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Ciência do Desenvolvimento no Século XXI - Bronfenbrenner, U , Evans, G W (2000)

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Resenha Crítica do Texto “Developmental science in the 21st century: Emerging theoretical models, research designs, and empirical findings” - Bronfenbrenner, U., Evans, G.W. (2000). 
No presente artigo, Bronfenbrenner e Evans (2000), buscam descrever dados presentes na literatura para embasar suas especulações sobre o futuro da psicologia do desenvolvimento, em particular, da ciência do desenvolvimento, que não havia sido um campo de investigação empírica até o final da década de 1990. Na busca pela melhor definição desta área, os autores citam Cairns, Elder e Costello (1996), que, em consonância com o objetivo deste estudo, descrevem a ciência do desenvolvimento como um domínio responsável pela integração das demais áreas do desenvolvimento, visando orientar pesquisar, conectar conceitos, revelar interação entre processos dinâmicos, levando em conta variáveis como tempo e contexto para este fim. Entretanto, na declaração colaborativas destes autores, não foram explicitados, nem detalhados os processos, domínios ou período de tempo de uma investigação, apenas incentivando às pesquisas na área. 
Empenhado em abordar essas variáveis da pesquisa científica, Bronfenbrenner começou a escrever seus pressupostos, mesmo que ainda de forma implícita, em 1951 e seguiu com seus trabalhos até 1998, com a ajuda de colaboradores. Portanto, o estudo de 2000, intitulado de Developmental Science in the 21st Century: Emerging Questions, Theoretical Models, Research Designs and Empirical Findings tem como objetivo acrescentar dados importantes aos últimos achados. Apesar de tardio o início de pesquisas empíricas na área, os autores reforçam a importância dessa abordagem no projeto de pesquisa, visto que os resultados e teorias alternativas oriundas desse processo auxiliam no aperfeiçoamento do modelo teórico existente, bem como, se acomodam e/ou reforçam teorias já existentes. 
Após uma breve introdução, Bronfenbrenner e Evans (2000) dão ênfase ao objeto de estudo do seu projeto de pesquisa, que se propõe a investigar e desenvolver ferramentas científicas primordiais para estudos na área do desenvolvimento humano, com foco nos estudos das forças que influenciam o desenvolvimento no presente e que podem gerar mudanças no futuro. Adiante, é apresentado o modelo bioecológico com publicação mais recente (Bronfenbrenner e Morris, 1998), que foi dividido em duas proposições que serão discutidas posteriormente, com o objetivo de os autores acrescentarem quaisquer modificações que dizem respeito às questões emergentes, formulações teóricas, modelos de pesquisa. Já as descobertas empíricas não puderam ser incluídas neste trabalho. 
A proposição I diz respeito ao conceito e importâncias dos processos proximais no desenvolvimento. Processos proximais são as interações recíprocas, regulares e contínuas, que progridem em complexidade, entre pessoas, objetos e contextos, sendo assim, considerados os motores do desenvolvimento, podendo ser dividido em relação aos resultados que produzem, sendo eles de competência (aquisição e desenvolvimento de habilidades, características, etc) ou de disfunção (dificuldade para manter controle e integrar comportamentos). 
A contribuição dos autores quanto à essa proposição buscou responder às questões que envolvem as diferenças entre os processos proximais que produzem disfunção e os que produzem competência. Para tanto, eles incluem o conceito de Exposição de Corolário, que associa a extensão do contato com os processos proximais que a pessoa está envolvida, e que pode variar ao longo dos seguintes aspectos: duração, frequência, interrupção, momento da interação e intensidade. 
A proposição II se refere a como se dá o desenvolvimento, uma vez que delimitado em um momento temporal, é um conjunto de interação entre os processos proximais, características do indivíduo, característica de um contexto imediato e a duração e frequência de exposição neste processo. Ressalta-se que assim a proposição I, está também não faz nenhuma referência em relação a diferenciação dos resultados mentais dos processos proximais: competência e disfunção. Quanto à contribuição dos autores, algumas questões são pontuadas como necessárias de serem explicadas, como por exemplo, qual a importância das questões genéticas para o processo de desenvolvimento e quais as implicações de um indivíduo se tornar “bom”.
O caos, mencionado anteriormente, encontra-se dentro do modelo biológico nos chamados sistemas caóticos, que são caracterizados por atividade frenética, falta de estrutura, imprevisibilidade em atividades cotidianas e altos níveis de estimulação ambiental, que afetam diretamente na interrupção dos processos proximais que resultam em competência, contribuindo para aqueles que produzem disfunção, principalmente quando levado em conta ambientes familiares (ambientes caóticos, eventos negativos dos pais, parentalidade indiferente) que resultam em prejuízos (sofrimento psicológico, resultados sociais negativos, processos proximais disfuncionais, interferências no desenvolvimento, desenvolvimento social disfuncional.
A proposição III do texto aborda como o caos tem colocado em risco as principais raízes do desenvolvimento social e na definição das mesmas, visando em mudanças no ambiente familiar e demais microssistemas. Como premissa básica, os autores colocam a necessidade de o indivíduo exercer uma participação ativa em interação recíproca, progressivamente mais complexa, com pessoas com quem desenvolva um apego forte, mútuo e irracional, e que, com o tempo, torna-se comprometido para o bem-estar e desenvolvimento uns dos outros, de preferência para a vida. 
Contudo, o presente estudo, bem como as teorias mencionadas, abre margem para questões que ainda precisarão ser respondidas e/ou melhor conceituadas. O modelo biológico do desenvolvimento de Bronfenbrenner, apesar de tender a ser um dos modelos mais completos para se investigar a área do desenvolvimento, acaba pecando por sua grande especificidade quanto a todas medidas que são levadas em conta, o que pode dificultar o trabalho de alguns pesquisadores. Além disso, ainda são necessários mais estudos para que alguns processos dentro do modelo sejam melhor explicados e facilitem posteriores trabalhos, principalmente no que tange às proposições apresentadas, com foco nos conceitos de competência e disfunção, bem como, nas raízes do desenvolvimento social e de que como o mesmo deve ser potencializado para serem capazes de evitar um desenvolvimento disfuncional nesses indivíduos.
Por fim, o modelo explicitado ampara o meu projeto de pesquisa e sua metodologia, de modo que o trabalho vai se debruçar em estudar os dois microssistemas principais dos alunos com necessidades educacionais, bem como a influência bidirecional entre escola e família no seu desenvolvimento. 
REFERÊNCIAS
Bronfenbrenner, U., Evans, G.W. (2000). Developmental science in the 21st century: Emerging theoretical models, research designs, and empirical findings. Social Development, 9, 115–125
Bronfenbrenner, U. & Morris, P. A. (1998). The ecology of developmental processes. In Lerner, R. M. (Ed.), Handbook of Child Psychology (5th edition, Volume 1): (series editor: W. Damon). Pp. 993–1028. New York: Wiley.
Cairns, R. B., Elder, G. H., & Costello, E. J. (1996). Developmental Science. Cambridge: Cambridge University Press.

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