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Antifúngicos: Tipos e Usos

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MARIANA MARQUES – T29 
FUNGOS 
INTRODUÇÃO: 
• São organismos microscópicos do grupo eucariontes, que 
apresentam uma parede celular de quitina e membrana 
celular contendo ergosterol. 
• São diploides muito difíceis de serem combatidos. 
• Leveduras: apresentam um só núcleo, com células 
ovaladas ou redondas e livres. 
• Fungos filamentosos: apresentam vários núcleos, com 
células em disposição contínua na forma tubular (hifa). 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÕES FÚNGICAS: 
• São denominadas micoses e podem ser classificadas 
como micoses sistêmicas e micoses cutâneas. 
• Geralmente são oportunistas e atinge: 
▪ Indivíduos imunodeprimidos (AIDS); 
▪ Indivíduos que estão recebendo terapia 
imunossupressora (transplantados); 
▪ Indivíduos que estão recebendo antineoplásicos 
citotóxicos; 
▪ Indivíduos que estão recebendo antibióticos de 
amplo espectro. 
• O tratamento pode ser sistêmico ou tópico (ou ambos) e é 
realizado com fármacos antifúngicos que interferem na 
síntese e composição da membrana plasmática e da parede 
celular, na síntese dos ácidos nucleicos e na função dos 
microtúbulos dos fungos. 
ANTIFÚNGICOS SISTÊMICOS - POLIÊNICOS 
ANFOTERICINA B: 
• São considerados polieno macrolídeos. 
• Informações gerais: são pouco solúveis à água, não 
penetram a BHE e são administrados sempre de forma 
injetável (sistêmica, intratecal ou local) e limitada (pode 
causar toxicidade). 
• Mecanismo de ação: o fármaco e liga a esteróis da 
membrana plasmática fúngica formando poros, 
alterando a permeabilidade celular e provocando 
extravasamento dos componentes intracelulares. 
• Usos clínicos: é usada em casos de candidíases, 
coccidiomicoses, histoplasmoses e blastomicoses. 
• Efeitos adversos: pode causar nefrotoxicidade, anemia, 
anorexia, náusea, vômito, reações de hipersensibilidade, 
febre e calafrios. 
• Contraindicação: não deve ser usada em combinação 
com aminoglicosídeos - risco de nefrotoxicidade. 
 
PIMARICINA (NATAMICINA): 
• A pimaricina possui o mesmo mecanismo de ação, 
farmacocinética e toxicidade que a anfotericina B. 
• Informações gerais: a administração pode ser feita 
através de colírios de suspensão líquida ou creme. 
• Usos clínicos: usada em casos de queratite micótica 
(conjuntivite). 
• Efeitos adversos: pode causar visão turva temporária, 
inchaço, queimação e vermelhidão no local da aplicação. 
• Contraindicação: contraindicada para gravidas e 
mulheres em fase de amamentação. 
 
NISTATINA: 
• A nistatina possui o mesmo mecanismo de ação, 
farmacocinética e toxicidade que a anfotericina B e a 
pimaricina. 
• Informações gerais: a administração pode ser feita de 
forma tópica (cremes, pomadas e pastilhas) ou de forma 
oral (solução ou comprimidos para candidíase oral e 
esofágica). 
• Usos clínicos: tratamento de dermatofitoses (tíneas) e 
infecções mucocutâneas (Candida). 
• Efeitos adversos: pode causar náuseas, vômitos e 
diarréia quando usada em doses elevadas. 
Antifúngicos 
 
MARIANA MARQUES – T29 
ANTIFÍNGICOS SISTÊMICOS – AZÓIS 
• São agentes fungistáticos sintéticos, com um amplo 
espectro de atividade antifúngica. 
• Principais fármacos: 
▪ Imidazóis: clotrimazol, miconazol, cetoconazol, 
econazol, butoconazol, oxiconazol, sertaconazol, 
sulconazol, tioconazol e luliconazol. 
▪ Triazóis: efinaconazol, terconazol, itraconazol, 
fluconazol, voriconazol, posaconazol e isavuconazol. 
• Mecanismo de ação: inibem a C-14 α-desmetilase (uma 
enzima CYP450), bloqueando, assim, a desmetilação do 
lanosterol em ergosterol, o principal esterol das 
membranas dos fungos. A inibição da biossíntese do 
ergosterol desorganiza a estrutura e a função da 
membrana, o que, por sua vez, inibe o crescimento da 
célula fúngica. 
 
ITRACONAZOL: 
• É um triazol sintético de amplo espectro antifúngico. 
• Informações gerais: está disponível em duas formas 
farmacêuticas de uso oral: cápsula e solução oral e não 
atravessam a BHE. 
• Usos clínicos: tratamento de blastomicose, esporotricose, 
paracoccidioidomicose e histoplasmose. 
• Efeitos adversos: pode causar náuseas, êmese, urticária 
(pacientes imunocomprometidos), hipopotassemia, 
hipertensão, edema, cefaleia e hepatotoxicidade, (raro). 
• Contraindicação: pacientes com evidência de disfunção 
ventricular (insuficiência cardíaca). 
 
CETOCONAZOL: 
• Possui o perfil igual ao itraconazol, entretanto têm 
espectro de ação menor e não é recomendado o uso 
sistêmico pois pode causar diminuição de 
corticoesteroides. 
FLUCONAZOL: 
• Foi o primeiro membro da classe dos triazóis. 
• Informações gerais: é o menos ativo de todos os triazóis, 
com a maioria do seu espectro limitado a leveduras e 
alguns fungos dimórficos, consegue atravessar a BHE e é 
administrado por via oral ou intravenosa. 
• Usos clínicos: altamente ativo contra C. neoformans e 
certas espécies de Candida (C. albicans e C. parapsilosis), 
podendo tamém ser usado como profilaxia contra 
infecções fúngicas invasivas em receptores de 
transplantes de medula, no tratamento da candidemia, 
da coccidioidomicose e da mucocutâneas de candidíase. 
• Efeitos adversos: pode causar náuseas, êmese, cefaleia, 
urticária e hepatotoxicidade. 
 
VORICONAZOL: 
• É um triazol sintético de amplo espectro antifúngico. 
• Informações gerais: disponível oral e intravenoso. 
• Usos clínicos: fármaco de escolha contra aspergilose 
invasiva, podendo também ser usado no tratamento de 
candidíase invasiva e infecções graves causadas por 
espécies de Scedosporium e Fusarium. 
• Efeitos adversos: são similares aos dos outros azóis, mas, 
quando administrado em concentrações elevadas e 
constantes pode causar alucinações visuais e auditivas 
e aumento da incidência de hepatotoxicidade. 
• Contraindicações: devido às interações medicamentosas, 
o uso é contraindicado com vários fármacos 
(rifampicina, rifabutina, carbamazepina e a erva-de-
são-joão) e não é recomentado o uso em gestantes. 
 
 
ANTIFÚNGICOS SISTÊMICOS – EQUINOCANDINAS 
• São lipopeptídeos cíclicos semissintéticos inibidores da 
β-1,3-glicano sintase, compostas por um anel de seis 
aminoácidos ligados a uma cadeia lateral lipofílica. 
• Principais fármacos: 
▪ Caspofungin: administrada IV na dose de 50 mg/d 
em uma hora. 
▪ Micafungin: administrada IV na dose de 100 mg/d 
em uma hora. 
▪ Anidulafungin. administrada IV na dose de 100 mg/d 
em uma hora. 
MARIANA MARQUES – T29 
• Informações gerais: não possuem biodisponibilidade oral 
e não são capazes de atravessar a BHE. 
• Mecanismo de ação: interferem na síntese da parede 
fúngica por inibirem a β-1,3-glicano sintase, enzima 
responsável pela síntese de glicanos essenciais da 
parede celular de fungos, levando à perda da 
estabilidade osmótica da célula e causando lise celular. 
• Usos clínicos: Candidíase esofágica e invasiva, 
aspergilose invasiva e profilaxia de candidíase. As 
equinocandinas têm atividade potente contra 
Aspergillus e contra a maioria das espécies de Candida, 
incluindo aquelas espécies resistentes ao azóis. 
• Efeitos adversos: são mínimos e raros, e incluem efeitos 
gastrointestinais e reações de hipersensibilidade. 
 
ANTIFÚNGICOS SISTÊMICOS – FLUCITOSINA 
• É um agente antifúngico sintético. 
• Informações gerais: ativo por via oral, efetivo contra 
certa faixa limitada (principalmente leveduras) de 
infecções fúngicas sistêmicas e usada em associação 
com anfotericina B ou fluconazol. 
• Mecanismo de ação: age interferindo na síntese de DNA 
e proteínas, a flucitosina (5-FC) entra nas células do 
fungo por uma permease citosina-específica, que é uma 
enzima que não ocorre nas células dos mamíferos e na 
sequência, é convertida em uma série de compostos, 
incluindo 5-fluorouracila (5-FU) e 5-fluorodesoxiuridina 
5′-monofosfato, que interrompe a síntese de ácido 
nucleico e de proteínas. 
• Usos clínicos: usada em casos de Pneumonia criptocócica 
grave, meningoencefalite e candidíase invasiva.Esse 
fármaco possui atividade in vitro contra Cryptococcus 
neoformans, muitos Candida spp, Rhodotorula spp, 
Saccharomyces cerevisiae, a maioria dos organismos 
responsáveis pela cromoblastomicose e alguns fungos 
dematiáceos. 
• Efeitos adversos: pode promover Mielossupressão, 
náusea, vômito, diarreia, enterocolite, neutropenia, 
trombocitopenia reversível, depressão da medula óssea, 
disfunção hepática e distúrbios do trato 
gastrointestinal. 
 
ANTIFÚNGICOS SISTÊMICOS – GRISEOFULVINA 
• Informações gerais: fármaco ativo por via oral e tópico. 
• Mecanismo de ação: age inibindo a mitose por se ligar a 
tubulina e inibir a polimerização dos microtúbulos – ação 
fungistática. 
• Usos clínicos: usada em casos de tíneas da cabeça, pele 
e unhas e no tratamento prolongado de onicomicose. 
• Efeitos adversos: pode causar cefaléia. 
• Contraindicação: não indicado para gestantes. 
ANTIFÚNGICOS TÓPICOS 
• Fármacos usados para o tratamento de micoses de pele, 
mucosa e córnea. 
• São pouco eficazes para onicomicoses e micoses 
subcutâneas e nos pelos. 
• Podem ser apresentados na forma de soluções, cremes, 
supositórios e pó. 
 
ANTIFÚNGICOS TÓPICOS - AZÓIS 
• Alguns fármacos sistêmicos também podem ser usados 
topicamente e devem ser aplicados sobre a pele duas 
vezes por dia por 3-6 semanas, já os cremes vaginais 
devem ser aplicados uma vez por dia por 7 dias. 
 
IMIDAZÓIS: 
• Principais fármacos: clotrimazol, miconazol e cetoconazol 
• Mecanismo de ação: inibem a C-14 α-desmetilase (uma 
enzima CYP450), bloqueando, assim, a desmetilação do 
lanosterol em ergosterol, o principal esterol das 
membranas dos fungos. A inibição da biossíntese do 
ergosterol desorganiza a estrutura e a função da 
membrana, o que, por sua vez, inibe o crescimento da 
célula fúngica. 
• Usos clínicos: dermatite de contato, irritação vulvar, 
edema, tínea de corpo, cruris (virilha e interior de coxa) 
e pé e candidíase orofaríngea e vulvovaginal. Eles têm 
ampla faixa de atividade contra Epidermophyton, 
Microsporum, Trichophyton, Candida e Malassezia, 
dependendo do fármaco. 
• Efeitos adversos: uma pequena dos pacientes apresenta 
efeitos dermatológicos (clotrimazol). 
 
CICLOPIROX OLAMINA: 
• Informações gerais: possui amplo espectro e é disponível 
em forma de esmalte, shampoo, pomada e gel. 
• Mecanismo de ação: inibe o transporte de elementos 
essenciais na célula fúngica, interrompendo a síntese de 
DNA, RNA e proteínas. 
• Usos clínicos: oncomicoses (esmalte), dermatite 
seborreica (shampoo), Tinea pedis, corporis, cruris e 
versicolor e candidíase cutânea (pomada/ gel). 
• Efeitos adversos: uma pequena dos pacientes apresenta 
efeitos dermatológicos (clotrimazol). 
 
TAVABOROL: 
• Informações gerais: disponível como pó, creme e solução. 
• Mecanismo de ação: inibe a leucil-tRNA-sintetase 
fúngica, inibindo assim a síntese proteica. 
• Usos clínicos: usado para oncomicose (Tinea pedis, cruris 
e corporis).

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