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ANTIFÚNGICOS Vitória Correia Moura – T4C FUNGOS Lado bom Comestíveis; biorremediação; fermentação alcoólica; maturação de queijos; produção de antibióticos; associações simbióticas. Lado ruim Micotoxinas em alimentos e doenças em plantas e animais. Aumento da incidência e gravidade das infecções por fungos: Imunossupressores, antibioticoterapia de amplo espectro e tratamentos cirúrgicos e oncológicos. Maior gravidade: Indivíduos imunocomprometidos e infecção sistêmica. ORGANIZAÇÃO E MORFOLOGIA Organismos eucariontes. Maioria são saprófitos. Não apresentam mobilidade. Unicelulares: leveduras. Pluricelulares: Semelhantes a leveduras, Filamentosos (mofo) e Dimórficos. Bicamada fosfolipídica com ergosterol + Parece celular quitina/manana/glucana. INFECÇÕES FÚNGICAS São classificadas como Primárias ou Oportunistas. Podem ser superficiais ou sistêmicas. Infecções fúngicas superficiais: Dermatomicoses (infecções de pele, cabelo e unhas) e Candidíase (boca, vagina, pele). Infecções sistêmicas graves: Candidíase sistêmica, Meningite criptocócica, Aspergilose pulmonar (importante causa de morte entre os receptores de transplante de medula óssea e indivíduos com neutropenia) e Mucormicose rinocerebral. Vitória Correia Moura – T4C FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS 1) Anfotericina B Antibiótico antifúngico. Baixa absorção por via oral. Praticamente insolúvel em água formulações lipídicas ou complexada com lipídeos. Injeção IV para uso sistêmico. Meia-vida de aproximada de 15 dias e excreção renal lenta (nefrotóxica). Baixos níveis no líquido cerebrospinal intratecal para meningite fúngica. Administração tópica para infecções oculares. Vitória Correia Moura – T4C Mecanismo de ação: Liga-se ao ergosterol presente na bicamada da membrana celular formação de poro na bicamada extravasamento de íons e macromoléculas. - Pode afetar, em pequeno grau, células de mamíferos. Resistência: Redução da concentração do ergosterol e modificação da molécula esterol-alvo. Usos clínicos: Antifúngico de maior espectro de ação Candida albicans e Cryptococcus neoformans. Micoses endêmicas (Histoplasma capsulatum e Blastomyces dermatitidis). Aspergillus fumigatus. Agentes da mucormicose. Eficaz em quase todas as infecções graves, sobretudo com risco de morte. Terapia crônica ou prevenção de recidiva: regime de indução inicial para redução da carga fúngica, seguindo a substituição pelos Azóis. Terapia de indução: pacientes imunodeprimidos, com pneumonia fúngica grave, meningite criptocócica grave ou infecções disseminadas de uma das micoses endêmicas, como histoplasmose ou coccidioidomicose. Administração local ou tópica é utilizada com sucesso: (a) Úlceras de córnea e ceratite micótica podem ser curadas com gotas tópicas ou injeção subconjuntival; (b) Infiltração direta na articulação nos casos de artrite fúngica. Toxicidade: Devido a toxicidade, tem sido substituída ou utilizada em combinação com outros agentes. Reações imediatas: toxicidade relacionada com a infusão Febres, calafrios, espasmos musculares, vômitos, cefaleia, hipotensão e anafilaxia. - Diminuem quando se reduz a velocidade de infusão ou a dose diária. - A pré-medicação com antitérmicos, antihistamínicos ou corticosteroides pode ajudar. Toxicidade cumulativa: Lesão renal é a reação tóxica mais grave; lesão irreversível está relacionada com administração prolongada. 2) Flucitosina Convertida em 5-fluoracil nas células fúngicas mecanismo de ação envolve a inibição da síntese de DNA. Devido a maior efetividade da associação das Flucitosina com Anfotericina em infecções fúngicas graves causadas por Cryptococcus neoformans, como a meningite criptocócica e demais formas de neurocriptococose, será incorporada no SUS até 2025. Vitória Correia Moura – T4C 3) Azóis Antifúngicos sintéticos. Imidazois (Cetoconazol, Clotrimazol e Miconazol) uso tópico e tem menor grau de seletividade para CYP450 (maior incidência de interações medicamentosas e efeitos colaterais). Triazois uso tópico e v.o. Amplo espectro. Mecanismo de ação: Inibição das enzimas do citocromo P450 fúngica 14-⍺- desmetilase Redução da síntese de ergosterol desestabilização da membrana. - Maior afinidade pelas enzimas CYP450 fúngicas: relativamente poucos tóxicos, sendo o desconforto GI o efeito colateral mais comum. Cetoconazol É menos seletivo para as CYP450 fúngicas do que os Azóis mais modernos. Toxicidade hepática, inibição da síntese de esteróide. Recidiva é comum. Uso tópico: dermatite seborreica e pitiríase versicolor. Itraconazol Via oral. Mais seletivo para as CYP450 fúngicas que Cetoconazol = ↓ interações medicamentosas. É o Azol preferencial para o tratamento de doença provocada pelos fungos dimórficos Histoplasma e Blastomyces. Muito utilizado no tratamento de dermatomicoses. Fluconazol Via oral e IV. Alta penetração nos líquidos cefalorraquidiano e ocular → tratamento da maioria das meningites fúngicas. Alta biodisponibilidade (maior que Cetoconazol e do Itraconazol). Menor efeito entre todos os Azóis sobre as enzimas hepáticas, menor número de interações medicamentosas e efeitos adversos brandos. Possui o maior índice terapêutico dentre os Azóis. Tratamento e profilaxia secundária da meningite criptocócica. Utilizado na candidíase mucocutânea e candidíase sistêmica. Não demonstrou atividade contra o Aspergillus ou outros fungos filamentosos. Voriconazol Via oral e IV. É um inibidor clinicamente relevante da CYP3A4 dos mamíferos. Os efeitos tóxicos observados são exantema e elevação das enzimas hepáticas. Candida (inclusive espécies resistentes ao fluconazol) e fungos dimórficos. É menos tóxico do que a Anfotericina B, consistindo no tratamento preferencial para aspergilose invasiva. Posaconazo Via oral. É o membro da família dos Azóis com o maior espectro, tendo atividade contra a maioria das espécies de Candida e Aspergillus. Atividade significativa contra os agentes da mucormicose. Miconazol e Clotrimazol Uso tópico. Tratamento da candidíase vulvovaginal e monilíase oral. Infecções dermatofíticas, incluindo tinha do corpo, tinha do pé e tinha crural (dobras da virilha). A absorção é desprezível. Os efeitos colaterais são raros. Vitória Correia Moura – T4C 4) Equinocandinas Antibiótico antifúngico. Fungicidas contra Candida e fungistáticos para Aspergillus. São muito bem toleradas, com efeitos colaterais gastrintestinais menores e poucos relatos de rubor. Mecanismo de ação: Inibição da síntese do β(1-3)-glicano ruptura da parede celular fúngica e morte celular. Caspofungina: Tratamento das infecções por Candida disseminadas e mucocutâneas. Uso na aspergilose invasiva, apenas em pacientes refratários ou intolerantes a outros tratamentos antifúngicos. Micafungina: Candidíase mucocutânea e da candidemia. Profilaxia das infecções por Candida em pacientes submetidos a transplante de medula óssea ou em pacientes onde a neutropenia é esperada. 5) Nistatina Antibiótico antifúngico. Mecanismo de ação: Liga-se ao ergosterol presente na bicamada da membrana celular formação de poro na bicamada extravasamento de íons e macromoléculas. Tóxica para administração parenteral; drágeas, suspensão e creme. É ativa contra a maior parte das espécies de Candida (infecções na pele, mucosas e trato gastrointestinal). - Algumas indicações: monilíase orofaríngea (sapinho), candidíase vaginal e do trato digestivo. Associada com óxido de zinco infecções intertriginosas por Candida. Associada com metronidazol vaginites causadaspor Candida albicans ou Trichomonas vaginallis. 6) Terbinafina Antifúngicos sintéticos. Fungicida queratinofílico. Tópica ou oral. Vitória Correia Moura – T4C Com a administração de um comprimido por dia durante 12 semanas obtém-se uma taxa de cura de até 90% da onicomicose. Além da onicomicose, também é utilizada para o tratamento de tinha do corpo, tinha do pé, tinha crural e infecções cutâneas por Candida. Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno oxidase inibe formação ergosterol acúmulo de produtos tóxicos e morte das células do fungo. Efeitos colaterais são raros; principalmente em desconforto gastrintestinal e cefaleia.
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