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SUMÁRIO 
1 HISTÓRIA DA FÍSICA................................................................................. 3 
1.1 Fatos históricos .................................................................................... 4 
2 REVOLUÇÃO COPERNICANA .................................................................. 7 
3 FÍSICA CLÁSSICA ...................................................................................... 9 
3.1 Física aplicada ................................................................................... 11 
3.2 Termodinâmica ................................................................................... 11 
3.3 Eletromagnetismo .............................................................................. 13 
3.4 Estrutura do átomo ............................................................................. 15 
3.5 Era quântica ....................................................................................... 16 
4 PARTÍCULAS SUBATÔMICAS ................................................................ 20 
5 TENDÊNCIAS ATUAIS ............................................................................. 22 
6 ESPECIALIZAÇÕES DA FÍSICA .............................................................. 23 
7 A IMPORTÂNCIA DA FÍSICA PARA O ESCLARECIMENTO DO 
UNIVERSO E PARA O DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS DA 
SOCIEDADE ............................................................................................................. 25 
7.1 Panorama Físico do Universo ............................................................ 25 
7.2 Panorama mecânico do Universo. ..................................................... 25 
7.3 Panorama eletromagnético do Universo ............................................ 26 
7.4 Unidade da composição geral da matéria .......................................... 27 
7.5 Panorama físico atual do Universo ..................................................... 28 
7.6 Concepção científica do Universo ...................................................... 30 
7.7 Física a Revolução Técnico-Científica ............................................... 30 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 34 
8 ARTIGO PARA REFLEXÃO ..................................................................... 35 
 
 
 
 
1 HISTÓRIA DA FÍSICA 
 
Fonte: blogmidia8.com 
A Física é a ciência das propriedades da matéria e das forças naturais. Suas 
formulações são em geral compactantes expressas em linguagem matemática. 
A introdução da investigação experimental e a aplicação do método matemático 
contribuíram para a distinção entre Física, filosofia e religião, que, originalmente, 
tinham como objetivo comum compreender a origem e a constituição do Universo. 
A Física estuda a matéria nos níveis molecular, atômico, nuclear e subnuclear. 
Estuda os níveis de organização, ou seja, os estados sólido, líquido, gasoso e 
plasmático da matéria. Pesquisa também as quatro forças fundamentais: a da 
gravidade (força de atração exercida por todas as partículas do Universo), a 
eletromagnética (que liga os elétrons aos núcleos), a interação forte (que mantêm a 
coesão do núcleo e a interação fraca - responsável pela desintegração de certas 
partículas - a da radiatividade). 
Física teórica e experimental - A Física experimental investiga as propriedades 
da matéria e de suas transformações, por meio de transformações e medidas, 
geralmente realizadas em condições laboratoriais universalmente repetíveis. A Física 
teórica sistematiza os resultados experimentais, estabelece relações entre conceitos 
e grandezas Físicas e permite prever fenômenos inéditos. 
 
 
1.1 Fatos históricos 
 
Fonte: 1.bp.blogspot.com 
A Física se desenvolve em função da necessidade do homem de conhecer o 
mundo natural e controlar e reproduzir as forças da natureza em seu benefício. 
 
Física na Antiguidade 
É na Grécia Antiga que são feitos os primeiros estudos "científicos" sobre os 
fenômenos da natureza. Surgem os "filósofos naturais" interessados em racionalizar 
o mundo sem recorrer à intervenção divina. 
 
Atomistas Gregos 
A primeira teoria atômica começa na Grécia, no século V A.C. Leucipo, de 
Mileto, e seu aluno Demócrito, de Abdera (460 A.C. - 370 A.C.), formulam as primeiras 
hipóteses sobre os componentes essenciais da matéria. Segundo eles, o Universo é 
formado de átomos e vácuo. Os átomos são infinitos e não podem ser cortados ou 
divididos. São sólidos, mas de tamanho tão reduzido que não podem ser vistos. Estão 
sempre se movimentando no vácuo. 
 
Física Aristotélica 
É com Aristóteles que a Física e as demais ciências ganham o maior impulso 
na Antiguidade. Suas principais contribuições para a Física são as ideias sobre o 
 
 
movimento, queda de corpos pesados (chamados "graves", daí a origem da palavra 
"gravidade") e o geocentrismo. A lógica aristotélica irá dominar os estudos da Física 
até o final da Idade Média. 
Aristóteles - (384 A.C. - 322 A.C.) Nasce em Estagira, antiga Macedônia (hoje, 
Província da Grécia). Aos 17 anos muda-se para Atenas e passa a estudar na 
Academia de Platão, onde fica por 20 anos. Em 343 A.C. torna-se tutor de Alexandre, 
o grande, na Macedônia. Quando Alexandre assume o trono, em 335 A.C., volta a 
Atenas e começa a organizar sua própria escola, localizada em um bosque dedicado 
a Apolo Liceu - por isso, chamada de Liceu. Até hoje, se conhece apenas um trabalho 
original de Aristóteles (sobre a Constituição de Atenas). Mas as obras divulgadas por 
meio de discípulos tratam de praticamente todas as áreas do conhecimento: lógica, 
ética, política, teologia, metafísica, poética, retórica, Física, psicologia, antropologia, 
biologia. Seus estudos mais importantes foram reunidos no livro Órganom. 
 
 
Fonte: files.fisicasemmisterios.webnode.com.br 
Geocentrismo - Aristóteles descreve o cosmo como um enorme (porém finito) 
círculo onde existem nove esferas concêntricas girando em torno da Terra, que se 
mantêm imóvel no centro delas. 
 
 
Gravidade - Aristóteles considera que os corpos caem para chegar ao seu lugar 
natural. Na antiguidade, consideram-se elementos primários a terra, a água, ar e fogo. 
Quanto mais pesado um corpo (mais terra) mais rápido cai no chão. A água se espalha 
pelo chão porque seu lugar natural é a superfície da Terra. O lugar natural do ar é 
uma espécie de capa em torno da Terra. O fogo fica em uma esfera acima de nossas 
cabeças e por isso as chamas queimam para cima. 
 
Primórdios da Hidrostática 
A hidrostática, estudo do equilíbrio dos líquidos, é inaugurada por Arquimedes. 
Diz à lenda que Hierão, rei de Siracusa, desafia Arquimedes a encontrar uma maneira 
de verificar sem danificar o objeto, se era de ouro maciço uma coroa que havia 
encomendado. Arquimedes soluciona o problema durante o banho. Percebe que a 
quantidade de água deslocada quando entra na banheira é igual ao volume de seu 
corpo. Ao descobrir esta relação sai gritando pelas ruas "Eureka, eureka!" (Achei, 
achei!). No palácio, mede então a quantidade de água que transborda de um 
recipiente cheio quando nele mergulha sucessivamente o volume de um peso de ouro 
igual ao da coroa, o volume de um peso de prata igual ao da coroa e a própria coroa. 
Este, sendo intermediário aos outros dois, permite determinar a proporção de prata 
que fora misturada ao ouro. 
Princípio de Arquimedes - A partir dessas experiências Arquimedes formula o 
princípio que leva o seu nome: todo corpo mergulhado em um fluído recebe um 
impulso de baixo para cima (empuxo) igual ao peso do volume do fluído deslocado. 
Por isso os corpos mais densos do que a água afundam e os mais leves flutuam. Um 
navio, por exemplo, recebe um empuxo igual ao peso do volume de água que ele 
desloca. Se o empuxo é superior ao peso do navio ele flutua. 
Arquimedes - (287 A.C. - 212 A.C.) - nasce em Siracusa, na Sicília.Frequenta 
a Biblioteca de Alexandria e lá começa seus estudos de matemática. Torna-se 
conhecido pelos estudos de hidrostática e por suas invenções, como o parafuso sem 
ponta para elevar água. Também ganha fama ao salvar Siracusa do ataque dos 
romanos com engenhosos artefatos bélicos. Constrói um espelho gigante que refletia 
os raios solares e queimava a distância os navios inimigos. É também atribuído a 
Arquimedes o princípio da alavanca. Com base neste princípio, foram construídas 
catapultas que também ajudaram a resistir aos romanos. Depois de mais de três anos, 
a cidade é invadida é Arquimedes e assassinado por um soldado romano. 
 
 
 
Fonte: www.meteoweb.eu 
 
Yin e Yang 
Os chineses também iniciaram na Antiguidade estudos relacionados à Física. 
Não se ocupam de teorias atômicas ou estrutura da matéria. Procuram explicar o 
Universo como resultado do equilíbrio das forças opostas Yin e Yang. Estas palavras 
significam o lado sombreado e ensolarado de uma montanha e simbolizam forças 
opostas que se manifestam em todos os fenômenos naturais e aspectos da vida. 
Quando Yin diminui, Yang aumenta e vice-versa. 
A noção de simetria dinâmica de opostos inaugurada pela noção de Yin e Yang 
será retomada no início do século XX com a teoria quântica. 
2 REVOLUÇÃO COPERNICANA 
Em 1510 Nicolau Copérnico rompe com mais de dez séculos de domínio do 
geocentrismo. No livro Commentariolus diz pela primeira vez que a Terra não é o 
centro do Universo e sim um entre outros tantos planetas que giram em torno do Sol. 
Enfrenta a oposição da Igreja Católica, que adotara o sistema aristotélico como dogma 
e faz da Física um campo de estudo específico. 
 
 
 
Fonte: www.ahistoria.com.br 
Para muitos historiadores, a revolução copernicana se consolida apenas um 
século depois com as descobertas telescópicas e a mecânica de Galileu Galilei (1564-
1642) e as leis de movimentos dos planetas dos planetas de Joannes Kepler (1571- 
1630). 
Heliocentrismo - "O centro da Terra não é o centro do mundo (Universo) e sim 
o Sol”. Este é o princípio do heliocentrismo (que tem o Sol do grego hélio - como 
centro), formulado por Nicolau Copérnico e marco da concepção moderna de 
Universo. Segundo o heliocentrismo, todos os planetas, entre eles a Terra, giram em 
torno do Sol descrevendo órbitas circulares. 
Nicolau Copérnico - (1473 - 1543) nasce em Torum, na Polônia. Estuda 
matemática, os clássicos gregos, direito canônico (em Bolonha, na Itália) e medicina 
(em Pádua, Itália) e só depois se dedica exclusivamente à área que realmente lhe 
interessava: a astronomia. Em 1513 constrói um observatório e começa a estudar o 
movimento dos corpos celestes. A partir dessas observações, escreve Das revoluções 
dos corpos celestes com os princípios do heliocentrismo. Copérnico revoluciona a 
ideia que o homem tinha de si mesmo (visto como imagem de Deus e por isso centro 
de tudo) e dá novo impulso a todas as ciências ao colocar a observação e a 
experiência acima da autoridade e dos dogmas. 
 
 
3 FÍSICA CLÁSSICA 
 
Fonte: 2.bp.blogspot.com 
O século XVII lança as bases para a Física da era industrial. Simon Stevin 
desenvolve a hidrostática, ciência fundamental para seu País, a Holanda, protegida 
do mar por comportas e diques. Na óptica, contribuição equivalente é dada por 
Christiaan Huygens, também holandês, que constrói lunetas e desenvolve teorias 
sobre a propagação da luz. Huygens é o primeiro a descrever a luz como onda. Mas 
é Isaac Newton (1642-1727), cientista inglês, o grande nome dessa época: são dele 
a teoria geral da mecânica e da gravitação universal e o cálculo infinitesimal. 
Isaac Newton - (1642- 1727) nasce em Woolsthorpe, Inglaterra, no mesmo ano 
da morte de Galileu. Começa a estudar na Universidade de Cambridge com 18 anos 
e aos 26 já se torna catedrático. Em 1687 publica Princípios matemáticos da filosofia 
natural. Dois anos depois é eleito membro do Parlamento como representante da 
Universidade de Cambridge. Já em sua época é reconhecido como grande cientista 
que revoluciona a Física e a matemática. Preside a Royal Society (academia de 
ciência) por 24 anos. Nos últimos anos de vida dedica-se exclusivamente a estudos 
teológicos. 
Cálculo diferencial - por volta de 1664, quando a universidade é fechada por 
causa da peste bubônica, Newton volta à sua cidade natal. Em casa, desenvolve o 
 
 
teorema do binômio e o método matemático das fluxões. Newton considera cada 
grandeza finita resultado de um fluxo contínuo, o que torna possível calcular áreas 
limitadas por curvas e o volume de figuras sólidas. Este método dá origem ao cálculo 
diferencial e integral. 
Decomposição da luz - Newton pesquisa também a natureza da luz. Demonstra 
que, ao passar por um prisma, a luz branca se decompõe nas cores básicas do 
espectro luminoso: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. 
Leis da mecânica - A mecânica clássica se baseia em três leis. 
 Primeira lei - É a da inércia. Diz que um objeto parado e um objeto em 
movimento tendem a se manter como estão a não ser que uma força 
externa atue sobre eles. 
 Segunda lei - Diz que a força é proporcional à massa do objeto e sua 
aceleração. A mesma força irá mover um objeto com massa duas vezes 
maior com metade da aceleração. 
 Terceira lei - Diz que para toda ação há uma reação equivalente e contrária. 
Este é o princípio da propulsão de foguetes: quando os gases "queimados” 
(resultantes da combustão do motor) escapam pela parte final do foguete, 
fazem pressão em direção oposta, impulsionando-o para frente. 
Gravitação universal - observando uma maçã que cai de uma árvore do jardim 
de sua casa, ocorre a Newton a ideia de explicar o movimento dos planetas como uma 
queda. A força de atração exercida pelo solo sobre a maçã poderia ser a mesma que 
faz a Lua "cair" continuamente sobre a Terra. 
Princípio - Durante os 20 anos seguintes, Newton desenvolve os cálculos que 
demonstram a hipótese da gravitação universal e detalha estudos sobre a luz, a 
mecânica e o teorema do binômio. Em 1687 publica Princípios matemáticos da 
filosofia natural, conhecida como Principia, obra-prima científica que consolida com 
grande precisão matemática suas principais descobertas. Newton prova que a Física 
pode explicar tanto fenômenos terrestres quanto celestes e por isso é universal. 
 
 
3.1 Física aplicada 
 
Fonte: www.cursos-universitarios.com 
No século XVIII, embora haja universidades e academias nos grandes centros, 
mais uma vez é por motivos práticos que a Física se desenvolve. A revolução industrial 
marca nova fase da Física. As áreas de estudos se especializam e a ligação com o 
modo de produção torna-se cada vez mais estreita. 
3.2 Termodinâmica 
Estuda as relações entre calor e trabalho. Baseia-se em dois princípios: o da 
conservação de energia e o de entropia. Estes princípios são à base de máquinas a 
vapor, turbinas, motores de combustão interna, motores a jato e máquinas frigoríficas. 
A partir de uma máquina concebida para retirar a água que inundava as minas 
de carvão, o inglês Thomas Newcomen cria em 1698 a máquina a vapor, mais tarde 
aperfeiçoada pelo escocês James Watt. É em torno do desempenho dessas máquinas 
que o engenheiro francês Sadi Carnot estabelece uma das mais importantes 
sistematizações da termodinâmica, delimitando a transformação de energia térmica 
(calor) em energia mecânica (trabalho). 
Primeiro princípio - É o da conservação da energia. Diz que a soma das trocas 
de energia em um sistema isolado é nula. Se, por exemplo, uma bateria é usada para 
 
 
aquecer água, a energia da bateria é convertida em calor, mas a energia total do 
sistema, antes e depois de o processo começar, é a mesma. 
Segundo princípio - Em qualquer transformação que se produza em um sistema 
isolado, a entropia do sistema aumenta ou permanece constante. Não há, portanto 
qualquer sistema térmico perfeito no qualtodo o calor é transformado em trabalho. 
Existe sempre uma determinada perda de energia. 
 
 
Fonte: www.estudopratico.com.br 
Entropia - tendência natural da energia se dispersar e da ordem evoluir 
invariavelmente para a desordem. O conceito foi sistematizado pelo austríaco Ludwig 
Boltzmann (1844-1906) e explica o desequilíbrio natural entre trabalho e calor. 
Zero absoluto - 0 Kelvin (equivalente a -273,15º C ou -459,6º F) ou "zero 
absoluto" não existe em estado natural. A esta temperatura a atividade molecular 
(atômica) é nula. 
Lord Kelvin - (1824- 1907) é como ficou conhecido o físico irlandês William 
Thomson, barão Kelvin of Largs. Filho de matemático forma-se em Cambridge e 
depois se dedica à ciência experimental. Em 1832 descobre que a descompressão 
dos gases provoca esfriamento e cria uma escala de temperaturas absolutas. 
 
 
3.3 Eletromagnetismo 
Em 1820, o dinamarquês Hans Oersted relaciona fenômenos elétricos aos 
magnéticos ao observar como a corrente elétrica alterava o movimento da agulha de 
uma bússola. Michel Faraday inverte a experiência de Oersted e verifica que os 
magnetos exercem ação mecânica sobre os condutores percorridos pela corrente 
elétrica e descobre a indução eletromagnética, que terá grande aplicação nas novas 
redes de distribuição de energia. 
 
Fonte: educacao.globo.com 
Indução eletromagnética - Um campo magnético (variável) gerado por uma 
corrente elétrica (também variável) pode induzir uma corrente elétrica em um circuito. 
A energia elétrica também pode ser obtida a partir de uma ação mecânica: girando 
em torno de um eixo, um enrolamento de fio colocado entre dois imãs provoca uma 
diferença de potencial (princípio do dínamo). 
Michael Faraday - (1791-1867) é um caso raro entre os grandes nomes da 
ciência. Nasce em Newington, Inglaterra. Começa a trabalhar aos 14 anos como 
aprendiz de encadernador. Aproxima-se das ciências como autodidata e depois torna-
se assistente do químico Humphy Davy. Apesar de poucos conhecimentos teóricos, o 
espírito de experimentação de Faraday o leva a importantes descobertas para a 
química e Física. Consegue liquefazer praticamente todos os gases conhecidos. Isola 
o benzeno. Elabora a teoria da eletrólise, a indução eletromagnética e esclarece a 
noção de energia eletrostática. 
 
 
Raios catódicos - São feixes de partículas produzidos por um eletrodo negativo 
(cátodo) de um tubo contendo gás comprimido. São resultado da ionização do gás e 
provocam luminosidade. Os raios catódicos são identificados no final do século 
passado por Willian Crookes. O tubo de raios catódicos é usado em osciloscópios e 
televisões. 
Raios X - Em 1895 Wilhelm Konrad von Röntgen descobre acidentalmente os 
raios X quando estudava válvulas de raios catódicos. Verificou que algo acontecia fora 
da válvula e fazia brilhar no escuro focos fluorescentes. Eram raios capazes de 
impressionar chapas fotográficas através de papel preto. Produziam fotografias que 
revelavam moedas nos bolsos e os ossos das mãos. Estes raios desconhecidos são 
chamadas simplesmente de "x"“x”. 
Wilhelm Konrad von Röntgen - (1845-1923) nasce em Lennep, Alemanha, e 
estuda Física na Holanda e na Suíça. Realiza estudos sobre elasticidade, 
capilaridade, calores específicos de gases, condução de calor em cristais e absorção 
do calor por diferentes gases. Pela descoberta dos raios X recebe em 1901 o primeiro 
prêmio Nobel de Física da História. 
Radiatividade - É a desintegração espontânea do núcleo atômico de alguns 
elementos (urânio, polônio e rádio), resultando em emissão de radiação. Descoberta 
pelo francês Henri Becquerel (1852 - 1909) poucos meses depois da descoberta dos 
raios X. Becquerel verifica que, além de luminosidade, as radiações emitidas pelo 
urânio são capazes de penetrar a matéria. 
Dois anos depois, Pierre Curie e sua mulher, a polonesa Marie Curie, 
encontram fontes radiativas muito mais fortes que o urânio. Isolam o rádio e o polônio 
e verificam que o rádio era tão potente que podia provocar ferimentos sérios e até 
fatais nas pessoas que dele se aproximavam. 
Tipos de radiação - Existem três tipos de radiação; alfa, beta e gama. Á 
radiação alfa é uma partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. 
Radiação beta é também uma partícula, de carga negativa, o elétron. A radiação gama 
é uma onda eletromagnética. As substâncias radiativas emitem continuamente calor 
e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. São 
penetrantes e ao atravessarem uma substância chocam-se com suas moléculas. 
 
 
3.4 Estrutura do átomo 
 
Fonte: 4.bp.blogspot.com 
Em 1803, John Dalton começa a apresentar sua teoria de que a cada elemento 
químico corresponde um tipo de átomo. Mas é só em 1897, com a descoberta do 
elétron, que o átomo deixa de ser uma unidade indivisível como se acreditava desde 
a Antiguidade. 
Descoberta do elétron - Em 1897 Joseph John Thomson, ao estudar os raios X 
e raios catódicos, identifica partículas de massa muito pequena, cerca de 1.800 vezes 
menores que a do átomo mais leve. Conclui que o átomo não é indivisível, mas 
composto por partículas menores. 
Modelo pudim - Thomson diz que os átomos são formados por uma nuvem de 
eletricidade positiva na qual flutuam, como ameixas em volta de um pudim, partículas 
de carga negativa - os elétrons. 
Modelo planetário - Em 1911 Ernest Rutherford bombardeia uma lâmina de 
ouro com partículas em alta velocidade. Observa que algumas partículas atravessam 
o anteparo e outras ricocheteiam. Descobre que existem espaços vazios no átomo, 
por isso algumas partículas passaram pela lâmina. Verifica também que há algo 
consistente contra o que outras partículas se chocaram e refletiram. Conclui que o 
átomo possui um núcleo (de carga positiva) em volta do qual orbitam elétrons, como 
planetas girando em torno do Sol. O modelo planetário é aperfeiçoado por Niels Bohr 
com fundamentos da Física quântica. 
 
 
Prótons - 1919 Rutherford desintegra o núcleo de nitrogênio e detecta 
partículas nucleares de carga positiva. Elas seriam chamadas de prótons. Segundo 
Rutherford, o núcleo é responsável pela maior massa do átomo. Anuncia a hipótese 
de existência do nêutron, confirmada apenas 13 anos depois. 
Nêutrons - 1932 James Chadwick membro da equipe, de Rutherford, descobre 
os nêutrons, partículas nucleares com a mesma massa do próton, mas com carga 
elétrica neutra. 
Ernest Rutherford - (1871 - 1937) nasce em Nelson, na Nova Zelândia, onde 
começa a estudar Física. Suas maiores contribuições foram às pesquisas sobre 
radiatividade e teoria nuclear. Em 1908 cria um método para calcular a energia 
liberada nas transformações radiativas e recebe o prêmio Nobel de química. Em 1919 
realiza a primeira transmutação induzida e transforma um núcleo de nitrogênio em 
oxigênio através do bombardeamento com partículas alfa. A partir daí dedica-se a 
realizar transmutações de vários tipos de elementos. Em 1931 torna-se o primeiro 
barão Rutherford de Nelson 
3.5 Era quântica 
 
Fonte: ngvthu.gnomio.com 
A grande revolução que leva a Física à modernidade é a teoria quântica, que 
começa a se definir no fim do século XIX. É a inauguração de uma nova "lógica" 
resultante das várias pesquisas sobre a estrutura do átomo, radiatividade e 
ondulatória. 
 
 
Max Planck é quem define o conceito fundamental da nova teoria - o quanta. 
Mas a teoria geral é de autoria de um grupo internacional de físicos, entre os quais: 
Niels Bohr (Dinamarca), Louis De Broglie (França), Erwin, Schroedinger e Wolfgang, 
Pauli (Áustria), Werner Heisenberg (Alemanha), e Paul Dirac (Inglaterra). 
Quanta - Em 1900 o físico alemão Max Planck afirma que as trocas de energia 
não acontecem de forma continua e sim em doses, ou pacotes de energia, que ele 
chama de quanta. A introdução do conceito de descontinuidade subverte o princípio 
do filósofo alemão Wilhelm Leibniz(1646-1716), "natura non facit saltus" (a natureza 
não dá saltos), que dominava todos os ramos da ciência na época. 
Max Planck - (1858-1947) nasce em Kiel, Alemanha. Filho de juristas, chega a 
oscilar entre a carreira musical e os estudos científicos. Decide-se pela Física e se 
dedica à carreira acadêmica até o fim da vida. Em 14 de dezembro de 1900, durante 
uma reunião da Sociedade Alemã de Física, apresenta a noção de "quanta elementar 
de ação". Em sua autobiografia Planck diz que na época não previa os efeitos 
revolucionários dos quanta. Em 1918 recebe o prêmio Nobel de Física. 
Modelo quântico do átomo - Surge em 1913, elaborado por Niels Bohr (1885-
1962). Segundo ele, os elétrons estão distribuídos em níveis de energia 
característicos de cada átomo. Ao absorver um quanta de energia, um elétron pode 
pular para outro nível e depois voltar a seu nível original, emitindo um quanta idêntico. 
 
Dualidade Quântica 
 
A grande marca da mecânica quântica é a introdução do conceito de dualidade 
e depois, com Werner Heisenberg, do princípio de incerteza. Para a mecânica 
quântica, o universo é essencialmente não-deterministico. O que a teoria oferece é 
um conjunto de prováveis respostas. No lugar do modelo planetário de átomo, com 
elétrons orbitando em volta de um núcleo, a quântica propõe um gráfico que indica 
zonas onde eles têm maior ou menor probabilidade de existir. Toda matéria passa a 
ser entendida segundo uma ótica dual: pode se comportar como onda ou como 
partícula. É o rompimento definitivo com a mecânica clássica, que previa um universo 
determinístico. 
Princípio da incerteza - Em 1927 Werner Heisenberg formula um método para 
interpretar a dualidade da quântica, o princípio da incerteza. Segundo ele, pares de 
variáveis interdependentes como tempo e energia, velocidade e posição, não podem 
 
 
ser medidos com precisão absoluta. Quanto mais precisa for à medida de uma 
variável, mais imprecisa será a segunda. "Deus não joga dados", dizia Albert Einstein, 
negando os princípios na nova mecânica. 
 
RELATIVIDADE 
 
A teoria da relatividade surge em duas etapas e altera profundamente as 
noções de espaço e tempo. Enquanto a mecânica quântica é resultado do trabalho de 
vários físicos e matemáticos, a relatividade é fruto exclusivo das pesquisas de Albert 
Einstein. 
Relatividade Restrita - Em 1905 ele formula a Teoria da Relatividade Restrita 
(ou especial), segundo a qual a distância e o tempo podem ter diferentes medidas 
segundo diferentes observadores. Não existe portanto tempo e espaço absolutos 
como afirmara Newton no Principia, mas grandezas relativas ao sistema de referência 
segundo o qual elas são descritas. 
Raios simultâneos - Einstein dá o exemplo dos raios e o trem. Dois indivíduos 
observam dois raios que atingem simultaneamente as extremidades de um trem (que 
anda em velocidade constante em linha reta) e chamuscam o chão. Um homem está 
dentro do trem, exatamente na metade dele. O segundo indivíduo está fora, bem no 
meio do trecho entre as marcas do raio. Para o observador que está no chão, os raios 
caem simultaneamente. Mas o homem no trem dirá que os raios caíram em momentos 
sucessivos, porque ele, ao mesmo tempo em que se desloca em direção ao 
relâmpago da frente, se afasta do relâmpago que cai na parte traseira. Este último 
relâmpago deve percorrer uma distância maior do que o primeiro para chegar até o 
observador. Como a velocidade da luz é constante, o relâmpago da frente "chega" 
antes que o de trás. 
 
Relatividade Geral 
 
Dez anos depois, Einstein estende a noção de tempo-espaço à força da 
gravidade. A Teoria Geral da Relatividade (1916), classificada pelo próprio Einstein 
como "bonita esteticamente", é também uma teoria da gravidade capaz de explicar a 
força de atração pela geometria tempo-espaço. 
 
 
A fórmula relativa - A "revolução" de Einstein Torna popular a fórmula Física E= 
mc2 (energia é igual à massa vezes o quadrado da velocidade da luz). A equivalência 
entre massa e energia (uma pequena quantidade de massa pode ser transformada 
em uma grande quantidade de energia) permite explicar a combustão das estrelas e 
dar ao homem maior conhecimento sobre a matéria. É a expressão teórica das 
enormes reservas de energia armazenadas no átomo na qual se baseiam os artefatos 
nucleares. 
Bomba atômica - Artefato nuclear explosivo que atinge seu efeito destrutivo 
através da energia liberada na quebra de átomos pesados (urânio 235 ou plutônio 
239). Armas atômicas foram superadas pelas bombas termonucleares, que têm maior 
poder destrutivo. As bombas termonucleares (bomba H e bomba de nêutrons) agem 
por meio de ondas de pressão ou ondas térmicas. Produzem essencialmente 
radiação, mortal para os seres vivos, sem destruir bens materiais. São bombas de 
fusão detonadas por uma bomba atômica e podem ter o tamanho de um 
paralelepípedo. 
Velocidade relativa - A relatividade também revoluciona a noção de velocidade. 
Ao demostrar que todas as velocidades são relativas, explica que, apesar do 
movimento, nenhuma partícula poderia se deslocar a uma velocidade superior à da 
luz (299.792.458 metros por segundo). À medida que se aproximasse dessa 
velocidade, a energia e a massa da partícula também aumentariam, tomando cada 
vez mais difícil a aceleração. 
Geometria espaço-tempo - Enquanto Newton descrevera a gravitação como 
uma queda, para Einstein é uma questão espacial. Quando um corpo está livre, isto 
é, sem influência de qualquer força, seus movimentos apenas exprimem a qualidade 
de espaço-tempo. A presença de um corpo em determinado local causa uma distorção 
no espaço próximo. 
Espaço curvo - Um raio de luz proveniente de uma estrela distante parece sofrer 
uma alteração de trajetória ao passar perto do Sol. Isto não é causado por qualquer 
força de atração, diz Einstein. Em função da enorme massa do Sol, o espaço a sua 
volta está deformado. É como se ele estivesse " afundado". O raio apenas acompanha 
esta curvatura, mas segue sua rota natural. E se a matéria encurva o espaço, é 
possível admitir que todo o Universo é curvo. A confirmação experimental do espaço 
curvo só acontece em 1987, com a observação de galáxias muito distantes. 
 
 
Albert Einstein (1879-1955) nasce um Ulm, Alemanha, em 1879. Chega a ser 
considerado deficiente mental porque até 4 anos não fala fluentemente. Durante o 
secundário, é considerado pelos professores um estudante medíocre. Mas, fora da 
escola, Einstein mostra desde jovem interesse pela matemática. Começa seus 
estudos de matemática e Física na Alemanha e depois assume nacionalidade suíça. 
Em 1921 recebe o prêmio Nobel. No apogeu do nazismo vai para os EUA e se 
naturaliza norte-americano. Depois da 2a guerra, passa a defender o controle 
internacional de armas nucleares. Morre em Princeton, EUA. 
4 PARTÍCULAS SUBATÔMICAS 
 
Fonte: www.mundoeducacao.com 
A história das partículas que compõem o átomo é bastante recente. Só em 1932 
confirma-se que os átomos são formados por nêutrons, prótons e elétrons. Em 
seguida são encontradas partículas ainda menores como o pósitron, o neutrino e o 
méson - uma partícula internuclear de vida curtíssima (um décimo milésimo 
milionésimo de segundo). 
Quarks e léptons - Hoje já se conhecem 12 tipos de partículas elementares. 
Elas são classificadas em duas famílias: quarks e léptons. Estes são os tijolos da 
matéria. Há seis gerações de partículas quark e seis de léptons. A primeira geração 
 
 
de quarks é a dos upe down (alto e baixo), que formam, por exemplo, os nêutrons e 
os prótons. 
Os quarks de segunda e terceira geração, os charm e strange (charme e 
estranho) e os bottom e top (base e topo), existiram em abundância no início do 
Universo. Hoje, são partículas muito raras e só recentemente foram identificadas. O 
quark top foi detectado pela primeira vez em abril do ano passado. Os mésons 
também são formados por quarks.A família dos léptons reúne gerações de partículas 
mais leves. Entre eles, os mais conhecidos são o elétron e o neutrino. 
O tamanho do átomo - O diâmetro de um átomo é de aproximadamente 10-10 
m, ou um centésimo milionésimo de centímetro. Se uma laranja fosse ampliada até 
ter o tamanho da Terra, seus átomos teriam o tamanho de cerejas. Uma proporção 
semelhante é a que existe entre o átomo e o núcleo dele. Se um átomo pudesse ser 
ampliado e ter o tamanho de uma sala de aula, ainda assim o núcleo não seria visível 
a olho nu. 
Estudo do núcleo - Apesar de todo avanço tecnológico, nunca foi possível ver 
o interior do átomo. Para descobrir características e propriedades das partículas, os 
físicos usam métodos indiretos de observação. Bombardeiam núcleos atômicos e 
depois verificam os "estragos". Registram as ocorrências e fazem curvas de 
comportamento. Depois fazem abstrações matemáticas (modelos) que serão testados 
para confirmação. 
Aceleradores de partículas - Os aceleradores são os aparelhos desenvolvidos 
para "olhar " o núcleo atômico. São eles que fornecem altas doses de energia para 
que partículas possam romper o campo de força que envolve o núcleo e atingi-lo. 
Essas partículas podem ser elétrons, prótons, antiprótons. Em grandes anéis 
circulares ou túneis, as partículas são aceleradas em direção oposta e produzem 
milhares de colisões por segundo. Um detector registra o rastro das partículas que 
resultam de cada choque e um computador seleciona as colisões a serem analisadas. 
 
 
 
Fonte: 2.bp.blogspot.com 
5 TENDÊNCIAS ATUAIS 
A fusão nuclear controlada e a Física dos primeiros instantes do Universo são 
atualmente os campos mais desafiantes da física. 
Fusão Nuclear Controlada - A fusão nuclear é um processo de produção de 
energia a partir do núcleo do átomo. Este fenômeno ocorre naturalmente no interior 
do Sol e da estrelas. Núcleos leves como o do hidrogênio e seus isótopos - o deutério 
e o trítio -se fundem e criam elementos de um núcleo mais pesado, como o hélio. 
Neste processo, há uma enorme liberação de energia. Até hoje, só foi possível 
produzir energia nuclear pela fissão (quebra) do núcleo dos átomos. Esta "quebra" 
resulta em energia, mas libera resíduos radiativos e por isso não pode ser considerada 
uma fonte segura. 
Combustível nuclear - Um dos desafios da Física atual é reproduzir o processo 
de fusão de maneira controlada e obter combustível nuclear. Será uma alternativa 
mais econômica e limpa. Pode ser obtida a partir de matéria-prima abundante (água) 
 
 
e sem efeitos poluidores (como o monóxido de carbono, resultante da queima de 
combustíveis, ou a radiação). 
Deutério - O combustível para a fusão, o deutério, é um isótopo de hidrogênio 
abundante na água. Na fusão nuclear, uma única gota de deutério (obtida a partir de 
4 litros de água comum) produziria energia equivalente à queima de 1.200 litros de 
petróleo. 
Teoria do Campo Unificado - Neste campo, as teorias sobre a evolução do 
Universo a partir do seu momento inicial, o Big Bang (Grande Explosão), se encontra 
com as teorias das partículas elementares. A hipótese aceita hoje em dia é que, logo 
após o Big Bag, teria se formado uma espécie de "sopa" superquente de partículas 
básicas das quais se constitui toda a matéria e que, ao se resfriarem, teriam dado 
origem à matéria em seu estado atual. O grande desafio é estabelecer uma teoria do 
campo unificado que descreva a ação das forças fundamentais (gravitacionais, 
eletromagnéticas e nucleares) num único conjunto de equações ou a partir de um 
princípio geral, que seria a "força" presente no início dos tempos. 
6 ESPECIALIZAÇÕES DA FÍSICA 
Cosmologia e astrofísica - Tratam da natureza do universo físico, sua origem, 
evolução e possíveis extensões espaço-temporais. 
Física atômica, molecular e de polímeros - Dedicam-se à descrição da estrutura 
e das propriedades de sistemas de muitos elétrons, como os átomos complexos, ou 
como moléculas e compostos orgânicos. 
Física da matéria condensada e do estado sólido - Ocupa-se das propriedades 
gerais dos materiais, como cristais, vidros ou cerâmicas. Tem como 
subespecializações a Física de semicondutores e a Física de superfícies. 
Física nuclear - Estuda a estrutura nuclear e os mecanismos de reação, 
emissão de radiatividade natural, de fissão e fusão nuclear. 
Física dos plasmas - Estuda a matéria a centenas de milhares de graus ou 
mesmo a milhões de graus de temperatura, estado em que a estrutura atômica regular 
é desfeita em íons e elétrons ou em que ocorrem fusões nucleares, como no Sol e 
nas demais estrelas. 
 
 
Física das partículas elementares - Trata dos constituintes fundamentais da 
matéria. 
Física das radiações - Estuda os efeitos produzidos pela absorção da energia 
da radiação eletromagnética em geral ou da radiação ionizante em particular. 
Gravitação e relatividade geral - Tratam das propriedades geométricas do 
espaço/tempo, como decorrentes das concentrações de massa no Universo. 
Mecânica dos fluídos - Estuda as propriedades gerais e as leis de movimento 
dos gases e dos líquidos. 
Óptica - Estuda propriedades e efeitos de fontes de luz (como os raios laser), 
de transmissores de luz (como as fibras ópticas) e de fenômenos e instrumentos 
ópticos (como o arco-íris e os microscópios). 
 
 
Fonte: wallpaper.ultradownloads.com.br 
 
 
7 A IMPORTÂNCIA DA FÍSICA PARA O ESCLARECIMENTO DO UNIVERSO E 
PARA O DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS DA SOCIEDADE1 
7.1 Panorama Físico do Universo 
A Física permite-nos conhecer as leis gerais da Natureza que regulam o 
desenvolvimento dos processos que se verificam, tanto no Universo circundante como 
no Universo em geral. 
O objetivo da Física consiste em descobrir as leis gerais da Natureza e 
esclarecer, com base nelas, processos concretos. Os cientistas, à medida que se 
aproximavam desse objetivo, iam compreendendo melhor o panorama grandioso a 
complexo da unidade universal da Natureza. O Universo não é um conjunto simples 
de acontecimentos independentes, mas todos eles constituem manifestações 
evidentes do Universo considerado como um todo. 
7.2 Panorama mecânico do Universo. 
O panorama grandioso da unidade do Universo idealizado por Newton, com 
base na Mecânica, causou sempre e continua a causar admiração. De acordo com o 
modelo de Newton, todo o Universo consta “de partículas duras, pesadas, 
impenetráveis e animadas de movimento”. São “partículas elementares 
absolutamente duras: a sua dureza é infinitamente superior à dos corpos constituídos 
por elas, tão duras que nunca sofrem desgaste nem ruptura”. 
As partículas diferem umas das outras apenas quantitativamente, isto é, pelas 
suas massas. Toda a riqueza, toda a diversidade qualitativa do Universo resulta das 
diferenças no movimento das partículas. A natureza, a essência interna das partículas 
como que estavam em segundo plano. 
As leis que regulam o movimento dos corpos, descobertas por Newton, e o seu 
caráter universal serviram de base para a idealização deste panorama geral do 
Universo. À leis de Newton obedecem com exatidão tanto os grandes astros como as 
 
1 Texto de: G. Miakichev & B. Bukhovtsev 
Traduzido do Russo por Ana Manteigas Pedro e Anatoli Kutchúmov 
Adaptado por Alberto Ricardo Präss (www.fisica.net) 
 
 
pequeníssimas partículas de areia agitadas pelos ventos. O próprio vento obedece às 
mesmas leis, pois que consta de partículas de ar invisíveis a olho nu. 
Durante muito tempo os cientistas consideraram que as leis da Mecânica de 
Newton são as únicas leis fundamentais da Natureza. Assim, por exemplo, o físico 
francês LAGRANGE considerava que “não há nenhum homem mais feliz do que 
Newton: somente uma vez cabe a um só homem a glória de idealizar o panorama do 
Universo”. No entanto, o panorama mecânico simples do Universo revelou-se 
inconsistente. Durante o estudodos processos eletromagnéticos soube-se que os 
mesmos não obedecem às leis mecânicas de Newton. Maxwell descobriu um novo 
tipo de leis fundamentais que não se limitam apenas à mecânica de Newton. Trata-se 
das leis que regulam o comportamento do campo eletromagnético. 
7.3 Panorama eletromagnético do Universo 
Na Mecânica de Newton admite-se que os corpos interagem, diretamente 
através do vazio, uns sobre os outros, interação esta que se realiza instantaneamente 
(teoria da interação a grandes distâncias). O conceito de forças, depois de criada a 
eletrodinâmica, sofreu alterações substanciais. Cada um dos corpos que entram em 
interação cria um campo eletromagnético que se propaga no espaço com uma 
velocidade finita. As interações realizam-se através desse campo (teoria da interação 
a pequenas distâncias). 
As forças eletromagnéticas são muito frequentes na Natureza. As forças 
eletromagnéticas atuam no seio do núcleo atômico, nos átomos, nas moléculas, assim 
como entre as moléculas nos corpos macroscópicos. Isto ocorre devido a que a 
composição de todos os átomos entram partículas carregadas de eletricidade. A ação 
das forças eletromagnéticas põe-se em evidência tanto a distâncias muito pequenas 
(dentro de um núcleo atômico) como muito grandes, cósmicas (radiação 
eletromagnética dos astros). 
O desenvolvimento da eletrodinâmica deu origem a várias tentativas de 
idealizar um panorama eletromagnético do Universo. Todos os acontecimentos que 
se verificam no Universo, segundo tal panorama, obedecem às leis que regulam as 
interações eletromagnéticas. 
O panorama eletromagnético do Universo atingiu o ponto culminante do seu 
desenvolvimento após a criação da teoria da relatividade especial. Foi nessa altura 
 
 
que se tornou possível compreender a importância fundamental do valor finito da 
velocidade de propagação das interações eletromagnéticas, assim como criar os 
novos conceitos de espaço e de tempo, escrever a nova equação relativista do 
movimento que substituiu as equações de Newton nos casos de se tratar de grandes 
velocidades. 
Repare-se que, enquanto na época de existência única do panorama mecânico 
do Universo os cientistas tentavam reduzir os fenômenos eletromagnéticos aos 
processos mecânicos num meio especial hipotético (éter universal), nesta nova etapa, 
pelo contrário, os físicos tinham tendência para deduzir as leis que regulam o 
movimento das partículas com base na teoria eletromagnética. As partículas 
constituintes da matéria eram consideradas como porções concentradas de um 
campo eletromagnético. 
Porém, foi impossível reduzir todos os fenômenos da Natureza apenas aos 
processos eletromagnéticos. A equação do movimento das partículas e a lei da 
interação gravitacional não podem deduzir-se da teoria do campo eletromagnético. 
Além disto, foram descobertas as partículas eletricamente neutrais, assim como 
as interações de novos tipos. A Natureza revelou-se mais complexa do que os 
cientistas supunham antes: não há nenhuma lei geral do movimento nem força 
universal alguma que possam abranger a enorme diversidade dos processos a 
fenômenos no Universo. 
7.4 Unidade da composição geral da matéria 
A diversidade do Universo é tão grande que todos os corpos, sem dúvida, não 
podem ser constituídos por partículas de uma só espécie. No entanto, a matéria de 
que são compostos astros, por mais surpreendente que isto seja, é a mesma que entra 
na constituição da Terra. 
Os átomos de que constam todos os corpos do Universo são iguais. Os 
organismos vivos são constituídos pelos mesmos átomos que os mortos. 
Todos os átomos têm a mesma estrutura a constam de partículas elementares 
de três espécies. 
Os átomos possuem núcleos constituídos por prótons a nêutrons rodeados por 
elétrons. 
 
 
A interação que se verifica entre os núcleos a os elétrons é realizada através 
do campo eletromagnético, cujos quantos são fótons. 
A interação entre prótons a nêutrons no seio dos núcleos realiza-se geralmente 
através dos mésons pi, que constituem os quantos do campo nuclear. A desintegração 
dos nêutrons dá origem à formação de neutrinos. Além disto, foram descobertas 
muitas outras partículas elementares cuja interação só se reveste de importância 
considerável quando possuem energias extraordinariamente grandes. 
Durante a primeira metade do século XX foi estabelecido o seguinte fato 
fundamental: todas as partículas elementares são susceptíveis de se transformarem 
reciprocamente umas nas outras. 
Depois da descoberta das partículas elementares a das suas transmutações, 
tornou-se evidente o caráter universal da composição a da estrutura da matéria, 
assente na materialidade de todas as partículas elementares. As partículas 
elementares, por muito diferentes que sejam, não são mais do que diversas formas 
concretas de existência da matéria. 
7.5 Panorama físico atual do Universo 
No entanto, a unidade do Universo não se limita ao caráter universal da 
estrutura da matéria, mas sim se manifesta também nas leis que regulam o movimento 
das partículas e a interação delas entre si. Apesar da surpreendente diversidade das 
interações dos corpos entre si, na Natureza, de acordo com os conhecimentos atuais, 
existem apenas quatro tipos de forças, a saber: forças gravitacionais, 
eletromagnéticas, nucleares a as chamadas interações facas. Estas últimas 
manifestam-se somente durante as transmutações das partículas. Estes quatro tipos 
de forças podem observar-se tanto nos espaços ilimitados do Universo, como em 
quaisquer corpos a objetos na Terra (entre eles, nos organismos vivos), nos átomos 
a núcleos atômicos, e, mesmo, durante todas as transmutações das partículas 
elementares. 
Este câmbio radical, revolucionário dos conceitos clássicos acerca do 
panorama físico do Universo foi possível depois da descoberta das propriedades 
quânticas da matéria. Após o aparecimento da Física Quântica, que descreve o 
movimento das partículas elementares, tornou-se possível o esclarecimento de novos 
aspectos e elementos do panorama físico universal do Universo. 
 
 
A divisão da matéria em substância, com uma estrutura descontínua, e em 
campo contínuo, perdeu hoje o seu sentido absoluto. A cada campo dado 
correspondem os respectivos quantos: os fótons, quando se trata do campo 
eletromagnético, os mésons no caso do campo nuclear, a assim sucessivamente. 
Todas as partículas, por sua vez, possuem propriedades ondulatórias. O dualismo 
onda-partícula é próprio de todas as formas da matéria. O esclarecimento das 
propriedades corpusculares a ondulatórias, aparentemente incompatíveis, por 
intermédio de uma teoria universal, foi possível devido ao fato de que as leis do 
movimento de todas as micropartículas, sem exceção, têm caráter estatístico 
(provável). Isto torna impossível o prognóstico inequívoco do comportamento dos 
objetos microscópicos. 
Os princípios da Teoria Quântica são absolutamente universais, podendo 
aplicá-los tanto para a descrição do movimento de todas as partículas e a interação 
delas entre si, como para a análise das suas transmutações. Pois bem, a Física 
moderna põe em evidência a unidade universal da Natureza. No entanto, são muitos 
os problemas, incluindo própria essência física da unidade universal do Universo, que 
não estão ainda definitivamente esclarecidos. Não sabemos por que é que as 
partículas elementares são tão numerosas, nem por que razão possuem massas e 
cargas diferentes e uma série de outras características específicas. Até hoje, todas 
estas grandezas foram avaliadas experimentalmente. Contudo, torna-se cada vez 
mais clara a relação entre diversos tipos de interações. As interações 
eletromagnéticas a as fracas são abrangidas já dentro dos limites de uma teoria 
comum. Os físicos conhecem já a estrutura da maior parte das partículas elementares. 
Torna-se evidente que a Física das partículas elementares está em vésperas derealizar descobertas grandiosas. 
“Aqui estão encobertos segredos tão grandes a pensamentos tão elevados que, 
apesar das tentativas de centenas de sábios dos mais perspicazes, que durante 
milênios trabalharam para desvendá-los, ainda não foram revelados, de forma que 
ainda é possível gozar o prazer e o regozijo proporcionado pelo trabalho criativo a 
pelas descobertas”. Estas palavras de Galileu Galilei, ditas há mais de três séculos, 
são ainda muito atuais. 
 
 
7.6 Concepção científica do Universo 
As leis fundamentais estabelecidas pela Física, quanto ao seu caráter 
complexo e universal, vão muito para além dos fatos que dão origem ao estudo dos 
respectivos fenômenos. No entanto, as leis físicas são tão certas e objetivas como os 
nossos conhecimentos dos fenômenos simples observados a olho nu. Tais leis nunca 
podem ser violadas, seja em que circunstâncias for. 
É cada vez maior o número de pessoas que se dão conta de que as leis 
objetivas da Natureza excluem milagres e o conhecimento perfeito destas leis 
aumenta o poder do homem sobre a Natureza. 
Nos séculos passados a Humanidade depositou as suas melhores esperanças 
na crença no sobrenatural, em Deus. A religião contém ideias sobre o caráter limitado 
das possibilidades do homem, da existência da vontade divina que orienta os homens 
a um determinado objetivo hipotético. Não há dúvida que o progresso da ciência no 
domínio do esclarecimento da Natureza tem destruído a pouco a pouco esse sistema 
filosófico. 
7.7 Física a Revolução Técnico-Científica 
Presentemente assistimos a uma grandiosa revolução técnico-científica que 
começou aproximadamente há um meio de século. Esta revolução causou alterações 
profundas e qualitativas em numerosos domínios da ciência e técnica. A Astronomia, 
uma das ciências mais antigas, está a sofrer mudanças radicais, devidas às grandes 
realizações alcançadas pela Humanidade na conquista do espaço. 
O aparecimento da Biologia Molecular a da Genética deu origem a uma 
revolução na Biologia, ao passo que a instituição da chamada grande Química tornou-
se possível graças a mudanças radicais na ciência Química. Os processos análogos 
desenvolvem-se também na Geologia, Meteorologia, Oceanologia a muitos outros 
domínios da ciência moderna. 
São profundas as modificações qualitativas que se verificam hoje em dia em 
todos os setores industriais. A revolução na produção de energia, por exemplo, 
devesse à passagem do emprego das centrais termelétricas, cujo funcionamento 
assenta na utilização de combustíveis de origem orgânica, para o uso das centrais 
elétricas atômicas. 
 
 
Crescem as aplicações de materiais sintéticos com propriedades novas e muito 
valiosas. A mecanização e automatização complexas tornam inevitável uma revolução 
nos setores industrial a agrícola. Os transportes, a construção e as comunicações vão 
se transformando em setores realmente novos a eficazes da técnica moderna. 
A revolução técnico-científica modificou radicalmente o papel que a ciência 
desempenha na vida da sociedade. A ciência constitui já uma força produtiva. De 
agora para o futuro, a produção dos bens materiais necessários para a Humanidade 
dependerá do progresso da ciência. 
A revolução técnico-científica conduz necessariamente a Humanidade a uma 
grandiosa reorganização a ao aperfeiçoamento de todos os domínios da produção. A 
revolução técnico-científica, além disso, torna muito atual o problema da proteção do 
meio ambiente. 
A Física é uma das ciências fundamentais. A Física influi consideravelmente 
sobre os mais variados ramos a setores da ciência, técnica a produção. Analisemos, 
então, alguns fatos elucidativos da importância que a Física tem para os outros 
domínios da ciência a técnica modernas. 
No decurso de vários milênios toda a informação de que os astrônomos 
dispunham sobre os fenômenos astronômicos era-lhes dada pela luz visível. Pode-se 
dizer que os astrônomos observavam a estudavam esses fenômenos através de uma 
pequena fenda no amplo espetro das radiações eletromagnéticas. Há trinta anos, 
graças ao desenvolvimento da Radiofísica, surgiu a Radioastronomia que permitiu 
ampliar os nossos conhecimentos sobre o Universo. A radioastronomia revelou-nos a 
existência de muitos novos corpos cósmicos. A faixa da escala eletromagnética que 
corresponde à banda de ondas de rádio tornou-se uma fonte adicional de 
conhecimentos astronômicos. 
É grande a quantidade de informação que nos trazem do espaço cósmico as 
outras espécies de radiações eletromagnéticas que, antes de atingirem a superfície 
terrestre, são absorvidas pela atmosfera da Terra. A ofensiva do Homem no espaço 
cósmico deu origem a novos domínios da astronomia: a astronomia ultravioleta, 
infravermelha, dos raios X, dos raios gama. Tornou-se muito grande a possibilidade 
de estudo dos raios cósmicos originais fora da atmosfera. No decurso do 
desenvolvimento da revolução técnico-científica os astrônomos obtiveram pela 
primeira vez a possibilidade de analisarem todas as espécies de partículas a 
radiações oriundas do espaço cósmico. A quantidade de informação científica obtida 
 
 
pelos astrônomos durante as últimas décadas é muito superior à obtida no decurso 
de toda a história do desenvolvimento da astronomia até hoje. Os métodos de 
investigação e a aparelhagem de registro utilizada pelos astrônomos são análogos 
aos que se empregam na Física; a astronomia antiga vai-se transformando em 
astrofísica, uma nova ciência que se desenvolve rapidamente. 
Hoje em dia estão a ser lançados os fundamentos da chamada Astronomia dos 
Neutrinos, capaz de oferecer aos cientistas informação acerca dos processos que se 
verificam no seio dos corpos cósmicos, por exemplo, no interior do Sol. A criação da 
astronomia dos neutrinos tornou-se possível apenas devido aos êxitos alcançados 
pela Física dos núcleos atômicos a das partículas elementares. 
A revolução técnico-científica na Biologia tem muito a ver com o aparecimento 
da biologia molecular a da genética, ciências biológicas que estudam os processos 
vitais ao nível molecular. Os meios a métodos fundamentais que se empregam na 
biologia molecular para identificar e analisar os objetos microscópicos em estudo 
(microscópios eletrônicos e protônicos, análise estrutural com raios X, análise 
neutrônica de átomos marcados, ultracentrífugas, etc.) são os mesmos que se usam 
na Física. 
Os biólogos, sem esses aparelhos a métodos nascidos nos laboratórios de 
Física, não poderiam ter alcançado tão grandes realizações no estudo dos processos 
que se desenvolvem nos organismos vivos. Deste modo, a aplicação dos métodos de 
pesquisas próprios da Física teve grande importância para a instituição e o 
desenvolvimento da biologia molecular e a genética. A Física moderna também 
desempenha um papel importante na reforma revolucionária da química, geologia, 
Oceanologia a outras ciências naturais. 
A Física deu origem também a modificações radicais em todos os domínios da 
técnica. As grandes realizações da Física serviram de base para a reconstrução da 
energética, comunicações, transportes, construção, setores industrial e agrícola. 
A revolução na energética deve-se à fundação da energética atômica. Os 
recursos de energia contidos no combustível atômico são consideravelmente 
superiores aos de combustíveis de origem orgânica. 
A hulha, o petróleo e o gás natural constituem, hoje em dia, matéria-prima 
exclusiva para a chamada grande química. Queimá-los em grandes quantidades 
significa causar dano irreparável a este setor industrial moderno de grande 
importância. 
 
 
Portanto, torna-se indispensável o use do combustível atômico urânio, tório) 
para o fornecimento de energia, sendo estas as vantagens fundamentais da 
energética atômica em relação aos outros ramos da energética. 
As centrais elétricas termonucleares vão resolver, no futuro, todos os 
problemas que afetam a Humanidadeno domínio da energética. Como já foi 
salientado, os fundamentos científicos da energética atômica e termonuclear 
assentam totalmente nas realizações alcançadas pela Física dos núcleos atômicos. 
A técnica do futuro deixará de utilizar os materiais naturais para passar a usar 
materiais sintéticos com as propriedades desejadas que garanta trabalho seguro a 
longa duração. Na obtenção de tais materiais desempenharão um papel cada vez 
mais importante os métodos físicos de modificação da matéria (feixes de elétrons, 
íons a de laser; campos magnéticos de intensidades extraordinariamente grandes; 
pressões e temperaturas elevadíssimas; ultrassom, etc.). Os métodos físicos de 
modificação da matéria tornaram possível a obtenção de materiais com características 
limites e a criação de novos métodos de trabalho das substâncias, modificando 
radicalmente a tecnologia da produção moderna. 
O setor industrial e a agricultura vão-se transformando em sistemas de 
produção complexa a automatizada. A automatização complexa assenta no emprego 
da aparelhagem eletrônica de controlo a medição indispensável. 
Os fundamentos científicos dessa aparelhagem e a sua realização prática estão 
organicamente ligadas à radio eletrônica, a Física dos sólidos, a Física do núcleo 
atômico e a outros domínios da Física Moderna. 
A Física Moderna tem importância radical para o desenvolvimento dos 
computadores. Todas as séries de computadores (tanto assentes no emprego de 
válvulas eletrônicas, como as que usam semicondutores a circuitos integrados) 
existentes até hoje nasceram em laboratórios de física. 
A Física Moderna permite o desenvolvimento consequente da miniaturização, 
alcançar uma grande rapidez e o trabalho seguro dos computadores eletrônicos. O 
use dos lasers a da holografia permitirá aperfeiçoar ainda mais os computadores. 
Não podemos citar aqui todos os aspetos da influência revolucionária que tem 
a Física Moderna no desenvolvimento de diversos domínios das ciências e técnicas. 
No entanto, os exemplos citados são suficientes para nos certificarmos da enorme 
contribuição da Física Moderna para a realização da revolução técnico-científica. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
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SERWAY, JEWEET, Princípios de Física, 1ª Edição, Vol 1, Thonson, 2006. 
 
 
 
8 ARTIGO PARA REFLEXÃO 
AS CONCEPÇÕES DE ENSINO DE FÍSICA E A CONSTRUÇÃO DA 
CIDADANIA 
 
Autor: Gabriel Dias de Carvalho Júnior 
Disponível em: 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/9294 
Acesso: 10 de junho de 2016 
Publicado no Caderno Brasileiro de Ensino de 
Física v.19, N0.1: p. 53-66, Abr. 2002 
 
Resumo 
 
O ensino de Física nos anos 60 e 70 possuía um cunho altamente 
matematizado. No entanto, sabemos que a mera aplicação de equações não abre 
espaço para questionamentos da estrutura social estabelecida. Recentemente, temos 
uma crescente discussão a respeito da função social do ensino de Física, o que tem 
permitido que a prática docente se dê a nível conceitual e articulada com a realidade 
do aluno. Assim, a aula de Física passa a ser considerada, também, um momento de 
construção de valores éticos a respeito da utilização de recursos naturais e das 
tecnologias decorrentes. A concepção de ensino de Física que certo professor ou uma 
instituição possui, sua ideologia, sua política e seus valores, podem ser explicitados 
através da análise de sua prática pedagógica. 
 
Palavras-chave: Física, ensino, conceito, transgressão, avaliação, professor, 
diálogo. 
 
Introdução 
 
As ciências da natureza fornecem elementos para que se possa entender 
melhor o mundo à nossa volta, sendo importantes para a construção de uma 
sociedade mais crítica e comprometida com o destino de todos os seres. Nessa área 
do conhecimento, os métodos que os cientistas utilizam para a obtenção e o 
 
 
tratamento de resultados são rigorosos e os mecanismos de controle de experiências 
permitem uma reprodução das mesmas em qualquer parte do mundo. 
Pelo fato de possuírem uma característica experimental, as ciências naturais 
podem investigar os fenômenos através de observações minuciosas, criar modelos 
teóricos que expliquem tais fenômenos e validá-los nos laboratórios e nas pesquisas 
de campo. Uma dada experiência que puder ser reproduzida em várias partes do 
mundo será ou não confirmada através da análise dos resultados encontrados. O 
conhecimento científico assim estabelecido deve ser socializado para que os saberes 
produzidos possam ser utilizados a serviço de reais melhorias para a população 
mundial. É de se lamentar que os interesses de grandes grupos econômicos se 
sobreponham ao bem-estar das pessoas, à medida que a produção de conhecimento 
científico é utilizada como instrumento de dominação. Percebe-se, neste contexto, que 
o objetivo da educação científica é, meramente, capacitar tecnicamente os futuros 
cientistas e não propiciar a construção de valores. A lógica parece ser: perde-se em 
humanidade, mas ganha-se em produtividade. 
Enquanto ato político, a educação escolar deve se opor a essa lógica da 
produtividade, primando pela construção de valores éticos, que são imprescindíveis à 
obtenção de uma sociedade igualitária. Os educadores têm a função de ressignificar 
a ética social e aplicá-la em sua área de conhecimento. O ensino das Ciências 
Naturais deve ser feito em plena conexão com toda essa dimensão sócio-política, pois 
a capacitação técnica é indissociável do desenvolvimento da sensibilidade de se 
aplicar ou não uma determinada tecnologia que, de alguma forma, pode ser nociva à 
natureza. 
Há concordância de que grandes momentos de progresso científico e 
tecnológico estão associados ao esforço de guerra. E quem são os 
estrategistas militares, os especialistas em criptografia responsáveis pela 
inteligência. os criadores de bombas e de bombardeiros? São os nossos ex-
alunos em modelagem, em teoria dos jogos e probabilidades, em teorias dos 
números e em lógica, em física matemática. Em essência, são indivíduos que 
de nós aprenderam Ciências e Matemática, mas ao que parece, de nós não 
aprenderam nada de ética, de moral, de humanidade e de fraternidade (D' 
AMBROSIO, 1994, p.12). 
Vive-se em uma sociedade "light", onde tudo é relativizado; o homem é 
hedonista e seus anseios são guiados pela mídia. Nesse contexto, a Escola 
desempenha um papel fundamental, o de ser um local onde se desenvolve a formação 
humanista e integral das pessoas. Dessa forma, a linha de conduta de um verdadeiro 
 
 
educador deve ser calcada no estreitamento de relações com o aluno, criando um 
"pacto" de mútua cooperação. A maneira através da qual o aluno vê (em todas as 
suas dimensões) o professor é consequência direta da maneira como o processo 
educativo é conduzido. Uma conduta ética do professor desperta a confiança do 
aluno. E, como nos ensina o educador Paulo Freire: 
Não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o rediz em lugar de 
desdizê-lo Não é possível ao professor pensar que pensa certo,mas ao 
mesmo tempo perguntar ao aluno se sabe com quem está falando (FRElRE, 
2000, p.38). 
O ensino de Física, em particular, deve permitir que os alunos, através de 
atividades propostas durante as aulas, tenham acesso a conceitos, leis, modelos e 
teorias que expliquem satisfatoriamente o mundo em que vivem, permitindo-lhes 
entender questões fundamentais como a disponibilidade de recursos naturais e os 
riscos de se utilizar uma determinada tecnologia que poderia ser nociva a algum 
ecossistema. O trabalho crítico do professor deve auxiliar ao aluno a construir uma 
mentalidade também crítica, questionadora, transgressora. Em uma palavra: libertária 
Além de crer na importância de seu trabalho como educador, o professor deve pautar 
toda a sua prática em uma discussão consistente a respeito da realidade, ser ético 
nas relações mantidas com todos os envolvidos no processo educativo e coerente em 
suas atitudes. 
Há várias concepções de ensino de física nos níveis fundamental e médio. No 
entanto, pode-se dicotomizá-las em conceitual e matematizada. Apesar de tal 
polarização representar uma simplificação da realidade, não se perde em precisão 
quanto aos objetivos básicos dos projetos de ensino de Física. A linha conceitual quer 
trabalhar, fundamentalmente, a compreensão de fenômenos físicos através da 
discussão, do debate e do enfrentamento de posições. Acredita-se que a utilização de 
fórmulas matemáticas pode auxiliar a quantificação dos fenômenos, mas que só deve 
ser utilizada a partir do momento em que os alunos compreenderem os conceitos 
envolvidos. Já a concepção matematizada dá grande ênfase às equações que 
permeiam a Física. Assim, o mais importante, nessa concepção, é a memorização de 
leis e fórmulas para a posterior aplicação na resolução de problemas. Imagina-se a 
Física como um conhecimento pronto que deve ser transmitido aos alunos. 
 
A supremacia das equações 
 
 
A utilização de um ensino de Física matematizado, em que as equações têm 
supremacia sobre os conceitos, desempenhou o seu papel em escolas pautadas pela 
repetição mecânica de conhecimentos, onde o professor era tido como o retentor das 
verdades científicas, e o aluno era concebido como mero receptor do conhecimento 
Físico estabelecido. 
Ao longo dos anos 60 e 70, por exemplo, as competências maiores de um aluno 
no campo da Física estavam relacionadas à resolução de problemas numéricos em 
que a dificuldade não estava centrada no conceito Físico e, sim, nas relações 
matemáticas exigi das, nas operações efetuadas e na criatividade (?) em desenvolver 
expressões algébricas para atingir resultados. Estas competências, ao serem 
desenvolvidas, propiciavam a criação de uma mentalidade pragmática em relação à 
Ciência que, até hoje, percebemos ser muito forte por parte de alguns alunos e de 
suas famílias. 
Além disso, a simples manipulação de equações sem o questionar/dialogar 
com a teoria Física associada não abre espaço para discussões mais elaboradas, não 
oportuniza o exercício da argumentação. Pelo contrário, 
Em nome de uma suposta essencialidade de se aprender certas coisas, que 
na maioria servem apenas para brutalizar o aluno e, se possível, imbecilizar 
o futuro adulto, não abrem espaço para o essencial na educação (D' 
AMBRÓSIO, 1994, p.14). 
Toma explicável que esta forma de ensino de Física predominou nos anos dos 
governos militares e ainda está presente em escolas que não pretendem ser 
libertárias, o que produz uma falsa ideia do que realmente seja a Física. 
Transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é 
amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: 
o seu caráter formador (FREIRE, 2000, p.37). 
Diante desta prática docente, resta ao aluno obedecer aos desígnios das 
fórmulas, calcular o que foi pedido (ordenado?) e apresentar resultados, em muito, 
desconectados da sua realidade. 
Quando o saudoso físico americano Richard Feynman visitou o Brasil, ele teve 
um contato com estudantes do ensino médio da cidade do Rio de Janeiro. Feynman 
ficou impressionado com a excelente capacidade que os alunos tinham de resolver 
problemas numéricos de Física. No entanto, ao serem indagados a respeito de 
fenômenos físicos cotidianos, os mesmos alunos não conseguiram estabelecer 
 
 
conexões entre as fórmulas matemáticas que sabiam de cor e o seu dia-a-dia. Havia, 
sem dúvida alguma, algo errado. 
 
Os conceitos é que mandam 
 
A concepção conceitual, por sua vez, se pauta em habilidades cognitivas que 
vão além da mera aplicação. Não se trata de negar a importância da Matemática ao 
desenvolvimento da Física. Ao contrário, quer-se ressignificar o seu raio de ação. Ou, 
como nos dizia o professor Pierre Lucie: 
Fujo, tanto quanto possível, do formalismo matemático... Cada dia mais. Não 
por teimosia idiota. Por convicção. Esclareço: não sou contra a matemática 
na Física. Seria tão imbecil como ser contra o tear mecânico na tecelagem. 
Conheço bastante a Física para saber que o formalismo matemático é uma 
linguagem, uma ferramenta indispensável. Mas cujo domínio deve suceder, 
e não anteceder, a percepção (LUCIE, 2000). 
No campo da análise de conceitos, leis, hipóteses e de todas as relações 
decorrentes, a construção dos conhecimentos deve ser feita mediante um diálogo 
constante entre todos os atores da prática educativa. Essa concepção de ensino 
entende o professor como mediador entre os vários saberes estabelecidos, cada qual 
com suas particularidades, fundamentações e campos de validade. São eles: saber 
do aluno (conceitos prévios), científico, escolar e social. Ao se estabelecer um diálogo 
permanente e dinâmico, o ensino de Física se faz, também, libertador e transgressor, 
porque questionador. A sala de aula passa a assumir uma conotação de fórum de 
debates, onde o choque entre os saberes citados não produz sobreposições ou 
superposições, mas, sim, desequilibrações, assimilações e acomodações. A 
aprendizagem pode assim, ser significativa e contextualizada. 
O trabalho de construção de conceitos valoriza os conhecimentos prévios dos 
alunos e parte deles para a construção de saberes mais sistematizados. Dessa forma, 
toma-se necessário um rigoroso diagnóstico para que o professor saiba de que ponto 
deve partir para conduzir a sua prática educativa em uma determinada turma. Pelo 
fato de se valer da realidade dos alunos, é impossível se estabelecer, nessa 
concepção, um roteiro padronizado para a aquisição de conhecimento pelos alunos. 
No entanto, é perfeitamente possível que todos os alunos, mesmo que através de 
caminhos diferentes, consigam construções dos mesmos conceitos, desenvolvendo, 
 
 
portanto, as mesmas competências e habilidades2. Trilhando caminhos específicos 
que propiciem transposições conceituais nos alunos, o professor estará liderando uma 
revolução conceitual. 
Muitos pesquisadores em Ensino de Ciências acreditam que a aprendizagem 
consistente de novos conteúdos requer mudanças conceituais similares 
àquelas observadas nas revoluções científicas. Tais mudanças conceituais 
corresponderiam a um processo em que o indivíduo abandona concepções 
inadequadas do ponto de vista científico e as substitui por concepções 
cientificamente aceitáveis (BASTOS, 1998,p. 13). 
Saber Física passa a significar ter instrumentos conceituais para dialogar com 
o mundo em vários níveis, que vão desde um melhor entendimento de notícias 
científicas veiculadas pela média, até a capacidade de prever resultados de situações 
experimentais complexas, passando pela emissão de juízos de valor a respeito da 
utilização de uma dada tecnologia que pode agredir o meio ambiente e causar danos 
à humanidade. Nota-se, assim, que esta maneira de trabalhar a Física representa uma 
contribuição para a construção da cidadania, ajudando a formar pessoas críticas, 
reflexivas, com embasamento técnico para se posicionar e questionar 
posicionamentos diversos.Mais uma vez, bebemos na fonte de Paulo Freire: 
O educador democrático não pode negar-se o dever de. na sua prática 
docente. reforçar a capacidade crítica do educando. sua curiosidade. sua 
insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é I trabalhar com os 
educandos a rigorosidade metódica com que devem se "aproximar" dos 
objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver 
com o discurso "bancário, meramente transferidor do perfil do objeto ou do 
conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no 
"tratamento, do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga 
à produção das condições em que aprender criticamente é possível (FREIRE, 
2000, p. 28-29). 
O professor que pretende trabalhar nesta perspectiva deve estar preparado 
para transgredir, questionar e contrapor vários mitos a respeito do ensino de Física. É 
possível que enfrente questionamentos por parte dos pais dos alunos que foram 
formados à luz (?) da concepção matematizada e, portanto, acham que a Física se 
resume a um -grande -grupo de equações. Se assim fosse, qualquer computador de 
capacidade mediana conseguiria produzir mais do que vários Einsteins juntos. Os 
próprios currículos e vários livros didáticos ainda não estão em perfeita sintonia com 
 
2 "Competências são as modalidades estruturais da inteligência. ou melhor, ações e operações 
que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos. situações. fenômenos e pessoas que 
desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano 
imediato do 'saber fazer' " (INEP. 2000, p.4). 
 
 
essa nova concepção de ensino, enfatizando, em vários momentos, aspectos por 
demais matematizados em detrimento de uma discussão mais aprofundada da base 
conceitual da Física. Vamos analisar o trecho retirado de um artigo de Manoel 
Robilotta e Cezar Babichak. 
...não somente o que falamos. mas também o que não falamos possui um 
significado. As lacunas, os não ditos, também exprimem ideias. E existem 
muitas lacunas na sala de aula. Se tomarmos os livros didáticos de física, que 
estão muito presentes na nossa atividade, e os analisarmos, veremos que há 
muitas coisas que eles não discutem. Isso faz com que nós, professores, não 
demos maior atenção aos mesmos assuntos. Por exemplo, no estudo da 
mecânica clássica, temos as três leis de Newton da dinâmica. Na sala de aula 
nós falamos um pouquinho da1a lei, a lei da inércia, e bastante das outras 
leis, principalmente da 2a lei. Por quê? Porque com a 2 a lei nós podemos 
fazer contas. Com a 1a lei isso não é possível. Então nós banalizamos a 1a 
lei. Mas com certeza Newton não a colocou em primeiro lugar por 
ingenuidade. Há uma razão para que ele tenha feito isso. E, se pararmos para 
analisar o significado das três leis de Newton, veremos que a 1a lei é muito 
mais importante que as outras, pois é nessa lei que está o conteúdo 
metafísico da teoria. É lá que diz com qual universo ele trabalha. As ideias de 
que existem espaço e tempo uniformes e suas propriedades estão todas 
contidas na 1a lei. Lá, Newton explicita o que é natural no mundo, o que não 
é explicado, o ponto de partida para desen1volver suas ideias. Na 2a lei ele 
fala de coisas forçadas, coisas que não são naturais ou espontâneas. 
(ROBILOTA e BABICHAK, 1997, p. 42-43). 
Podemos notar, ao ler o texto, como o ensino de Física pode ser conduzido 
para validar, de maneira muito sutil, estruturas de poder que nos são tão comuns. Dar 
ênfase à 28 lei de Newton significa mostrar que as situações forçadas são mais 
importantes do que as naturais, espontâneas. Os alunos acabam internalizando essa 
concepção e reproduzindo-a em várias esferas. Nas entrelinhas dessa prática 
docente, grita a voz da dominação que tenta ensurdecer nossos corações. 
Educadores de verdade devem se colocar em posição de alerta para sinalizar aos 
seus educandos todas essas sutilezas que permeiam o currículo escolar. Além disso, 
é de fundamental importância saber lidar com a transposição de poder para o aluno, 
o que irá acontecer em vários momentos. Se quisermos formar cidadãos é 
imprescindível que saibamos agir como cidadãos. Com a construção de uma 
discussão permanente em sala de aula, é possível evitar a repetição dessas 
estratégias de preservação e validação da estrutura social que produz dominados, 
escravos, fracassados e dasamados. 
 
Diga-me como avalias... 
 
 
 
Há muitas variáveis envolvidas no processo educativo que podem influenciar a 
prática de um certo professor. Existem educadores que acreditam que o ensino de 
Física deve ser feito fundamentalmente no campo conceitual, mas que fazem parte 
de um sistema que exige um ensino tecnicista. Mesmo crendo na linha conceitual, 
eles são levados, em alguns momentos, a ter uma postura puramente matematizada 
para atender a pressões dos alunos (e suas famílias) que querem prestar exames de 
admissão em certas universidades, cujas provas são por demais matematizadas. 
Afinal, uma das funções da educação é a preparação para a vida e o vestibular faz 
parte dela. Temos outros professores que acreditam na concepção matematizada e, 
no entanto, posam de libertários. Utilizam o discurso para obscurecer urna postura 
que não seria bem aceita em certos meios. 
Toma-se importante a identificação de quem, de fato, acredita que a educação 
é libertadora daqueles que se valem do discurso para esconder o que realmente são. 
Ou, como nos diz o compositor Humberto Gessinger na canção intitulada “A verdade 
a ver navios”: “é muito engraçado que estejam do mesmo lado os que querem iluminar 
e os que querem iludir” (GESSINGER, 1988). Talvez não seja engraçado, mas, sem 
dúvida, é curioso. 
Temos várias maneiras de perceber a concepção de ensino de Física adotada 
por um professor ou por uma instituição de ensino como, por exemplo, através da 
análise dos planos de curso, dos planejamentos de aula, do livro didático adotado e, 
principalmente, das provas elaboradas. 
Enquanto que os planos de curso e os planejamentos de aula elaborados 
podem ser fictícios, não revelando a realidade da sala de aula, as provas serão, em 
qualquer instância, um espelho de toda a linha de ação de um professor. A elaboração 
de um item é feita com base nas concepções de ensino que o professor possui. Dessa 
forma, irão constar em uma prova os aspectos da Física que o professor julgar mais 
importantes. 
Uma instituição de ensino superior, por exemplo, revela a sua posição quanto 
ao ensino de Física através das questões propostas aos candidatos em seu processo 
seletivo. Para que se possa verificar o que está sendo dito, serão utilizados itens 
propostos em exames vestibulares, ao invés daqueles elaborados para avaliações em 
colégios, pelo fato dos primeiros serem conhecidos pelos professores e estarem 
disponíveis para consulta pública, por exemplo, na internet. 
 
 
Os itens analisados versam a respeito do mesmo tema: Indução 
Eletromagnética. Este tópico do programa da Física explica o mecanismo através do 
qual a corrente elétrica é gerada em usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. O 
primeiro item foi retirado do exame vestibular da Universidade Federal A3 de 1998. O 
segundo item fez parte do vestibular da Universidade Federal B4 de 2000. Ambos os 
itens foram propostos na segunda fase do vestibular, o que significa que somente 
alunos da área de exatas tiveram que respondê-los. Com essa análise, está-se 
constatando o tipo de concepção de ensino de Física que está permeando a 
elaboração dos itens e, portanto, o tipo de aluno que a universidade pretende receber. 
 
Item da Universidade A de 1998 
Uma espira condutora, quadrada, cujo lado mede 0,5m, é colocada 
perpendicularmente a um campo magnético uniforme de indução B .O módulo de B 
varia com o tempo t de acordo com o ,gráfico abaixo. 
Sabendo que Bo = 8 x 10-3 T determine a força eletromotriz

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