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Direito do Trabalho - Tipos de Trabalhador

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Direito do Trabalho 
Conceito e tipos de Trabalhadores 
Todo empregado é trabalhador, mas a recíproca não é verdadeira. Trabalhador é todo aquele que presta serviços, seja a empregador, seja a pessoa com a qual não mantém vínculo empregatício. Por isso o contribuinte individual e o avulso são considerados trabalhadores, mas não são considerados empregados. 
Empregado é o trabalhador subordinado, que recebe ordens, é pessoa física que trabalha todos os dias ou periodicamente, ou seja, não é um trabalhador que presta seus serviços apenas de vez em quando (esporadicamente) e é assalariado. Além do que, é um trabalhador que presta pessoalmente os serviços.
Autônomo
Sempre foi a principal forma de prestar serviço, a mudança só veio após a revolução industrial, onde a forma subordinada se tornou a principal. O contrato de trabalho do autônomo não era regulado pela CLT até a reforma trabalhista (Lei 13467/2017) onde em seu artigo 442-B, prevê a contratação do autônomo, afastando a qualidade de empregado. 
Ou seja aquele que presta serviços habitualmente por conta própria a uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas, assumindo os riscos da atividade econômica. Exemplo: médico, advogado, representante comercial. 
trabalhador eventual
Uma das figuras que mais se aproxima do conceito de empregado; é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, de caráter eventual, a uma ou mais empresas e sem relação de emprego. 
Exemplo: pintor, pedreiro. 
São frações de tempo relativamente curtas e sem caráter de permanência.  
Teoria da descontinuidade- eventual seria o trabalho descontínuo e interrupto, como garçons em fins de semana, de forma fragmentada 
Teoria do evento -eventual seria em razão de um evento específico 
Teoria da fixação jurídica- eventual seria aquele que não se fixa a uma fonte de trabalho 
Teoria dos fins - mais adotada: eventual não trabalha para atividade-fim da empresa 
Obs: existe o contrato de trabalho intermitente que se diferencia por alternar os períodos de serviços e de inatividade. Art. 443, §3, CLT
trabalhador avulso
Motivo de discussão doutrinária, havendo corrente que afirma ser uma espécie do género eventual. A distinção é que o avulso atua através de uma entidade intermediária que arrecada o valor correspondente e efetua o pagamento aos demais. 
O sindicato dos trabalhadores avulsos e o órgão gestor de mão de obras (OGMO) são as entidades referidas. São divididos em 2 tipos, o trabalhador avulso portuário (Lei 12815) e o avulso não portuário (Lei 12023). 
A Constituição equiparou o trabalhador avulso ao empregado urbano em direitos trabalhistas gerais. 
 
Trabalhador avulso portuário
O OGMO, sendo a instituição intermediária dos serviços não responde por prejuízos causados pelos trabalhadores portuários avulsos, perante os tomadores dos serviços ou terceiros, porém responde solidariamente com os operadores portuários pela remuneração devida ao trabalhador e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho. 
Lembrando que esse órgão é de caráter obrigatório e sem fins lucrativos de utilidade pública. Essa categoria abrange os trabalhadores da orla marítima e portuária como os operadores de carga, descarga, conferente, conservadores de carga, arrumadores, dentre outros.
trabalhador avulso não portuário
 São aqueles que desenvolvem sua atividade de movimentação de mercadorias em geral, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício e mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, com execução das atividades reguladas por meio de negociação coletiva. 
A diferença básica entre o trabalhador avulso portuário e o não portuário não está no local de prestação de serviços e sim na intermediação ou não do sindicato na prestação de serviços. 
Art. 5 da Lei 12023
São deveres do sindicato intermediador: 
I – Divulgar amplamente as escalas de trabalho dos avulsos, com a observância do rodízio entre os trabalhadores; 
II – Proporcionar equilíbrio na distribuição das equipes e funções, visando à remuneração em igualdade de condições de trabalho para todos e a efetiva participação dos trabalhadores não sindicalizados; 
III – repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis, contadas a partir do seu arrecadamento, os valores devidos e pagos pelos tomadores do serviço, relativos à remuneração do trabalhador avulso; 
IV – Exibir para os tomadores da mão de obra avulsa e para as fiscalizações competentes os documentos que comprovem o efetivo pagamento das remunerações devidas aos trabalhadores avulsos; 
V – Zelar pela observância das normas de segurança, higiene e saúde no trabalho; 
VI – Firmar Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para normatização das condições de trabalho. 
  
Outros tipos de trabalhador 
 
trabalho voluntário
 O trabalho não oneroso está subdividido em voluntário e religioso. 
Conceituado na Lei 9608/98 - é atividade não remunerada prestada por pessoa física a uma entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha por objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social com ânimo e causa benevolente. Aqui é irrelevante a existência ou não de uma subordinação. 
É proibida a contratação de trabalhador voluntário por empresa privada. Não gera vínculo empregatício e nem obrigação de natureza trabalhista ou previdenciária. É necessário a celebração de um termo de adesão entre a instituição e o prestador de serviço voluntário. 
 
Trabalho religioso
De forma majoritária o TST vem entendendo que não há possibilidade de reconhecimento de vínculo na relação entre pastor e igreja, pois não há requisito de onerosidade. Há de se falar de casos recorrentes em processos judiciais de pastores que mediante remuneração, tinham metas a serem cumpridas, com jornada de trabalho e folga semanal, mediante fiscalização, vem mudando esse entendimento. 
Mãe social
 A Lei n. 7.644/87 criou a figura especial – e infelizmente rara – da mãe social, com direitos trabalhistas. Mãe social é aquela que dedica se a assistência ao menor abandonado e que exerça o encargo dentro do sistema de casas-lares, que é uma unidade residencial que abriga até 10 menores. Segundo a legislação, as condições para uma mãe social é ter idade mínima de 25 anos, boa sanidade física e mental, curso de primeiro grau ou equivalente, ter sido aprovado em treinamento e estágios exigidos por lei e uma boa conduta social. Os menores recebem ensino profissionalizante e são encaminhados ao mercado de trabalho. 
São assegurados a essa figura trabalhista a anotação na carteira de trabalho, repouso semanal remunerado, salário não inferior ao mínimo, férias anuais, FGTS, gratificação de Natal e benefícios previdenciários. 
indígena 
Segundo a Lei 6001/73, existe a possibilidade de contratação de indígenas como empregados por meio de um contrato de trabalho, mas que dependerá do tipo de indígena, sendo nulo o contrato de trabalho com os indígenas isolados. Somente é permitido o contrato de trabalho com os indígenas em vias de integração e integrados, sendo obrigatória a prévia aprovação do órgão de proteção ao índio.
 
Preso
Em nosso ordenamento jurídico o trabalho é direito dever do preso. 
O art. 39, CP garante que o trabalho do preso será sempre remunerado e garantindo os benefícios da previdência social. 
A Lei 7210/84, lei de execução penal dispõe que o trabalho do condenado como dever social e condição de dignidade humana terá por finalidade educativa e produtiva. Tem que se diferenciar que as tarefas executadas como a prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. 
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. 
§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: 
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; 
b) à assistência à família; 
c) a pequenas despesas pessoais; 
d) ao ressarcimentoao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. 
 
Curiosidade: há os servidores públicos estatutários ocupantes de cargos públicos providos por concurso público e além destes, temos os empregados públicos ocupantes de emprego público também provido por concurso contratados sob o regime da CLT 
 
 
Estagiário
Regulado pela lei 11788 de 2008, onde o estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando a escola.  
 
Art. 3º (...) observados os seguintes requisitos: 
I – Matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; 
II – Celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; 
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. 
 
 
A duração do estágio não poderá exceder 2 anos exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. 
O estagiário terá direito à uma bolsa e auxílio transporte ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, mas a concessão é compulsória, na hipótese de estágio não obrigatório. Não caracterizando o vínculo empregatício mesmo tendo outros benefícios. Terá direito também a um descanso anual e a uma jornada de trabalho reduzida principalmente nos períodos de avaliação.
 
Aprendiz
O contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial ajustado por escrito e por prazo determinado em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 anos e menor de 24 anos, inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional. (Art. 428, clt). 
Não há limite máximo de idade se o aprendiz for portador de necessidades especiais.  
As empresas são obrigadas a contratar aprendizes em número equivalente de 5% a 15% no máximo dos trabalhadores existentes em cada um de seus estabelecimentos. 
O aprendiz também terá direito a garantia de um salário mínimo hora, jornada de trabalho reduzida e sendo vedada a compensação e a prorrogação de hora.

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