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ATIVIDADE 2 - DIREITO FINANCEIRO

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ATIVIDADE 2 - DIREITO FINANCEIRO
RESPONDA AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR.
VALOR (2,0)
USE O E-MAIL INSTITUCIONAL, POR GENTILEZA, PARA FACILITAR A CORREÇÃO E
IDENTIFICAÇÃO DE CADA ALUNO.
GRATA PELA COMPREENSÃO.
PROFª GLEICY.
Comente sobre os tipos, os requisitos e a importância das transferências
intergovernamentais. Cite exemplos, de cada um dos tipos correspondentes.
As transferências intergovernamentais constituem uma importante forma de
assegurar a autonomia financeira dos entes federados. A autonomia financeira do
ente estatal compreende o poder de arrecadar, gerir e despender dinheiros e
valores públicos de modo independente das demais esferas de governo.
Essa autonomia tem caráter instrumental e visa assegurar o exercício autônomo das
competências constitucionalmente atribuídas a determinado ente federado, ou
ainda, o exercício das espécies de autonomia: política, administrativa e financeira.
Para que ocorra a autonomia financeira dos estados é necessária a disponibilidade
de recursos suficientes para atender às necessidades regionais. Estes recursos são
originários de arrecadação própria, no âmbito de sua competência tributária, e
oriundos das transferências intergovernamentais.
As transferências intergovernamentais são, portanto, os valores repassados pela
União para os demais entes federados por determinação constitucional ou legal ou,
por outra via, de forma voluntária e sua função é atender determinado objetivo
genérico (tais como, a manutenção do equilíbrio entre encargos e rendas ou do
equilíbrio inter-regional) ou específico (tais como, a realização de um determinado
investimento ou a manutenção de padrões mínimos de qualidade em um
determinado serviço público prestado). Desta forma, seus principais objetivos são
permitir um maior equilíbrio fiscal entre os entes federados e ampliar a qualidade da
intervenção do setor público na economia.
As Transferências Intergovernamentais podem possuir as seguintes características:
• Incondicional ou Condicional
• Redistributiva ou Devolutiva
• Com contrapartida ou Sem contrapartida
• Voluntária ou Obrigatória
O Senado Federal e o Tribunal de Contas da União classificam as transferências em:
constitucionais, legais ou voluntárias.
As transferências constitucionais e legais visam a redistribuição da renda nacional,
compensar a perda de arrecadação nas exportações e contrapor as externalidades
negativas, mantendo o equilíbrio econômico e a redução das desigualdades
regionais através da implantação de políticas educacionais.
O Fundo de Participação dos estados e do Distrito Federal é o instrumento de
redistribuição da renda nacional que, para diluir a concentração de tributos no nível
federal, promove a transferência de parcela dos recursos arrecadados em áreas
mais desenvolvidas para áreas menos desenvolvidas do País. Trata-se da terceira
maior categoria de transferências, perdendo apenas para o repasse do ICMS e para
o FPM.
Características: obrigatório, incondicional, sem contrapartida e redistributiva.
O Fundo de Participação dos Municípios é o instrumento de redistribuição da renda
nacional (da União) para os Municípios. É a segunda maior categoria de
transferências.
A fixação dos coeficientes individuais de participação dos municípios no FPM é
fundamentada em dados de população e renda per capita fornecidos pelo IBGE ao
TCU, que efetua o cálculo das quotas de cada município.
Caracterísitcas: obrigatório, incondicional, sem contrapartida e redistributiva.
O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é de capacitação tributária do
município e sua função é extrafiscal. Seu intuito é desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas. A Lei 11.250, de 27/12/2005, prevê a celebração de
convênios entre a União e o Distrito Federal ou os Municípios que assim optarem,
no intuito de delegar as atribuições de fiscalização, inclusive a de lançamento dos
créditos tributários, e de cobrança do ITR, sempre observando a legislação federal
de regência do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. É importante destacar
que a respectiva opção não poderá implicar redução do imposto ou qualquer outra
forma de renúncia fiscal.
Características: obrigatório, incondicional, sem contrapartida e devolutiva.
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou
Valores Mobiliários/Ouro possui como principal função ser um instrumento de
política de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários. Trata-se de uma ferramenta
de regulação do mercado financeiro. Considera-se o ouro como ativo financeiro
quando destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País,
em operações realizadas com instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional - SFN.
Características: obrigatório, incondicional, sem contrapartida e devolutiva.
Estados e municípios passaram a receber compensações pela perda da receita
tributária em operações de exportação. Assim, quando se decidiu desonerar as
exportações, reduziu-se a participação relativa do IPI (competência federal) e
prejudicou-se a arrecadação do ICMS (competência estadual) cobrado na origem, do
estado exportador. São mecanismos de compensação por perdas de arrecadação
de ICMS: o IPI-Exportação, a Lei Kandir e o FEX.
O Imposto sobre Produtos Industrializados Proporcional às Exportações trata-se de
um mecanismo para compensar perdas provenientes da não arrecadação de ICMS
sobre produtos manufaturados que se destinam a exportação. O repasse é
constituído por uma alíquota de 10% sobre a arrecadação do IPI e o montante
transferido a cada decêndio é proporcional ao desempenho da arrecadação líquida
do imposto no período anterior.
A participação de cada Unidade Federativa é limitada ao máximo de 20% do
montante a ser distribuído, sendo o eventual excesso redistribuído
proporcionalmente entre os demais participantes. Os estados entregam aos seus
respectivos municípios 25% dos recursos recebidos a título de IPI-Exportação,
observando-se os mesmos critérios do repasse da parcela do ICMS (3/4
proporcional à arrecadação e 1/4 conforme legislação do estado).
A Lei Kandir (Lei Complementar n. 87/1996) foi instituída para compensar as perdas
resultantes da não cobrança do ICMS pelo estado ou Distrito Federal em casos de
exportação e trata sobre as normas federais para a cobrança do ICMS intraestadual
e interestadual.
Nesse sentido, devem ser observados três aspectos relativos ao ICMS:
1. A base legal para determinações de cobrança de ICMS pelo estado em seu
espaço geográfico (intraestadual).
2. A base legal para cobrança de ICMS sobre produtos e serviços que provoquem
fato gerador em mais de um estado (interestadual) .
3. A compensação de perdas quando da não cobrança (desoneração para efeito de
competitividade internacional) do ICMS pelo estado ou pelo Distrito Federal em
casos de produtos e serviços exportados (exportação).
A obrigatoriedade da compensação por perda de arrecadação nas exportações
possui previsão no art. 91, das ADCT, que estabelece que os critérios de partilha
serão proporcionais aos volumes de exportação de produtos primários e
semi-elaborados, de modo que 25% dos recursos serão transferidos aos municípios
nos mesmos critérios de partilha do ICMS (art. 91, § 2º).
Por depender de dotação orçamentária e previsão na LOA, a compensação por
desoneração do ICMS prevista na Lei Kandir constitui uma transferência decorrente
de legislação específica, incondicional, sem contrapartida e devolutiva.
O Auxílio Financeiro para o Fomento às Exportações é recurso entregue pela União
aos entes subnacionais com o objetivo de promover o esforço exportador.
A União entrega diretamente 75% do montante dos recursos aos estados e 25% aos
municípios conforme seus percentuais individuais de participação no rateio do
ICMS. Os recursos correspondentes ao FEX são incluídos em rubrica exclusiva da
Lei Orçamentária Anual - LOA e liberados em época a ser decidida por intermédio de
Medida Provisória ou Lei Ordinária.
Estabelecidas para assegurar aos entes federativos, bem como a órgãos da
administraçãodireta da União, participação no resultado da exploração de petróleo,
gás natural, recursos minerais e de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica, as Compensações Financeiras são formadas por três tipos de repasse: a)
Royalties; b) Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais
(CFEM); c) Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH).
Os royalties são uma compensação financeira de pagamento obrigatório ao Estado
pelo resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural e seu
recolhimento é feito pela empresa exploradora à STN, que repassa os valores aos
beneficiários por intermédio do Banco do Brasil. Não existe restrição para a
utilização dos recursos do petróleo, exceto quanto à proibição de pagamento de
dívida e pagamento do quadro permanente de pessoal.
A alíquota é calculada pela Agência Nacional do Petróleo e estabelecida em até 10%
do valor total da produção do mês. Utiliza-se a média ponderada dos preços de
venda praticados pela empresa exploradora. A alíquota é subdividida em uma
parcela fixa de 5% e outra variável de até 5%. Ambas dependem se a extração é feita
em terra ou em plataforma continental.
Existe também uma compensação financeira extraordinária, chamada participação
especial, devida pelas empresas exploradoras e cobrada somente nos casos de
grande volume de produção ou de grande rentabilidade.
A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais é devida pelas
mineradoras aos Estados, Municípios e Administração Direta como contraprestação
pelo aproveitamento econômico dos recursos minerais. Sua alíquota está fixada em
3% do faturamento líquido sobre a venda do produto na última etapa antes de sua
transformação industrial.
A Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos é paga pelas
concessionárias que exploram o potencial hidráulico de Estados e Municípios em
cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia
elétrica, ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios.
Sua alíquota corresponde ao percentual de 6,75% do valor da energia gerada, sendo
6% destinado aos entes federativos e 0,75% ao Ministério do Meio Ambiente.
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação
e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e
álcool etílico combustível se trata de financiamento de projetos ambientais para
reduzir os efeitos da poluição causada pelo uso de combustíveis, programa de
infraestrutura de transportes, pagamento de subsídios a preços e transportes de
combustíveis nos entes federados e possui três intuitos principais:
1) financiar os subsídios do álcool combustível, do gás natural e seus derivados
e aos derivados de petróleo;
2) financiar projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do
gás;
3) financiar programas de infraestrutura de transportes.
Do produto da arrecadação, 29% são entregues aos estados e ao Distrito Federal. Os
estados devem, por sua vez, transferir aos seus municípios 25% do montante obtido.
Os estados e os municípios devem aplicar, obrigatoriamente, as transferências da
CIDE Combustíveis no financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
Trata-se de transferência de uso condicional em investimento de infra-estrutura de
transporte. Obrigatória, sem contrapartida e parcialmente devolutiva, pois incorpora
o consumo de combustíveis em cada estado, base de incidência do tributo.
O repasse ocorre da seguinte maneira: 25% dos valores creditados apenas transitam
pelas contas dos estados, pois são automaticamente transferidos para as contas
dos municípios segundo percentuais informados pelo TCU; e, é feito trimestralmente
nos meses de janeiro, abril, julho e outubro.
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação destina-se à manutenção e ao desenvolvimento da
educação básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, incluindo
sua condigna remuneração.
Os recursos do fundo devem ser utilizados para financiar a educação básica: creche,
pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos.
A distribuição dos recursos que compõem o Fundeb é feita na proporção do número
de alunos matriculados nas redes de educação básica pública (fornecido pelo INEP)
e nos resultados do IDEB.
Características: obrigatório, condicional, sem contrapartida e redistributiva.
As transferências voluntárias são recursos financeiros repassados pela União aos
entes federativos que celebrem convênios ou outros instrumentos similares, cuja
finalidade seja a realização de obras e/ou serviços de interesse comum e
coincidente às três esferas do Governo.
O convenente precisa cumprir 22 exigências para poder efetivar uma proposta de
transferências voluntárias para seu estado ou município. Visando facilitar e agilizar
o processo de verificação de parte dos requisitos fiscais, a Secretaria do Tesouro
Nacional presta um serviço de consulta por meio do Serviço Auxiliar de Informações
para Transferências Voluntárias, de sigla CAUC.
O Serviço Auxiliar não é obrigatório. A comprovação de regularidade pode ser feita
por meio de documentos impressos como as certidões negativas e os relatórios
contábeis. Pode-se efetivar uma transferência voluntária mesmo sem a observância
do Serviço Auxiliar. O Serviço Auxiliar Informa a satisfação ou não dos requisitos,
mas não se responsabiliza pela notícia. O usuário deve buscar o próprio centro
emanador da informação.
Contestações ou solicitações de esclarecimento a respeito dos registros constantes
do Serviço Auxiliar devem ser apresentadas perante os órgãos ou entidades federais
responsáveis pela atualização do pertinente registro.
Podemos concluir que as transferências constitucionais correspondem a parcelas de
recursos arrecadados e repassados aos municípios por força de mandamento
estabelecido em dispositivo da Constituição Federal. Temos como exemplo os
recursos provenientes do Fundo de Participação dos Estados (FPE), do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), do Imposto Territorial Rural (ITR), do Imposto
sobre Operações Financeiras/Ouro (IOF-Ouro), do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF) e
do Fundo de Compensação para Exportação de Produtos Industrializados - FPEX.
As transferências legais são aquelas regulamentadas por leis específicas, as quais
determinam a forma de habilitação, transferência, aplicação dos recursos e
prestações de contas; e podem ser divididas em duas categorias: as transferências
automáticas e as transferências fundo a fundo. As transferências automáticas
consistem no repasse de recursos financeiros sem a utilização de convênio, ajuste,
acordo ou contrato, mediante depósito em conta corrente específica, aberta em
nome do beneficiário e é utilizada no Programa Nacional de Alimentação Escolar -
PNAE. Já as transferências fundo a fundo consistem no repasse de recursos
diretamente de fundos da esfera federal para fundos da esfera estadual, municipal
ou do Distrito Federal, dispensando a celebração de convênios. Tais transferências
são utilizadas em programas na área da saúde e da assistência social.
Por fim, as transferências voluntárias são definidas no art. 25, da Lei Complementar
n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), como a entrega de recursos
correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde.
Elabore um comentário sobre os requisitos previstos na CF e detalhados na LRF,
acerca do controle de gastos com pessoal, citando e explicando as três etapas do
processo.
Os gastos com pessoal no serviço público estão entre um dos mecanismos mais
importantes de fiscalização, transparência e controle das contas públicas.
O art. 169, da Constituição Federal estabeleceu os limites das despesas compessoal. Vejamos:
“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem
como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às
projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.”
Dessa norma resultou a Lei Complementar n. 101/2000 - Lei de
Responsabilidade Fiscal, que visa impor o controle de gastos da União, dos estados,
Distrito Federal e municípios, condicionando-os à capacidade de arrecadação de
tributos desses entes da Federação. Trata-se de um mecanismo de fiscalização,
transparência e controle das contas públicas, para que o governo não contraia
empréstimos ou dívidas de forma injustificada.
Os limites de despesa com pessoal em cada esfera de governo estão
previstos no art. 19 da LRF, a saber:
“Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir
discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
[...]”
O que a lei estabelece na esfera municipal é o limite de 60% da receita
corrente líquida para gastos totais com pessoal, de modo que 54% deste
percentual seja destinado ao Poder Executivo e 6% ao Poder Legislativo,
incluindo-se o Tribunal de Contas do Município, quando houver.
Essa despesa com pessoal corresponde ao somatório dos gastos do
ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de
membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias e vantagens
pessoais de qualquer natureza.
Independentemente do regime de trabalho ao qual o servidor esteja
submetido, sejam eles efetivos, comissionados, celetistas, empregados
públicos ou agentes políticos, as despesas decorrentes do pagamento
desses servidores integram a despesa total com pessoal e compõem o
cálculo do limite de gasto com pessoal.
A Constituição da República irá definir as medidas que precisam ser
adotadas pelo ente público para se adequarem ao texto legal quando as
despesas com pessoal ultrapassarem os limites estabelecidos em lei:
1. Redução de pelo menos vinte por cento das despesas com
cargos em comissão e funções de confiança.
2. Após, caso não solucionado o problema, serão exonerados
servidores públicos não estáveis.
3. Caso as medidas anteriores não tenham sido efetivas, serão
exonerados os servidores estáveis, sendo respeitadas as
normas definidas na Lei nº 9.801/99.
Importante destacar que, o fato de ultrapassar o limite de despesa
total com pessoal em cada período de apuração se trata de infração
político-administrativa e caso a despesa total com pessoal do Poder ou órgão
se aproximar dos limites legais, o ente federativo deve realizar a extinção de
cargos e funções públicas ou a redução temporária da jornada de trabalho
com adequação dos vencimentos à nova carga horária.
Conforme o § 1º, inciso II, do artigo 59 da Lei de Responsabilidade
Fiscal, o Poder Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de
Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério
Público, irão fiscalizar o cumprimento das normas da Lei Complementar, com
ênfase no que se refere ao montante da despesa total com pessoal que
ultrapassar 90% do limite. Interpretado como limite de alerta aos entes, não
cabe penalização, servindo apenas para chamar a atenção dos gestores
públicos de que o limite prudencial e máximo estão próximos de serem
ultrapassados.
Muito embora a legislação seja clara quanto as sanções e vedações
que podem ser desencadeadas em caso de descumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal, é comum que os municípios ultrapassem o limite
prudencial, e muitas vezes extrapolem os limites de despesas com gastos de
pessoal.

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