer mais sobre suas características e manifestações.
•
Características
Caracteriza-se pela presença de modificações no aspecto e textura da pele com características
•
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Caracteriza-se pela presença de modificações no aspecto e textura da pele com características
visíveis com rebaixamento e ondulações do tecido similares a uma “casca de laranja” ou a um
“saco de nozes”. Este comparativo é decorrente da não uniformidade do tecido (BORGES; SCORZA,
2016).
•
Sintomas
Decorrente da associação com alterações circulatórias, em alguns casos, o indivíduo com celulite
pode apresentar sintomas de parestesia, câimbras, sensação de peso, dor à palpação e diminuição
da temperatura nos locais afetados.
•
Riscos
O FEG é uma afecção que não gera riscos ao indivíduo, mas, em contrapartida, pode ocasionar
desconforto, baixa autoestima e mudanças comportamentais por alteração e insatisfação com a
imagem corporal (HEXSEL; HEXSEL, 2010; BRUM, 2010).
•
Quem atinge
Atinge de 85% a 98% das mulheres após a puberdade, em todas as etnias. Estas apresentam algum
grau de celulite quando considerada a presença de depressões e rebaixamento do tecido e não a
presença de fibrose propriamente dita. Apesar de estar presente em todas as raças, é mais comum
em mulheres ocidentais. Por características anatômicas masculinas e hormonais, raramente
visualiza-se a celulite em homens, mas pode ocorrer nos casos de deficiência androgênica e nos
casos dos homens que receberam terapia com estrogênio para câncer de próstata (AFONSO et al.,
2010).
•
Localização
A localização da HLDG está mais associada a áreas com mais disposição de adiposidade localizada
feminina sob influência do estrogênio, como quadris, coxas e nádegas. Mas também pode ser
encontrada em outras regiões, como abdome e braços, principalmente quando há distribuição de
gordura localizada (FRIEDMANN et al., 2017; AFONSO et al., 2010).
3.2 Fisiopatologia, histopatologia e fatores predisponentes 
da HLDG
A HLDG é uma disfunção estética multifatorial e o conhecimento sobre os fatores envolvidos permite ao
profissional esteticista ter a base para traçar planos de tratamentos voltados especificamente para os fatores
envolvidos de cada cliente. Nos meios de comunicação voltados para a estética, diversas são as reportagens e
matérias que abordam esse tema. Com tanta informação, é possível compreender o que é a fisiopatologia de uma
celulite? A fisiopatologia da celulite é um conjunto de fatores que, de forma isolada ou em conjunto,
desencadeiam a disfunção. Qual a importância do conhecimento do estado histopatológico da celulite? A seguir,
você irá compreender quais acometimentos são vistos em estruturas internas do sistema tegumentar e como os
hábitos de vida interferem em todo esse processo de formação de celulite e alteração morfológica das estruturas
•
•
•
•
- -4
hábitos de vida interferem em todo esse processo de formação de celulite e alteração morfológica das estruturas
da pele. A seguir, além de conhecer os fatores predisponentes, você entenderá como eles influenciam na
formação da HLDG.
3.2.1 Fisiopatologia
A fisiopatologia da HLDG é complexa e envolve quatro principais fatores: anatomia da pele, alterações nos septos
dos tecidos conjuntivos, alterações vasculares e fatores inflamatórios (AVRAM, 2004; ROSENBAUM et al., 1998).
Veja, a seguir, a descrição de cada fator.
1-Anatomia da pele: a justificativa das mulheres desenvolverem mais facilmente a celulite é decorrente da
anatomia da pele, que está relacionada ao tamanho dos adipócitos e disposição e espessura das fibras de tecido
conjuntivo. O tecido adiposo feminino é maior que o tecido adiposo masculino e, conforme você pode observar
na próxima figura, nas mulheres os septos são mais finos e dispostos de forma perpendicular. Tais
características favorecem que, com o aumento do tecido adiposo entre os septos, haja uma projeção da gordura
sobre a interface dermo-hipodérmica e, assim, os adipócitos das mulheres sobressaiam sobre a pele, como se
houvesse uma herniação do tecido gorduroso dando a impressão ondulada no tecido cutâneo. Já nos homens,
como os septos são mais espessos e encontram-se na diagonal, impedem que essa gordura se projete sobre a
pele, e sim se projete para o fundo (AVRAM, 2004; ROSENBAUM et al., 1998).
Figura 1 - A anatomia feminina, com os septos mais finos e dispostos na vertical, favorece a formação da HLDG. Já 
a anatomia masculina, por apresentar septos mais espessos e na diagonal, dificultam a projeção do adipócito e a 
consequente formação de celulite.
Fonte: RITTI; TORRES, 2005.
2-Alteração nos septos de tecido conjuntivo: apesar da anatomia com a distribuição dos septos na
perpendicular favorecer a herniação do tecido adiposo, este tecido conjuntivo precisa estar enfraquecido para
permitir que que a célula de gordura sobressaia sobre a pele. A ondulação persistente da pele com celulite é
resultado de um alongamento contínuo e progressivodas fibras de colágeno presas à parte inferior da derme
pela gordura acumulada, processo que enfraquece o suporte do tecido conjuntivo e permite a herniação
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resultado de um alongamento contínuo e progressivo das fibras de colágeno presas à parte inferior da derme
pela gordura acumulada, processo que enfraquece o suporte do tecido conjuntivo e permite a herniação
gordurosa e a alteração da interface dérmica subcutânea, favorecendo a formação de ondulações e depressões
(AVRAM, 2004; FRIEDMANN et al., 2017).
3-Alterações vasculares: três são os fatores associados que justificam as alterações vasculares. Você pode
conhecê-los clicando a seguir.
• 
(a) Deterioração vascular dérmica decorrente das alterações no esfíncter arteriolar pré-capilar em
áreas afetadas. O aumento da pressão capilar leva ao aumento da permeabilidade capilar-venular
e à retenção do excesso de líquido dentro da derme, interadipócitos e septos interlobulares
(AVRAM, 2004; AFONSO et al., 2010).
• 
(b) Deposição de glicosaminoglicanos hiperpolimerizados (GAGs) nas paredes capilares dérmicas
e dentro da substância fundamental amorfa, entre o colágeno e a elastina. As GAGs, que possuem
propriedades hidrofílicas, aumentam a pressão intersticial e, adicionalmente, atraem água
(AVRAM, 2004; AFONSO et al., 2010).
• 
(c) Autores também acreditam que as mudanças no sistema linfático e a produção de substâncias
dentro do espaço intersticial favorecem a fisiopatologia (DE GODOY et al., 2017).
O edema ocasionado por esses fatores associados resulta em compressão e estase vascular, diminuição de
retorno venoso e hipóxia tecidual. Um tecido que passa a não ter uma boa oxigenação tende a modificar o seu
aspecto, que é o que acontece com a celulite. Além do mais, o edema contínuo, a congestão vascular e hipóxia
tecidual levam ao espessamento e esclerose dos septos fibrosos no tecido adiposo superficial e derme profunda,
causando uma aparência acolchoada (AVRAM, 2004; AFONSO et al., 2010).
4-Fatores inflamatórios: algumas literaturas não abordam este fator, entretanto, esta teoria é sustentada por
alguns autores decorrente do aparecimento difuso de células inflamatórias crônicas, incluindo macrófagos e
linfócitos, nos septos fibrosos de biópsias de celulite. Logo, o fator inflamatório não quer dizer que a celulite,
quando descrita como HLDG, é a inflamação da célula. O que ocorre é um processo inflamatório dos septos
fibrosos, os quais, como consequência, tornam-se mais enfraquecidos e favorecem as herniações. A inflamação
dos septos pode até mesmo ser ocasionada pelo seu estiramento excessivo (AVRAM, 2004). Além do mais, é
importante deixar claro que o processo inflamatório não atinge as camadas subepidérmicas e, assim, não é
possível detectar superficialmente as características clássicas de calor e rubor presentes em tecidos inflamados
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Pode-se dizer que o aumento do tecido adiposo é um fator condicionante para a formação da HLDG. Com o
•
•
•
VOCÊ QUER LER?
O desenvolvimento da celulite apresenta uma etiopatogenia complexa e multifatorial e seu
desenvolvimento ainda apresenta condições que não são completamente conhecidas. Com isso,
os desenvolvimentos de pesquisas buscam reunir os fatores mais importantes para a melhor
compreensão dessa disfunção e minimizar a complexidade do tratamento (AFONSO et al.,
2010). No link a seguir, você terá acesso a uma revisão de literatura que aborda o tema: <
>.http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/82/Celulite--artigo-de-revisao
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Pode-se dizer que o aumento do tecido adiposo é um fator condicionante para a formação da HLDG. Com o
aumento dos adipócitos, ocorre uma aproximação entre eles e a consequente compressão dos vasos sanguíneos
e linfáticos adjacentes, prejudicando a nutrição e a oxigenação da pele e favorecendo o acúmulo de líquido entre
os tecidos. Pode-se dizer que o aumento dos adipócitos altera a microcirculação e modifica as condições
metabólicas, com consequente falta de oxigenação e aumento da viscosidade do líquido intersticial. No intuito da
manutenção da integridade do tecido, as fibras conjuntivas ao redor dos adipócitos, além do estiramento, sofrem
hiperplasia e hipertrofia (BORGES; SCORZA, 2016). A figura a seguir mostra o comparativo entre uma pele sem
aumento de adipócitos e circulação normal e uma pele com aumento de tecido adiposo e compressão da
circulação.
Figura 2 - Compressão do sistema circulatório pelo aumento do tecido adiposo e formação da celulite com 
demonstração das ondulações e rebaixamentos ocasionados sobre a pele.
Fonte: BORGES; SCORZA, 2016.
Como decorrência dos fatores fisiopatológicos e condicionantes descritos, a HLDG também se caracteriza pela
presença de micro e macronódulos fibróticos.
A fibrose irá se desenvolver por uma insuficiência circulatória periférica progressiva e pela falha metabólica dos
VOCÊ SABIA?
Apesar de a adiposidade localizada ser um fator condicionante para o desenvolvimento da
HLDG, a celulite pode ser encontrada em qualquer área em que o tecido adiposo em excesso é
depositado. A obesidade não é condição necessária para sua existência. Os mecanismos
metabólicos envolvidos no desenvolvimento da celulite ainda vêm sendo estudados na
literatura.
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A fibrose irá se desenvolver por uma insuficiência circulatória periférica progressiva e pela falha metabólica dos
tecidos, associadas a uma proliferação de fibroblastos ao redor das células adiposas com consequente fibrose
avançada nos tecidos circundantes. Além do mais, na fase proliferativa de um processo inflamatório, há aumento
de fibroblastos para a produção de colágeno e elastina. A fibrose formada bloqueia a passagem do sangue e a
consequente oxigenação do tecido, potencializando o aspecto rugoso da pele por uma morte e esclerose das
células (AVRAM, 2004).
Figura 3 - A formação da fibrose é decorrente da diminuição da capacidade do sistema linfático em recolher o 
material excedente do catabolismo e do consequente aumento dos fibroblastos entre as células do tecido 
adiposo.
Fonte: OMI, 2013.
Para aprender mais sobre o tema, assista ao vídeo abaixo.
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1552576573&entry_id=1_wr7m56ou
Na sequência, você estudará sobre a histopatologia. Mantenha-se atento!
3.2.2 Histopatologia
Na análise histopatológica da HLDG não há alterações no nível epidérmico, sendo o acometimento em nível
dérmico e hipodérmico (AFONSO et al., 2010; ROSENBAUM et al., 1998). Clique a seguir para acompanhar.
•
No nível dérmico
No nível dérmico é possível observar que a substância fundamental amorfa, responsável por
preencher os espaços existentes e servir como barreira à penetração de partículas estranhas para
o interior das células, sofre uma modificação em sua estrutura com uma polimerização excessiva
dos mucopolissacarídeos que a compõem. Como consequência, ocorre um aumento da retenção de
água, sódio e potássio, conduzindo à elevação da pressão intersticial e gerando compressão de
veias, vasos linfáticos e nervos. As funções são alteradas e a infiltração nas tramas produz uma
•
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veias, vasos linfáticos e nervos. As funções são alteradas e a infiltração nas tramas produz uma
reação fibrótica consecutiva. A análise do líquido intersticial revela uma taxa de concentração
proteica superior à normal (SARRUF et al., 2011; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
•
Na derme papilar e reticular alta
Na derme papilar e reticular alta é possível visualizar um discreto infiltrado de linfócitos, similar a
uma pele normal. Já as fibras de colágeno na derme papilar aparecem ligeiramente edematosas,
com coloração um pouco menos intensa quando comparada à de uma pele normal. As fibras
elásticas estão diminuídas e tendem a um agrupamento de fragmentos na derme reticular. No
nível circulatório, há neoformação capilar, os vasos linfáticos encontram-se distendidos, há
presença de micro-hemorragias e ocorre um aumento dapressão intersticial. Há irregularidade
nos limites entre a derme reticular e o tecido subcutâneo (SARRUF et al., 2011; AFONSO et al.,
2010; ROSENBAUM et al., 1998).
•
Na hipoderme
Na hipoderme, os adipócitos são alargados, ocorre estase linfática, septos de tecido conjuntivo
apresentando esclerose e edema, presença de nódulos e proliferação de fibrócitos. Não há relatos
de alterações imuno-histoquímicas (SARRUF et al., 2011; AFONSO et al., 2010; ROSENBAUM et al.,
1998).
3.2.3 Fatores predisponentes
Diversos são os fatores predisponentes à formação e ao agravo da HLDG. Além do sexo feminino, segundo a
literatura, o índice de massa corpórea (IMC) e a idade predispõem ao aparecimento da celulite por influenciarem
em fatores envolvidos na fisiopatologia, por exemplo, na anatomia e no suporte dérmico. Já o sedentarismo e a
má alimentação são fatores que estão extremamente interligados com o IMC do indivíduo, visto que propiciam o
aumento de massa gorda (RUDOLPH, 2019).
Os maus hábitos, como o tabagismo, o alcoolismo e a pouca ingestão hídrica, também são mencionados como
fatores predisponentes da celulite por desencadearem um pior aspecto sobre a pele e sua nutrição, assim como
elevados níveis de estresse. A nicotina e o álcool são substâncias que alteram a microcirculação, diminuem a
oxigenação do tecido e aumentam a formação de radicais livres (BORGES; SCORZA, 2016). As evidências
epidemiológicas atuais indiciam de que a prevalência de celulite é maior em sociedades industrializadas,
sustentando a hipótese de que os fatores ambientais têm papel crucial em sua patogênese e agravo clínico
•
•
VOCÊ QUER LER?
A alimentação está relacionada à celulite não apenas pela propensão ao aumento dos
adipócitos. Estudos começam a surgir relacionando uma dieta não inflamatória com a
associação terapêutica nos tratamentos de HLDG (SIMAS, 2015). Aproveite para conhecer esta
matéria no link: < >.https://negocioestetica.com.br/site/dieta-anti-inflamatoria-para-celulite/
- -9
sustentando a hipótese de que os fatores ambientais têm papel crucial em sua patogênese e agravo clínico
(MAZIOTI, 2018). O fator hereditário mostra que 80% das pessoas que apresentam celulite também têm na
família casos de celulite (BORGES; SCORZA, 2016).
Dentre todos os fatores predisponentes para o aparecimento da HLDG, as influências hormonais (estrogênio) são
as mais bem descritas na literatura. A celulite é mencionada por aparecer nas mulheres na puberdade e seu
aspecto está deteriorado durante a gravidez, a menstruação e o tratamento de reposição hormonal. O estrogênio
predispõe à formação da celulite por favorecer as variações estruturais na arquitetura da gordura da tela
subcutânea de mulheres ao estimular a diferenciação e a proliferação de pré-adipócitos e aumentar o número de
receptores antilipolíticos (α2-adrenérgicos) dos adipócitos subcutâneos (MAZIOTI, 2018). Logo, medicamentos à
base de estrogênio favorecem a formação da celulite. Medicamentos contraceptivos com hormônios aumentam a
resistência venosa em membros inferiores, favorecendo a estase e a formação de edema, fator este contribuinte
para a formação da FEG. Medicamentos como anti-histamínicos, tratamentos contra disfunção de tireoide e
betabloqueadores também predispõem à formação da celulite (BORGES; SCORZA, 2016).
3.3 Classificação da HLDG
Ao olhar uma celulite, como você a classificaria? A HLDG pode ser classificada quanto ao grau e às formas
clínicas. Você sabe qual a classificação de HLDG mais utilizada na prática clínica? Ambas as classificações devem
ser utilizadas em toda avaliação de celulite, sendo as duas formas de classificar a celulite necessárias, você sabe
por que utilizar as duas classificações? Você irá compreender a necessidade de ampliar o método avaliativo, não
o restringindo apenas em determinar o grau de celulite.
3.3.1 Classificação quanto ao grau e estágio de celulite
Há na literatura autores que abordam a classificação do grau de celulite com graduação máxima até grau 3 e
outros autores que abordam uma graduação de 4 pontos.
O quadro a seguir mostra a classificação mais antiga quanto ao grau de celulite descrito por Nürnberger e Müller
(1978), apresentando a visualização do cliente em ortostase e em decúbito, e associando o pinçar da pele como
teste avaliativo.
- -10
Quadro 1 - O grau de celulite pode ser graduado até uma escala de três pontos. O que diferencia um do outro é a 
visualização das ondulações e o rebaixamento em ortostase e em decúbito.
Fonte: NÜRNBERGER; MÜLLER, 1978.
Já a maior parte dos autores utiliza uma graduação de 1 a 4 pontos para a avaliação do grau de celulite, associada
a classificações de estágios (brando, moderado ou grave). Para o grau 1, o estágio correspondente é o brando;
para o grau 2, o moderado; a partir do grau 3, já se considera grau grave. O estágio brando apresenta um bom
prognóstico, o moderado é frequentemente curável e o grave já não apresenta bom prognóstico, com
possibilidade de melhora, mas não de cura.
A seguir, será descrita a classificação dos graus correlacionada aos estágios de celulite (HEXSEL et al., 2009;
HEXSEL; DAL’FORNO, 2010; GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES; SCORZA, 2016). Clique nas abas para conferir.
Celulite grau 1 – estágio brando
Sem alterações clínicas visíveis. Apenas visualiza-se depressões sobre a pele quando solicitada uma contração
muscular ou quando o esteticista utiliza os dedos para realizar uma compressão do tecido. Neste caso, é
assintomático. Não há alterações de sensibilidade, temperatura ou presença de dor. Entretanto, apresenta
alterações histopatológicas e observa-se o espessamento da camada aureolar, o aumento da permeabilidade
capilar, a presença de hemácias em vários tamanhos distintos (anisopoiquilocitose adipocitária), micro-
VOCÊ QUER VER?
A avaliação da celulite é complexa e a cada dia vêm evoluindo as suas formas de avaliação.
Apesar da importância da avaliação dos graus de celulite, o profissional esteticista não pode
mais se limitar a este parâmetro como o suficiente para traçar um plano de tratamento. O
vídeo a seguir mostra a evolução quanto à avaliação da celulite (BONELLI, 2017). Disponível
em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=t4WF4ISIYO4
- -11
alterações histopatológicas e observa-se o espessamento da camada aureolar, o aumento da permeabilidade
capilar, a presença de hemácias em vários tamanhos distintos (anisopoiquilocitose adipocitária), micro-
hemorragias, dilatação anormal dos capilares e microaneurismas fusiformes nas vênulas pós-capilares.
Celulite grau 2 – estágio moderado
Apresenta mínimas alterações clínicas visíveis. As depressões passam a ser vistas no repouso, mas apenas
quando posicionadas em ortostase. Ao colocá-las em decúbito, não são mais visualizadas. Entretanto, após a
contração ou compressão entre os dedos, as depressões se agravam. Neste caso é possível ter alteração de
temperatura da pele e presença de edema, palidez, diminuição da elasticidade. No exame histopatológico,
observa-se: hiperplasia e hipertrofia da trama de fibrilas, dilatação capilar, micro-hemorragias e espessamento
da membrana basal dos capilares.
Celulite grau 3 – estágio grave
Apresenta alterações clínicas visíveis. Independentemente da posição (ortostase ou decúbito) as depressões
sobre a pele são visíveis mesmo sem solicitar a contração muscular ou realizar a compressão do tecido. A pele
tem um aspecto de “casca de laranja” ou “saco de nozes”. Na palpação, a sensação é de finas granulações nos
planos profundos, é possível que se encontre nódulos fibróticos dolorosos, diminuição da elasticidade do tecido,
palidez e hipotermia. Neste caso, as fibras do tecido conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Na análise
histopatológica, observa-se: dissociação do tecido adiposo por fibrilas colágenas recém-formadas, esclerose e
espessamento da camada íntima das pequenas artérias, dilatação das pequenas veias, numerosos
microaneurismas e hemorragias no tecido adiposo, novos capilares são formados, dissociação do limite dermo-
hipodérmicoe as fibras do tecido conjuntivo estão quase totalmente danificadas, com esclerose do conectivo
dérmico.
Celulite grau 4 – estágio grave
Apresenta as maiores alterações clínicas visíveis, visto que é considerada uma evolução do grau 3. Apresenta
grandes ondulações na superfície com aspecto de “saco de nozes”; presença de nódulos visíveis, mais aderidos e
dolorosos; pele flácida; pouco tônus muscular; varizes e/ou microvarizes. Na análise histopatológica, observa-se:
desaparecimento da estrutura lobular do tecido adiposo e surgem nódulos encapsulados por tecido conjuntivo
denso, formação de macronódulos que se dão pela confluência de vários micronódulos e importantes alterações
da microcirculação e atrofia da epiderme.
3.3.2 Classificação quanto à forma clínica
A forma clínica da celulite refere-se à sua aparência e à sua consistência, as quais podem se manifestar em
diferentes aspectos, ou ainda apresentar alterações musculares associadas. Clique para conhecer essas formas.
•
Consistente (duro)
Observa-se um nítido acolchoamento da pele, mas sem mobilidade, e por isso há uma dificuldade
em realizar rolamento entre os dedos. Apresenta uma palpação mais consistente e dolorosa. Neste
caso não é comum observar grandes deformações, mas é possível encontrar aspecto de casca de
laranja, zonas de pouca vascularização, pele seca e rugosa e possibilidades de estrias.
Normalmente visto em indivíduos que praticam atividade física e apresentam uma musculatura
bem definida ou indivíduos obesos que nunca perderam quantidade de peso relevante (SARRUF et
al., 2011; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
•
Flácida
Forma comum em indivíduos com hipotonia muscular por sedentarismo, ou que perderam peso
sem associação de atividade física. Os tecidos superficiais sem consistência deformam-se com a
mudança de posicionamento e movimento. Há uma dificuldade em definir os contornos corporais
•
•
- -12
mudança de posicionamento e movimento. Há uma dificuldade em definir os contornos corporais
da área afetada e na palpação a impressão obtida pelo avaliador é de uma facilidade para “moldar”
o tecido. Frequentemente são observadas alterações circulatórias com presença de varizes e
sensação de peso. Apresenta um melhor prognóstico quando comparado à compacta (SARRUF et
al., 2011; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
•
Edematoso
Encontrado em mulheres com desequilíbrios circulatórios e normalmente usuárias de
medicamentos à base de hormônios. O edema encontra-se em sua maioria apenas em membros
inferiores e pode estar associado a um linfedema. A consistência do edema pode ser variada e
apresenta um prognóstico ruim (SARRUF et al., 2011; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Conheça, na sequência, um caso para análise.
No caso descrito, acontece a apresentação de forma clínica do tipo mista, ou seja, o indivíduo pode apresentar,
em regiões distintas, diferentes formas clínicas de celulite. A cliente mencionada apresenta um diagnóstico
clínico de uma disfunção de celulite do tipo compacta em glúteo e edematosa em posterior de coxa (GUIRRO;
GUIRRO, 2002).
3.4 Avaliação estética em HLDG
Na avaliação de uma celulite, apenas a inspeção e a identificação de grau e/ou forma clínica não são suficientes
para definir um diagnóstico clínico de FEG e traçar proposta terapêutica. A avaliação em relação ao grau de
celulite norteia o esteticista em relação à severidade da disfunção e pode ser utilizada como método comparativo
dos resultados, antes e após determinado procedimento. A classificação pela forma clínica norteia o esteticista
em relação à presença de outras disfunções estéticas, como edema e flacidez muscular, as quais podem ser
influenciadoras no aspecto celulítico e não necessariamente na HLDG propriamente dita. Uma vez identificado o
problema que desencadeia a alteração do tegumento, o tratamento passa a ser direcionado.
•
CASO
Uma cliente com busca de tratamento de celulite é avaliada em um centro de estética e a
esteticista notifica a dificuldade de realizar o rolamento com dedos em glúteo, observa bom
contorno muscular e aspecto de casca de laranja, principalmente à esquerda. Além do mais, em
sua ficha de avaliação foram registradas alterações vasculares e presença de edema em
posterior de coxa.
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A literatura levanta como aspectos importantes de avaliação para FEG: grau, forma clínica, peso, IMC, medidas
circunferenciais, teste de contração muscular, palpação, fotografia clínica e estado do membro no que refere à
presença de ondulações e rebaixamento da pele (CHRISTMAN, 2017). Outros fatores como sensibilidade e
temperatura devem ser incluídos no processo avaliativo.
Dos fatores citados e específicos para uma avaliação de celulite, o grau desta e sua forma clínica já foram
descritos, pois trata-se da classificação da HLDG. A seguir, serão descritos outros critérios que devem ser
avaliados.
Estado e condições da pele
Ao que se refere ao estado e às condições da pele, a esteticista deve avaliar o estado de hidratação, coloração e
sua associação à presença de glicação, se há associações com outras disfunções, como estrias e/ou alteração de
pigmentação, e analisar a presença de flacidez tissular. Para a avaliação da flacidez tissular, o esteticista deve
realizar um pinçamento apenas da pele, sem abordar o tecido adiposo, e observar o retorno da pele ao seu
estado normal. Uma vez identificado um retorno retardado do tecido, a pele é considerada como flácida e o
tratamento deverá conter terapêuticas para estímulo de colágeno e elastina (SARRUF et al., 2011; BORGES;
SCORZA, 2016).
VOCÊ QUER LER?
A importância de uma boa avaliação de celulite é mencionada por todos os estudiosos da área.
Tendo isso em vista, diversas são as matérias que falam sobre o tema. Aproveite e conheça esta
matéria que aborda a importância da avaliação correta da celulite e oferece dicas de avaliação
(LUSTOSA, 2014). Disponível em: <https://negocioestetica.com.br/site/voce-sabe-mesmo-
>.avaliar-a-celulite/
VOCÊ QUER LER?
Partindo do princípio da complexidade da avaliação de celulite, um protocolo de avaliação em
FEG foi desenvolvido e tem como objetivo avaliar o grau e os níveis de alterações sensitivas da
celulite. Conhecido como Protocolo de Avaliação do Fibroedema Geloide (PAFEG), o
instrumento é de fácil aplicabilidade e abrange diversos aspectos do FEG (MEYER et al., 2005).
Conheça o desenvolvimento e a aplicabilidade do instrumento em: <https://patriciafroes.com.
>.br/gestao/files/publicacao/arquivo/165/11.pdf
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Condição muscular
A condição muscular deve ser avaliada a fim de minimizar erros em condutas terapêuticas, visto que a hipotonia
muscular pode conduzir a um aspecto celulítico. É importante que o avaliador observe se há ptose de prega
glútea e a compare bilateralmente; analise se o contorno da musculatura é visível; e, verifique por meio da
palpação a consistência muscular (BORGES; SCORZA, 2016). Em situações em que a condição muscular favorece
o aspecto celulítico, a eletroestimulação é a opção terapêutica que deve ser utilizada pelo esteticista.
Volume do tecido adiposo
A presença de adiposidade localizada é um critério a ser avaliado em celulite, visto que no mecanismo
fisiopatológico da HLDG, o tecido adiposo tem um importante papel em seu desenvolvimento (AFONSO, 2010). O
aumento do volume do tecido adiposo faz com que as células empurrem a pele superiormente e favoreçam o
estiramento dos septos conjuntivos e comprometam a circulação, a oxigenação e a nutrição tecidual. Havendo
um comprometimento circulatório, um edema pode ser desenvolvido e gerar as ondulações no tecido (AVRAM,
2004). O teste do quadril deve ser realizado para a confirmação da disfunção. Nos casos em que há a presença de
tecido adiposo, as terapêuticas lipolíticas devem estar associadas ao tratamento.
Aspecto de “casca de laranja”
Atualmente, sabe-se que ter o aspecto de “casca de laranja” não é o suficiente para fechar um diagnóstico estético
de HLDG. Ele é útil apenas para descrever a aparência da pele rugosa. Um teste específico com as pontas dos
dedos é realizadocomo método avaliativo. No teste de “casca de laranja”, o profissional deve pressionar o tecido
adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos, evidenciando a presença de
rugosidade, o que se assemelha ao aspecto de casa de laranja. Além da utilização da mão do avaliador, quando
solicitado, a cliente realiza uma contração muscular, e o aspecto rugoso de “casa de laranja” pode ser
evidenciado. Esse teste é bastante utilizado para auxiliar a classificação do grau de celulite. Quanto maior a
rugosidade, pior o estado clínico da celulite (AVRAM, 2004; BORGES; SCORZA, 2016).
VOCÊ SABIA?
Você sabia que o sol pode piorar o aspecto da celulite? Relacionando o impacto dos raios
solares com as disfunções estéticas, a preocupação não deve ser apenas em relação à estética
facial. O sol em excesso favorece a destruição mais acelerada do colágeno e da elastina, fator
este importante a ser avaliado no aspecto celulítico. Além do mais, a pele torna-se mais
desidrata, e isso dificulta a resposta aos tratamentos propostos.
VOCÊ QUER VER?
O profissional da estética João Tassinary (2016) demonstra o que acontece no sistema
tegumentar com o desenvolvimento da celulite. Além do mais, o vídeo esclarece o porquê de
diversos tratamentos serem falhos e esclarece o que você precisa entender para obter uma boa
resposta clínica. Disponível em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=Y1vIiJLVhxg
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Figura 4 - Execução do teste de casca de laranja, com o tecido sendo pressionado entre os dedos do avaliador; 
característica da pele com um teste positivo.
Fonte: CALIFORNIA SKIN INSTITUTE, s.d.
Rebaixamento e ondulações do tecido
O rebaixamento e as ondulações do tecido devem ser observados, mas é importante identificar o que os
ocasiona: uma flacidez muscular, em que o tecido não tem sustentação suficiente ou se é realmente pela tensão
gerada em septos conjuntivos. A tensão gerada nos septos ocasiona desnivelamento da pele sobre regiões entre
os septos de sustentação e, como consequência, é possível observar os rebaixamentos e as ondulações no tecido.
Como método avaliativo, sugere-se o uso de uma escala de severidade de celulite fotonumérica, a fim avaliar o
número de depressões, a profundidade destas, a superfície da pele, a extensão da flacidez da pele e o grau da
celulite na classificação de Nürnberger-Müller. Cada variável é classificada de 0 a 3 pontos. A somatória final das
pontuações obtidas em cada critério leva a classificação do grau. Considera-se um estágio leve com score
variando de 1 a 5; moderado de 6 a 10; e grave de 11 a 15 pontos (HEXSEL et al., 2009).
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Figura 5 - Escala fotonumérica de severidade da celulite. Por meio da análise da celulite da cliente, um 
comparativo com a escala é realizado e pontua-se de acordo com a sua similaridade. A = número de depressões; 
B = profundidade das depressões; C = avaliação clínica da superfície da pele; D = extensão da flacidez da pele; E = 
grau da celulite.
Fonte: HEXSEL et al., 2009.
Nódulos fibróticos e aderência tecidual
A presença de nódulos fibróticos pode ser avaliada por meio do rolamento do tecido. Com a cliente em decúbito,
a pele e o tecido adiposo são pressionados entre os dedos do avaliador, que segue com um movimento
ascendente de rolamento observando a presença de nódulos fibróticos que podem estar associados à dor e
observa também a mobilidade do tecido para a análise da aderência tecidual (AVRAM, 2004; BORGES; SCORZA,
2016).
 
Sensibilidade e dor
Para a avaliação da dor em celulite é utilizado o teste de preensão. Em sua execução, a pele juntamente com o
tecido adiposo deve ser pressionada entre os dedos, seguido de uma tração vertical. O ideal é a execução do teste
com a cliente em decúbito. A presença de dor é sinal de FEG associado a alteração de sensibilidade. Como dor é
uma sintomatologia subjetiva, pode ser mensurado em uma escala de 5 pontos, como: sem dor, dor fraca, dor
desconfortável, dor angustiante e dor torturante. Associando aos graus celulíticos, em grau 1, a cliente não irá
referir dor; em grau 2, há presença de desconforto; no grau 3, a celulite está normalmente associada à presença
de dor; e no grau 4, a dor é constante (AVRAM, 2004; BORGES; SCORZA, 2016).
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Figura 6 - O tecido adiposo sendo pressionado entre os dedos e a execução de uma tração vertical.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Disfunções circulatórias
Alteração vascular é um dos mecanismos fisiopatológicos da HLDG. Dessa forma, o esteticista deve avaliar a
presença de sinais relacionados a disfunções circulatórias, por exemplo, a presença de telangiectasias,
equimoses, edemas e sensação de peso. A avaliação de edema deve ser por meio do sinal clínico de Cacifo, ou
sinal de Godet, no qual é realizada uma pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, e será
considerado positivo se a depressão formada não se desfizer imediatamente após a descompressão (AVRAM,
2004; AFONSO, 2010).
 
Temperatura
As alterações circulatórias podem desencadear deformações com diminuição de temperatura nos membros com
presença de celulite. Placas de termografia, ou termógrafos, são utilizadas para avaliar a temperatura da
superfície da pele com a disfunção de HLDG. Clique e conheça mais sobre esses equipamentos.
O termógrafo é um equipamento flexível composto de cristais sensíveis à temperatura de colesterol e quando
posto sobre a pele, a coloração da placa muda de acordo com a temperatura desta.
A manifestação da coloração azul, verde ou rosa são indicativos de menor comprometimento circulatório,
característico de grau 1 e 2, enquanto os tons mais escuros são indicativos de maiores comprometimentos,
característicos de grau 3 e 4.
Para a utilização da placa de termografia é importante que o cliente já esteja a pelo menos 15 minutos em
repouso, em ambiente com temperatura controlada entre 20°C a 24°C.
Alguns fatores interferem no controle da temperatura, por exemplo, exposição ao sol, fumo, febre, época do ciclo
menstrual e estresse (WILCZYŃSKI, 2017; BORGES et al., 2016; SARRUF et al., 2011).
Outros instrumentos para avaliar a celulite têm sido utilizados em estudos clínicos, incluindo ultrassonografia,
ressonância magnética, xerografia, ecografia bidimensional, tomografia computadorizada, laser doppler,
fluxometria e termografia. Ainda é possível avaliar, com uso da balança de bioimpedância, medidas
antropométricas e documentação fotográfica (FRIEDMANN et al., 2017; SARRUF et al., 2011).
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O tratamento para uma HLDG deve ser realizado com base nos critérios de avaliação mencionados e em uma
anamnese detalhada. Tratando-se de celulite, questionamentos relacionados ao estilo e hábitos de vida norteiam
o esteticista na escolha da proposta terapêutica.
Síntese
Concluímos que a HLDG é uma disfunção estética comumente vista em mulheres e que para seu
desenvolvimento diversos fatores estão envolvidos, como mecanismos fisiopatológicos ou fatores
predisponentes. A apresentação da celulite pode ser variada e diversos são os critérios avaliativos. Apesar de ser
uma disfunção estética, a qual não oferece riscos à saúde, a presença de celulite pode ocasionar alterações
clínicas, como presença de dor, e pode favorecer a uma condição de baixa autoestima e má qualidade de vida.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• compreender o conceito sobre HLDG;
• identificar as características presentes em uma GLFG;
• descrever os mecanismos fisiopatológicos da HLDG;
• compreender as alterações morfológicas do tecido tegumentar na presença de celulite;
• identificar os fatores predisponentes da HLDG;
• correlacionar os fatores predisponentes da HLDG com os mecanismos de desenvolvimento da disfunção 
estética;
• classificar a celulite quanto ao grau que ela apresenta;
• relacionar os graus de celulite com os estágios em que a disfunção estética se encontra;
• diferenciar as possíveis formas clínicas da HLDG;
• identificar os critérios importantes em uma avaliação de HLDG.
Bibliografia
AFONSO, J. P. J. M. et al. Celulite: artigo de revisão.. v. 2, n. 3, 2010. DisponívelSurgical & Cosmetic Dermatology
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n. 4, p. 181-185, 2004.
BONELLI, L. : novo conceito, avaliação e eficiência nos resultados. Canal HTM Eletrônica, YouTube,Celulite
VOCÊ O CONHECE?
Patrícia Froes é fisioterapeuta de formação, especialista na área, pós-doutora e pesquisadora
com foco em disfunções estéticas. Apresenta diversas publicações que esclarecem as
disfunções. Em seus estudos sobre celulite, além de abordar o protocolo de avaliação, propõe
terapêuticas. Para conhecer melhor as publicações dela, acesse: <http://www.patriciafroes.
>.com.br/site/
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BONELLI, L. : novo conceito, avaliação e eficiência nos resultados. Canal HTM Eletrônica, YouTube,Celulite
publicado em: 7 de junho de 2017. Disponível em: < >. Acessohttps://www.youtube.com/watch?v=t4WF4ISIYO4
em: 08/03/2019.
BORGES, F.; SCORZA, F. conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.Terapêuticas em estética:
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