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Apostila_CONSTITUCIONAL_(3_Direitos_e_Garantias_Fundamentais)_I

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pela lei e reguladas por ela. 
 Para os idealistas: os direitos humanos são ideias, princípios abstratos 
que a realidade vai acolhendo ao longo do tempo. 
 Para os realistas: seriam o resultado direto de lutas sociais e políticas. 
IV. Direitos fundamentais e garantias fundamentais 
Direito fundamental é o bem em si considerado. Ex.: direito à liberdade de 
locomoção. 
Garantia fundamental é instrumento para proteção desse direito fundamental. 
Ex.: habeas corpus, que protege a liberdade de locomoção. 
V. Características dos direitos fundamentais 
Alexandre de Moraes traz algumas das principais características: 
 Imprescritibilidade: o não exercício do direito fundamental não faz com 
que ele desapareça. Em caso de violação, as ações que visem reparar um direito 
fundamental tem caráter imprescritível, dada esta característica. 
 Inalienabilidade: não é possível vender o direito fundamental a outrem. 
 Irrenunciabilidade: não se renuncia em caráter perene. 
 Inviolabilidade: não é possível que o direito fundamental seja violado. 
 Universalidade: o titular dos direitos fundamentais é de titularidade de 
todos os indivíduos. 
 Relatividade (Ilimitabilidade): não existem direitos fundamentais de 
caráter absoluto. 
Canotilho estabelece que os direitos fundamentais são de caráter aberto, 
admitindo a previsão de novos direitos fundamentais não previstos, quando da 
elaboração da Constituição. 
O art. 5º, §2º, da Cf/88 adota esta característica de caráter aberto dos direitos 
Gênesis Concursos – O início da sua aprovação
Concurso da Guarda Civil de Petrolina/PE
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof.: Gustavo Landim
 
 
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fundamentais. 
VI. Dimensão objetiva e dimensão subjetiva 
Os direitos fundamentais possuem uma dimensão objetiva e uma dimensão 
subjetiva: 
 Dimensão subjetiva: tem a ver com o sujeito da relação jurídica, sendo o 
indivíduo em face do poder público ou em face de outro indivíduo. 
 Dimensão objetiva: tem a ver com um conjunto de valores básicos de 
conformação do Estado, devendo ser analisados os direitos fundamentais como 
parâmetro da forma como o Estado deverá agir. Com isso, os direitos 
fundamentais passam a ter uma eficácia irradiante. Isto é, a capacidade de 
orientar o exercício da atividade do poder público, fazendo com que ele atue 
daquela determinada forma. 
VII. Classificação dos direitos fundamentais 
Os direitos fundamentais têm a seguinte classificação: 
 Direitos de 1ª geração (Liberdade): princípio da liberdade, ganhando o 
contorno de direitos civis e políticos, impondo restrições à atuação do Estado. 
O direito clássico é o direito de propriedade. São os direitos de liberdade 
(status negativo) e direitos políticos (status ativo). 
 Direitos de 2ª geração (Igualdade): exige um agir do Estado, estabelecendo 
um direito de igualdade material. São os direitos econômicos, sociais e 
culturais que exigem do Estado alguns fazeres como saúde, trabalho e 
educação. Todos estes são os direitos prestacionais (direitos positivos). 
 Direitos de 3ª geração (Fraternidade): tem a ver com o princípio da 
fraternidade, protegendo direitos de titularidade coletiva, tais como direito 
ao meio ambiente e paz. Estão aqui os direitos difusos. 
 Direitos de 4ª geração: Paulo Bonavides diz que é o direito à democracia, 
informação e pluralismo político. Para Norberto Bobbio, é direito de 4ª 
 
 
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( quarta) dimensão a decorrência da engenharia genética, pois ela coloca em 
risco a própria existência humana, quando é possível fazer a manipulação do 
patrimônio genético. 
 Direito de 5ª geração: Paulo Bonavides diz que a paz seria um direito de 
quinta geração. No entanto, há autores que defendem seriam de 5ª geração 
os direitos advindos da realidade virtual, em função a preocupação do 
sistema constitucional com a difusão e desenvolvimento da cibernética na 
atualidade, o que envolve a internacionalização da jurisdição constitucional 
em virtude do rompimento das fronteiras físicas através da "grande rede". 
 Direito de 6ª geração: Segundo Uadi Lâmmego Bulos, a sexta dimensão alcança 
democracia, pluralismo político e o direito à informação. Também há doutrina diversa 
mencionando que a sexta geração seria referente ao direito à água potável. 
 Direito de 7ª geração: Não há entendimento consolidado acerca de 
sétima geração, mas já há apontamentos doutrinários defendendo que se trata 
do direito à internet, com a crítica que a internet seria meio para alcançar certos 
direitos, e não uma nova dimensão. 
O surgimento de uma nova dimensão não implica o fim da geração 
antecedente. 
VIII. Destinatário dos direitos fundamentais 
Os destinatários dos direitos fundamentais podem ser as pessoas naturais, as 
pessoas jurídicas e até mesmo o Estado. 
Para se ter uma ideia, o direito de propriedade é garantido a todos eles, 
inclusive ao Estado. 
Há direitos que não se enquadram em todos os destinatários, tal como ocorre 
com o direito à locomoção. Todavia, também há direitos fundamentais próprios do 
Estado, como é o direito à requisição administrativa. 
IX. Eficácia horizontal dos direitos fundamentais 
 
 
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Em regra, os direitos fundamentais se aplicam entre as relações verticais 
(indivíduo x Estado). Todavia, é possível que os direitos fundamentais se apliquem 
entre particulares, por meio da teoria da eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais (ou privada ou externa). 
X. Restrições dos direitos fundamentais 
É admissível que os direitos fundamentais comportem restrições, inclusive 
de caráter legal, pois não têm caráter absoluto. É possível que a CF estipule que os 
direitos fundamentais serão restringidos por meio de uma lei ordinária. 
Exemplo disso é o direito de profissão que será exercido nos termos da lei. 
Esta reserva legal pode ser qualificada, restringido a que termos esta lei deverá 
atuar, conforme ocorre com o art. 5º, XII, em relação à interceptação telefônica. 
XI. Teoria dos limites dos limites 
A restrição dos direitos fundamentais não pode ser total, pois, do contrário, 
haveria restrição ao núcleo duro do direito e o desnaturalizaria, violando a 
proporcionalidade. 
Os direitos fundamentais possuem um limite interno que contém a essência 
do direito fundamental, o qual não pode ser restringido. 
XII. Colisão de direitos fundamentais 
Em caso de colisão dos direitos fundamentais, resolve-se por meio da 
ponderação. Isso porque não há hierarquia entre direitos fundamentais, razão pela 
qual o intérprete deve se valer da técnica de ponderação. 
Cada caso concreto é específico, podendo prevalecer o direito X em detrimento 
do Y e noutro caso o contrário. Mas sempre deve-se tentar compatibilizar os direitos 
sem gerar sacrifício do direito fundamental. 
Cabe ressaltar que colisão não se confunde com concorrência de direitos 
fundamentais. Haverá concorrência quando se possa exercer, ao mesmo tempo, dois 
 
 
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ou mais direitos fundamentais (afluxo de direitos). 
A teoria da proporcionalidade é o instrumento através do qual se 
operacionaliza o método da ponderação entre os princípios que objetiva solucionar as 
colisões entre princípios, e não é a técnica utilizada para fins de concorrência de 
direitos fundamentais. 
XIII. Direitos fundamentais não comportam renúncia perene 
Os direitos fundamentais não comportam renúncia perene, pois em tese são 
irrenunciáveis. 
No entanto, o constitucionalista moderno admite que haja uma renúncia 
temporária, excepcional e pontual ao direito fundamental. Exemplo é o caso do 
programa “Big Brother” onde se renuncia a intimidade e privacidade. 
XIV. Estado de coisas inconstitucional (ECI) 
Surgido na Colômbia, em 1997, o ECI ocorre quando verifica-se a existência de 
um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado 
pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em 
modificar a conjuntura, de modo queapenas transformações estruturais da atuação 
do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar 
a situação inconstitucional. 
São pressupostos do ECI: 
• Violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais; 
• Inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas 
em modificar a conjuntura; 
• Situação que exige a atuação não apenas de um órgão, mas sim de uma 
pluralidade de autoridades para resolver o problema. 
O ECI é uma técnica que não está expressamente prevista na Constituição ou 
em qualquer outro instrumento normativo, mas que só deve ser manejada em 
 
 
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hipóteses excepcionais. 
No Brasil, o STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um 
"Estado de Coisas Inconstitucional", pois as penas aplicadas acabam sendo penas 
cruéis e desumanas. No entanto, o STF entendeu que não pode substituir o papel do 
Legislativo e do Executivo na consecução de suas tarefas próprias, visto que não lhe 
incumbe definir o conteúdo próprio dessas políticas. 
Por outro lado, é lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública 
obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras 
emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da 
dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade 
física e moral, não podendo falar em princípio da reserva do possível, tampouco 
violação à separação de poderes (Inf. 794). 
No informativo 798, o STF, concedeu parcialmente medida cautelar com estas 
finalidades: 
• Haver a implementação da audiência de custódia no prazo máximo de 90 
dias; 
• Determinar que a União libere o saldo acumulado do Fundo Penitenciário 
Nacional para utilização na finalidade para a qual foi criado. 
XV. Teoria interna e externa dos direitos fundamentais 
Em que pese seja admitido excepcionalmente o balanceamento ou 
sopesamento de direitos fundamentais, a ponto vedar qualquer entendimento que 
vise contrariá-lo indefinidamente, tais direitos não são absolutos. 
 Teoria interna: o próprio direito traz consigo suas próprias restrições. O tema 
guarda intima conexão com a responsabilidade por abuso do direito. Não 
existem outros limites que não aqueles que estão na lei e na constituição. Os 
direitos fundamentais e a extensão deles, se delimitados por ela, não podem 
sofrer sopesamento, quando determinado indivíduo exercita algo garantido 
por um direito fundamental, a garantia é definitiva, não apenas prima facie.

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