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Petição - AULA 02

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PRÁTICA SIMULADA - CIVIL
Aluna: Larissa de Souza Barbosa. Matricula: 2018041236896.
AULA 02
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA -BA
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico, domiciliada em Itabuna - Bahia, residente (endereço completo / respeitar esta ordem de qualificação completa conforme art. 319, inc. II CPC), por seu advogado Larissa de Souza Barbosa, com endereço profissional Rua Antonio Silva Filho , nº6 , Xerém / Duque de Caxias - RJ , para fins do artigo 77, inc. V,do CPC, vem a este juízo, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento comum, em face de JOAQUIM, nacionalidade, estado civil (ou a existência de união estável), profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico , domicílio, residente (endereço completo), pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.
I – PRELIMINARMENTE:
 GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Requerer o autor concessão do benefício da justiça gratuita, com fulcro no disposto no artigo 98 do Código de Processo Civil (CPC) c/c o artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo 
II - DOS FATOS
	 No dia 20 de dezembro de 2016, Joana recebeu a notícia que seu filho Marcos de apenas 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio xxx . No mesmo dia Joana procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou a ela uma quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em honorários. 
	Após o ocorrido, Joana ao chegar em casa relatou o ocorrido ao seu vizinho Joaquim, e também o explicou que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. 
Logo, Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial e propôs a Joana comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Mesmo Joaquim tendo a ciência que o valor de mercado estava avaliado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). 
Apesar de todos os fatos, Joana diante da situação que se encontrava resolveu celebrar o negócio jurídico, por conta da sua necessidade latente de ajudar seu filho.
Mas Joana não esperava que no dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista, ela descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus.
Diante destes novos fatos Joana fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado.
III - DOS FUNDAMENTOS
	Conforme descritos nos fatos, o caso trata-se de um vício do negocio jurídico de lesão elencado no código civil: 
Ocorre lesão, defeito do negócio jurídico comutativo (de prestação certa e determinada), quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. (art. 157, Código Civil). ... 157, § 2º, do Código Civil de 2002.”​
Vale ressaltar que o réu, beneficiando-se da presente necessidade da autora em socorrer o seu filho que estava preso, induziu-a a vender seu automóvel por um preço muito inferior ao valor de mercado. Uma vez que o mesmo agiu ardilosamente e ilicitamente, viciando o negócio jurídico celebrado, causando lesão ao patrimônio da autora. 
Nas palavras da Professora Maria Helena Diniz:
“o instituto da lesão visa proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão de contrato comutativo, devido à considerável desproporção existente, no momento da efetivação do contrato, entre as prestações das duas partes”.
Além dela, temos o doutrinador Flavio Tartuce que é sucinto ao falar que o fator predominante para a caracterização da lesão é: 
“justamente a onerosidade excessiva, o negócio da china pretendido por um dos negociantes, em detrimento de um desequilíbrio contratual, contra a parte mais fraca da avença”.
A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do RJ também é pacífica ao determinar: 
Des(a). RENATA MACHADO COTTA - Julgamento: 27/07/2020 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL​
APELAÇÃO CÍVEL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CÓDIGO CIVIL. AQUISIÇÃO DE ESTEIRA MASSAGEADORA. VENDA EM DOMICÍLIO. ALEGAÇÃO DE LESÃO (ART. 157 DO CC). INSTITUTO QUE SE JUSTIFICA COMO FORMA DE PROTEÇÃO AO CONTRATANTE QUE, MESMO NOS CONTRATOS PARITÁRIOS, PERDE A NOÇÃO DO REAL E ACABA REALIZANDO NEGÓCIOS ABSURDOS. CONSUMIDORA IDOSA, DE ORIGEM SIMPLES, ABORDADA EM SUA RESIDÊNCIA DURANTE PERÍODO DE DESCANSO. TÉCNICAS DE VENDA UTILIZADAS EM SITUAÇÕES DESSE JAEZ QUE, USUALMENTE SE REVELAM AGRESSIVAS, COM O OBJETIVO DE CONVENCER O CONSUMIDOR ABORDADO A ADQUIRIR PRODUTOS, COM A PROMESSA DE BENEFÍCIOS MILAGROSOS, O QUE IMPEDE QUE O CONSENTIMENTO SE MANIFESTE DE FORMA LIVRE, DADA A PRESSÃO NATURAL GERADA PELA CIRCUNSTÂNCIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS EXIGIDOS PELO ART. 157 DO CÓDIGO CIVIL QUAIS SEJAM, INEXPERIÊNCIA E DESPROPORÇÃO ENTRE AS PRESTAÇÕES ASSUMIDAS E CONTRAPRESTAÇÃO ESPERADA. ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO QUE SE IMPÕE. CONDENAÇÃO DA DEMANDADA A PROCEDER À DEVOLUÇÃO DO VALOR EFETIVAMENTE PAGO. INCIDÊNCIA, AINDA, DO ART. 39 DO CDC. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. SITUAÇÃO QUE NÃO ULTRAPASSA O LIMITE DO MERO ABORRECIMENTO. PREJUÍZO EXPERIMENTADO QUE NÃO EXCEDEU A ESFERA PATRIMONIAL DA AUTORA. RECURSO AO QUAL SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO.​
A partir do exposto, fica claro que o contrato foi celebrado com vicio de consentimento, caracterizado pela “lesão”, ou seja, o valor era desproporcional em relação ao real preço do bem móvel.
Contudo, é possível a nulidade do contrato, conforme os dispositivos trazidos à colação, dada a ineficácia causada pelo vício do ato arquitetado pelo réu, que culminou em diminuição do patrimônio da autora. Com a anulação do negócio jurídico em questão, a autora devolverá ao réu o valor pago por este.
IV - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
	Requer ao nobre Julgador a designação de audiência de Mediação para tentativa de resolução amigável do conflito.
V - DO PEDIDO
Diante do exposto, o autor requera esse juízo :
A - Gratuidade de justiça;
B - Seja designado audiência de Mediação, devendo o Réu ser intimado para comparecimento, ficando ciente que o prazo para defesa deverá contar 15 dias úteis após a audiência de Mediação;
C- A citação do Réu para querendo integrar o polo passivo da relação processual;​
D - A procedência do Pedido para ser declarada a anulação do negócio jurídico celebrado pela Autora.; 
E - Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme art. 292, II CPC. ​
Pede deferimento.
Itabuna, 08 de fevereiro de 2021.

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