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ATIVIDADE 6 DIREITO TRIBUTÁRIO II RESPONDA A PROPOSIÇÃO A SEGUIR. VALOR (1,0) USE O E-MAIL INSTITUCIONAL, POR GENTILEZA, PARA FACILITAR A CORREÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CADA ALUNO. GRATA PELA COMPREENSÃO. PROFª GLEICY. Elabore um planejamento tributário para a empresa Armarinhos Irmãos Neves Ltda., empresa que tem por objeto social o comércio de objetos de costura, com capital social dividido da seguinte forma: 50% pertencente a pessoa jurídica sediada no Brasil, tributada pelo lucro presumido, com faturamento anual de R$10.000.000,00 (dez milhões de reais); e os outros 50% pertencem a João da Silva. No ano base de 2017 a Armarinhos Irmãos Neves Ltda. faturou R$6.000.000,00 (seis milhões de reais) e recolheu o IRPJ pela sistemática de tributação do lucro real. Em janeiro de 2018, a empresa decide fazer um investimento na compra do imóvel onde se localiza a sede, no valor de R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais). Para tanto deverá usar crédito bancário. Importante salientar que, o planejamento tributário é uma ferramenta utilizada pelas empresas para conseguir cumprir com suas obrigações fiscais e tributárias, de modo a economizar na carga tributária e manter o crescimento da empresa, sempre observando as normativas legais. Paulsen (2017, p. 211) define o planejamento tributário como “o estabelecimento de estratégias para a realização de atos e negócios ou mesmo de toda uma atividade profissional ou empresarial com vista ao menor pagamento de tributos”. Na prática, o planejamento tributário busca alcançar 3 pontos essenciais: 1. Evitar a incidência de um tributo; 2. Reduzir os valores de recolhimento; 3. Retardar o pagamento da obrigação. Dentre os benefícios que o planejamento tributário pode trazer está a diminuição das despesas com tributos; permite evitar autuações e a imposição de multas pelo Fisco por deixar de pagar algum tributo obrigatório, além da possibilidade de escolha de um regime tributário mais adequado à realidade da empresa. Desta forma, a empresa passa a ter mais recursos à sua disposição para poder reinvestir na sua atividade principal, impulsionando o crescimento do seu negócio, com vantagem competitiva diante de seus concorrentes. O planejamento tributário inicia com a definição do negócio; pois é através das atividades que a empresa exerce, a partir do CNAE definido para a empresa e do seu porte que serão aplicadas as alíquotas e tributos. Uma escolha inadequada pode levar à apuração e ao recolhimento de tributos incorretos, podendo até evidenciar uma sonegação fiscal, mesmo que involuntariamente. Um dos principais objetivos do planejamento tributário é saber se a empresa está enquadrada no regime tributário mais benéfico. É importante destacar que, o regime tributário ao qual a empresa estará submetida pode ser alterado ao final de cada exercício fiscal, por isso a importância do planejamento tributário periódico, que irá acompanhar as possíveis alterações na legislação, na receita da empresa e a necessidade de reenquadramento. Coleta de Dados: Empresa: Armarinhos Irmãos Neves Ltda. Objeto social: comércio de objetos de costura (CNAE 4755-5/02) Capital social: 50% pertencente a pessoa jurídica sediada no Brasil com regime tributário enquadrado em Lucro Presumido e faturamento anual de R$10.000.000,00 (dez milhões de reais) 50% pertencente a pessoa física João da Silva. Faturamento em 2017: R$6.000.000,00 (seis milhões de reais) com recolhimento do IRPJ pela sistemática de tributação do lucro real. Investimento em 2018: compra do imóvel onde se localiza a sede, no valor de R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), através de crédito bancário. Análise da Natureza Jurídica e Enquadramento Em um primeiro momento, é importante informar que a empresa Armarinhos Irmãos Neves Ltda. possui natureza jurídica de Sociedades Limitadas (LTDA) e, portanto, não se enquadra nos requisitos legais para os regimes tributários abaixo informados pelas justificativas que seguem: ● Microempreendedor Individual (MEI): Possuir no máximo 1 (um) funcionário e faturamento anual não superior a 81 mil reais. Destinado a empreendedores informais. ● Simples Nacional: Somente podem optar pelo Simples Nacional as empresas constituídas como Microempresa – ME ou Empresas de Pequeno Porte – EPP, que não possua uma empresa como sócia no CNPJ, dentre outros requisitos previstos na Lei Complementar 123/2006. Portanto, a empresa poderá se enquadrar nos regimes tributários de lucro real ou lucro presumido, que passaremos a analisar. Elaboração do Plano Tributário A opção pelo lucro real ou pelo lucro presumido pode ser feita anualmente e irá impactar as atividades da empresa pelos próximos 12 meses. A escolha por um ou outro regime tributário irá impactar diretamente no recolhimento de alguns tributos como: IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. O lucro real é auferido com base apenas no lucro líquido da organização no período, reduzindo-se as despesas das receitas. Já quando o regime tributário escolhido for o lucro presumido, a apuração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) será mensal, enquanto a apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) ocorrerá trimestralmente e terá como base a presunção do lucro da empresa, aplicando-se uma alíquota variável entre 1,6% e 32%, que varia conforme a atividade econômica da empresa. Por se tratar de uma atividade de comércio, o percentual de faturamento tributável será de 8%. As alíquotas para cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica nos dois regimes tributários são de 15% (quinze por cento) para lucro de até R$ 20.000,00 mensais, e 25% para lucro superior a R$ 20.000,00 mensais. Abaixo especificaremos as alíquotas a serem pagas a título de tributos: Faturamento (2017): R$ 6.000.000,00 Investimento (2018): R$ 15.000.000,00 (crédito bancário) Sabemos que para determinar o lucro da empresa é necessário deduzir todos os custos da empresa do valor faturado, estabelecemos como critério para escolha do regime tributário o valor da alíquota dos impostos. Lucro Real: Normalmente, este regime é vantajoso para empresas com margens reduzidas de lucro ou com prejuízo, pode ser o caso das grandes indústrias ou empresas que possuem muitas despesas como matéria prima, energia elétrica e aluguéis, pois estas recebem crédito de PIS/COFINS no regime não cumulativo, além de calcular o IRPJ e CSLL sobre a baixa margem de lucro. O recolhimento do Imposto de Renda para Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido pode ser trimestral ou mensal, exceto quando houver situações de prejuízo fiscal, hipótese em que não haverá imposto de renda a pagar. No lucro real, a cobrança ocorre sobre o lucro efetivo obtido durante o período, sendo que o recolhimento será pelo regime não cumulativo e é permitido realizar a dedução de algumas despesas no cálculo das contribuições. “A tributação pelo lucro real pressupõe maiores rigores formais para a apuração efetiva do lucro da pessoa jurídica, mediante consideração das suas receitas e das deduções cabíveis. Apura-se efetivamente o lucro ocorrido, calculando-se sobre ele o montante devido a título de IRPJ.” Paulsen (2017, p. 358) Uma vantagem é a possibilidade de compensação de prejuízos em anos fiscais anteriores, se respaldada a escrituração contábil nos moldes da legislação comercial. É preciso ter uma escrituração rigorosa para esse tipo de regime e para compensar esses prejuízos, já que apenas as despesas comprovadas podem ser consideradas para dedução ou compensação. Normalmente esse regime é adotado por empresas de grande porte devido à necessidade de maior controle, planejamento e conhecimento técnico. Também destacamos que a opção pelo lucro real gera para o empresário obrigações maiores junto a receita federal que os outros dois regimes. ● PIS (1,65%) ● COFINS (7,60%) ● IRPJ (25,00% + adicional) ● CSLL (9,00%)Lucro Presumido: O Lucro Presumido pode ser vantajoso para empresas que possuam margens de lucro superiores às da presunção, que tenham poucos custos operacionais, e que tenham uma folha de pagamento baixa. No lucro presumido, a cobrança é realizada sobre o lucro obtido de forma presumida com alíquota variável conforme o faturamento. O recolhimento é feito pelo regime cumulativo, sem a possibilidade de aproveitar descontos no momento do cálculo. Ou seja, mesmo que a empresa tenha obtido uma margem de lucro maior, a tributação recairá apenas sobre a margem pré-fixada, o que representa uma vantagem. No entanto, se a margem de lucro efetiva for inferior à pré-fixada, os impostos serão calculados sobre a margem presumida, representando uma desvantagem. “Empresas com receita total no ano-calendário anterior de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) podem optar por ser tributadas pelo lucro presumido, nos termos do art. 13 da Lei n. 9.718/98, com a redação da Lei n. 12.814/13. Em vez de apurarem o lucro real, apuram lucro presumido mediante aplicação de um percentual sobre a receita bruta auferida, seguindo o art. 15 da Lei n. 9.249/95. Esse percentual é de 8% como regra geral, mas de 32% para as prestadoras de serviços, contando, ainda, com algumas outras exceções.” Paulsen (2017, p. 359) ● PIS (0,65%) ● COFINS (3,00%) ● IRPJ (25,00% + adicional) ● CSLL (9,00%) Considerando que a empresa Armarinhos Irmãos Neves Ltda. não está listada entre as empresas obrigadas a aderirem ao regime tributário de lucro real e tendo por base a análise das características de cada regime, entendemos ser favorável à empresa a adesão ao regime tributário de lucro presumido, haja vista que, no lucro real, o recolhimento do imposto está diretamente ligado ao lucro da empresa. Se a empresa está operando com prejuízo, por exemplo, ficará desobrigada de recolher os impostos que incidem sobre o lucro. No entanto, no lucro presumido, mesmo que o lucro seja maior que o percentual prefixado, o imposto incidirá apenas sobre aquela margem do faturamento. Portanto, o imposto a ser pago será proporcional, ou seja, em caso de prejuízo no período, a empresa pagará mais impostos do que deveria.
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