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Ação Penal É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto. Espécies: - Ação penal pública; - Incondicionada; - Condicionada: -Representação; -Requisição; - Ação penal privada; - Exclusiva; - Personalíssima; - Subsidiária da pública; Ação penal pública incondicionada É titularizado pelo MP e prescinde de manifestação de vontade da vítima ou de terceiros para ser exercida; Constitui regra no nosso ordenamento jurídico (quando o artigo for omisso, presume-se que se trata dela); Princípios: - Oficialidade (MP); - Obrigatoriedade (não há conveniência ou oportunidade); - Indisponibilidade; - Indivisibilidade (todos devem ser processados; o não oferecimento de denúncia contra um dos indiciados deve ser fundamentado); - Intranscedência; Ação penal pública condicionada A ação pública condicionada é também titularizada pelo Ministério Público. Entretanto, depende de representação da vítima ou de seu representante legal e, ainda, de requisição do Ministro da Justiça; Representação: é um pedido autorizado feito pela vítima ou por seu representante legal, visando à instauração da persecução criminal; A representação ofertada pela vítima, por seu representante ou por procurador com poderes especiais (não precisa ser advogado), pode ser destinado à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao próprio juiz; Ausência de rigor formal: a representação pode ser apresentada oralmente ou por escrito, tanto na delegacia, quanto perante o magistrado ou o membro do MP; o importante é que a vítima revele o interesse claro e inequívoco de ver o autor do fato processado; Natureza jurídica da representação: - Embora haja controvérsia, o instituto da representação criminal possui a natureza jurídica, segundo a doutrina majoritária, de condição de procedibilidade. - Segundo a redação do artigo 38 do Código de Processo Penal o prazo decadencial da representação é de 6 (seis) meses contados do conhecimento da autoria do fato, desta forma, não sendo ofertada a representação criminal dentro deste período o fato criminoso terá sua punibilidade extinta em razão da decadência. Retratação: O Código de Processo Penal é cristalino, no artigo 25, ao aduzir que a retratação é irretratável após o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, desta forma, pode-se facilmente concluir que antes deste momento processual a representação é passível de retratação pelo ofendido ou seu representante legal. Sublinhe-se apenas que neste caso (retratação), o ofendido havia ofertado a representação, porém, opta, antes do oferecimento da peça acusatória, a “voltar a trás” e assim impedir o início da ação penal. Ação penal privada “Nas infrações penais que ofendem sobremaneira a intimidade da vítima, a persecução criminial é transferida excepcionalmente ao particular que atua em nome próprio, na tutela de interesse alhei (jus puniendi do Estado)”; É exclusivamente privada; É personalíssima; É subsidiária; Princípios da ação penal: - Oportunidade; - Disponibilidade; - Intranscedência; Espécies: -Exclusiva: quando só pode ser o ofendido ou seu representante legal (prazo a contar da data que se souber quem é o ator do fato); -Personalíssima: somente pode ser o ofendido, único caso. (O prazo para o ajuizamento é de seis meses, contados do trânsito em julgado da decisão que anular o matrimônio...); -Subsidiária da pública: “tem cabimento diante da inércia do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar, não promovendo a denúncia ou, em sendo o caso, não se ordenando o arquivamento dos autos do inquérito policial, ou ainda, não requisitando novas diligências. O parquet, na ação penal privada subsidiária, figura como interveniente adesivo obrigatório, atuando em todos os termos do processo, sob pena de nulidade absoluta”; Queixa-crime Peça inicial da ação penal privada que é apresentada pela própria vítima ou seu representante, por meio de advogado; Denúncia Peça inicial da ação penal pública que é apresentada pelo ministério público; Requisitos comuns (art. 41) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias: -Qualificação dos acusados ou fornecimento de dados que possibilitem as suas identificações; Classificação jurídica do fato: - Rol de testemunhas (se houver); - Pedido de condenação; -O endereçamento da petição; - Nome, o cargo e a posição funcional do denunciante; -A assinatura; Queixa-crime É a petição inicial penal privada, intentada pelo ofendido ou seu representante legal, por um advogado, onde será narrado o fato que consubstancia a infração penal; Na queixa crime o conteúdo é o mesmo expresso no art.41 do CPP; O autor é chamado de querelante e o acusado de querelado; Quando oferecida através de advogado a procuração deve conter poderes especiais para oferecer a queixa (art.44); Perempção É a perda do direito de processar o querelado pelo mesmo crime por inércia do querelante na ação penal exclusivamente privada intentada, quando deixa de promover seu andamento nas hipóteses do art. 60 do CPP. Hipóteses: Querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias seguidos: só haverá a percepção se o querelante tiver sido previamente notificado para agir (RJTJSP 88/355); Querelante que deixa de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente: não precisa comparecer à audiência para oitiva de testemunhas (RTJ 95/142); O querelante só está obrigado a comparecer aos atos em que sua presença seja absolutamente indispensável (RTJ 122/36); Quando o querelante, sendo pessoa jurídica, se extinguir, sem deixar sucessor; Às hipóteses de perempção devem ser acrescidas a da morte do querelante nos crimes de ação penal privada personalíssima, em que só o ofendido pode propor a ação; Decadência Perda do prazo para o início da ação penal privada ou pública condicionada à representação; Prescrição Perda do direito de punir (só o Estado tem o direito de punir, em qualquer ação); Perempção Perda do direito de continuar com o curso da ação penal privada por conta de desídia; Renúncia x Perdão O perdão ou a renúncia apresentada em relação a um é extensiva aos demais autores do fato, não valendo, porém, em relação ao acusado que não tenha aceitado o perdão (art. 49 e 51 do CPP); Podem ser apresentados por procuradores com poderes especiais (arts. 50,55 e 56 do CPP); A renúncia ou o perdão de um dos ofendidos não prejudica o direito dos demais (art. 106,II,CPP); Ambos admitem quaisquer meios de prova, quando se tratar de perdão ou renúncia tácita (art. 57, CPP); Renúncia Perdão Antes da ação penal; Posterior ao oferecimento da queixa, podendo ser concedido até antes do trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 106, §2º, CPP); Independe da aceitação do querelado; Depende da aceitação do querelado; Extinção de punibilidade Situações que impedem a punição (perda do Direito de punir do Estado); Exemplos: morte do acusado, anistia, graça ou indulto. Caso uma nova lei deixe de considerar o fato como crime etc.
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